Concorrentes à Presidência da República se contrapõem sobre privatizações

Texto publicado originalmente na edição de número 204 jornal laboratório Foca Livre.

 

 

Questões sociais nem sempre aparecem nos planos de governo dos 13 candidatos à Presidência da República. Educação, por exemplo, não aparece na plataforma de governo de Henrique Meirelles (MDB). Reforma trabalhista não é citada em sete programas de governo, como Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB), João Amoêdo (Novo), Eymael (DC) e Marina Silva (Rede).

 

 

A questão da previdência social não aparece em dois programas, Cabo Daciolo e Eymael. Direitos humanos não aparecem em cinco, como Alvaro Dias, Daciolo, Jair Bolsonaro (PSL), Amoêdo e Eymael. Privatização não é citada em dois programas de governo, como Alvaro Dias e Eymael.Dos seis que citam a reforma trabalhista, Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (Psol), João Goulart Filho (PPL) e Vera (PSTU) prometem revogá-la. Ciro propõe adaptar as leis às novas tendências do mercado. Bolsonaro defende criar uma nova carteira de trabalho, para que o contrato individual prevaleça sobre a CLT.

 

 

Dos 11 candidatos que se posicionam acerca das privatizações, seis são contra a venda de estatais, como Boulos, Ciro, Daciolo, Haddad, Goulart Filho e Vera,  e cinco favoráveis, Alckmim, Amoêdo, Bolsonaro, Marina e Meirelles.

 

 

Para a previdência social, Alvaro Dias propõe um regime de capitalização do fundo do INSS. Ciro pretende capitalizar, mas promete discutir a introdução de idades mínimas diferenciadas por atividade e gênero. Haddad afirma que pretende assegurar a sustentabilidade do sistema previdenciário e rejeita reformas. Alckmin propõe criar um sistema único de aposentadoria para igualar direitos. Boulos pretende unificar os regimes da previdência para garantir aposentadoria para todos e prevê o fim da contribuição dos aposentados. Meirelles propõe a convergência entre os sistemas públicos e privados. Bolsonaro defende um sistema de capitalização. Amoêdo é o único a propor a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. Goulart Filho promete revogar o teto do INSS para aposentados públicos e privados e pretende revogar todas as leis previdenciárias aprovadas nos últimos 30 anos. Marina promete a transição para um sistema misto de contribuição e capitalização e Vera afirma que não vai permitir nenhuma reforma da previdência.

 

 

Dos oito candidatos que fazem propostas sobre direitos humanos,  Ciro promete recriar a Secretaria das Mulheres, incluir a população  negra e criar políticas públicas LGBT. Haddad propõe implantar um Sistema Nacional de Direitos Humanos, promover os direitos dos jovens, LGBT, crianças, idosos e pessoas com deficiência. Alckmin defende políticas para a população negra, um pacto para a redução da violência contra idosos, mulheres e LGBT. Boulos propõe garantir a cidadania da população LGBT, incentivar o parto humanizado, legalizar o aborto, destinar 1% do PIB para o combate à violência contra a mulher e promover políticas de emprego para travestis e transexuais. Meirelles afirma que vai incentivar a redução da diferença salarial entre os gêneros. Goulart Filho promete combater preconceitos e defende que as mulheres tenham todos os direitos garantidos pelo Estado. Marina propõe políticas para superar desigualdades que atingem mulheres, pessoas com deficiência, LGBT, jovens e idosos. Vera defende o combate ao racismo, à violência contra mulheres, o aborto livre, público e gratuito e a criminalização da LGBTfobia.