Ondas de calor, mal-estar e insônia são alguns dos sinais do climatério que podem ser tratados com reposição hormonal

O corpo humano é formado por ciclos, envelhecer é resultado das fases de uma vida inteira. Um dos indícios desta passagem do tempo se manifesta pelos  declínios hormonais. No caso das mulheres, a questão é traduzida pela menopausa. A interrupção natural da menstruação ocorre entre os 45 e 50 anos de vida, o que marca o fim da fase reprodutiva dos ovários. O período é acompanhado de vários sintomas, que se não tratados podem gerar problemas mais graves como a incidência de osteoporose, pólipos uterinos e cistos nas mamas, além de interferir no lado emocional com o surgimento de ansiedade e depressão. De acordo com estudo realizado pela Sociedade Norte-Americana da Menopausa, a depressão afeta até 70% das mulheres no climatério. 

Segundo a enfermeira especialista em ginecologia Sthefany Vaz, o climatério, período de transição para a menopausa, pode gerar uma série de sintomas como ondas de calor, insônia, suores noturnos, alterações de humor e secura vaginal. “Os sintomas podem diminuir com a prática de atividades físicas, alimentação equilibrada e reposição hormonal”, afirma.  Mesmo com esses sintomas, há quem prefira não fazer acompanhamento.

Eliane Veiga, hoje com 58 anos, conviveu com os sintomas da menopausa durante dez anos antes de buscar tratamento médico. “Os sintomas da menopausa dificultaram muito a minha vida, por conta das ondas de calor eu não conseguia dormir. Meu emocional ficou muito abalado, senti uma tristeza profunda e não tinha vontade de fazer nada”, relata. Para ela, os sintomas desapareceriam com o tempo e, por isso, não via  necessidade de buscar ajuda médica. A procura pela ajuda ocorreu apenas esse ano  por não suportar os sintomas. “No meu caso era falta de conhecimento sobre as alternativas para aliviar os sintomas, achei que estaria fazendo mal ao meu corpo”, aponta. 

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Envelhecimento nas mulheres é marcado pela menopausa | Foto: Catharina Iavorski

O medo de prejudicar o organismo também é um fator relatado por Maria Benedita de Campos não procurar acompanhamento médico. “Não vejo necessidade de consultar um médico, apesar dos sintomas como as ondas de calor existirem, aprendi a conviver com eles, acho que essas medicações são muito invasivas para o organismo da gente”, analisa. 

De acordo com a enfermeira ginecológica Sthefany Vaz, o tratamento para a menopausa não é algo obrigatório e depende da intensidade de cada sintoma. “Nem todas as mulheres precisam de tratamento médico, algumas passam por esse momento não sentindo alguns desses sintomas. Porém, outras necessitam de tratamento especializado pela intensidade do quadro apresentado”, esclarece.

É indicado fazer terapia de reposição hormonal para casos mais agudos, o que ajuda a regular o equilíbrio de hormônios e tratamento de reposição de massa óssea, caso necessário. O tratamento para menopausa não é o mesmo para todas as mulheres, porém a realização de exames deve ser feita anualmente. Segundo a enfermeira, os exames necessários incluem ecografia pélvica para analisar se há alterações do colo do útero, mamografia, densitometria óssea  para verificar o aparecimento de osteoporose, e a presença dos hormônios prolactina e estradiol que, quando baixos, sinalizam a ocorrência de menopausa.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Valéria Laroca

Edição e publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel E. P. do Amaral

Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Marcelo Bronosky

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