O procedimento leva no mínimo 45 minutos

Os doadores de sangue do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) questionam o tempo para realizar o procedimento. Por mais ágil que seja, ao menos 45 minutos são utilizados. Uma das pessoas que reclamou é o professor Thiago Takaji. Para fazer a doação, ele se organiza com algum tempo de antecedência porque sabe que pode esperar para que o procedimento seja feito por completo. “Eu trabalho com aulas particulares e sempre penso que estou deixando de marcar uma aula ou preparar material para ficar esperando”, explica. O professor já doou sangue três vezes e afirma que o tempo médio do processo ultrapassa mais de uma hora e meia.

A estudante Audrey Lunelli conta que nunca doou sangue, mas a experiência que teve ao acompanhar um amigo no Hemepar em 2017 fez com que ela se sentisse desmotivada. “O processo entre chegar no Hemepar e esperar pela entrevista inicial foi de, mais ou menos, uma hora”, explica. A estudante ainda afirma que a espera foi em vão, já que o amigo foi impedido de doar sangue por ser homossexual*.  

DOAÇÃO SANGUE Maria Fernanda de Lima

Foto: Maria Fernanda de Lima/Arquivo Periódico

Fabíola Viol, coordenadora da instituição, afirma que são muitos os motivos que tornam a doação de sangue um processo demorado. Mesmo reconhecendo que há certa morosidade, não há muito o que fazer, uma vez que os processos de atendimento são executados para garantir as medidas sanitárias e de segurança. “Pedimos para que as pessoas disponibilizem, pelo menos, uma hora, e que agendem em um dia em que estão tranquilas, sem compromissos imediatos após o horário de atendimento”, afirma. As etapas para a doação de sangue são a identificação do voluntário na recepção do Hemepar, a entrevista em que é confirmada a segurança do doador para que esteja apto para passar pelo processo, a preparação do material, a doação em si e o tempo em que a pessoa deve ficar no estabelecimento para que seja garantido o seu bem estar. 

Além dos procedimentos corriqueiros, há ainda os imprevistos que eventualmente podem ocorrer. A coordenadora explica que, caso algum voluntário passe mal durante o processo da doação de sangue, outros doadores não são atendidos até que a segurança de quem teve algum imprevisto de saúde seja garantida, por uma questão de respeito e cuidado. Mesmo com uma estrutura considerável, a entidade tem, no momento, quatro cadeiras de coleta de sangue. “Fazemos um agendamento para atender quatro pessoas ao mesmo tempo, mas se uma das cadeiras está ocupada, é claro que vamos ter um atraso no atendimento”, explica.

 

*Desde 2020, a restrição que proibia homossexuais de doarem sangue foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal.

 

Ficha técnica:

Repórter: Maria Helena Denck

Edição e publicação: Maria Helena Denck

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

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