Local em que Sandro Pedrozo foi assassinado. Foto: Natália Paes de Souza

 

A audiência para ouvir o réu e as testemunhas de acusação na morte do massoterapeuta Sandro Pedrozo, assassinado no mês de junho em Ponta Grossa, aconteceu nesta terça-feira (26). O caso, inicialmente tratado como crime de homofobia por familiares e amigos da vítima, deve ser sentenciado como latrocínio.

De acordo com imagens de câmeras de segurança próximas ao local do crime e da denúncia oferecida ao Ministério Público, Sandro Murilo Pedrozo foi atacado violentamente no dia 18 de junho de 2017, às 06h58min,  com socos e chutes na região da cabeça e teve seu aparelho celular roubado. Depois de 25 dias internado, a vítima não resistiu aos ferimentos e faleceu em decorrência de um traumatismo craniano. No dia 21 de julho, um jovem de 19 anos foi preso acusado do crime.

 

De acordo com o advogado do caso, Fernando Madureira, no momento da prisão o jovem se reservou ao direito de falar em juízo e na audiência de instrução e julgamento, realizada no dia 26, confessou a agressão alegando não ter a intenção de causar a morte. “Ele confessou o crime mas disse que não queria matar. Como a vítima teria o ofendido com palavrões e queria manter relações sexuais com ele, acabou perdendo a cabeça e agrediu o Sandro”. Segundo o advogado, o acusado alegou ter pego por engano o celular da vítima.

 

Para Fernando Madureira, o depoimento dado pelo jovem é uma estratégia de defesa com o objetivo de qualificar o crime como lesão corporal simples, para reduzir a pena e tentar levar o caso a júri popular. De acordo com o advogado, “essa mentira deles não vai ter procedência”. A sentença do caso deve sair em até 30 dias.

 

Em conversa com um familiar de Sandro no mês de agosto, o mesmo garantiu que embora o caso seja tratado como latrocínio, a motivação por homofobia não era descartada. Como a vítima não teve chances de prestar depoimento com a versão dos fatos, o caso deve sentenciado como latrocínio.

 

Nesta semana, o portal Periódico publicou uma reportagem especial que investigou os desdobramentos de uma temática polêmica na agenda pública, e que segue paralisada no âmbito legislativo: a criminalização da LGBTfobia. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia, só em 2016, um LGBT foi morto a cada 25 horas no Brasil. O país que lidera o ranking de violências contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais ainda não possui uma legislação que proteja essa população e que torne crime essas violências.

 

Confira a reportagem especial AQUI