Crítica de Ponta #117
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Reféns das redes sociais antes, durante e pós-pandemia
O documentário O Dilema das Redes, lançado em 2020 pela Netflix, mostra como as grandes plataformas preveem o comportamento de usuários através dos dados que os mesmos fornecem. Com 1h34m, o longa traz ex-funcionários de empresas como Google, Facebook e Twitter para falar sobre os perigos das redes sociais misturando assuntos atuais como política.
A produção cria, junto com as entrevistas e dados, a história que envolve uma família onde todos são viciados em celular e internet, mostrando os problemas do uso exacerbado. É possível ver também como as grandes redes tornam as pessoas como produtos e induzem a consumir, comprar e pensar de alguma forma. A denúncia é simples: os efeitos do uso da tecnologia pela população mostram os efeitos desde cedo em crianças e jovens.
A tecnologia tem afetado negativamente as relações sociais. Foto: Reprodução | Netflix
Lançado em 2020, O Dilema das Redes aborda, além da saúde mental, a questão das fake news, como o movimento pode causar uma guerra civil. A produção mostra como todos os “passos” e rastros que usuários deixam na internet são "fiscalizados", como os algoritmos são ágeis e funcionam para agrupar os usuários de acordo com os gostos. Quando você curte, comenta, compartilha ou pesquisa algo, o assunto tende a aparecer mais na sua timeline e, mais e mais, eles te prendem nas redes sociais.
Com o início da pandemia em março de 2020, milhões de pessoas se sentiram presas em casa sem poder ter contato presencialmente com parentes e amigos, tornando-se reféns da internet. No começo, a relação entre o indivíduo e os recursos tecnológicos foram importantes, e são até hoje, para manter trabalhos, aulas e relações sociais. Mas com o passar do tempo, o uso intenso e diário foi se tornando cada vez mais prejudicial. Estudos comprovam que, apenas em 2020, foram constatados 53 milhões de novos casos de depressão e 76 milhões de ansiedade, segundo o periódico científico The Lancet.
Será que com a volta do ‘normal’ as relações entre as pessoas também voltarão a ser as mesmas? A população conseguirá deixar de lado o celular e focar no ‘real’? Trata-se de um problema mundial, onde a internet se faz cada vez mais presente em tudo que se faz, mas também torna mais reféns do uso. Afinal, como agir?
Por Ana Paula Almeida
Serviço:
Documentário: O Dilema das Redes
Direção: Jeff Orlowski
Duração: 1h34m
Ano: 2020
Índio paranaense reúne contos regionais na obra Histórias de um Guarani
Com autoria de Nelson Florentino, índio guarani paranaense, o livro Histórias de um Guarani reúne 18 contos originais, que foram escritos no período em que o autor trabalhou com o linguista americano, Robert Dooley. Juntos, eles elaboraram um dicionário e gramática da língua guarani e também a tradução da Bíblia Sagrada. Foi com as histórias presentes no livro que Nelson ensinava guarani para Robert.
Um dos aspectos que chama atenção é o fato da obra ser trilíngue, escrita em guarani, português e espanhol. O intuito de abordar os três idiomas é registrar e difundir as histórias tradicionais do povo guarani, além de possibilitar que o livro circule em outros países. A obra também conta com várias ilustrações, cada conto possui uma, o que facilita a compreensão e a abordagem de cada um.
Capa do livro Histórias de um Guarani | Foto: Reprodução
Com algumas histórias longas e outras breves, o livro apresenta um aspecto interessante, que é o fato de alguns contos não possuírem um fim, ou seja, terminam sem relatar o que aconteceu depois. Mas isso pode ser explicado por uma frase no começo do livro, indicando que é uma obra diferente da tradição e roteiro literário, que tem abertura, desenvolvimento e conclusão.
É uma obra escrita do jeito guarani, com histórias que ensinam sobre o povo guarani e explicam como eles compreendem o mundo e a natureza. Portanto, são histórias antigas repletas de sabedoria.
Ao final, a obra traz os depoimentos do linguista Robert Dooley, do autor Nelson Florentino e da filha do indígena, Sara Gonçalves. O livro, lançado em 2019, conta com 130 páginas e pode ser adquirido pelo site da editora Toda Palavra, pela Amazon e pela Estante Virtual.
Por Deborah Kuki
Serviço:
Livro: Histórias de um Guarani
Escritor: Nelson Florentino
Editora: TodaPalavra Editora
Páginas: 130
Ano: 2019
A diversidade musical e artística do pós-pandemia
Durante grande parte da pandemia, onde a população se encontrava isolada e com diversas atividades restritas, houve um aumento no consumo diário de músicas. Por conta disso, plataformas de streaming e artistas levaram o cenário musical para longe dos palcos e dos shows. O Spotify anunciou em setembro que atingiu a marca de 172 milhões de assinantes pagos e 381 milhões de usuários ativos mensais, com a previsão de chegar aos 400 milhões até o fim do ano.
A forma de se produzir música também sofreu mudanças, a tecnologia possibilita que artistas ou qualquer tipo de pessoa crie e divulgue seus conteúdos através do próprio computador, seja de forma profissional ou apenas como um hobby. É o caso da PGZ Crew, criada no início de 2021, em Ponta Grossa.
Os integrantes da PGZCrew tem o estilo musical baseado na brasilidade | Foto divulgação: dzvk
Auto definida como uma crew, a PGZ conta com oito integrantes: os fundadores Erick Conche (guitarra e voz) e Romanov (vocalista), seguidos pelos violinistas Renan e Nathan, Gabriel Canuto (teclado e voz), Ian Caco (percussão e voz), Tuomas (produção e baixo) e Juan Cassius (produção e percussão). A identidade visual, formal e criativa foi montada a partir das habilidades e referências de cada um, desde ensaios de covers até produções autorais, explorando ritmos e estilos brasileiros como rap, samba e MPB.
De acordo com Ian Caco, responsável pela percussão e voz, a crew está trabalhando em um projeto autoral, mas que ainda não possui data de lançamento. “O objetivo é cada vez mais colocar nossas músicas e projetos na rua, criando conteúdo próprio, e fazer shows com uma pegada bem brasileira”, explica. Caco destaca que a música como meio de interação social e propagação de mensagens pode ser importante no pós-pandemia. “Passamos por uma crise de saúde, de economia e de governo, onde somos bombardeados por notícias boas e ruins a todo instante, mas através da música temos a oportunidade de ouvir histórias que vão além da vivência e do noticiário, conhecer outras pessoas, ideias e lugares através da arte”, conclui.
Por Gabriel Ryden
Serviço:
Instagram: https://instagram.com/pgz_crew?utm_medium=copy_link
Facebook: https://www.facebook.com/pgzcrew
Com pandemia de covid-19, Fenata 2021 manteve versão híbrida de apresentações
O 49° Fenata neste ano contou com apresentações de peças de forma presencial e transmissões on-line, que ainda podem ser assistidas pelo youtube da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
A apresentação da peça Entre o Sol e a Lua, na mostra paralela do festival, foi transmitida através da plataforma do youtube e contou com quatro personagens: Lobato e Carmélia. A peça relata a procura de Lobato e Carmélia pelo sol e a lua para, então, poder brincar, além de trazer a amizade entre os personagens e as descobertas que fazem ao longo do percurso, onde as pessoas determinam as aventuras vividas até chegar ao objetivo, que no processo se torna um sonho impossível.
Entre o Sol e Lua foi uma das peças apresentadas no Fenata e transmitida ao vivo pela UEPG através do YouTube | Foto: Luana Budziak | Divulgação instagram UEPG
A peça traz ainda um recado importante de forma leve: as meninas são capazes de fazer tudo aquilo que desejam e, quando são pressionadas a fazer algo que lhes deixem desconfortáveis, devem fugir e procurar ajuda de um adulto de confiança.
Para quem se interessa pelo universo do teatro, a mostra geralmente vale a recomendação. Neste caso, a peça é alegre e os personagens bem humorados. Uma coisa interessante é que durante toda a apresentação, ao lado inferior da tela, possui um intérprete de libras, deixando a peça acessível para todo público. Para quem perdeu os dias das apresentações, a peça está disponível no Youtube da UEPG. Além de Entre o Sol e a Lua, é possível ter acesso também às outras mostras.
O Fenata conta com o patrocínio do Grupo GMAD-Madcompen, Tratornew e Lojas MM, com apoio da Prefeitura de Ponta Grossa e organização da Diretoria de Assuntos Culturais da Proex-UEPG e pela FAUEPG.
Por Larissa Godoi
Serviço:
Peça: Entre o Sol e a Lua
Disponível: Youtube da UEPG
Duração: 43 min
Coletivo de Estudos abre espaço para trabalhos indígenas dentro da UEPG
No ano de 2021 a população indígena brasileira sofreu diversos ataques, que vieram tanto de pessoas isoladas como também do próprio governo. Um exemplo é a mudança na demarcação das terras indígenas proposta pelo Governo Federal. Em tempos de ataques e desrespeitos, o trabalho realizado pelo Coletivo de Estudos e Ações Indígenas (CEAI), a partir da UEPG, se revela socialmente relevante.
Presente no Instagram, Facebook eYouTube, o coletivo utiliza as redes sociais como ferramenta para compartilhar os projetos realizados pelos integrantes, que são indígenas e não indígenas. No conteúdo postado encontram-se entrevistas, lives, oficinas, dicas de grupos de leitura e textos em áudio.
O CEAI possui 2045 seguidores na página no Facebook | Reprodução Facebook
O coletivo também possui uma conta no site Medium, onde são publicados todos os textos produzidos pela equipe de comunicação do CEAI. O material em texto é produzido de acordo com os eventos realizados pelo grupo e, após feito o upload no Medium, o conteúdo é divulgado nas redes sociais do projeto.
O trabalho realizado pelo CEAI nas redes sociais tem valor social e político, principalmente nos dias atuais, considerando os recentes acontecimentos que envolvem a população indígena brasileira. Ao trabalhar com empresas como Instagram e Facebook, o coletivo aumenta as chances de mais pessoas conhecerem os trabalhos realizados não só dentro da universidade como também em aldeias indígenas.
Por Levi de Brito
Serviço:
Coletivo de Estudos e Ações Indígenas (CEAI)
Projeto de extensão UEPG
Laboratório de Estudos do Texto
Em PG, maçã do amor gourmet não é exclusividade de festa junina
Você sabia que a maçã do amor não é exclusividade de festa junina? Não é preciso esperar até o mês de Junho para matar a vontade de comer a fruta caramelizada.
Em Ponta Grossa, a MiaMela é um estabelecimento que oferece não apenas o sabor tradicional do doce, mas traz uma variedade de opções: ovomaltine, oreo, leite ninho, nutella são algumas das opções “tradicionais” oferecidas no cardápio. Mas, os sabores que merecem destaques são os inusitados: churros, palha italiana, M&M, Kit Kat e brownie.
Maçã artesanal sabor churros coberta de caramelo caseiro, açúcar e canela | Foto: Tayna Lyra
Além de opção como sobremesa, é possível fazer encomenda para brindes corporativos, casamentos, datas comemorativas, festas infantis e uma opção de presente. Além da variedade, MiaMela também faz edições especiais, limitadas. A cada data comemorativa, eles fazem maçãs customizadas, como no dia dos namorados, halloween, natal e páscoa. Também há opção de lembrancinhas, com as maçãs artesanais personalizadas com cor e nome
Os valores das maçãs variam de R$18,00 (oreo) a 30,00 (brownie) a unidade, preço que pode ser considerado alto para os que estão acostumados a pagar cerca de R$10 na fruta caramelizada em festas juninas, mas levando em consideração serem artesanais e gourmets, o preço vale a pena. Elas vêm em embalagens que remetem ao “feito à mão”, deixando a experiência única e pessoal, ligada ao lado rústico do artesanal e sofisticado do gourmet. Você pode pedir como sobremesa através da plataforma de delivery IFood, ou pelo próprio site da MiaMela. Não deixe de relembrar o sabor típico junino, em qualquer época do ano e com opção aprimorada.
Por Tayna Lyra
Serviço:
Site: https://www.miamela.com.br/
Instagram: https://www.miamela.com.br/instagram
Para fazer seu pedido: https://www.miamela.com.br/contate-nos
Crítica de Ponta #116
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Série da Netflix retrata mães solo e violência doméstica
Lançada em outubro pela Netflix, a série Maid aborda maternidade, mãe solo, violência doméstica e pobreza. A produção é protagonizada por Alex, uma mulher que trabalha como empregada doméstica para pagar as contas e sustentar a filha, Maddy. A série, com 10 episódios, é inspirada na história de Stephanie Land, que também escreveu o livro Superação: Trabalho Duro, Salário Baixo e o Dever de Uma Mãe Solo, entre os mais vendidos do New York Times.
A trama inicia quando Alex, cansada dos abusos que sofria do namorado, decide fugir no meio da noite com a filha de dois anos. A partir daí, a jovem mãe enfrenta diversas dificuldades e tenta usar os escassos e burocráticos auxílios do estado. Inicialmente Alex recusa a vaga no abrigo de violência doméstica para mulheres, pois não se sente vítima de violência, já que nunca sofreu agressão física. Porém, a jovem acaba aceitando a moradia no abrigo. É aí que a série trabalha de forma profunda os diferentes tipos de violência existentes: física, emocional, psicológica, entre tantas outras. É no abrigo que Alex percebe que aquilo que vivia também era um relacionamento abusivo, ou seja, que relações abusivas não se limitam à agressão física. Maid é uma daquelas séries que te deixa com lágrimas nos olhos, trabalhando com cuidado um tema importante a ser debatido nos dias atuais.
Cena da série “Maid” disponível na Netflix | Foto: Divulgação
Em Ponta Grossa, a Lei Corina Portugal, sancionada em 2010 pelo então prefeito da cidade, combate a violência doméstica contra mulheres. A lei traz no nome o caso de feminicídio que aconteceu em PG em 1889. Considerada adúltera, Corina Portugal foi assassinada pelo próprio marido, que foi inocentado pelo júri. Em memória ao caso, o Abrigo para Mulheres Vítimas de Violência de Ponta Grossa recebe o nome de Corina Portugal.
Para denunciar casos de violência, a vítima pode entrar em contato com a Delegacia da Mulher. Em casos de urgência, também há a possibilidade de acionar a Polícia Militar ou a Guarda Municipal. Para denúncias anônimas, a ligação deve ser feita à Central de Atendimento à Mulher, que funciona 24 horas. A ligação é gratuita pelo número 180. O apoio de familiares e amigos também ajuda na denúncia, além de ser uma rede de apoio e acolhimento à vítima. Não se cale, denuncie!
Por Deborah Kuki
Serviço:
Série: Maid
Criação: Molly Smith Metzler
Duração: Aproximadamente 50 min. cada episódio (10 ep.)
Ano: 2021
Disponível em Streaming: Netflix
Interior representa menos de 30% da cobertura do Boa Noite Paraná
Produção e exibição do Boa Noite Paraná era totalmente local desde 2014 | Foto: Reprodução/RPC
No início da pandemia, as redações jornalísticas sofreram mudanças. Jornalistas passaram a fazer trabalho remoto, equipes foram realocadas e até funcionários foram demitidos. A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, por exemplo, suspendeu a produção de telejornais locais no interior.
A partir de 1º de maio de 2020, o Boa Noite Paraná passou a ser transmitido de Curitiba para as sete regionais da emissora. Com a mudança, os jornalistas do interior participam eventualmente, enquanto o jornal é apresentado da capital.
A reportagem do Crítica de Ponta acompanhou o telejornal entre 25 e 30 de outubro para avaliar se a cobertura contempla todas as regiões do estado. No período, foram exibidos 74 conteúdos, entre reportagens, notas informativas e entradas ao vivo. Curitiba representa 55% das notícias veiculadas, enquanto 18,8% envolvem assuntos de interesse estadual, como a alta no preço do etanol.
Pouco mais de 26% da cobertura tem relação direta com o interior. Ponta Grossa é a segunda região menos representada, com apenas duas reportagens exibidas. A regional de Foz foi a mais participativa, somando 6,3% da cobertura.
Outra observação diz respeito à interatividade. Em cinco dos seis dias de análise, todas as participações eram de moradores da capital ou faziam menção a um assunto da região de Curitiba, o que demonstra uma baixa identificação do interior com os conteúdos exibidos.
É compreensível que o Boa Noite Paraná priorize as notícias de Curitiba, já que o jornal é gerado lá. Mas, será que ainda faz sentido manter a suspensão do telejornal em outras praças? A emissora sempre diz estar próxima dos telespectadores, com o compromisso de mantê-los bem informados. Não é bem isso que tem acontecido, principalmente no interior.
Por Matheus Gaston
Serviço:
Boa Noite Paraná
Realização: RPC (canal 7.1 em Ponta Grossa)
Exibição: segunda a sábado, a partir das 19h10
Apresentação: Sandro Dalpícolo
Ainda é possível conhecer o trabalho do paranaense Vilanova Artigas em tour digital
Com a pandemia do novo coronavírus espaços que dependem da visitação de pessoas, como por exemplo os museus, se viram de ‘mãos atadas’. A alternativa encontrada por diversos artistas, em todo o mundo, foi apresentar as obras de maneira virtual, por meio de lives, vídeos e até mesmo em salas do meet (Google).
O Museu Campos Gerais (MCG) não ficou para trás. Em parceria com o Museu Oscar Niemeyer (MON) a exposição João Vilanova Artigas: nos pormenores um universo estreou no dia 26 de novembro de 2020 em Ponta Grossa. Um dos destaques é o tour digital em 360° disponibilizado gratuitamente no site do MCG.
O tour digital lembra bastante o sistema de navegação do Google Maps | Foto: Museu Campos Gerais
À primeira vista, o conceito de exposição virtual pode parecer estranho, mas as equipes de produção dos museus acertam ao trabalhar em conjunto com o fotógrafo pontagrossense Sérgio Magraf na produção das imagens. Na mostra, o visitante pode conferir diversas obras: Casinha (1942); 2° Casa do Arquiteto (1949); Casa Mendes André (1966); Casa Baeta (1956); Pilar da Rodoviária de Jaú (1973); Pilar de Anhembi Tênis Clube (1961) e Escada Caracol da Casa Bettega (1953).
Obviamente, a experiência é diferente da presencial, mas a produção do tour digital capricha nos detalhes para deixar o passeio virtual divertido e interessante. Um exemplo é a possibilidade de acessar os textos de apresentação das obras e até mesmo análises dos curadores da mostra. A exposição física já não se encontra mais no MCG, mas o passeio virtual ainda pode ser realizado e segue disponível no site do Museu. Uma oportunidade de conhecer o trabalho de um artista paranaense na arquitetura.
Por Levi de Brito
Serviço:
João Vilanova Artigas: nos pormenores um universo
Curadoria: Nisiane Madalozzo e Gustavo Paris
Realização: Museu Oscar Niemeyer (MON)
Promoção: Museu Campos Gerais (MCG), Proex e UEPG
Disponível em: https://www2.uepg.br/museu/visita-em-360o-a-exposicao-vilanova-artigas/
Até onde der é uma das músicas autorais lançadas durante a pandemia em PG
Durante a pandemia de Covid-19, artista de Ponta Grossa lança música autoral. Até onde der foi lançado em maio de 2021, mas não é a primeira canção de autoria do Luizinho.
Com a diminuição de eventos, em função da pandemia, Luizinho iniciou o projeto Ladeira HomeStudio, com gravações de músicas autorais e mixagens que percorreram o Brasil. Além do estúdio, o artista lançou a We cerimoniais e casamentos, em parceria com a musicista e cerimonialista Silvia Almeida, mantendo ainda agenda de shows autorais, covers e trilhas sonoras exclusivas.
A letra da canção Até onde der questiona o destino, que permite que o jovem encontre o amor no caminho. Porém, quando chega a hora da despedida, a única coisa que sobra são as memórias que compensam o abraço da jovem. Ao encontrar o amor, o mundo, que antes estava sem cor, torna-se colorido. A música possui um ritmo lento que, combinado com a letra, permite que o ouvinte sinta a intensidade da composição. O clipe é a primeira produção local da GoodTrip StreetWear.
Capa do single Até onde der. | Foto divulgação
A música pode ser ouvida através do Spotify e Youtube. No Youtube o clipe conta com mais de 210 visualizações, 26 likes e 13 comentários, todos com avaliações positivas feitas pelo público sobre a canção.
Nas redes sociais, onde acumula mais de 1000 seguidores, o artista publica com frequência as canções, covers e outros trabalhos que desenvolve, o que permite com que os projetos sejam divulgados e alcance um maior número de pessoas.
A título de curiosidade, em 2021, Luizinho conquistou o primeiro lugar no 33° FUC, com a canção O eterno é o presente.
Por Larissa Godoi
Serviço:
Música: Até onde ser
Duração: 3:37
Artista: Luizinho
Ano: 2021
Apesar do reajuste na mensalidade, diretoria do Operário tenta atrair público ao estádio
Diretoria do OFEC garante valores promocionais até o final do Campeonato Brasileiro da Série B | Foto: Redes sociais Operário
Durante o período de isolamento, em que as práticas esportivas foram uma das atividades paralisadas, o valor das mensalidades para os sócios torcedores do Operário (OFEC) de Ponta Grossa tiveram reajustes. A categoria mais prejudicada foi o sócio prata, que é mais simples do estádio. O aumento foi de mais de 80%, passando de 55,00 para R$ 100,00. A polêmica se torna injusta quando, além do valor abusivo, e longe dos padrões de preços de times da série B do brasileirão, o aumento nas outras categorias do estádio (ouro e diamante), onde ficam os torcedores em melhores condições financeiras, tiveram reajuste de apenas 10 reais.
Agora, com os torcedores fazendo uma espécie de ‘protesto’ para renovar a carteira de sócio, a capacidade de pessoas no estádio no jogo que marcou a volta da torcida, contra o Ponte Preta, ficou abaixo do esperado. Assim, a diretoria do OFEC lançou promoções, que devem durar até o final do campeonato. Os ingressos, foram de R$150 para 30 reais. Valor bem diferente do anterior, o que pode reaproximar o torcedor do Clube e, talvez, trazer outras pessoas para conhecer o Germano Kruger.
Voltar às arquibancadas pode proporcionar uma sensação de normalidade, matar a saudade e é uma forma de lazer que, para os apaixonados por futebol, não tem preço. Mas, vale ressaltar, nos estádios também há risco de contaminação com o vírus da Covid-19. É importante redobrar os cuidados e ficar atento às normas de prevenção no estádio. A presença da torcida para incentivar a equipe em campo e desestabilizar os adversários ajuda, mas é fundamental preservar a saúde e a vida da família. Portanto, não tire a máscara e apresente documentos que comprovem a imunização.
Por Tayna Lyra
Serviço:
Valor de ingresso para assistir jogos do Operário (OFEC) no Germano Krueger:
Arquibancada Geral (Setor Prata): R$ 30 – inteira / R$ 15 – meia-entrada
Arquibancada Inferior (Setor Ouro): R$ 40 – inteira / R$ 20 – meia-entrada
Arquibancada Superior (Setor Diamante): R$ 60 – inteira / R$ 30 – meia-entrada
No momento da compra e do acesso ao estádio, deve-se apresentar documento comprobatório do direito a meia-entrada junto com documento de identificação com foto.
Feira da Barão é alternativa para consumo de produtos artesanais em PG
Mais de mil pessoas passaram pela primeira edição da Feira do Barão, realizada em outubro de 2021 | Foto: Reprodução Prefeitura de Ponta Grossa
A Feira na Praça Barão do Rio Branco, também conhecida como Ponto Azul, é uma alternativa para consumo de produtos artesanais, como velas, artesanatos, quadros, bijuterias, roupas e brinquedos. Um detalhe importante: a comercialização de produtos industrializados é proibida na feira, o que prestigia artistas locais.
Os artesões, artistas, cultores, micro e pequenos empreendedores locais foram um dos principais setores afetados em quase dois anos da pandemia de Covid-19 e, consequentemente, paralisou as atividades com o isolamento social. Agora, com o avanço da vacinação e o retorno gradual de algumas atividades, os artistas têm a possibilidade de retomar a rotina e recuperar. A feira é uma ótima opção aos artistas locais para expor e comercializar as produções na região central da Cidade.
A feira tem mais de 100 barracas, separadas em três partes no espaço. A área, próxima da concha acústica, é destinada aos artesãos, como pintores de cerâmicas, quadros, bordadeiras e fabricantes de brinquedos. O local próximo ao parque infantil é para produtos da culinária artesanal e o espaço é ocupado pela praça de alimentação e a exposição de plantas ou flores.
O ponto azul é um espaço oportuno para feira, pois organiza as mais de 100 barracas, além de contar com uma unidade cultural da cidade de Ponta Grossa. A feira acontece até o dia 12 de dezembro, todos os domingos, das 9h às 15h e, em caso de chuva, será transferida.
Por Yasmin Orlowski
Serviço:
Feira do Barão
Local: Praça do Barão do Rio Branco (Ponto Azul) - Centro
Data: todos os domingos
Horário: 9h às 15h
CRÍTICA DE PONTA #115
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Implicações da desigualdade social norteiam enredo de Round 6
“Batatinha frita 1, 2, 3”: Boneca do primeiro de seis jogos em Round 6| Fonte: Divulgação
Lançada em setembro de 2021 pela Netflix, a série sul-coreana Round 6 se tornou um fenômeno mundial em pouco tempo e, atualmente, já é a produção de maior sucesso na história da plataforma de streaming. A obra retrata pessoas endividadas que se sujeitam a jogos e brincadeiras infantis para conquistar um prêmio bilionário em dinheiro que, a cada jogador eliminado, aumenta.
Ao considerar que a eliminação se dá com a morte dos participantes, o contexto desperta o pior possível em cada um dos jogadores. Quanto menos concorrerem, maior o prêmio no final. A série aborda de maneira irônica e cruel o quão reféns estão as pessoas do atual sistema capitalista e a que se sujeitam para, da forma mais imediata possível, sanar alguns problemas. Apostas, mais empréstimos, jogos de azar e caça níqueis são algumas das opções que podem quebrar alguém financeiramente.
O instinto de sobrevivência durante o jogo leva a pensar em questões literalmente “selvagens”, como os mais vulneráveis que evitam dormir para não ser caçados durante a noite pelos mais fortes. No primeiro episódio, o protagonista Seong Gi-Hun (Lee Jung-Jae), enquanto tenta sem sucesso a sorte em uma máquina caça níqueis, ouve de uma criança bem-sucedida no jogo que “ele não está pensando”. A única diferença entre humanos e animais, a capacidade de discernir, se mostra essencial para as tomadas de decisões que podem levar a tudo, ou, a nada.
A série, em si, não justifica o sucesso obtido, o que leva a crer que parte da audiência se deve à curiosidade pela produção já estar no topo. Pode segurar a audiência na criação de suspense, mas não tem o carisma necessário para, efetivamente, cativar o público. Enquanto crítica ao capitalismo, caso seja uma real intenção, ainda fica atrás, por exemplo, do clássico Clube da Luta.
Em Round 6, quando um jogador é favorecido, o discurso de desigualdade é dito explicitamente, mas as brincadeiras de criança e a tensão criada não são suficientes para solidificar a série. A conclusão é de que o sucesso não se deve a possíveis questionamentos que deveriam ser levantados, mas sim à eventual identificação com a realidade financeira dos personagens, o que, pelo menos, abre um debate sobre a eficiência do capitalismo em nível mundial.
Por Cássio Murilo
Serviço:
Título: Round 6
Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/81040344
Temporadas: 1
Episódios: 9
Ano: 2021
Pandemia e a cegueira da atualidade
A priorização do bem-estar pessoal ao bem estar-coletivo e a falta de empatia são aspectos observados na sociedade atual durante a pandemia, mas também no livro Ensaio Sobre a Cegueira (edição 2020) de José Saramago. O livro apresenta a história de uma epidemia de cegueira, chamada de cegueira branca.
No livro, as autoridades levam os infectados a um manicômio vazio, para ficarem afastados da sociedade, sem nenhum suporte do governo ou de outros serviços da sociedade. O descaso com a doença no livro, pode servir como analogia à pandemia da Covid-19 no Brasil, onde o presidente, Jair Bolsonaro, tratou muitas vezes a doença com descaso chamando-a de ‘‘gripezinha’’, desinteressado nas medidas protetivas, negando lockdown e as vacinas. Também podemos relacionar ao caso que aconteceu na última quinta-feira (21) quando o presidente comparou a vacina com a AIDS. A falta de cuidado com a sociedade e de priorização do coletivo, num cenário pandêmico, consequentemente, resultam em mais infecções e mortes.
Foto: Ensaio Sobre a Cegueira|Editora Companhia das Letras, Edição 2020
Em Ensaio Sobre a Cegueira, sem as autoridades e sem cuidados básicos, os infectados com a doença começam a se desentenderem. O caos dentro do manicômio ocasiona brigas, roubos e estupros. Esse individualismo presente no livro denuncia o estado que se abastece, até certo ponto, da morte e da doença. Em relação a pandemia da Covid-19, podemos usar de exemplo a crise econômica que serviu como instrumento para o aumento da desigualdade social e econômica no mundo. Enquanto mais de 200 milhões de pessoas entraram em estado de pobreza durante a pandemia, a riqueza dos maiores bilionários do mundo aumentou em cerca de 5 trilhões de dólares.
Fato é que a falta de empatia com as pessoas sempre esteve presente na sociedade, mas com a pandemia ficou mais visível isso. Assim, o livro Ensaio Sobre a Cegueira serve como apoio a essa análise da sociedade atual, mesmo sendo um livro lançado em 1995. O que fica após a leitura e reflexão da obra é o questionamento: o que realmente se revela da natureza humana quando enfrentamos uma pandemia.
Por: Evelyn Paes
Serviço:
Livro: Ensaio Sobre a Cegueira (José Saramago) - 2ª edição
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2020
Páginas: 312
Autenticidade e psicodelia marcam novo single de Augusto Aguieiras
Lançado no final de setembro de 2021, o single Recursão faz parte do EP A Luz que Leva, recente trabalho de Augusto Aguieiras. Produzido pela gravadora independente Abrigo Records, a faixa com melodia psicodélica se desprende do usual e leva o ouvinte a uma viagem mental. Com clipe visualmente imersivo, a experiência se eleva e é possível viajar pela história contada por Aguieiras.
A faixa com pouco mais de quatro minutos de duração, se constrói em atos entre os refrões, com momentos e fases da vida de uma pessoa, sempre retornando ao ponto inicial, os refrões. Essa estratégia leva o ouvinte a refletir se não está insistindo em algo que já tentou ou já fez, com a expectativa de em algum momento poder ter a certeza de que achou o caminho correto.
Augusto Aguieiras| Foto: Reprodução Youtube
Com uma proposta ousada, o artista finaliza a faixa com uma apoteose visual e sonora, partindo de um momento de calmaria com riffs mais calmos para uma psicodelia e descontrole. Sem dúvidas, Aguieiras entrega uma experiência autêntica ao público com Recursão. Apesar das transições e quebras abruptas no ritmo, no geral, a faixa apresenta constância dentro da proposta.
A Luz que Leva é o quarto EP do artista e também será lançado pela Abrigo Records, gravadora ponta-grossense focada na produção de músicas alternativas, mesclando produções sonoras e audiovisuais no canal oficial, onde a produtora explora os formatos de produção feitas para plataformas como Youtube e Spotify.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
Música: Recursão (2021)
Duração: 04:29
Artista: Augusto Aguieiras
Gravadora: Abrigo Records
Disponível: Youtube e Spotify
Coluna RC busca retratar eventos da ‘alta sociedade’ pontagrossense
Colunista social há 17 anos, o empresário Rômulo Cury retrata o cenário festivo, político e econômico de Ponta Grossa| Fonte: Divulgação
Colunista social há 17 anos, o empresário Rômulo Cury conquistou espaço na comunicação pontagrossense ao retratar o cenário festivo, político e econômico. "Os principais diferenciais do trabalho são os ensaios festivos, em que destaco mulheres empoderadas, valorizo famílias, destaco laços entre pais e filhos, e registro o amor indescritível de avós com os netos", explica Cury.
Além da força no veículo de imprensa, Cury possui engajamento na rede social Instagram, com mais de 11 mil seguidores, que têm acesso rápido às colunas da semana. Aproveitando o sucesso na carreira, Cury lançou uma autobiografia denominada "Quarenta e dois retratos", pela Editora Texto e Contexto, que conta com histórias da atuação no mercado de comunicação e eventos da cidade.
Romulo cursava Direito na Universidade Estadual de Ponta Grossa quando foi convidado para assinar uma coluna e desde então criou seu próprio estilo de atuação. A Coluna RC é publicada diariamente no Jornal da Manhã e é majoritariamente composta por fotos de eventos e pautas relacionadas à ‘alta sociedade’ de Ponta Grossa. Uma característica da coluna é a falta de profundidade nas pautas abordadas diariamente, que costumam trazer fotos e apenas uma linha de legenda descritiva da imagem. Não se trata de uma exposição detalhada dos acontecimentos, e sim uma breve descrição da foto. As fotografias publicadas são de autoria do fotógrafo Laertes Soares, parecendo uma agenda conjunta, sem esforço próprio do colunista.
Por Marcela Panzzarini
Serviço:
Página no Instragram @oromulocury
Link Coluna RC: https://m.jornaldamanha.info/mix/398516/confira-a-coluna-rc-desta-quarta-feira-27-10
Em ‘gastronomia solidária’, entidades ajudam a combater a fome em Ponta Grossa
A Casa da Sopa Vó Tereza precisa de ajuda para manter as doações das cestas básicas| Foto: Casa de Sopa da Vó Teresa
O assolamento da pandemia no início deste ano e o aumento da instabilidade política e econômica trouxe o Brasil novamente ao mapa da fome. São 19 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Mesmo com o aumento de exportações de alimentos, a má distribuição agrava a situação do país. A falta de programa para combater o problema e estímulos na agricultura familiar são pontos esquecidos pelo governo federal.
Em Ponta Grossa, a Cáritas Diocesana ajuda os migrantes que estão no município. Até o início de 2021, a instituição colaborou na distribuição de cestas básicas da campanha “Quem tem fome tem pressa”. Atualmente as doações de alimentos não perecíveis podem ser feitas no endereço Rua Padre César de Buss, nº 335.
A Casa da Sopa Vó Tereza (Rua Expedicionário Vicente Rodrigues do Prado, nº 231) também realiza ajuda social para combater a fome. As famílias carentes que ganham cestas básicas são as que contribuem com a horta comunitária no Cará-Cará. Mensalmente são distribuídos os alimentos e atualmente as pessoas precisam de doações para continuar com a campanha e manter a doação de sopas.
Instituições assim colaboram com a população na ausência do Estado, auxiliando no combate à fome, na manutenção das famílias necessitadas e em amenizar a desigualdade social e econômica que o governo atual tem proporcionado ao país. As doações são necessárias e as pessoas em condições de contribuir podem participar das iniciativas humanitárias. Ao clicar no link, há uma lista de lugares que recebem doações de alimentos em Ponta Grossa. Afinal, alimentação solidária também é gastronomia!
Por Leonardo Duarte
Serviço:
Casa da Sopa Vó Tereza: Rua Expedicionário Vicente Rodrigues do Prado, nº 231
Cáritas Diocesana Ponta Grossa: Rua Padre César de Buss, nº 335.
O que doar: alimentos não perecíveis
O tempo (de dois dias) do imperador em Ponta Grossa
O mês de outubro celebra os 141 anos da visita do imperador D. Pedro II e sua comitiva aos Campos Gerais do Paraná. O objetivo da visita era verificar as condições e o andamento da colonização dos imigrantes no estado. A telenovela Nos Tempos do Imperador, apresentada diariamente, às 18h, na Rede Globo de Televisão, retrata a história do imperador D. Pedro II já a frente da corte brasileira.
Nos Tempos do Imperador é uma sequência da novela Novo Mundo (exibida em 2017) e conta a história da família imperial. Cerca de 35 anos se passaram entre as tramas. A diferença entre as telenovelas é que a primeira contava a história de D. Pedro II e a Imperatriz Tereza, já a novela atual relata a história focada nos filhos: as princesas Isabel e Leopoldina. Na primeira trama o imperador tinha pouco mais de 20 anos, enquanto na atual conta com 40 anos, o que influencia na maturidade do personagem e no próprio enredo.
Mesmo com características de uma vida adulta e madura, a novela mantém algumas características típicas de uma trama das 18h, que proporciona aventura, humor, romance e emoção. A telenovela esbanja produção de cinema no audiovisual. O elenco conta com Selton Mello, Leticia Sabatella nos papéis de imperador e imperatriz, a condessa Luísa, pivô do casal imperial, é interpretada por Mariana Ximenes, e o vilão do drama (Tonico) é interpretado por Alexandre Nero.
A visita do imperador aos Campos Gerais dialoga com o D. Pedro II de Nos Tempos do Imperador. D. Pedro chegou pelo litoral, passou por seis cidades (Paranaguá, Antonina, Quatro Barras, Curitiba, Campo Largo, S. Luiz do Purunã e Palmeira) até chegar em Ponta Grossa. O imperador ficou dois dias em PG, foi recebido com festa pelo Major Domingos Ferreira, e conheceu a cidade pelo bairro de Uvaranas e as colônias de imigrantes.
A telenovela Nos Tempos do Imperador foi a primeira produção a voltar às gravações depois do início da pandemia de Covid-19 (março de 2020). Os episódios da novela passam de segunda a sábado, às 18h25, na Rede Globo de Televisão, e também são disponibilizados no serviço de streaming da emissora (Globoplay).
Por Maria Eduarda Eurich
Serviço:
Foto: Reprodução / Globo
Nos Tempos do Imperador (2021)
Telenovela (Rede Globo)
Gênero: Drama
Criação: Alessandro Marson e Thereza Falcão
Direção Geral: João Paulo Jabur
Direção Artística: Vinícius Coimbra
Acesso: https://globoplay.globo.com/
Crítica de Ponta #114
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
A ‘agressividade cinematográfica’ da violência policial contra negros
Vencedor do Oscar de Melhor Curta Metragem, Dois Estranhos (de título original Two Distant Strangers) foi lançado em abril de 2021 na Netflix. A trama apresenta o jovem negro Carter James (interpretado pelo rapper Joey Bada$$), que se vê preso em um looping temporal. Na tentativa de voltar para casa após acordar de uma noite com uma garota, acaba morto por um policial branco (Andrew Howard) várias e várias vezes.
O curta denuncia o preconceito e a violência presente em abordagens policiais contra negros nos Estados Unidos, o que também ocorre no Brasil. A situação reflete, em certos aspectos, o movimento Vidas Negras Importam (#BlackLivesMatter), onde os créditos trazem as frases “Diga os seus nomes” e “Lembre-se dos nomes deles”, além de uma lista de vítimas como George Floyd, estrangulado pelo joelho do policial branco Derek Chauvin em maio de 2020, na cidade de Minneapolis.
Cena do curta-metragem Dois Estranhos produzido pela Netflix | Imagem: Divulgação
De acordo com o 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em 2020 o Brasil teve 6.416 pessoas mortas por polícias civil e militar, 78,9% das vítimas são negras. O número total é o maior já registrado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública desde 2013, quando os dados começaram a ser coletados. Outro dado importante foi identificado pela pesquisa do Atlas da Violência 2021, onde 77% das vítimas de homicídio no Brasil são negras, e a chance de um negro ser assassinado é 2,6 vezes maior do que a de um não negro.
O curta Dois Estranhos divide opiniões, pois a maneira impactante como o delicado assunto é representado pode ser considerada até mesmo brutal para alguns. De certa forma, o alcance da plataforma e da premiação possibilitam discutir o racismo estrutural existente, além da denúncia de milhares de histórias reais de preconceito racial e violência policial no mundo.
Por Gabriel Ryden
Serviço:
Curta-metragem: Dois Estranhos
Direção: Travon Free e Martin Desmond Roe
Duração: 32 minutos
Ano: 2020 (lançamento mundial)
Disponível em Streaming: Netflix
Banda ponta-grossense conquista premiação da Rádio MEC com música autoral
A banda Casa Cantante foi premiada com a canção Lobo-Guará – Nosso Pantanal, no Festival de Música Rádio MEC 2021. A cantiga concorreu na categoria Música Infantil e teve mais de 13 mil votos do público.
A música fala de alguns dos vários animais que habitam o pantanal brasileiro: o lobo-guará, o tamanduá, a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo. A letra busca exaltar a beleza do bioma Pantanal e conscientizar as crianças sobre a diversidade da fauna brasileira. O clipe da canção ressalta a força dos animais, assim como enfatiza a importância da preservação da natureza.
Como uma poesia cantada, a letra e a melodia conseguem atingir não só as crianças, mas também um público de maior idade. Basta ouvir uma vez para guardar na memória.
O clipe da música Lobo-Guará – Nosso Pantanal ressalta a beleza da fauna brasileira e a importância da preservação da natureza | Foto: Youtube
Lobo-Guará – Nosso Pantanal faz parte do álbum autoral lançado em 2020, intitulado EP Animal. Ao todo, o álbum conta com cinco músicas. Além dos animais nativos do pantanal brasileiro, a banda Casa Cantante também apresenta sons de vaga-lumes, pássaros e cães de estimação. Por outro lado, a banda possui um segundo EP: Cantigas Cantantes, igualmente lançado em 2020, integra canções brasileiras tradicionais, mas com um outro arranjo melódico.
Criada em 2018 por Juliani Ribeiro e Joãozinho, Casa Cantante produz músicas voltadas para o universo infantil. As cantigas compostas pela banda possuem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento cognitivo das crianças através de brincadeiras cantadas.
Por Larissa Onorio
Serviço:
Música: Lobo-Guará – Nosso Pantanal (2020)
Banda: Casa Cantante
Disponível em: https://youtu.be/TZEOKZGSWy0
Exposição recupera memória do esporte em Carambeí
Além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida, o esporte também tem papel social. Mesmo que promova “disputas”, qualquer modalidade incentiva a sociabilidade e aproxima grupos que vivem diferentes culturas e realidades. Esse é um dos temas da exposição As práticas esportivas na colônia de Carambeí, que retrata a importância do esporte no desenvolvimento da comunidade carambiense.
O esporte entrou em quadra na década de 1920, com a chegada de imigrantes alemães na colônia. No início, as práticas não eram bem vistas pelos colonos mais velhos, por conta dos uniformes usados pelos jogadores e jogadoras. Com a paixão cada vez maior pelo esporte, a resistência diminuiu. Ao longo dos anos, diferentes modalidades ganharam força em Carambeí, como a ginástica, atletismo, futebol, vôlei e tênis.
Fotos fazem parte do acervo iconográfico da Associação do Parque Histórico de Carambeí, formado por mais de 10 mil registros | Foto: Reprodução/APHC
A mostra virtual, disponível no site do Parque Histórico de Carambeí, reúne mais de 470 fotografias que registram diferentes fases do esporte na cidade. O espaço também possui textos que contextualizam o desenvolvimento das práticas esportivas, bem como apresentam personagens envolvidos nesse processo, como a atleta Douwtje Dijkstra de Geus, responsável pela introdução do tênis na colônia. A exposição também está disponível em formato presencial na Casa da Memória do Parque. A entrada é gratuita e as visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 10h às 17h.
Um ponto negativo é que as imagens não possuem nenhuma legenda informando quem está nelas ou em que momento foram registradas. Mas, é preciso reconhecer que, no passado, o registro da informação em imagem talvez não fosse a maior das preocupações. O resgate histórico feito pela mostra fotográfica permite compreender o papel do esporte no fortalecimento da relação entre colônia e cooperativa para a história de Carambeí.
Por Matheus Gaston
Serviço:
As práticas esportivas na colônia de Carambeí
Curadoria: Felipe Pedroso
Assistente de pesquisa: Rafael Silva
Arte e diagramação: Lucas Los
Acervo: APHC e Frísia Cooperativa Agroindustrial
Disponível em: https://www.aphc.com.br/praticasesportivas/
Mesmo após reforma, Casa da Cultura de Irati continua com portas fechadas
O público ainda não pode visitar a Casa da Cultura de Irati (Fundação Edgard & Egas Andrade Gomes). As portas do antigo casarão permanecem fechadas devido a pandemia, mesmo após a reforma, que se prolongou por anos passando por diversas gestões municipais. As obras iniciaram em 2016 e o custo da restauração ultrapassa R$ 500 mil.
A reforma respeita o estilo arquitetônico do prédio, recuperando a concepção original. Entre os serviços realizados na residência estão a recuperação e substituição de estruturas em madeira, recuperação do telhado e das janelas, restauração de espaços como cozinha e banheiro, além de serviços de pintura e alvenaria.
Em julho de 2021, aconteceu a primeira e única atividade, desde a reforma da Casa da Cultura, a Exposição do 10º “Irati em Imagens”. A mostra apresentou as fotografias vencedoras do concurso que acontece anualmente para comemorar o aniversário do município.
A residência existe há 102 anos | Foto: Ana Moraes
O espaço por muitos anos promoveu atividades culturais nas mais diversas áreas, como teatro, artes plásticas e música, é um dos poucos lugares em Irati voltado ao setor cultural. Além disso, o móvel abrigou acervos históricos e, portanto, também exerceu o papel de um museu no município. Contudo, o local continua fechado para visitas da população, que permanece sem muitas opções na Cidade.
A Casa da Cultura é um antigo casarão de madeira construído em 1919 por Arcélio Batista Teixeira. A residência pertenceu primeiramente à família Gomes. Em 1987 foi cedida à prefeitura e em 2004 foi doada ao município. O prédio está localizado no centro da cidade, na Rua 15 de Julho.
Por Ana Moraes
Serviço:
Casa da Cultura, temporariamente fechada
Endereço: Rua 15 de Julho.
Venda online gera oportunidades no mercado de confeitaria
O Doces da Mi começou quando Milena Borochok, estudante de Engenharia Química, começou a vender bolos de pote na Universidade Tecnológica Federal do Paraná em 2019. Com a chegada da pandemia, a confeiteira se viu sem a oportunidade de vender bolos e decidiu iniciar o perfil no Instagram em dezembro de 2020. Desde então, o Doces da Mi tem em seu cardápio bolos e docinhos gourmet, e em datas comemorativas como Natal e Páscoa, chocotones e ovos recheados.
Milena em publicação do Instagram mostrando os bolos do cardápio | Foto: @docesdamipg | Instagram
Para fazer uma encomenda, a informação do perfil pede que o cliente realize com no mínimo cinco dias de antecedência. No cardápio há oito sugestões de sabores para os bolos: nozes, maracujá, prestígio, oreo, ferrero, ninho e nutella, quatro leites, e brigadeiro. Além da apresentação de quatro tamanhos de bolo que Milena trabalha, destaca-se a recomendação de uma a duas fatias para cada convidado.
Nas imagens da conta, é possível ver as decorações feitas e o preço dos bolos, de acordo com uma montagem simples. Pode-se notar que o valor é um pouco ‘salgado’ quando se vê que o bolo mini (de 13 cm) sai por R$90 e o grande (de 20 cm) por R$180. Decorações devem ser combinadas diretamente com Milena pela página, pois podem ter um preço diferente e, provavelmente, mais caro.
Os docinhos têm oito sabores diferentes (brigadeiro tradicional, beijinho, prestígio, ninho com nutella, limão, maracujá, kit kat e ferrero) e os preços também são altos como os bolos: 50 docinhos (com 3 sabores diferentes) por R$ 85,00 e um cento (com 4 sabores diferentes) por R$ 150,00.
O uso da internet tem se intensificado e na pandemia essa foi a alternativa para trabalhar e interagir. Uma loja virtual ajuda quem não pode abrir um espaço físico, pois evita aluguel e outras despesas.
O problema do Doces da Mi está no custo. Mesmo valorizando o produto ofertado, registra um preço elevado, se comparado ao que é possível comprar com o mesmo valor na Cidade. Os doces vendidos pela Milena são, deste modo, acessíveis apenas a um público que pode gastar mais em um momento em que a maioria da população enfrenta dificuldades para sobreviver.
Por Ana Paula Almeida
Serviço:
Instagram Doces da Mi:https://www.instagram.com/docesdamipg/
Preço: bolos a partir de R$90 e docinhos a partir de R$85
Em meio a pandemia, escritor de PG lança livro de ficção
Filósofo, escritor, professor e empresário de Ponta Grossa, Ricardo Kuhn lançou em junho de 2021 um livro de ficção. Mundo das Ideias - Anjos de Circo é o primeiro livro do escritor, que destaca na obra elementos da filosofia, mitologia e magia.
Dividido em dez capítulos (Angelus, Philosophy, Tormentum, Genius, Schizophrenia, Oceanus, Tripalium, Moria, Lúcifer e Equilibrium), o livro conta a história de Hector, um anjo destinado a cuidar de quatro irmãos: Palhaço, Gula, Avarento e Inveja. O nome dos personagens remetem às suas personalidades.
O primeiro capítulo traz o nascimento das criaturas e descreve as características que possuem. O segundo capítulo relata a criação do mundo das ideias e as invenções feitas pelo Criador, onde se destaca a influência dos acontecimentos baseados na bíblia. Nos capítulos seguintes o livro retrata a busca do anjo Hector pelos irmãos, enquanto enfrenta outros obstáculos no percurso.
Capa do livro Mundo das Ideias - Anjos de Circo | Foto: reprodução
O livro todo possui ilustrações dos personagens retratados na história, o que permite com que o leitor, além de imaginar as características físicas, possa ver como o autor os descreve. Por possuir muitos personagens com nomes, por vezes, confusos (como Loucura, Justiça, Esquizofrenia), o livro requer do leitor atenção pela quantidade de nomes citados, o que acaba dificultando ao longo da leitura.
A obra pode ser adquirida na versão física e digital no site da editora Viseu, na loja Magazine Luiza, Amazon e Americanas. Já os livros físicos podem ser encontrados na cidade na loja Galeria Personare, localizada no hipermercado Condor de Uvaranas.
Por Larissa Godoi
Serviço:
Livro: Mundo das ideias - Anjos de Circo
Escritor: Ricardo Kuhn
Editora: Viseu
Páginas: 104
Ano: 2021
Crítica de Ponta #113
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Atypical trata com leveza vida de adolecente com autismo
A série original da Netflix, Atypical lançada em agosto de 2017 recebeu a quarta e última temporada em 9 de julho de 2021. Protagonizada por Sam Gardner, um adolecente autista que enfrenta situações normais do cotidiano, como trabalhar, ir à escola, convivendo com amigos e familiares. Narrada pelo ponto de vista do personagem principal, a série objetiva mostrar as capacidades e limitações do protagonista e, principalmente, o modo próprio de interpretar as coisas.
A série também aborda outros ângulos do autismo, como por exemplo os pais de crianças na história, terapeutas especializados e grupos de inclusão.
Sam Gardner | Foto de Divulgação
Em Ponta Grossa, uma cidade com cerca de 355 mil habitantes, a população conta com apenas 7 psicólogos especializados na área, um número relativamente pequeno em comparação ao tamanho da cidade. Para inclusão do autista na sociedade existe a Associação de Proteção ao Autista (APROAUT), fundada por pais de crianças autistas, que objetiva realizar o atendimento especializado às pessoas e ajudar outros responsáveis a entender as necessidades dos autistas, atendendo em média 160 pessoas na Cidade.
A série Atypical se torna importante para entender o assunto, pois o roteiro trata com clareza o dia a dia do autista, contribuindo na qualidade de vida do adolescente, ao invés de resumi-lo à condição específica, em todos os graus de intensidade, assim como na série de Good Doctor, protagonizada por um médico autista que enfrenta os próprios problemas e demonstra superação.
Por Marcella Panzarini
Serviço:
Série: Atypical
Direção:Seth Gordon
Produção:Jennifer Jason Leigh
Ano: 2017- 2021
Distribuição: Netflix
Em evento de aniversário ‘Onde Comer PG’ oferece promoções e divulga gastronomia local
Com a pandemia, vários setores do comércio foram afetados. Um deles foi a gastronomia, impactada pelo isolamento social, que encontrou uma alternativa com o delivery. Ao comemorar três anos (em setembro/2021) nas redes sociais, a página ‘Onde Comer PG’, mantida pela jornalista Silvia Cordeiro, divulga e avalia diferentes restaurantes e locais para comer na cidade.
Nas publicações a página avalia espaços da gastronomia local, cada postagem acompanha fotos e um pequeno texto descrevendo os pedidos, valores e a experiência com a comida. Para muitos, pedir algo de fora é um investimento, e um serviço que a página faz ao público é mostrar o preço e o quanto a porção serve.
Imagem de divulgação da promoção Créditos: Onde Comer PG
Para comemorar o terceiro ano, ‘Onde Comer PG’ reuniu diversos restaurantes e locais gastronômicos da cidade para oferecer promoções e descontos. Durante os dias 21 de setembro a 20 de outubro os seguidores da página vão encontrar descontos que variam de 5% a 15% em pratos específicos ou todo o cardápio do restaurante, dependendo da política de desconto do estabelecimento.
As promoções abrangem restaurantes, hamburguerias, pizzarias e bares, incluindo variados segmentos de consumidores, o que inclui locais com opções fit e vegetarianas. Durante os três anos da página, ela sempre buscou apresentar um local novo ao público ponta-grossense e com a promoção, além da divulgação, a página oferece um preço reduzido para que os seguidores experimentem as recomendações. O evento e as promoções garantem a divulgação dos restaurantes e incentivam a movimentação do setor gastronômico, que ainda não se recuperou completamente dos efeitos da pandemia.
Por Lucas Müller
Serviço:
Página do Instagram: @ondecomerpg
As promoções de aniversário estarão disponíveis a partir do dia 21/09/2021 até 20/10/2021
Frieza na apresentação de números desumaniza cobertura jornalística na pandemia
Ultrapassada a barreira dos 500 dias do primeiro caso confirmado de Covid-19 em Ponta Grossa, parece que a população se habituou aos dados. Sejam eles estatísticas, números de casos ou simplesmente um obituário. Idade, sexo, bairro são os dados mais comuns em notícias, notas, realeses e qualquer outra produção de mídia que trate do tema. Números, sem contexto, apresentam quantos indivíduos testaram positivo para a doença, quantos não resistiram e foram a óbito, quantos estão em investigação, quantos estão internados, e ao final os números totais de mortos e de contaminados.
A falta de um cuidado, nada que torne o trabalho difícil, ao tratar da morte de pessoas parece não existir. A conformidade com a atual situação, onde o normal ao final do dia passa a ser informar quantas pessoas se foram, com idades e características diferentes, tornou-se parte da rotina de sites regionais. A falta de contexto e análise, principalmente, chamam a atenção. Boletins divulgados pelas prefeituras são replicados. Sem qualquer conteúdo adicional, a informação se torna apenas um indicador frio. Números, gráficos, telas, meras formalidades de um padrão que altera apenas os números e não explica como a situação atingiu o status atual.
Há a necessidade de trabalhar e analisar os dados repassados pelo Poder Público, pois republicar os dados não agrega em nada a informação previamente divulgada |
Imagem: Divulgação Fundação Municipal de Saúde
Em Ponta Grossa, o padrão segue à risca os itens acima indicados. Ao analisar notícias sobre o número de casos ao longo da pandemia, no portal DC Mais a impressão que fica é da utilização de um texto pré-existente que é apenas atualizado com dados do dia da publicação.
Elementos como a verificação das informações ao citar a Fundação Municipal de Saúde ou a Prefeitura no início dos textos, um lide com o dado que chama mais atenção seja número de casos, grande ou pequeno, o número de mortes ou a taxa de ocupação dos leitos de UTI e um texto curto que normalmente não ultrapassa os quatro parágrafos estabelecem os padrões do modo de noticiar o assunto no portal. Apenas para ilustrar, a última publicação do portal até o fechamento desta crítica continha um parágrafo, sintetizando os dados aqui citados.
Por João Gabriel Vieira
Serviço:
Para acessar os mesmos dados apresentados pelo portal basta acessar o site da Prefeitura de Ponta Grossa e procurar pelo boletim epidemiológico do dia.
Exposição Ontologia da arte destaca experiências de estudantes da UEPG
O espaço de exposições virtuais do curso de licenciatura em Artes Visuais da UEPG está disponibilizando para visita virtual à exposição Ontologia da arte. São 12 obras produzidas por estudantes do primeiro ano do Curso. Segundo a introdução da amostra, o objetivo dos alunos é representar, imageticamente, o conceito próprio com as experiências individuais do significado da arte.
Dentre as produções artísticas, os estudantes exploram a fotografia, grafite, pintura digital, desenho digital, acrílico sobre tela e lápis de cor sobre o papel. Por mais que algumas obras foram realizadas através da mesma técnica, uma é diferente da outra e explora conceitos diferentes de arte.
Imagem: Reprodução do site
Um dos exemplos é a obra Cocarte da autoria de Amanda Franczak. É uma fotografia de duas mãos segurando um coco cortado ao meio e dentro da fruta está pintado com tinta o mar durante a noite, com a lua cheia, espelhada na água. As mãos que aparecem na foto estão com riscos nas cores das tintas usadas. A aluna usa a pintura para compor a fotografia na peça.
De acordo com a professora Júlia Souza, orientadora da exposição, ainda não há proposta de uma futura exposição presencial, mas é algo que pretende propor aos estudantes quando as aulas retornarem na modalidade presencial. Em relação ao comércio da exposição, a professora afirma que não existe o interesse em comercializar as obras, por se tratar de um exercício criativo de profissionais em formação.
Por Rafael Piotto
Serviço:
Para visitar a exposição virtual, disponível no site do curso de Artes Visuais, basta acessar
https://www2.uepg.br/licenciatura-artes-visuais/exposicao-virtual/
Projeto PG na estante pode ser um ‘cavalo de troia’ aos escritores da Cidade
Lançado em junho deste ano, o projeto “PG na Estante” da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa (FMC) busca aproximar escritores de leitores da cidade a fim de valorizar e integrar o público com as produções artísticas locais. A maneira como o projeto visa a aproximação é com a doação, pelos escritores, de exemplares de suas obras ao acervo da Fundação de Cultura, localizado na rua Julia Wanderley, centro de PG.
Apesar das nobres intenções, o projeto possui uma proposta que, do modo como foi planejada tem uma contradição que é impossível ignorar. Ao pedir aos autores para doar as obras, ao invés de comprá-las ou oferecer algum tipo de ressarcimento, mesmo que simbólico, a fundação indica que o trabalho dos profissionais da arte e cultura não tem valor suficiente para serem tratados com o esperado respeito que qualquer produto e produtor culturais merecem.
Divulgação da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa
O projeto “PG na Estante” da FMC revela em sua proposta um certo preconceito e descaso com o setor cultural na Cidade. De que a arte não tem o mesmo valor moral ou profissional que postos de trabalho e outros produtos culturais mais tradicionais, mesmo que exerça papel fundamental na vida humana. A proposta soa como um cavalo de tróia à comunidade artística. Embora se anuncie como um presente, o projeto desvaloriza o esforço que muitos autores fazem ao arcar em partes com os custos de publicação das obras.
Por ironia, o projeto foi lançado próximo do Dia do Escritor (29 de junho), o que só agrega um tom de cinismo e deboche diante dos esforços da comunidade artística para divulgar produções autorais.
Por Yuri A.F. Marcinik
Serviço:
Aos autores interessados em colaborar com o projeto “PG na Estante”, basta entrar em contato via telefone no número 3220-1000 – ramal 2088.
Da aflição à calmaria, no “Isolamento” da Hoovaranas
Uma música para o isolamento! Este é o tema da recente produção da banda Hoovaranas. Eric Santana, Rehael Martins e Jorge Bahls formam, desde 2018, o trio de rock instrumental Hoovaranas. Influenciados pelo rock clássico e, também, pela tendência do shoegaze, o grupo ponta-grossense lançou, em abril de 2020, o EP Isolamento, gravado em três dias com uso apenas de violões e captação por meio de celulares.
O disco é composto por oito faixas, onde a narrativa é construída através dos títulos e climas gerados na produção. “CONVITE-19” abre o trabalho e explicita o teor do EP: o título faz referência à condição que a pandemia impôs às pessoas. Com teor sombrio, mas sereno, o disco se forma coeso e constante em colagens, efeitos e compassos alternados.
Da esquerda para a direita: Rehael Martins, Eric Santana e Jorge Bahls
No rock instrumental, o arranjo e a melodia revelam responsabilidade autoral e ficam evidentes as sensações que causam. Ouvintes sensíveis podem sentir a agonia em melodias que criam, de forma certeira, um clima de tensão. Isolamento traz uma atmosfera de medo, preocupação e, ao mesmo tempo, certa calmaria caseira promovida pelo isolamento. A introspecção também é evidenciada no título da faixa “Olhar Para Dentro”.
Passadas as “Saudades” (terceira faixa) sentidas com o distanciamento imposto pela pandemia, “Sintoma” e “Contratempos” podem descrever tanto alguém infectado pela doença, quanto a ideia de outro problema desenvolvido por estar, justamente, em isolamento. Em ambos os casos, as faixas trazem a narrativa de quem se isolou durante a pandemia, seja para se proteger ou para não infectar outras pessoas. “Instinto” e “Ventania” mantêm o clima reflexivo da obra, com leves momentos alegres na melodia. Por fim, “Descartável” fecha o disco como um tema encerra o filme que não necessariamente termina bem. O fim ‘seco’ da faixa em crescente clímax deixa o ouvinte em tensão acumulada. O disco é certeiro na mensagem, minimalista na produção e belo no resultado.
Por Cássio Murilo
Serviço:
Álbum: Isolamento
Lançamento: 15 de abril de 2020
Artista: Hoovaranas
Duração: 22:38
Endereço: https://www.youtube.com/watch?v=csJRC2QLbpk&list=PLUyvpZq14fgbhV70j0qP5TKFfk_Kd-v39&ab_channel=hoovaranas