- Detalhes
- Produção: Maria Luiza Pontaldi
- Categoria: Expressões culturais
- Acessos: 436
Os espaços de memória serão sobre religião, ciências e esporte
Arte sacra, ciências naturais e história do basquetebol são temas contemplados em pelo menos três propostas para novos museus em Ponta Grossa. As iniciativas visam aproximar o público de sua própria história, disponibilizando acervos com obras, coleções e objetos existentes, entre outros itens que estão sendo angariados. Além disso, buscam transformar locais abandonados ou sem uso em lugares de memória. Duas propostas esperam abrir à visitação no próximo ano.
Além de ponto religioso, a Catedral de Ponta Grossa pode se tornar uma atração museológica. A ideia de criar o Museu da Catedral surgiu de um grupo de jovens há alguns anos. “Em 2019 o pároco nos incentivou e, então, reunimos um grupo para organizar o acervo”, conta Bruno Mansani, administrador do futuro Museu da Catedral. Este acervo estava guardado em uma das salas do prédio, impossibilitando a visitação. O local a ser destinado às obras sacras é o subsolo que, desde a construção, nunca foi utilizado.
A organização do museu ficará a cargo da Pastoral do Patrimônio e Assuntos Culturais, mas terá a participação de outros paroquianos. “Utilizamos os valores arrecadados com os ingressos das visitas para investir no museu, além de doações”, diz o administrador. A ideia inicial era deixar o museu pronto para o aniversário de 200 anos da paróquia, em 2023, mas o processo está paralisado e sem previsão de término devido à pandemia.
Universidade
No outro lado da cidade, no almoxarifado do campus de Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), será a sede do Museu de Ciências Naturais. “A ideia desse museu é apresentar o acervo que a universidade tem há muitos anos, seguindo princípios museológicos”, afirma Antônio Liccardo, coordenador do museu.
A iniciativa de arquitetar o museu partiu de um projeto de extensão que ofertaria visitas aos laboratórios da instituição. “Tínhamos alguns anos de prática em receber visitantes, então nos juntamos para erguer essa ideia de museu”, explica Liccardo. De acordo com ele, o acervo foi organizado a partir de doações, coleções pessoais de pesquisadores e científicas, dos laboratórios da UEPG. A equipe é composta por seis alunos, além de docentes voluntários. No momento, o museu está sendo organizado e estruturado, com previsão de abertura em março de 2022.
Foto: Carmen Raquel Cunha e Silva | Acervo Memorial do Basquete
Esporte
Já para os amantes de esporte, um projeto chamado Memorial do Basquete de Ponta Grossa sairá do papel, idealizado pela ex-jogadora de basquete Carmen Raquel Cunha e Silva. “Tudo começou com um grupo de amigos percebendo que vários troféus, revistas e jornais estavam largados em ginásios e salas abandonadas”, explica Carmen, atualmente presidente da Associação do Memorial do Basquete de Ponta Grossa.
O acervo do Memorial será composto por bolas de basquete, medalhas, fotografias, selos, flâmulas e troféus que foram doados pela Liga Desportiva de Ponta Grossa e por ex-atletas, além de itens adquiridos por leilões pela internet. No momento, a Associação procura apoio para encaminhar a primeira parte do projeto, uma pesquisa mais aprofundada de acervo em outros locais da cidade, como o Museu Campos Gerais. Depois, segue para a segunda parte: captar recursos para começar a execução.
Por depender de um espaço físico, a expectativa é que o Memorial abra em 2022. “Queremos fazer isso de forma que a comunidade possa visitar, reconhecer tudo o que já aconteceu e ainda acontece no basquete em Ponta Grossa, pois a história não se acaba, ela perpetua”, finaliza Carmem.
Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Ficha técnica:
Repórter: Maria Luiza Pontaldi
Edição: Carlos Eduardo Mendes e Tayna Lyra
Publicação: Tayna Lyra
Supervisão: Cândida Oliveira, Marcos Zibordi, Mauricio Liesen e Jeferson Bertolini
- Detalhes
- Produção: Deborah Kuki
- Categoria: Expressões culturais
- Acessos: 620
Além da pandemia, falta de festivais é outro desafio para os artistas
A vida de músicos em cidades pequenas nunca foi fácil. Em Carambeí, cidade do interior do Paraná, a situação não é diferente. Há, entre outros desafios, a falta de festivais culturais. Sem esses eventos, a oportunidade de se apresentar, ingressar em uma carreira e ser reconhecido se torna uma dificuldade ainda maior.
Os músicos Mauricio Antony, 24, e Thomas Prado, 22, que vivem no município, enfrentam esta situação. Maurício é beatmaker (produz bases musicais, entre outras atividades) e produtor musical. Para ele, ainda há uma certa invisibilidade de artistas em cidades pequenas pela própria população. “Eu acho que as pessoas sempre procuram olhar para os grandes, para os artistas de fora e esquecem que na sua cidade também tem artista, e que está começando”, critica.
O músico, que faz dupla com Kayan Martins no “Duo 87”, conta que para seu trabalho conseguir alcançar um público maior, é preciso fazer divulgação pelas redes sociais. “A gente sempre tenta dar o nosso melhor na questão do audiovisual, para que as pessoas gostem, divulguem e, consequentemente, a gente alcance mais pessoas e, assim, seja mais reconhecido”, afirma.
Outro caso é o de Thomas Prado, baterista. Ele aponta outra dificuldade, o estilo musical. Segundo ele, as músicas que mais fazem sucesso na região são as do ritmo sertanejo. Por isso, há um desafio maior para o reconhecimento dos artistas que apostam em outras vertentes, como ele, que faz covers de bandas de rock.
O baterista ressalta que uma maneira de dar visibilidade e incentivar carreiras seria dar aulas de diferentes estilos, para pessoas de diversas faixas etárias. “E ter mais festivais que incentivassem a vontade de ter uma banda ou tocar algum instrumento. Isso seria interessante, porque tem muito músico escondido por ter vergonha”.
Pandemia
A pandemia também dificulta o trabalho. Maurício conta que conseguia realizar shows todos os finais de semana e trabalhar como freelancer, mas, com o começo do isolamento social, não foi mais possível. “Sobre a questão financeira, isso me prejudicou bastante", desabafa. Thomas afirma que a pandemia afetou suas oportunidades de tentar entrar em uma banda, já que não era possível realizar shows.
As dificuldades de Maurício e Thomas não são exceção. Uma pesquisa realizada no Brasil em 2020 evidencia a crise nos setores culturais e criativos do país. Segundo o levantamento, as artes cênicas foram as mais afetadas, com perda total de receita de 63% dos profissionais. Ainda de acordo com a pesquisa, os artistas que atuam na área de circo (77%), em casas de espetáculo (73%) e no teatro (70%) registraram as maiores perdas totais de receita entre maio e julho.
O levantamento contou com o apoio da UNESCO no Brasil, do Serviço Social do Comércio (SESC), do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura e de 13 Secretarias Estaduais de Cultura.
Foto: arquivo pessoal
Ficha técnica
Reportagem: Deborah Kuki
Edição e Revisão: Larissa Godoi e Larissa Onorio
Publicação: Larissa Godoi e Larissa Onorio
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen
- Detalhes
- Categoria: Expressões culturais
- Acessos: 543
Iniciativa promovia apresentações de rock no centro de Ponta Grossa
O cancelamento da temporada de 2020 do Sexta às Seis, projeto em que bandas de rock de Ponta Grossa e região se apresentam no centro da cidade, foi anunciado no dia 27 de abril de 2020, exatamente 15 meses atrás. O motivo do cancelamento? A pandemia de covid-19.
Erick Moro Conche (21) relata que teve seu primeiro contato com o projeto por meio de um amigo. Após formar a banda Format Factory, ele e seus companheiros se inscreveram no edital do Sexta. "Ninguém da banda tinha tocado em cima de um palco ainda. O Sexta às Seis foi o primeiro show de verdade. A banda que ia tocar depois da gente era bem conhecida, então naquele dia a gente bateu o recorde de público e pra gente foi uma experiência muito legal”, relata o guitarrista da banda.
Erick conta ainda que houve iniciativas, no começo de 2020, de fazer o evento pela internet e na rádio, mas que sente falta do presencial. “O Sexta às Seis na rádio, eu participei, mas não se compara a estar no Ambiental e curtir com a galera, sentindo a música e vendo pessoas conhecidas fazendo algo por amor”, relembra o músico.
A Fundação Municipal de Cultura (FMC) informa que decidiu cancelar o projeto por tempo indeterminado para evitar aglomerações.
Foto: Arquivo Lente Quente / Levi de Brito
Histórico
O Sexta às Seis surgiu em 1990 na Concha Acústica da Praça Barão do Rio Branco, em Ponta Grossa. O objetivo era servir como atração para as pessoas que esperavam o ônibus no terminal que existia bem ao lado do Ponto Azul. Segundo Elisângela Schmidt, assistente cultural da FMC, nessa época as atrações eram bandas, grupos folclóricos, de dança e teatro.
A primeira atração do projeto foi a Banda-Escola Lyra dos Campos. O evento acabou se expandindo e ficou conhecido como o palco do rock, recebendo bandas como Made in Brazil, Angra, Ratos de Porão e The Kult.
Segundo Elisângela, de 2014 a 2019 o projeto realizou 181 shows em 79 sextas-feiras. Durante este período, foram registradas as inscrições de 244 bandas ponta-grossenses, com 104 delas sendo selecionadas em pelo menos um ano. A verba para o projeto varia por conta dos valores de estrutura. Em 2019, a verba destinada somente para a premiação foi de R$ 24 mil - equivalente a R$ 1,2 mil por banda.
Para Elisângela, “a falta de um evento tão característico e histórico da cidade, em que os frequentadores já tinham um ponto de encontro toda sexta para reunir os amigos, assistir e conhecer novas bandas, causou um impacto. Durante a pandemia, tivemos a privação de tudo isso, nas mais variadas escalas e ambientes, e na mesma linha de raciocínio, isso se aplica aos músicos, que ficaram sem os palcos para mostrar seus trabalhos e tiveram que migrar para palcos digitais e se reinventar.”
Esta não é a primeira ocasião em que o Sexta deixa de acontecer. Por outros motivos, que não a pandemia, o projeto foi interrompido pela primeira vez em 1999 e voltou em 2005. Em 2008, foi descontinuado e retornou em 2011.
Carlos Phantasma, diretor do Departamento de Cultura da Fundação Municipal de Cultura, informou que o Sexta às Seis está no plano de ações e de atividades culturais da Fundação e retorna assim que essas atividades forem liberadas.
Ficha técnica
Reportagem: Levi de Brito
Edição e Revisão: Ana Paula Almeida e Deborah Kuki
Publicação: Ana Paula Almeida
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen
- Detalhes
- Produção: Valéria Laroca
- Categoria: Expressões culturais
- Acessos: 505
Para expandir e valorizar os museus no País, diversas ações afirmativas acontecem de forma remota
Com a pandemia da Covid-19, cerca de 176 milhões de pessoas deixaram de visitar museus e galerias no ano de 2020, de acordo com a pesquisa do Art Newspaper. No Brasil, o cenário é o mesmo: o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo, registra queda de 66% com relação ao ano de 2019.
Para expandir e valorizar os museus no País, diversas ações afirmativas acontecem de forma remota. A 19° Semana Nacional de Museus “O futuro dos museus: recuperar e reimaginar”, realizada entre os dias 17 e 23 de maio de 2021, em todo o Brasil, integra eventos que aproximam a população da arte. Outra forma de divulgar os museus na pandemia é a visitação virtual dos espaços. No Brasil, dentre os museus com agenda disponível, estão a Pinacoteca de São Paulo, o Museu Oscar Niemeyer, o Museu Nacional, o Museu da República, a Casa Portinari e a Casa Guignard.
De acordo com a mediadora de uma live realizada no Museu Campos Gerais (MCG) de Ponta Grossa em 12/05, Tamires Limurci, as lives motivam a população a frequentar os espaços e ajudam a reconsiderar a cultura, que já enfrentava dificuldades antes da pandemia. “Os painéis buscam abrir um espaço tradicional e aproximar as pessoas para apoiar museus e galerias”, explica a estudante.
A falta de incentivo às artes e cultura no Brasil, aliado à desigualdade social, são fatores decisivos ao baixo índice de interesse da população em espaços de exposição artística e histórica. Segundo pesquisa do instituto Oi Futuro, 52% dos brasileiros listam museus como locais monótonos. Para a estudante de Jornalismo da UEPG, Catharina Iavorski, o uso da internet pode ser um incentivo ao público desinteressado em museus. “Acessar o conteúdo de forma dinâmica é uma estratégia para despertar curiosidade na população que não frequenta os espaços culturais", avalia.
O uso das redes sociais tornou-se o principal instrumento para divulgar os acervos disponíveis nos museus de forma digital, de acordo com Tamires Limurci, que também administra as redes sociais do Museu Campos Gerais. “Pessoas de outros museus enviam mensagens, elogiando o acervo e as obras existentes no Museu”, relata. Conforme a convidada dos painéis promovidos pelo Museu Campos Gerais (em painel transmitido pelo Google meet, em 20/05/2021), Nina Bufferli Barbosa, os acervos esquecidos precisam ser mostrados e mantidos vivos. “Não apenas para pessoas que se interessam por história, mas para toda a população”, defende.
Ficha técnica
Repórter: Valéria Laroca
Foto: Veridiane Parize/Arquivo
Supervisão: Sérgio Luiz Gadini
Publicação: Robson Soares
- Detalhes
- Categoria: Expressões culturais
- Acessos: 598
Assinaturas de plataformas de streaming crescem e se tornam uma das principais formas de acesso a entreterimento durante o período de isolamento social
Ficha Técnica:
Repórter: Kauane Cellarius
Edição: Amanda Martins
Publicação: Maria Fernanda de Lima
Supervisão: Paula Melani Rocha