Chegada tardia desses alunos na escola é o principal fator para a demora em adquirir conhecimento nessa modalidade

 

Um ano após o governo estadual apresentar a modalidade de ensino remoto durante a pandemia, alunos do Ensino para Jovens e Adultos (EJA) ainda sentem dificuldades em aprender no formato on-line. O atraso dos estudantes do EJA na vida escolar causa déficit de aprendizagem, o que torna trabalhoso o ensino a distância.

Infográfico Ensino Remoto EJA Leonardo 1

Infográfico: Leonardo Duarte


A falta presencial do professor é o principal ponto na dificuldade do entendimento dos conteúdos trabalhados em aula. A aluna do Colégio Ceebja Paschoal Salles, Rafaela Pabis, relata dificuldade em acompanhar as aulas remotas. “No ensino on-line o professor não está ali para explicar. Às vezes, não tenho tempo de ver as aulas porque quando chego em casa elas já acabaram. Alunos que não têm internet sofrem, mesmo assim os professores dão tudo de si para ensinar”, comenta Rafaela.
A pandemia acarretou em baixa procura nas matrículas no EJA. No segundo semestre de 2020, o Colégio Paschoal matriculou 1.122 alunos, queda de 27% em relação ao primeiro semestre. Dados obtidos pela 2ª Regional de Educação mostram que em 2021, 1.999 alunos já se matricularam no EJA em Ponta Grossa. Os indicadores levam em consideração apenas sete das nove escolas que oferecem essa modalidade de ensino em Ponta Grossa.
No Colégio Estadual Carlos Ventura de Carambeí, no início de 2020 eram 120 alunos matriculados. Ao final do ano, apenas 54 ainda acompanhavam as aulas. Para a pedagoga do Colégio Elaine Gardinal, muitos alunos não têm confiança em seu potencial. “Vemos alunos não querendo tentar aprender, não confiando em sua potencialidade. Acredito até que esse seria um grande problema, porque nós nos deparamos com alunos que poderiam estar fazendo as atividades on-line, mas não fazem por não se julgarem capazes de desenvolver”.
A defasagem na educação durante o período remoto no ensino médio colabora com que haja cada vez mais procura pelo EJA. Viviane Fonseca, pedagoga do Colégio Estadual Major Vespasiano Carneiro de Melo, em Castro, relata que os problemas educacionais no ensino médio colaboram para um prejuízo maior na sociedade. “Sabemos que há uma defasagem grande de alunos no ensino médio que futuramente procuram um EJA para recuperar esse prejuízo. Só nesse aspecto a gente sabe que o prejuízo educacional é grande e futuramente num mercado de trabalho não estarão qualificados”, comenta.
“Até superar essa defasagem na educação vai demorar uns 10 anos, isso se o governo não demorar em propor projetos educacionais e sociais sem banalizar a educação”, argumenta.

Ficha Técnica:

Repórter: Leonardo Duarte 

Edição: João Gabriel Vieira

Publicação: Larissa Hofbauer

Supervisão: Rafael Kondlatsch, Marcos Zibordi e Kevin Kossar

Instituições como APAE, APACD, APROAUT E APADEVI permanecem apenas com atividades à distância

 

 A terceira etapa de vacinação contra a Covid-19 incluirá pessoas com deficiências e crianças. A prefeitura não possui data definida para o início desta fase na cidade, mas de acordo com a Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações, a previsão para o início da vacinação é entre os dias 9 de junho a 9 de julho. Segundo dados de 2019 da Secretaria Municipal de Educação, em Ponta Grossa existem mais mil crianças com algum tipo de deficiência em inclusão no ensino regular. 

 

A APROAUT confecciona brinquedos com materiais recicláveis. Foto: Victória Sellares / Arquivo Foca Foto. 

 Com isso, o diretor da Associação de Proteção dos Autistas (Aproaut), Alexandre Ernandes Roessler, afirma que o retorno presencial dos alunos às escolas de educação especial poderá ocorrer, mas que no momento há determinações para que as escolas continuem com atendimentos à distância com envio de atividades aos familiares e alunos. 

A dona de casa Denise de Almeida, mãe de criança com transtorno do espectro autista, afirma que as escolas especiais estão elaborando atividades simples, para que os pais ou familiares possam aplicar os conteúdos em casa com os seus filhos. No entanto, Denise conta que existem muitos pais que não conseguem fazer com que as crianças participem das atividades. ‘‘Está sendo muito difícil para alguns autistas’’, explica.

Segundo a fonoaudióloga Maria Vitória, pessoas com autismo possuem dificuldade na comunicação, interação social e têm comportamentos repetitivos ou restritos e é necessária atenção especializada para esse público. ‘‘Os cuidados com essa criança precisam ser realizados por profissionais preparados, realizando manejo de comportamento, instalando uma comunicação oral ou conexão alternativa. Existem todas essas questões que devem ser levadas em consideração’’, aponta.

A especialista em educação especial Amanda Drzewinski afirma que existem desafios na educação especial em tempos de pandemia, como a falta de acessibilidade e dificuldade de adaptação das plataformas de ensino à distância (EaD). Cada aluno com ncessidades especiais têm especificidades de aprendizagem. ‘‘Isso é um problema porque não é o professor que realiza essa mediação e sim os pais ou familiares, o que dificulta o processo de atividade, pois muitas dessas pessoas não têm o domínio do conteúdo’’, conta.

 

Ficha Técnica

Repórter: Evelyn Paes

Edição: Diego Santana

Publicação: Jessica Allana

Supervisão: Rafael Kondlatsch, Marcos Zibordi e Kevin Kossar

Mesmo com crescente número de casos e mortes pela Covid-19, governo estadual prevê nova data para retomada das atividades em escolas

O ano letivo de 2021 na rede estadual de educação teve seu retorno adiado para o mês de maio no Paraná. A previsão foi divulgada pela Secretaria Estadual de Educação (SEED) em audiência pública realizada no dia 8 de abril. O formato escolhido pelo governo estadual para a retomada das atividades é o híbrido, em que se realiza o revezamento de alunos no ambiente escolar. Mesmo com o número limitado de alunos em sala, os professores são contrários à decisão do estado.

O professor Rafael Merhet afirma que, no cenário atual da pandemia, é inviável o retorno presencial. Ele acredita que a volta das atividades nas escolas pode gerar um agravamento dos casos de contaminação da Covid-19. O professor, que trabalha na rede estadual desde 2012, considera o retorno irresponsável tanto do ponto de vista sanitário como no de socialização entre professores e alunos e também dos próprios estudantes entre si.

Já a professora Michelle Teles destaca que o retorno ao ambiente escolar só será seguro com os trabalhadores da educação vacinados. Ela afirma que, ao seguir a lógica de imunizar a equipe de trabalho do ambiente escolar, é necessário abranger não somente professores e equipe pedagógica, mas também funcionários responsáveis pela limpeza, manutenção e segurança das escolas estaduais. A professora também destaca a importância dos profissionais serem informados de um calendário de vacinação antes da retomada das atividades.

O modelo híbrido permite que uma parte dos estudantes assista às aulas presencialmente e a outra acompanhe de maneira simultânea em casa. A intenção, de acordo com o governo estadual, é diminuir o número de pessoas no ambiente escolar e garantir o distanciamento social na pandemia. Entretanto, Michelle reforça que não houve debate da Secretaria Estadual de Educação com os professores a respeito do ensino híbrido. Ela explica que nem escolas nem professores estão preparados para dar aulas neste formato.

A professora e bióloga Eliza Viola acredita que a carga de trabalho para os professores será muito maior com o ensino híbrido e a qualidade do ensino será inferior do que o realizado de forma remota. “Na sala de aula vou estar com medo, usando máscara e face shield e o computador vai estar longe. Eu não sei se o microfone vai captar minha voz, não sei se a turma vai entender o que eu estou falando. E se o aluno não enxergar o que eu escrevi no quadro, e se a câmera não captar minha letra?” Ela explica que mudar novamente o formato de aula confunde os alunos, não permite que eles se acostumem com a metodologia do ensino remoto e implica na desistência dos estudos.

A professora, que assume turmas em três escolas diferentes no retorno híbrido, afirma que, nas semanas de preparação para a retomada das atividades, já haviam profissionais positivados com a Covid-19 e que os demais trabalhadores presentes no ambiente não foram informados. Ela também reforça que a grande maioria dos colégios de Ponta Grossa não tem salas com ventilação necessária para que o ambiente seja considerado arejado, como exige o governo estadual. Eliza ainda explica que o governo diz ter enviado equipamentos de segurança para os professores, mas que a única máscara que foi entregue tem buracos que não garantem a proteção do profissional.

Sindicato

Em fevereiro, a APP-Sindicato aprovou uma greve contra a proposta de retorno das atividades a partir do modelo híbrido anunciado pelo governador Ratinho Jr. A representante da APP-Sindicato de Ponta Grossa, Andréa de Souza, explica que o ensino híbrido é uma falsa ideia de padronização da educação vinda do governo estadual. “Esse sistema híbrido não favorece a estabilidade que a gente precisa para desenvolver o trabalho educacional”, afirma.

Andréa também destaca que o posicionamento contrário ao retorno às salas de aula da APP-Sindicato foi tomado em respeito à vida dos profissionais da educação e estudantes. A decisão também teve como base a experiência das aulas presenciais no Amazonas em setembro, relatada pelo pesquisador Lucas Ferrante, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, como o principal agravante da segunda onda da Covid-19 no estado. Ela revela que a APP está financiando o estudo do pesquisador em dez cidades do Paraná para entender os possíveis impactos da nova variante da Covid-19 neste retorno ao ambiente escolar.

A professora avalia que não é possível controlar a transmissão da Covid-19 nas salas de aula em decorrência das aglomerações cruzadas que podem ocorrer para além das atividades internas nas escolas: “Não adianta diminuir para dez pessoas em sala de aula se cada uma dessas tem trajetórias diferentes, teve cuidados diferentes, precisaram utilizar o transporte coletivo, então já estiveram em aglomerações no momento anterior ao entrar na escola”.

 A APP-Sindicato reforça que a decisão do governo do estado de colocar a educação como serviço essencial não ocorreu para avançar os professores na fila prioritária de vacinação, mas sim para atender os interesses dos empresários ligados à educação que tiveram perdas financeiras no ano passado. O sindicato também reafirma que, se o retorno às salas de aula em maio apresentar risco aos profissionais e aos estudantes, será mantida a organização de greve.

 

 

 

Ficha técnica:

Repórter: Manuela Roque

Infográfico: Manuela Roque

Edição: Larissa Onorio

Publicação: Denise Martins

Supervisão: Marcos Zibordi, Rafael Kondlatsch e Kevin Kossar

 

Escolas para estas crianças produzem conteúdos para serem trabalhados de maneira remota

 

Faz um ano que as escolas paralisaram seus trabalhos. Com o ensino especial a situação é a mesma. Em Ponta Grossa muitas instituições fazem o trabalho especializado, como a Apae, APACD, Proaut, para as crianças com algum tipo de deficiência. Desde março de 2020 o Brasil passa por um período de quarentena com serviços suspensos. De acordo com a OMS são 45,6 milhões de pessoas com deficiência no Brasil

Luciana Marenda, organizadora de eventos, sente os efeitos dessa reclusão. Luciana é mãe da Mariana Gabriela de 12 anos que possui paralisia cerebral e é aluna da APACD. De acordo com a organizadora, a rotina da Mariana foi toda afetada, quando frequentava a APACD possuía horários rígidos para todas as atividades. “Como ela dorme tarde, acaba acordando um pouco tarde, toma um café leve para esperar o almoço. Mas no período da tarde temos que fazer alguma atividade com ela e algumas atividades vem da escola de maneira online também” Além de exercícios como auxiliar na “marcha”, a mãe segura e dá apoio para estimular o andar da Mariana mesmo sem fisioterapia.

Outro caso é o da Marina, de 12 anos, que também frequenta a APACD. De acordo com sua mãe Elaine Cristina Alves de Lima, voltar a rotina normal será um desafio, pois a menina se acostumou com a nova rotina diária. “Ela gosta de ficar em casa, nunca teve problemas para ir para a escola, mas se acostumou a ficar em casa. Tiramos um tempo para fazer os exercícios da escola, o resto do tempo é eu e ela, assistimos TV e brincamos das coisas que ela gosta”, diz.

De acordo com a Enfermeira Karen, da APACD, A educação especial possui algumas especificidades que torna o afastamento das escolas algo que precisa de mais atenção: há casos em que os cuidados envolvem o trabalho de fisioterapia e cuidados de enfermagem, principalmente em crianças que utilizam sonda para a sua alimentação. Esses atendimentos foram paralisados com a chegada da pandemia. Na APACD, por exemplo, não há atendimento nos setores pedagógicos e psicossociais funcionando de maneira presencial. As famílias foram orientadas a estimular essas crianças para continuarem ativas mesmo estando em casa. Na instituição, as terapias ainda estão acontecendo, para não paralisar totalmente os estímulos ou acontecer regressões nos quadros de saúde.

Esse quadro de regressão pode ser visto na Mariana. De acordo com a mãe Luciana, houve uma pequena regressão em suas pernas que pode ser percebido. “É complicado porque ela está sem essa fisioterapia diária em casa, algo mais profissional, às vezes faço uma massagem, deixo ela mais tempo no banho porque a água é relaxante. Quando a gente percebeu essa atrofia na perna percebemos o quanto é importante para ela ser estimulada sempre que possível”, completa.

Elaine relata que não houve quadro de regressão do quadro de saúde da Marina, mas que deixá-la ativa a deixa mais calma. “Mesmo ela gostando de ficar em casa, precisamos fazer algo que a distraia, como qualquer outra criança, ela tem as limitações dela e brinca do seu próprio jeito”.

Volta às aulas em Ponta Grossa

Ponta Grossa não possui previsão para a volta às aulas de maneira presencial. Com relação a vacinação, não está previsto que menores de 18 anos sejam vacinados, automaticamente crianças especiais menores de 18 anos não serão vacinadas, deixando-as mais tempo longe das escolas.

A professora do ensino especial Giovana Cristina Pincelli relatou que esse isolamento traz prejuízos para essas crianças. “Com certeza, traz prejuízos para todos, alunos, professores, familiares, pois as crianças especiais necessitam muito do convívio com o outro, de receber atendimento diferenciado, atenção, carinho, enfim, envolve parte intelectual, física e emocional de todos os envolvidos no seu processo de ensino e aprendizagem”. Ela completa afirmando que o contato com o outro auxilia o seu desenvolvimento intelectual, físico e emocional, as trocas de experiências realizadas neste sentido no ambiente escolar, são necessárias para elas neste processo.

 

Com relação às metodologias de ensino foi necessária uma readaptação para o ensino remoto. “No nosso plano de aulas remotas ficamos muito limitadas no desenvolvimento de nossas atividades que são muito práticas para nossos alunos especiais. Nós contamos com o auxílio total das famílias, pois elas se tornaram imprescindíveis na execução destas atividades agora nesse momento. Porém, compete à equipe de gestão articular o repasse de como será efetivada essa parceria com as famílias, para podermos realizar este nosso trabalho online”, completa.

O período de isolamento é necessário para controlar o colapso que o país está passando. Muitos serviços ainda estão paralisados por tempo indeterminado. Nessa situação os pais tentam entreter as crianças de alguma forma. Luciana relata que Mariana tem vários animais de estimação, visando promover esse contato com os animais para a distração. “Ela tem o jeito dela de brincar, com todas as suas limitações, mas os bichinhos ajudam muito, ela gosta de passar o tempo com os animais que tem em casa, gato, cachorro e coelho”. De acordo com Luciana pelo menos 1 vez por semana ela procura sair com a filha para tentar distraí-la, levando em consideração todos os protocolos de segurança para a saúde de ambas.

Com Marina a situação não é muito diferente, de acordo com Elaine, as atividades enviadas pela escola ajudam muito na própria distração de sua filha, além de distrações comuns como assistir TV e brincar. Marina também não é filha única, ela tem mais quatro irmãos, mas somente um dos irmãos ainda mora com ela.

Mariana anda passando por uma irritabilidade maior que o normal, que começou quando as atividades presenciais na APACD foram paralisadas: "Se a gente não entende o que ela quer, ela fica muito brava, e quando ela fica irritada é muito difícil de conseguir animar ela de volta. Ela como toda criança gosta de assistir TV, mas não podemos deixar o dia todo assistindo, tirar ela da frente da TV gera um estresse e deixa ela irritada com a gente. Mas estamos há um ano em pandemia, nos acostumamos e aprendemos a lidar melhor com essa situação”, completa.

Mariana não é filha única, ela possui mais três irmãos que auxiliam na sua distração: fazem tarefas juntos, brincadeiras, de acordo com Luciana nenhum dia é monótono o que tem ajudado muito no humor da Mariana. “Quando ela ia para a aula, ela já chegava em casa cansada, agora não, ela dorme tarde, acorda tarde, por ela ficar em casa o dia todo” complementa.

APACD segue com as aulas suspensas

Na APACD estão suspensas as atividades pedagógicas e psicossociais desde o início da pandemia. A enfermeira Karen da APACD relata que sua função antes da pandemia era fazer todo o cuidado disciplinar e de tratamento com as crianças, principalmente aquelas que fazem o uso de sondas para a sua alimentação. A utilização de sonda é muito comum principalmente em crianças que têm paralisia cerebral. As crianças com PC têm a tendência em desenvolver disfagia (dificuldade de deglutição). “Nosso trabalho lá era fazer uma educação com os pais para ensiná-los o manejo dessa alimentação e desses cuidados, para que fossem alimentados e tratados e medicados da mesma forma que eram tratados dentro da instituição”, completa. Atualmente os trabalhos mudaram já que as crianças não estão frequentando a instituição desde o início da pandemia. Na instituição funciona com um setor de clínicas, setor pedagógico e o psicossocial, esses dois últimos estando com suas atividades suspensas. Todas as terapias ainda estão funcionando, para que não haja prejuízos para a saúde dessas crianças, mas sempre seguindo todos os protocolos de saúde para preservar as crianças e seus familiares.

Segundo Karen, todas as terapias estão em funcionamento, fisioterapias, fonoaudiólogos e psicoterapia. Estão acontecendo para manter as crianças ativas e sempre progredindo. Crianças que possuem um risco de perigo principalmente por passar por um período pandêmico é restrito a esse fluxo de atendimentos. Os terapeutas possuem um vínculo com a família onde juntos passam os ensinamentos aos familiares a fazer alguns exercícios em casa mesmo para que essas crianças continuem sendo estimuladas.

Os estímulos feitos em casa são importantes para que não haja nenhum malefício ou regressão do quadro de cada criança. Mas algum atraso nos quadros clínicos, pode sim acontecer, pois não é sempre que as famílias podem comparecer à essas terapias que estão em funcionamento, por diversos fatores, como o próprio transporte público, que estava parado por causa do lockdown, famílias trabalhando 24 horas em função dessas crianças que estão em casa, acabam deixando os pais sobrecarregados, dificultando essa ida à instituição, por exemplo.

São realizadas semanalmente orientações de todos os setores (psicossocial, clínico e pedagógico) com as famílias para fazer as orientações necessárias da melhor forma. Essas orientações são separadas pelas áreas para serem bem direcionadas e bem compreendidas pelas famílias.

Uma das preocupações relatadas é sobre a saúde mental dessas crianças, que necessitam muito desse contato direto com outras pessoas. De acordo com a enfermeira Karen há malefícios que essa pandemia pode trazer, não só para as crianças com algum tipo de deficiência, mas para todos é a questão da saúde mental. “A maneira que temos para se prevenir é ficando em casa, isolando-se, não tem mais festa de aniversário que se pode encontrar com os amigos, não podemos ir ao parque, ao circo, por exemplo. Essa falta de interação social pode, não só com essas crianças, mas em todos, pode causar algum distúrbio de saúde mental, a pessoa pode ficar mais depressiva, ou desenvolver alguma doença mental que provavelmente já tinha, mas que não tinha se manifestado”, completa.

 

Ficha Técnica:

Repórter: Larissa Hofbauer

Publicação: Mirella Mello

Supervisão: Vinicius Biazotti

Documentário em áudio lembra reportagens produzidas durante os primeiros meses de 2021 e expõe os impactos da pandemia na Educação. O material foi produzido pela Turma 34 de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).