Rede Agroecológica produz alimentos livre de agrotóxicos

A ‘Sacola Agroecológia’ traz de 9 a 11 hortaliças e legumes por R$25,00 e pode ser adquirida todas as terças-feiras, nos campi da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). A sacola é uma iniciativa da Rede de Mulheres da Comunidade Emiliano Zapata. Trata-se da otimização da ‘Rede Agroecológica,’ que existe desde 2014. A Rede distribui produtos orgânicos direto do produtor às mãos do consumidor.

 

Segundo a agricultora Genecilda Gotardo, ou Dona G, até a proposta da sacola de alimentos a rede era inviável financeiramente ao produtor. Pois nem sempre a quantidade de alimentos solicitados cobria os custos de transporte e produção. “Niguém produz e vende sem investimento, com o sacolão a gente tem um dinheiro para investir e produzir o mês inteiro”, explica Dona G, que têm a venda de sacolas como principal fonte de renda.

Foto: Lucas Feld

 

Distribuíção da sacola é feita às terças, na sede do Sinduepg, Fauepg e Campus Central da UEPG.

 

Duas familias da comunidade Emiliano Zapata, localizada a cerca e 12Km pela PR-513, produzem os orgânicos. “Nós trabalhamos em coletivo, pois sozinhas não dariamos conta de distribuir”, conta Dona G. Segundo ela, a fiscalização da produção agroecológica é participativa. A Engenheira Agronôma e técnica do Projeto Entre Rios - UEPG, Alice Veriesman, explica que esta é uma prática comum. Grupos de agricultores fiscalizam uns aos outros e, quando distribuem alimentos direto ao consumidor, a certificação é feita junto ao Ministério da Agricultura.


A Incubadora de Empreendimentos Solidários (IESol), da UEPG, atua na comunidade desde 2009, segundo Adriano Valadão, formado em adminstração e doutor em sociologia. Valadão conta que IESol desenvolveu uma horta comunitária em 2009 e organiza a feira da de Economia Solidária dentro da UEPG, que da vazão aos alimentos da Emiliano Zapata.


“Há dois anos estabelecemos uma rede de consumidores com funcionários e professores da UEPG. Essa rede era mais livre, a pessoa escolhia os produtos, mas havia momentos em que poucos pedidos eram feitos. Posteriormente o Lama [Entre Rios] introduziu o conceito de sacolas. Mudar uma caracteristicas da rede para garantir uma renda mínima aos produtores”, esclarece Valadão.


O Engenheiro Agronômo e técnico do Projeto Entre Rios - que oferece apoio à agricultores em sete cidades próximas a PG - Guilherme Mazer, explica que o projeto desenvolve redes sustentáveis de consumo. E auxília na adequação ambiental regulamentada pela lei federal nº12.651. Um dos objetivos da agroecologia é uma agricultura socialmente justa e “a sacola atende a essa demanda de integração da produção com o consumidor”.

 

Agroecologia  

Foto: Lucas Feld  

 

Projeto Entre Rios durante visita técnica na comundade de Lageadinho, zona rural de São Matheus do Sul.

 


Segundo o Engenheiro Agronômo Guilherme Mazer, a agroecologia se contrapõe a conceitos difundidos pela Revolução Verde e promove um sistema produtivo que visa armonização entre natureza e produção. “A Revolução Verde pregava o uso insumos químicos, sementes genéticamente melhoradas, monocultura e maquinas. Foi um processo de exclusão, como os fatores de produção são capital, terra e tecnologia. Foi um desenvolvimento desigual a partir de uma política agrícola”, afirma.


De acordo com a Engenheira Agronôma Alice Veriesman, é possivel obter a certificação de produção orgânica de três formas, além da vinculada ao Ministério, pode ser realizada por redes, como a Rede Eco Vida Agroecologia e junto ao Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar). Ela ajuda produtores na capacitação, adequação e documentação. 196 propriedades e 327 produtores foram cadastrados em 10 minicípios até fevereiro de 2016 com o auxílio do Entre Rios.

 

 

“A gente se sacrifica pelo que acreditamos, a saúde entra pela boca, então nós produzimos agroecológicos”, afirma Dona G. Para fazer parte da rede basta entrar em contato pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e comparecer aos pontos de entrega. Todas as terças, das 10h às 11h no campus Uvaranas da UEPG, das 11h às 12h na Sede Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg), frente ao Colégio Agricola e das 12h às 13h no pátio da UEPG Centro.

 

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