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- Produção: Lincoln Buch Vargas da Silveira
- Categoria: Política
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Em 2020, o valor do auxílio era de 600 reais mensais. Em 2021, o número baixou para 250 reais.
Ficha Técnica:
Repórter: Lincoln Buch Vargas da Silveira
Edição: Lincoln Buch Vargas da Silveira
Publicação: André Ribeiro
Supervisão: Paula Melani Rocha
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- Produção: Leriany Barbosa
- Categoria: Política
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O valor disponível do benefício é de até 44 milhões de reais e o repasse será pelo aplicativo Caixa Tem. Confira mais informações na reportagem em áudio:
Reportagem: Leriany Barbosa
Edição: Maria Eduarda Ribeiro
Publicação: Vítor Almeida
Supervisão: Paula Melani Rocha
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- Produção: Daniela Valenga
- Categoria: Política
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PSB e DEM também se destacam com crescimento de candidatos eleitos na região
As eleições de 2020 mostraram a força do Partido Social Democrático (PSD), do governador Ratinho Júnior no Estado do Paraná. O PSD foi o partido que mais elegeu vereadores e prefeitos na região das cidades que compõem a Associação dos Municípios dos Campos Gerais (AMCG). Foram 38 vereadores e quatro prefeitos eleitos, somando os 19 municípios que compõem a região. Em 2016, o PSD elegeu somente 17 vereadores nos Campos Gerais e dois prefeitos, o que representa um aumento de 56% no número de candidatos eleitos nas eleições deste ano.
Neste ano, somente Ipiranga não elegeu nenhum vereador do partido do governador nos Campos Gerais.“O resultado das eleições de 2020 demonstrou como o PSD se solidificou como o partido mais forte no Paraná. Antes mesmo das eleições, já era observado um movimento de candidatos de outros partidos migrando para o PSD”, expõe o Mestre em Ciências Políticas, Fernando Zelinski. Para o pesquisador, o partido de Ratinho Júnior, aproveitou o momento no Governo do Paraná para espalhar governanças pelas cidades do estado.
“É muito provável que o fato do governador do estado ser do PSD tenha influenciado as eleições de 2020, como também os resultados deste ano irão influenciar as eleições de 2022”, destaca Zelinski. O Cientista Político fala que um partido ter uma base forte de prefeitos e vereadores é uma influência em eleições estaduais. “Esse crescimento do PSD dará ao Ratinho Júnior e ao partido condições mais favoráveis de disputar uma reeleição, se comparado com a campanha de 2016".
Além do PSD, outros partidos se destacam na região dos Campos Gerais com o número de candidatos eleitos. O segundo partido mais votado foi o Partido Socialista Brasilero (PSB), com 23 vereadores e dois prefeitos eleitos. Em seguida do Democratas (DEM) que elegeu 22 vereadores e quatro prefeitos. O Partido Social Cristão (PSC), conquistou nove vagas em câmaras municipais e uma prefeitura. O Partido Social Liberal (PSL), que em 2018 elegeu o presidente da república, Jair Bolsonaro, atualmente sem partido, demonstra um crescimento na região. Em 2016, o PSL elegeu dois vereadores. Em 2020, foram 18 vereadores eleitos nos Campos Gerais.
“As eleições deste ano não chegaram a superar a polarização das eleições de 2018, mas há uma mudança, no qual os partidos de centro-direita se destacam”, interpreta Zelinski. Para o pesquisador, atualmente, há um destaque dos partidos tradicionais, que possuem figuras já populares no meio político, em relação aos grupos extremistas. Mas Zelinski ressalta que as interpretações das eleições de 2020 ainda são recentes e no futuro será possível entender melhor os resultados.
Esquerda elege na região, mas ainda não conquista equilíbrio
Para o mestre em Ciências Políticas Fernando Zelinski, os partidos de esquerda do Paraná não podem considerar que venceram, por mais que tenham conquistado cadeiras em diferentes cidades. “Em uma análise que realizei em relação aos votos para vereadores, os partidos de Esquerda no Paraná fizeram só 15% dos votos, os partidos de centro conquistaram 7% e os partidos de Direita somaram 78% dos votos”, Zelisnki expõe.
Na região dos Campos Gerais, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) garantiu uma cadeira na Câmara de Ponta Grossa, com a eleição de um Mandato Coletivo. O Partido dos Trabalhadores (PT) manteve o número de três vereadores e uma prefeitura na região dos Campos Gerais entre as eleições de 2016 e 2020. O partido conquistou a reeleição da prefeitura na cidade de São João Triunfo, onde também elegeu dois vereadores. Em Ivaí, o PT elegeu um candidato para a Câmara Municipal.
Fernando Zelinski lembra que nas eleições de 2016, os partidos de esquerda foram afetados pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. O Cientista Político coloca que os estudos mostram que em todo o país naquele ano, a esquerda sofreu uma derrota. “Mas mesmo com os resultados destas eleições, ainda é cedo para dizermos que estamos em um processo de reconstrução da esquerda”, destaca.
Resultado no Paraná ainda não está completo
Os dados disponibilizados pelo Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) em relação ao resultado das eleições do estado do Paraná ainda não estão completos. Isto acontece porque em algumas cidades os resultados ainda estão na justiça. É o caso de Castro, na região dos Campos Gerais. No dia das eleições, Moacyr Fadel, do Patriota, foi reeleito prefeito, porém, sua candidatura estava indeferida pela Justiça Eleitoral. A 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça já inocentou Fadel e garantiu sua posse para o próximo mandato. Porém, o status do resultado ainda não foi atualizado no sistema Divulga Candidatos do TSE.
Até os dados divulgados no dia 02 de dezembro, o Partido Social Democrático (PSD) foi o que mais elegeu candidatos no estado do Paraná. O partido irá ocupar a prefeitura em 129 cidades. Em relação aos vereadores, foram 463 candidatos eleitos, um aumento de 75% se comparado com as eleições de 2016. Os partidos que também tem destaque no número de eleitos no estado são Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Progressistas (PP), Partido Liberal (PL), Partido Social Cristão (PSC) e Democratas (DEM).
Eleições de 2020 são as primeiras com Financiamento Eleitoral
Neste ano, pela primeira vez, as eleições locais contaram com o Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), popularmente chamado de Fundo Eleitoral. Segundo o site do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), o cálculo de distribuição do fundo das Eleições 2020 considerou o número de representantes eleitos para a Câmara dos Deputados e para o Senado Federal na última eleição geral, e também o número de senadores filiados ao partido que, na data do pleito, estavam nos primeiros quatro anos de mandato. Em todo o país, os 5 partidos que mais receberam dinheiro do fundo foram PT, PSL, MDB, PP e PSD.
Para o mestre em Ciências Políticas, Fernando Zelinski, o Fundo Eleitoral apresentou menor resultado nas campanhas do que outras modalidades de financiamento, como o privado, mas o valor investido nas campanhas continua influenciando os resultados. “O financiamento continua determinando o resultado eleitoral. E quando observamos qual o perfil político que possui maior acesso ao financiamento, vemos que são homens brancos, ricos e com uma tradição na política, que não representam a população brasileira”, explica.
O Cientista Político expõe que a lei brasileira não estabelece regras de distribuição e que isto privilegia determinados candidatos. “Transformar as eleições em menos dependentes do dinheiro e mais competitivas, não quer dizer que vamos transformar o Brasil em um país melhor, mas em algum grau, ajuda a reduzir a influência do capital na política ao longo dos mandatos, como na criação de Políticas Públicas”, Zelinski conclui.
Confira o vídeo produzido por Daniela Valenga sobre os partidos eleitos nos Campos Gerais.
Ficha Técnica:
Repórter: Daniela Valenga
Vídeo: Daniela Valenga
Infográfico: Daniela Valenga
Edição: David Candido
Supervisão: Vinicius Biazotti, Angela Aguiar, Jefferson Bertolini e Cíntia Xavier.
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Renovação é menor do que a média brasileira, de 50%
36% da Câmara Municipal de Ponta Grossa foi reeleita na eleição de 2020. Dos 19 vereadores que vão compor as cadeiras do legislativo municipal, a partir de 1 de janeiro de 2021, sete já estavam na última gestão. São eles: Divo, Daniel Milla, Felipe Passos, Geraldo Stocco, Dr. Zeca e Valtão.
De acordo com o professor e mestre em Ciência Política, Márcio Carlomagno, a média de reeleição no legislativo das cidades brasileiras é de 50%. Para o professor, é inusitado o fato de Ponta Grossa estar abaixo da média nacional. “Esse patamar dos eleitos na cidade foi uma renovação ainda maior do que o usual”, afirma.
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Somadas, as quatro candidatas obtiveram 11 votos. Na média, cada candidata conquistou menos de três eleitores para sua candidatura.
Nas Eleições Municipais de 2020, as candidatas mulheres que receberam menos de cinco votos representam 66% das candidaturas à Câmara de Vereadores de Ponta Grossa. Sendo assim, ao todo, quatro mulheres obtiveram menos de cinco votos na cidade. Os homens que apresentaram esses números somam duas candidaturas.
As quatro candidatas com menor índice de votos gastaram com a campanha. Luana (PTC) que não obteve votos, gastou R$415,79; Maidi Schotig (Patriota), obteve dois votos e gastou R$238,79. Missionária Michelle (PTC) fez quatro votos e gastou R$1760,79; Cabeleireira Leila (nome na candidatura) que se chama Karina de Fátima D’Amico de Almeida (PROS), obteve cinco votos e gastou R$1777,49.
No balanço de gastos da campanha, Christopher Ferreira, candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), obteve apenas um voto e não apresentou gastos com a campanha. Já João Borracha do Partido Trabalhista Cristão (PTC), obteve apenas um voto e gastou R$1715,79. A reportagem não considerou a candidatura de Cláudio da Farmácia (PTC) pois se encontra anulada sob judice. A tabela abaixo compara os gastos com a campanha ao número de votos obtidos pelas candidatas.
A Cientista Política e pesquisadora em comunicação política online, Michele Goulart Massuchin afirma que é muito recorrente esses casos dos votos que “custam caro”, ou seja, muito dinheiro recebido e poucos votos retornados. “Não é um caso só de Ponta Grossa, o que nos leva a pensar que esse dinheiro pode estar sendo usado, em algumas vezes, até por outros, para outras candidaturas que não exatamente essas, porque, se for o caso, o que acontece é que os partidos estão usando essas mulheres apenas para que eles cumpram as cotas e não necessariamente que elas são colocadas ali para entrarem na disputa propriamente dito”, explica.
Em novembro deste ano, a reportagem do Periódico apurou que as mulheres em Ponta Grossa representavam 33% das candidaturas, a lei determina no mínimo 30%, ou seja, dos 466 candidatos, 155 são mulheres. Os dados do IBGE apontam maioria feminina no eleitorado ponta-grossense. Na cidade, as mulheres representam 53% dos eleitores; os homens, 47%. A diferença total é de 14.227 eleitores.
Sobre as candidaturas
A reportagem entrou em contato com o PTC na sede nacional para entender o caso da Luana Franciele Cordeiro que recebeu 415,79 para a campanha e não obteve voto, ou seja, nem a própria candidata votou em si mesma. Até o fechamento da reportagem não obtivemos retorno. A candidata Maidi Schotig obteve dois votos nessas eleições, mas em sua conta pessoal do Facebook, (link do perfil disponibilizado publicamente no site do TSE), a candidata fez campanha através de sua foto de perfil para Laco Filho, também do Patriota. A candidata também foi contatada, mas não obtivemos retorno. A reportagem procurou as demais candidatas, mas não conseguiu retorno pela não disponibilização de contato no site do TSE. A reportagem entrou em contato com o Ministério Público do Paraná a fim de saber se há medidas de fiscalização dessas candidaturas. Até o fechamento da reportagem o MP não retornou nossas questões.
Sobre a cota partidária
A revista online Gênero e Número publicou uma reportagem em outubro desde ano mostrando que dos 33 partidos no Brasil, apenas Unidade Popular (UP), Partido Social Cristão (PSC) e NOVO apresentaram pelo menos 30% de candidatas mulheres à Câmara de Vereadores em todos os municípios que lançaram candidaturas. Massuchin explica que, apesar da cota partidária ser uma boa medida para o aumento da participação feminina, não é a solução de todos os problemas. “É uma construção que vai se dando ao longo do tempo também com a mudança da própria cultura política dos cidadãos, dos eleitores que vão entendendo ao longo do tempo a necessidade de pensar e de eleger candidatas mulheres”, diz.
Como explicar o baixo número de votos para candidatas mulheres?
“É possível explicar a partir de uma série de elementos, alguns considerados pela literatura como estruturais e outros como relacionados diretamente com o contexto eleitoral. Como se a corrida pelo voto e pela eleição já começasse desproporcional antes mesmo da divisão do financiamento e da divisão do tempo de TV”, explica Massuchin. Segundo a pesquisadora, a divisão sexual do trabalho, a dificuldade que as mulheres possuem de criarem suas redes, acarretada pela sobrecarga na divisão das tarefas domésticas, dificulta no seu tempo de campanha e no tempo de vida pública.
O outro lado da moeda
Ao contrário do que se apresentou nas eleições à Câmara de Vereadores de Ponta Grossa, a disputa da prefeitura da cidade teve, nas duas candidatas mulheres, a maior distribuição de votos. A professora Elizabeth Schmidt (PSD), eleita para o mandato 2021-2024, enfrentou no segundo turno a deputada estadual Mabel Canto (PSC), ou seja, para o cargo de prefeita, as urnas assinalaram a preferência do eleitorado pelas candidatas mulheres. “É preciso entender e olhar para essas mulheres e ver o que acontece nas suas trajetórias. Em muitos casos, são mulheres que vêm de uma família na qual já há um histórico político, então elas acabam agregando o capital político que vem de seus familiares. Às vezes do pai, do avô, isso apareceu em algumas candidaturas em 2020. Esses elementos acabam fazendo com que algumas poucas mulheres tenham não só grande quantidade de votos, mas também mais tempo de televisão”, diz Massuchin.
Uma reportagem do Periódico, de novembro deste ano, mostra como a trajetória na vida pública das candidatas traz a inserção política abordada pela pesquisadora. Mabel Canto é filha do ex-prefeito Jocelito Canto (eleito em 1996), já Elizabeth Schmidt é atual vice-prefeita de Ponta Grossa. “Mesmo seguindo a cota, sabemos que temos 30%, normalmente seguido pelos partidos. No entanto, apresentamos um número muito mais baixo do que isso, daquelas mulheres que realmente são eleitas. E aí, quando olhamos para essas eleitas, quase sempre, elas já possuem essa trajetória prévia vinda, às vezes, de algum familiar, ou dela mesmo por ter começado muito cedo na vida pública”, completa Massuchin.
Como aumentar a participação feminina na política?
De acordo com a Cientista Política, o aumento da participação tem a ver com a formação de lideranças. “Se os partidos ajudarem a formar lideranças, inserindo e oferecendo formações, isso vai, com certeza, ajudar nesse processo de aumento da participação, porque a gente vai ter mulheres mais aptas e mais ambientadas com as discussões sobre administração pública e sobre uma série de elementos que, por contada construção histórica, elas estiveram mais distantes do que os homens.”, completa.
Veja o VT da reportagem produzida por Vitor Almeida no YouTube
Ficha técnica:
Repórter: Vitor Almeida
Vídeo: Vitor Almeida
Edição: Vitor Almeida
Supervisão: Angela Aguiar, Cintia Xavier, Jeferson Bertolini e Vinicius Biazotti.