Adesão a empresas de assistência médica é uma das soluções encontradas

 

Os planos de saúde individuais tiveram o maior reajuste concedido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANSS) das últimas décadas: de até 15,5% em 2022. Entretanto, quem possui planos em convênios com empresas também enfrenta dificuldades financeiras na atual inflação da economia no país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o custo de vida aumentou 10,38% este ano. Em Ponta Grossa, os planos empresariais também aplicaram correções na mensalidade.

 

Segundo Daniel Rodrigues Costa, que pagava individualmente um plano de saúde para ele e seu filho de nove anos, optou pelo cancelamento por conta do aumento no valor da mensalidade. “Quando se paga por um plano sem nenhum convênio com empresas, fica bastante inacessível. Quando meu filho precisou ser internado, boa parte do meu salário ia para a mensalidade, então precisei cancelar”, explica.
Para Vanessa Edling, que possui plano de saúde há cinco anos, o aumento por conta da idade foi de 15%. Porém, como faz tratamento e necessita de exames mensalmente, não consegue cancelar. “Pago todo mês atrasado, em alguns meses preciso esperar o salário seguinte para completar a mensalidade”, comenta. 

 

ATENDIMENTO MÉDICO SAÚDE Mariana Okita

Foto: Mariana Okita (arquivo / acervo periódico)

O relato de Vanessa vai ao encontro da situação de Eleane Veiga, que precisou reavaliar as contas da casa para englobar o plano. “Eu ainda mantenho o plano familiar porque sempre estou utilizando, minha filha fez uma endoscopia. Tudo está mais caro, a gente paga pra ter saúde, mas desgasta ela pra conseguir sustentar as contas”, diz.

 

Alternativas

Um dos caminhos para quem não consegue pagar por um plano de saúde são as filiações de assistência médica, em que a pessoa que possui o cartão de adesão tem acesso a descontos em consultas e exames clínicos. 

 

Conforme Rayane Mainardes, funcionária de uma destas empresas, houve um aumento da procura por esta categoria de serviço em 2022. “O usuário cadastrado paga quando precisa utilizar o serviço, através de contratos e parcerias com médicos e clínicas, recebendo descontos”, explica.

 

Catarina de Cândia utiliza o cartão de assistência médica desde 2018. “A diferença de valores do serviço para um plano de saúde é muito significativa, e é uma boa alternativa para quem não consegue pagar por um plano convencional”, pondera.

 

Marília Gabriela Tizon, funcionária de outra empresa de atendimento, explica que o aumento da procura pelo serviço se deu principalmente nas áreas de cardiologia e pneumologia por conta das sequelas da Covid-19. “A procura por neurologistas pediátricos aumentou em 90%, pois muitas escolas encaminham crianças para esta área. Como as agendas desta categoria ficam muito cheias, a procura por clínicos gerais aumenta também. Este ano ficou em 70% a mais que no ano passado”, conta.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Valéria Laroca

Edição e publicação: Lucas Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

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