Crítica de Ponta

 

 

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 

 







Cookies são especialidade em café no Centro de Ponta Grossa





Macadâmia, banana, chocolate com limão e ao leite são algumas das opções que os clientes podem encontrar no café Duckbill, no Centro de Ponta Grossa. Os cookies tradicionais custam R$ 9,50 e são assados no dia. Os biscoitos que não são vendidos no dia anterior ficam em um local separado no balcão e podem ser comprados por R$ 5 cada.



O café tem outras opções de lanche feitas com cookies. Como o ice cookies, que é uma bola de sorvete de creme com cookies, chantilly e cobertura de chocolate. Ao tentar quebrar um pedaço do biscoito com a colher, devido a taça ser rasa, o sorvete acaba transbordando. Outra possibilidade é o sanduíche de cookies, que é um biscoito cortado ao meio e recheado com doce de leite ou Nutella. Para quem gosta do doce é uma boa opção, porque o lanche possui bastante recheio.



Há várias opções de bebidas como o café expresso, capuccino, soda italiana e chá gelado. Outra opção é o frozen, que é uma raspadinha de gelo com essência de frutas. Por ser um sabor artificial, a bebida fica bastante doce. O frozen de maracujá não tinha sabor característico da fruta, ficando mais parecido com o gosto do pêssego. Pão de queijo, sanduíches e algumas opções de salgados assados. A maioria dos nomes dos produtos são em inglês, o que pode dificultar o entendimento do cardápio pelo cliente.



    O espaço não é grande, na entrada do estabelecimento há apenas duas mesas e, no segundo andar, há cinco mesas e um balcão que acomoda quatro pessoas. O café permite a entrada de animais de estimação, o que pode ser perigoso para a saúde dos cães. Porque, como a maioria das opções possui chocolate, se o pedaço de alguma comida cair no chão e um animal ingerir, pode acabar passando mal.


 



Serviço:

Endereço: Rua Dr. Paula Xavier, nº 1275, Centro de Ponta Grossa.

Horário de funcionamento: terça-feira à sábado das 9h às 19h30. Segunda-feira, domingo e feriados das 15h às 19h30.



Hellen Scheidt






Parasita, além de uma ficção, é a representação da vida



Os dados de desemprego no Paraná divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não mostram entusiasmo na ocupação dos trabalhadores, pois reduziu apenas 0,1% na taxa de desemprego, no terceiro trimestre de 2019. O perfil dos desempregados do estado se torna mais preocupante: dos 545 mil desempregados, 32,2% são jovens entre 18 e 24 anos.



Parasita é um filme sul coreano que conquistou a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019. A obra, dirigida por Bong Joon Ho, diretor também de Okja e O Expresso do Amanhã, apresenta uma crítica sobre a diferença de classes. Parasita é uma mistura de gêneros, que tenta mostrar a realidade de uma família desempregada que faz de tudo por dinheiro. A trama consegue misturar drama, comédia e suspense, sem deixar o enredo confuso ou sem ritmo.



O filme conta a história de Ki Woo, um jovem pobre e desempregado que mora com a família em um porão. Ele percebe a chance de mudar de vida junto com a família quando recebe a oferta de um emprego como tutor particular da filha de uma família rica. Acontece que o núcleo pobre tem um viés trapaceiro, por mais que os integrantes não tenham como premissa a maldade. Eles têm como base de roteiro, a ideia de ganhar dinheiro fácil para sair da base da pirâmide.



O roteiro revela um choque de realidades entre as duas famílias e justifica o título do filme. O diretor associa diretamente o título à ideia de criaturas que vivem às custas de outras. Na relação parasitária não existe sentimentos de culpa, mas apenas um instinto de sobrevivência. O tema já foi explorado algumas vezes no cinema e mostra como os ricos se alimentam dos pobres. Em Parasita a crítica social indica que os pobres também têm fome.





Foto: Divulgação



Serviço:

Título: Parasita (기생충)

Ano de produção: 2019

Dirigido por: Bong Jong Ho

Duração: 132 minutos

Gênero: Comédia, drama, suspense

País de origem: Coreia do Sul



Arieta de Almeida





Um Garimpo preserva o disco vinil em Ponta Grossa





O Disco de Vinil, também conhecido como LP (Long Play), foi um tipo de mídia analógica criado em 1948 no Estados Unidos e em 1958 no Brasil. O vinil era usado para gravar e reproduzir músicas através de um toca disco que fez sucesso entre os cantores e bandas da época.



A partir dos anos 90, a procura e venda por discos de vinil diminuíram drasticamente com a chegada dos CDs que garantiam maior capacidade, melhora no som, além de um tamanho menor e mais prático que os LPs. Em contrapartida, no início dos anos 2000 o vinil voltou a fazer sucesso e, em 2014 nos EUA, foram vendidos 9,2 milhões de LPs no país com músicas dos artistas renomados do momento.



Já em 2017 clássicos dos anos 1940, 50 e 60 foram os mais vendidos. Artistas e grupos como Elvis, Beattles, Michael Jackson e Queen, que começaram a carreira há muito tempo, venderam as primeiras músicas em discos de vinil e continuam até de hoje fazendo sucesso.



A loja de antiguidades em Ponta Grossa, Garimpo 1926, mantém viva a cultura de músicas antigas desde 2017 com um acervo de LPs de artistas das épocas passadas. A ideia de criar a loja surgiu de um grupo de empreendedores da cidade para transformar o espaço construído em 1926, em um local de lazer e cultura para a população. O casarão possui vinis, livros, café e outros itens de decoração vintage, como bicicletas, vitrolas, máquina de escrever, entre outros.





Criado nos anos 40 o disco de vinil reaparece no meio musical | Foto: Divulgação



Serviço:

A loja Garimpo 1926 está localizada na rua XV de setembro, 931 – Uvaranas, Ponta Grossa

Telefone: (42) 3025-2600

Página no Facebook: Garimpo 1926

Horário de funcionamento: de terça a sexta das 13h às 20h e sábado das 13h às 19h.



Natália Barbosa





Campanha de natal na TV ocupa espaço como assunto relevante em PG





Campanhas de arrecadação de brinquedos tomam conta da mídia local na época que antecede o natal. A campanha Natal RPC, conforme analisado nos últimos seis dias, ocupa de 11 a 15 minutos da programação do jornal diário. O espaço varia entre reportagens sobre os brinquedos arrecadados, sobre entidades que doaram, o aplicativo desenvolvido especialmente para a arrecadação e entrevistas com pessoas que fizeram doações.



O tempo dedicado para a divulgação da campanha é considerado longo para um programa jornalístico. Os 11 a 15 minutos poderiam ser investido em matérias que retratam, por exemplo, a situação precária que muitas famílias carentes vivem em Ponta Grossa e outros problemas, como nos bairros, que merecem ser mostrados pela reportagem.



Acredita-se que a campanha poderia sim ser incentivada, mas através de alguma matéria produzida sobre a realidade daquelas pessoas que precisam receber ajuda e não entrevistas enaltecendo aqueles que contribuíram, fazendo algum tipo de doação. Não se deve criar um sensacionalismo em cima da realidade das pessoas, mas mostrar o porquê e o quanto necessitam de ajuda. Considera-se que assim poderia ser uma maneira até mais humanizada de incentivar a campanha para o natal.



Dedicar 25% do tempo do jornal para campanha institucional é dar prioridade para o auto marketing e deixar o jornalismo em segundo plano.



Nadine Sansana





A ausência de espaços de lazer em PG



A ausência de espaços de lazer em Ponta Grossa é um problema crônico da cidade. A cidade se divide em 16 bairros: Boa Vista, Cará- Cará, Centro, Chapada, Colônia Dona Luiza, Contorno, Estrela, Jardim Carvalho, Neves, Nova Rússia, Oficinas, Olarias, Órfãs, Piriquitos, Ronda e Uvaranas. E possui uma enorme extensão, de 11km em seu eixo maior.



Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento da Prefeitura de Ponta Grossa (PMPG) existem na cidade 83 praças cadastradas, 69 delas podem ser consideradas como espaços livres voltadas ao lazer da população. As demais apenas fazem parte de espaços de circulação. Se contar as áreas verdes, também consideradas espaços de socialização e lazer com 70% de vegetação, Ponta Grossa possui um total de 229 espaços livres em todo o município. O total representa somente 4,4 km², ou seja, apenas 2,5% do espaço urbano de Ponta Grossa.



Para quem visita a cidade, é fácil pensar que aqui as áreas de lazer e espaços de convivência são fartos, principalmente pela ilusão causada no eixo central, movimentado com bares, lanchonetes, academias, restaurantes, parques e shoppings.



Porém, é muito distante da realidade dos moradores que não possuem, próximo a sua casa, opções de espaços para convívio  e precisam deslocar-se dos bairros para encontrar alguma opção de lazer no centro.





Na imagem acima: Distribuição dos espaços livres no município de Ponta Grossa - Fonte: Queiroz (2015)




Hygor Leonardo





Experiência de garçom em exposição em Ponta Grossa





A exposição “Retratos da boemia em Ponta Grossa”, da autoria de Higor Gabriel de Almeida, apresenta 15 quadros sobre a vida do artista, quando trabalhou como garçom em um bar da cidade, durante quatro anos, período em que cursou Artes Visuais na UEPG.



Os quadros possuem cores fortes como vermelho, amarelo, laranja e azul, todas em contraste marcante. São pinturas que você consegue identificar o desenho da obra, mesmo que algumas tenham riscos e linhas traçados. Os quadros foram produzidos com tinta acrílica, nanquim (corante preto originário da China), tinta látex e giz pastel oleoso. A técnica mista é conhecida pelo uso de vários tipos de tinta.



A técnica varia de acordo com a pesquisa de cada artista, desde estilos a períodos da história da arte. Higor experimentou a influência do expressionismo, impressionismo e foi, aos poucos, aperfeiçoando a própria pintura. Ainda que os quadros chamam atenção pela técnica e pelas cores, o artista poderia aperfeiçoar a expressão, pois algumas obras reproduzem pinturas de perfis comuns, de rostos femininos, similares entre os artistas contemporâneos, o que não expressa uma novidade.



A exposição de Higor foi escolhida pelo edital da Prefeitura de Ponta Grossa e foi exibida no Conservatório Musical Maestro Paulino, durante o mês de novembro. A partir do mês de dezembro será exposta em bares e restaurantes da cidade. Os 15 quadros foram criados no período de dois meses.



Gabriella de Barros





Teatros natalinos de PG não fogem da mesmice





Com a chegada do mês de Dezembro começam as preparações para a chegada do natal, data cristã comemorada no dia 25 e muitas religiões pregam crenças diferentes mas, para o cristianismo, a data é marcada pelo nascimento de Jesus. Para os cristãos, é o maior motivo para comemorar o Natal. Além da decoração e enfeites que marcam a época, é comum assistir teatros em escolas, igrejas e comunidades.



Quando se trata de teatro natalino, uma das primeiras coisas que vem à memória são as cantatas, espetáculos geralmente feitos por crianças que cantam músicas conhecidas sobre a magia do natal ou sobre o nascimento do menino Jesus.



Os grupos ensaiam durante dias para retratar da melhor forma o que, para eles, é o principal sentido do natal. No entanto, é preciso estar preparado e ser criativo para não cair na mesmice de sempre. Por se tratar de uma época que aspira bondade, generosidade e solidariedade, os teatros de natal deveriam trazer uma lição para as crianças que participam ou assistem e não somente retratar uma passagem bíblica.



Pela cultura religiosa existente na região, alguns tetros natalinos se limitam em representar praticamente as mesmas cenas dos anos anteriores. Seria possível inovar na forma de fazer o teatro que, para muitos, é a época mais esperada do ano. É importante ressaltar que o natal é um momento celebrado por diversas religiões e a magia poderia representar as diversas crenças e formas de comemorar.



Serviço:

Site: www.pontagrossa.pr.gov.br/cultura

Coro Cidade de Ponta Grossa e Coro em Cores: Missa Crioula e Navidad Nuestra

Data: 01 de dezembro – 20h

Local: Igreja São José

Entrada: Gratuito

Cantata de Natal com as Meninas Cantoras (Maestrina - Priscila Oliveira e Preparadora Vocal - Andresa Lino)

Data: 03 de dezembro – 20h

Local: Casa Velha Eventosh

Entrada: Gratuito

Vila cultural do papai noel - Parque ambiental de PG



Thaiz Rubik






Em tempos digitais, resiste em PG o hábito de frequentar banca de jornal

 

O desenvolvimento da tecnologia, ao longo dos anos, proporcionou ao povo praticidade em diversas esferas sociais cotidianas. No jornalismo, isso não foi diferente. Com o passar dos tempos, o jornal impresso, o radiojornalismo e o telejornalismo se unificaram em recursos modernos, que caracterizam a era da comunicação em multimídia.

 

Hoje, basta ter um aparelho celular em mãos, conectado à internet, para obter acesso à notícias locais, nacionais e internacionais, tudo isso em tempo real. Em virtude disso, hábitos que antes eram frequentes, caíram em desuso entre as gerações atuais. O costume de ler jornal impresso resiste entre o público tradicional, que mantém o hábito de ir à banca mais próxima e comprar a edição do dia. No centro de Ponta Grossa, funcionam cinco bancas de jornais: duas na Praça Barão do Rio Branco, duas na Praça Barão de Guaraúna e a outra na Praça Marechal Floriano Peixoto.

 

A Banca Ponto Azul, localizada na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Augusto Ribas, existe há mais de 30 décadas e é uma das mais tradicionais da cidade. O proprietário João Conceição dos Santos acompanhou a queda no número de vendas dos jornais impressos ao longo dos anos. Segundo ele, a média de venda de jornais ao longo da semana gira em torno de 10 a 20 exemplares ao dia, sendo nos domingos os dias de maior circulação de leitores. O maior movimento da banca se dá com venda de revistas, gibis e o comércio de conveniências.

 

Muito se fala sobre o fim do jornalismo impresso, por ser considerado um formato ultrapassado diante dos novos recursos disponíveis em nossa época. Em certos aspectos, a tradição resiste e se manifesta, ainda que em poucos indivíduos em relação a outras épocas, com o costume de comprar jornais nas bancas.



Em tempos onde a profissão é considerada - pelo atual governo, confirme Medida Provisória 905/2019 - um ofício sem necessidade de formação para o exercício, entre tantos outros ataques, há que se respeitar uma tradição rica em história e conhecimento, que agrega valor aos próprios leitores.

 

Serviço

Bancas: duas na Praça Barão do Rio Branco - na esquina da Avenida Bonifácio Vilela com a Rua do Rosário, e na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Augusto Ribas; duas na Praça Barão de Guaraúna, na Avenida Vicente Machado; e na Praça Marechal Floriano Peixoto, na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, em frente ao Clube Ponta Lagoa.



Cícero Goytacaz


 










Produzido pela Turma B - Jornalismo UEPG

 

 

































 



















































Parasita, além de uma ficção, é a representação da vida



Os dados de desemprego no Paraná divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não mostram entusiasmo na ocupação dos trabalhadores, pois reduziu apenas 0,1% na taxa de desemprego, no terceiro trimestre de 2019. O perfil dos desempregados do estado se torna mais preocupante: dos 545 mil desempregados, 32,2% são jovens entre 18 e 24 anos.



Parasita é um filme sul coreano que conquistou a Palma de Ouro do Festival de Cannes de 2019. A obra, dirigida por Bong Joon Ho, diretor também de Okja e O Expresso do Amanhã, apresenta uma crítica sobre a diferença de classes. Parasita é uma mistura de gêneros, que tenta mostrar a realidade de uma família desempregada que faz de tudo por dinheiro. A trama consegue misturar drama, comédia e suspense, sem deixar o enredo confuso ou sem ritmo.



O filme conta a história de Ki Woo, um jovem pobre e desempregado que mora com a família em um porão. Ele percebe a chance de mudar de vida junto com a família quando recebe a oferta de um emprego como tutor particular da filha de uma família rica. Acontece que o núcleo pobre tem um viés trapaceiro, por mais que os integrantes não tenham como premissa a maldade. Eles têm como base de roteiro, a ideia de ganhar dinheiro fácil para sair da base da pirâmide.



O roteiro revela um choque de realidades entre as duas famílias e justifica o título do filme. O diretor associa diretamente o título à ideia de criaturas que vivem às custas de outras. Na relação parasitária não existe sentimentos de culpa, mas apenas um instinto de sobrevivência. O tema já foi explorado algumas vezes no cinema e mostra como os ricos se alimentam dos pobres. Em Parasita a crítica social indica que os pobres também têm fome.





Foto: Divulgação



Serviço:

Título: Parasita (기생충)

Ano de produção: 2019

Dirigido por: Bong Jong Ho

Duração: 132 minutos

Gênero: Comédia, drama, suspense

País de origem: Coreia do Sul



Arieta de Almeida


































Um Garimpo preserva o disco vinil em Ponta Grossa





O Disco de Vinil, também conhecido como LP (Long Play), foi um tipo de mídia analógica criado em 1948 no Estados Unidos e em 1958 no Brasil. O vinil era usado para gravar e reproduzir músicas através de um toca disco que fez sucesso entre os cantores e bandas da época.



A partir dos anos 90, a procura e venda por discos de vinil diminuíram drasticamente com a chegada dos CDs que garantiam maior capacidade, melhora no som, além de um tamanho menor e mais prático que os LPs. Em contrapartida, no início dos anos 2000 o vinil voltou a fazer sucesso e, em 2014 nos EUA, foram vendidos 9,2 milhões de LPs no país com músicas dos artistas renomados do momento.



Já em 2017 clássicos dos anos 1940, 50 e 60 foram os mais vendidos. Artistas e grupos como Elvis, Beattles, Michael Jackson e Queen, que começaram a carreira há muito tempo, venderam as primeiras músicas em discos de vinil e continuam até de hoje fazendo sucesso.



A loja de antiguidades em Ponta Grossa, Garimpo 1926, mantém viva a cultura de músicas antigas desde 2017 com um acervo de LPs de artistas das épocas passadas. A ideia de criar a loja surgiu de um grupo de empreendedores da cidade para transformar o espaço construído em 1926, em um local de lazer e cultura para a população. O casarão possui vinis, livros, café e outros itens de decoração vintage, como bicicletas, vitrolas, máquina de escrever, entre outros.





Criado nos anos 40 o disco de vinil reaparece no meio musical | Foto: Divulgação



Serviço:

A loja Garimpo 1926 está localizada na rua XV de setembro, 931 – Uvaranas, Ponta Grossa

Telefone: (42) 3025-2600

Página no Facebook: Garimpo 1926

Horário de funcionamento: de terça a sexta das 13h às 20h e sábado das 13h às 19h.



Natália Barbosa


































Campanha de natal na TV ocupa espaço como assunto relevante em PG





Campanhas de arrecadação de brinquedos tomam conta da mídia local na época que antecede o natal. A campanha Natal RPC, conforme analisado nos últimos seis dias, ocupa de 11 a 15 minutos da programação do jornal diário. O espaço varia entre reportagens sobre os brinquedos arrecadados, sobre entidades que doaram, o aplicativo desenvolvido especialmente para a arrecadação e entrevistas com pessoas que fizeram doações.



O tempo dedicado para a divulgação da campanha é considerado longo para um programa jornalístico. Os 11 a 15 minutos poderiam ser investido em matérias que retratam, por exemplo, a situação precária que muitas famílias carentes vivem em Ponta Grossa e outros problemas, como nos bairros, que merecem ser mostrados pela reportagem.



Acredita-se que a campanha poderia sim ser incentivada, mas através de alguma matéria produzida sobre a realidade daquelas pessoas que precisam receber ajuda e não entrevistas enaltecendo aqueles que contribuíram, fazendo algum tipo de doação. Não se deve criar um sensacionalismo em cima da realidade das pessoas, mas mostrar o porquê e o quanto necessitam de ajuda. Considera-se que assim poderia ser uma maneira até mais humanizada de incentivar a campanha para o natal.



Dedicar 25% do tempo do jornal para campanha institucional é dar prioridade para o auto marketing e deixar o jornalismo em segundo plano.



Nadine Sansana


































A ausência de espaços de lazer em PG



A ausência de espaços de lazer em Ponta Grossa é um problema crônico da cidade. A cidade se divide em 16 bairros: Boa Vista, Cará- Cará, Centro, Chapada, Colônia Dona Luiza, Contorno, Estrela, Jardim Carvalho, Neves, Nova Rússia, Oficinas, Olarias, Órfãs, Piriquitos, Ronda e Uvaranas. E possui uma enorme extensão, de 11km em seu eixo maior.



Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento da Prefeitura de Ponta Grossa (PMPG) existem na cidade 83 praças cadastradas, 69 delas podem ser consideradas como espaços livres voltadas ao lazer da população. As demais apenas fazem parte de espaços de circulação. Se contar as áreas verdes, também consideradas espaços de socialização e lazer com 70% de vegetação, Ponta Grossa possui um total de 229 espaços livres em todo o município. O total representa somente 4,4 km², ou seja, apenas 2,5% do espaço urbano de Ponta Grossa.



Para quem visita a cidade, é fácil pensar que aqui as áreas de lazer e espaços de convivência são fartos, principalmente pela ilusão causada no eixo central, movimentado com bares, lanchonetes, academias, restaurantes, parques e shoppings.



Porém, é muito distante da realidade dos moradores que não possuem, próximo a sua casa, opções de espaços para convívio  e precisam deslocar-se dos bairros para encontrar alguma opção de lazer no centro.





Na imagem acima: Distribuição dos espaços livres no município de Ponta Grossa - Fonte: Queiroz (2015)




Hygor Leonardo


































Experiência de garçom em exposição em Ponta Grossa





A exposição “Retratos da boemia em Ponta Grossa”, da autoria de Higor Gabriel de Almeida, apresenta 15 quadros sobre a vida do artista, quando trabalhou como garçom em um bar da cidade, durante quatro anos, período em que cursou Artes Visuais na UEPG.



Os quadros possuem cores fortes como vermelho, amarelo, laranja e azul, todas em contraste marcante. São pinturas que você consegue identificar o desenho da obra, mesmo que algumas tenham riscos e linhas traçados. Os quadros foram produzidos com tinta acrílica, nanquim (corante preto originário da China), tinta látex e giz pastel oleoso. A técnica mista é conhecida pelo uso de vários tipos de tinta.



A técnica varia de acordo com a pesquisa de cada artista, desde estilos a períodos da história da arte. Higor experimentou a influência do expressionismo, impressionismo e foi, aos poucos, aperfeiçoando a própria pintura. Ainda que os quadros chamam atenção pela técnica e pelas cores, o artista poderia aperfeiçoar a expressão, pois algumas obras reproduzem pinturas de perfis comuns, de rostos femininos, similares entre os artistas contemporâneos, o que não expressa uma novidade.



A exposição de Higor foi escolhida pelo edital da Prefeitura de Ponta Grossa e foi exibida no Conservatório Musical Maestro Paulino, durante o mês de novembro. A partir do mês de dezembro será exposta em bares e restaurantes da cidade. Os 15 quadros foram criados no período de dois meses.



Gabriella de Barros


































Teatros natalinos de PG não fogem da mesmice





Com a chegada do mês de Dezembro começam as preparações para a chegada do natal, data cristã comemorada no dia 25 e muitas religiões pregam crenças diferentes mas, para o cristianismo, a data é marcada pelo nascimento de Jesus. Para os cristãos, é o maior motivo para comemorar o Natal. Além da decoração e enfeites que marcam a época, é comum assistir teatros em escolas, igrejas e comunidades.



Quando se trata de teatro natalino, uma das primeiras coisas que vem à memória são as cantatas, espetáculos geralmente feitos por crianças que cantam músicas conhecidas sobre a magia do natal ou sobre o nascimento do menino Jesus.



Os grupos ensaiam durante dias para retratar da melhor forma o que, para eles, é o principal sentido do natal. No entanto, é preciso estar preparado e ser criativo para não cair na mesmice de sempre. Por se tratar de uma época que aspira bondade, generosidade e solidariedade, os teatros de natal deveriam trazer uma lição para as crianças que participam ou assistem e não somente retratar uma passagem bíblica.



Pela cultura religiosa existente na região, alguns tetros natalinos se limitam em representar praticamente as mesmas cenas dos anos anteriores. Seria possível inovar na forma de fazer o teatro que, para muitos, é a época mais esperada do ano. É importante ressaltar que o natal é um momento celebrado por diversas religiões e a magia poderia representar as diversas crenças e formas de comemorar.



Serviço:

Site: www.pontagrossa.pr.gov.br/cultura

Coro Cidade de Ponta Grossa e Coro em Cores: Missa Crioula e Navidad Nuestra

Data: 01 de dezembro – 20h

Local: Igreja São José

Entrada: Gratuito

Cantata de Natal com as Meninas Cantoras (Maestrina - Priscila Oliveira e Preparadora Vocal - Andresa Lino)

Data: 03 de dezembro – 20h

Local: Casa Velha Eventosh

Entrada: Gratuito

Vila cultural do papai noel - Parque ambiental de PG



Thaiz Rubik


































Em tempos digitais, resiste em PG o hábito de frequentar banca de jornal

 

O desenvolvimento da tecnologia, ao longo dos anos, proporcionou ao povo praticidade em diversas esferas sociais cotidianas. No jornalismo, isso não foi diferente. Com o passar dos tempos, o jornal impresso, o radiojornalismo e o telejornalismo se unificaram em recursos modernos, que caracterizam a era da comunicação em multimídia.

 

Hoje, basta ter um aparelho celular em mãos, conectado à internet, para obter acesso à notícias locais, nacionais e internacionais, tudo isso em tempo real. Em virtude disso, hábitos que antes eram frequentes, caíram em desuso entre as gerações atuais. O costume de ler jornal impresso resiste entre o público tradicional, que mantém o hábito de ir à banca mais próxima e comprar a edição do dia. No centro de Ponta Grossa, funcionam cinco bancas de jornais: duas na Praça Barão do Rio Branco, duas na Praça Barão de Guaraúna e a outra na Praça Marechal Floriano Peixoto.

 

A Banca Ponto Azul, localizada na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Augusto Ribas, existe há mais de 30 décadas e é uma das mais tradicionais da cidade. O proprietário João Conceição dos Santos acompanhou a queda no número de vendas dos jornais impressos ao longo dos anos. Segundo ele, a média de venda de jornais ao longo da semana gira em torno de 10 a 20 exemplares ao dia, sendo nos domingos os dias de maior circulação de leitores. O maior movimento da banca se dá com venda de revistas, gibis e o comércio de conveniências.

 

Muito se fala sobre o fim do jornalismo impresso, por ser considerado um formato ultrapassado diante dos novos recursos disponíveis em nossa época. Em certos aspectos, a tradição resiste e se manifesta, ainda que em poucos indivíduos em relação a outras épocas, com o costume de comprar jornais nas bancas.



Em tempos onde a profissão é considerada - pelo atual governo, confirme Medida Provisória 905/2019 - um ofício sem necessidade de formação para o exercício, entre tantos outros ataques, há que se respeitar uma tradição rica em história e conhecimento, que agrega valor aos próprios leitores.

 

Serviço

Bancas: duas na Praça Barão do Rio Branco - na esquina da Avenida Bonifácio Vilela com a Rua do Rosário, e na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Rua Augusto Ribas; duas na Praça Barão de Guaraúna, na Avenida Vicente Machado; e na Praça Marechal Floriano Peixoto, na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, em frente ao Clube Ponta Lagoa.



Cícero Goytacaz


 





























Produzido pela Turma B - Jornalismo UEPG

 

 

 

 











































































































 

 



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Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 

A tradicional pizza agora em formato de cone 

A pizza é um dos alimentos mais populares do mundo e cada dia ganha novas formas de consumo. Em Ponta Grossa, o estabelecimento Ferconni oferece a pizza em formato de cone há três anos e é o único da cidade. A ideia surgiu após os donos do estabelecimento experimentarem a pizza cone no Rio de Janeiro. Há quatro meses, o local serve também as pizzas tradicionais, mas o sucesso é o diferente formato do alimento.     

A escolhida do cardápio variado foi a de frango cremoso. Para quem gosta da combinação frango e queijo é uma boa pedida. A pizza possui recheio em todo o cone com o total de quatro ingredientes: frango, queijo, molho de tomate e orégano. O tamanho do cone é médio e a massa é seca, diferente da massa da pizza tradicional. A combinação da textura do recheio e massa permite um sabor agradável na mistura dos elementos.   

O estabelecimento possui 22 sabores salgados de pizza cone e 12 doces, estes variados no tamanho normal e mini cone. As pizzas cone custam R$14 reais todos os sabores entre salgadas e doces e o mini cone custa R$8. As pizzas tradicionais custam de R$33 a R$68 reais dependendo do tamanho e sabor. 

O ambiente é agradável e a decoração é feita com fotos e ilustrações de pizzas e das cores vermelha e verde, que representam o estabelecimento. O local possui apenas três mesas, três poltronas e uma televisão para os clientes. Apesar de ser no centro da cidade, o estabelecimento fica atrás de um muro e um outdoor , o que impede melhor visualização do local. 


 

Serviço: Atendimento Ferconni 

Local: Avenida Bonifácio Vilela, 780- Centro, Ponta Grossa/PR 

Horário: Segunda a sábado, das 18h às 23h 

Pedidos: (42) 98826-8806 ou ifood.com.br  

Preços: Pizza cone R$14,00 todos os sabores 

               Mini cone R$8,00 

               Pizza tradicional - varia de R$33 ,00 a R$68,00.


 

Mariana Santos


 

 

 

   

Ponta Grossa: um lugar para todos?


 

Na língua Iorubá, Ago significa licença para entrar, licença para movimento ... E saravá é um termo usado como saudação entre praticantes de cultos afro-brasileiros, como Umbanda e Candomblé. Além de uma dessas duas palavras, como uma resistência para manifestar uma força quase esquecida, o documentário “Ago, minha cidade tem saravá”, produzido por Juliana Gelbcke, Felipe Soares e Guilherme Marcondes traz, a partir dos adeptos próprios da Umbanda e do Candomblé, com os seguintes resultados e a vida de quem precisa ocultar sua fé, por motivo de preconceito que é reproduzido socialmente pela má interpretação de dogmas desconhecidos.

O roteiro, com poucas narrações e muitas entrevistas, apresenta um formato leve e interessante para quem assiste. Os relacionamentos, sequência, pais e mães de santo, os adeptos das religiões, ajudaram a construir uma narrativa informal, simples e aproximada. Os cultos e algumas entrevistas foram filmados em terreiros em Ponta Grossa, onde eles se reúnem para celebrar e manifestar uma fé. Os terreiros costumam ter todos os seus brancos, a mesma cor que os fiéis usam enquanto estão no local. 

 O branco, para o candomblé e a umbanda, carrega uma idéia de paz e serenidade. Apesar de trazer uma perspectiva positiva e o nome dos praticantes de religião afro-brasileira, o documento traz uma reflexão sobre os simpatizantes e os moradores da cidade, que ajuda esporadicamente alguns sofridos de ataques e vandalismo em terreiros. Ponta Grossa, por mais que seja uma cidade que pulsa, rica em diversidade, como mostra o vídeo, ainda é uma cidade conservadora e com raízes que negam a cultura que eram dominantes no passado. Ainda é um lugar que provoca a invisibilidade desses e de outros grupos, que persistem e resistem a manifestos seus credos, valores e opiniões para defender uma democracia, que ainda registram problemas.


 

O documentário foi selecionado pelo edital de apoio a projetos de cinema, fotografia e vídeo do Fundo Municipal de Política Cultural e Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa e foi exibido no dia 7 de novembro, no Museu Campos Gerais (centro de PG). O documentário está disponível no youtube.


 

Francielle Ampolini



 



 

Livro discute o histórico de perseguição das mulheres

Silvia Federici é escritora, professora, militante feminista, italiana nascida em 1942. A escritora se dedica a contar a história das mulheres desde o feudalismo, concluindo que o controle do corpo feminino por meio da violência é uma das bases do capitalismo e que isso não vai acabar enquanto as relações econômicas seguirem as mesmas. 

No livro Mulheres e caça às bruxas a autora fala sobre a apropriação do corpo feminino pelo sistema e sobre as possibilidades de resistência. Federici analisa as perseguições às bruxas na Europa dos séculos XVI e XVII, apresenta informações sobre a violência sistêmica contra as mulheres hoje e denuncia como se deram. Para combater a atual onda de violência contra as mulheres, é preciso entender causas imediatas, conhecer origens e desvendar de que maneira à opressão histórica somam-se as recentes perversas formas de exploração. 

Quando se lê o texto de Federici se tem a sensação de estar lendo uma nova história do mundo, muito diferente do que se estuda na escola. A história contada nos livros é escrita por vencedores, escondendo uma vasta quantidade de vozes caladas e oprimidas. A autora expressa que nunca existiram bruxas, elas são uma criação, as mulheres rotuladas como bruxas são mulheres que buscam maior poder social: as feministas. 

A resistência é coletiva e atual. Como afima a atriz Emma Watson “somos as netas das bruxas que vocês não conseguiam queimar”. As perseguições ainda existem e pode se ver com frequencia com inúmeros casos de feminicídio em Ponta Grossa, são mulheres que morrem apenas por serem mulheres. 


 

SERVIÇO

Livro: Mulheres e caça às bruxas

Autora: Silvia Federici

Editora: Boitempo

Preço: R$37,00



 

Quanto da realidade cabe em uma nota jornalística?


 

Em dois anos na cidade de Ponta Grossa já ocorreram dois casos de assédio contra mulheres no Estádio Germano Krüger. Dois casos que repercutiram na mídia local. Sabe-se que as mulheres estão sujeitas a sofrer assédio em vários lugares e nos estádios isso é ocorrente. No começo de novembro de 2019, mais uma jornalista foi ofendida enquanto cobria uma disputa entre dois times. 

A mídia local pautou os dois casos em breves notas. O portal de notícia aRede fez uma pequena cobertura do primeiro caso que ocorreu em abril de 2018 e acompanhou as providências que a jornalista tomou após sofrer o assédio no estádio. No segundo caso, apenas uma nota de repúdio foi postada pela assessoria do Operário Ferroviário. O portal de notícias Diário dos Campos republicou notas de assessoria dos dois casos. 

O quanto da realidade cabe em uma nota jornalística? É o que se pode perguntar diante de um fato com repercussão social. O que faltou nas notas foi como o clube e o estádio tomam previdências para que casos como esse não ocorram mais. Que políticas o clube possuí para punir casos de assédio? E que auxílios são oferecidos para essas mulheres? Fica o questionamento. O Operário criou a campanha, ‘Operário é para todos’ em 2018 a fim de combater comportamentos discriminatórios durante os jogos, mas, mesmo assim, casos como estes de assédio, ainda acontecem, e pior, muitos não são denunciados. O jornalismo ponta-grossense não pode fechar os  olhos para o desrespeito contra as mulheres e deixar de exercer o papel de fiscalizador desses direitos. 

Serviço 


 

Sites: https://www.diariodoscampos.com.br/noticia/operario-ferroviario-repudia-desrespeito-contra-fotografa


 

https://www.diariodoscampos.com.br/noticia/jornalista-do-operario-e-vitima-assedio-no-emilio-gomes


 

https://d.arede.info/ponta-grossa/302191/operario-emite-nota-de-repudio-por-assedio


 

https://d.arede.info/esporte/207927/assessora-do-operario-e-vitima-da-truculencia-de-torcedores




Por Rafael Santos
 

Natureza e lazer. Qual o valor para ter acesso a esses espaços? 

Na região dos Campos Gerais existe uma variedade de espaços na hora de conciliar lazer e natureza. A cachoeira é uma das opções para quem gosta de passar o dia ou final de semana fora de casa. A Mariquinha, Rio São Jorge, Capão da Onça e Buraco do Padre são atrações naturais da região. Os moradores próximos e de outras cidades e estados vão às cachoeiras para fugir do ritmo da vida cotidiana. 

Existem prazeres interessantes que esses espaços oferecem para as pessoas, como deitar na grama e relaxar ouvindo uma música e até mergulhar nos rios e receber uma “massagem” nas costas da água que caí. Porém, são necessárias algumas condições. Nas cachoeiras citadas, é pedido um valor de entrada que varia de R$ 15, 00 a R$ 50, 00, dependendo da estadia e pernoite. O preço a ser pago restringe uma quantidade considerada de pessoas que não podem pagar pelo ingresso e consequentemente não terão acesso a esses espaços. 

Outra barreira é o deslocamento até as cachoeiras. Todas são por estradas (de terra e rodovias), portanto é necessário o uso de automóveis ou bicicletas. Não existe linhas de ônibus que realizam o trajeto da cidade para os bairros. Para chegar até a cachoeira do Rio São Jorge, os proprietários da reserva privada se moveram para construir a sinalização e uma parte da rodovia.

Apesar da população apreciar os espaços, nem todos têm a oportunidade de desfruta-los. Por que a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa, juntamente com os proprietários dos espaços, não efetiva políticas para melhorar a infraestrutura e mobilidade até às cachoeiras?  

Serviço
Cachoeira do Rio São Jorge

Endereço: . O acesso ao Cannyon do Rio São Jorge é feito pela Avenida Carlos Cavalcanti.
Preço: R$15,00 para passar o dia e para acampar ou almoçar R$35,00

Matheus Rolim

 
Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG

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Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 
 
Refeições To Go 
Por Leticia Gomes

Para quem não sabe cozinhar ou trabalha e não tem tempo, a To Go Ponta Grossa é uma solução. O mercado de congelados oferece um cardápio extenso, com frutas e legumes, sorvetes, picolés, paletas, açaí, salgados, sobremesas, massas e refeições completas. 

A To Go funciona como um mercado de atacado, ou seja, os produtos são vendidos num valor mais barato que em varejo. 

Nos alimentos que precisam de cozimento, no rótulo das embalagens tem instruções de como fazer o preparo, tanto no forno quanto no microondas. Um dos produtos que a To Go oferece é o escondidinho de carne moída, que tem o valor de R$12,90, no varejo, em uma embalagem de 500g. No mercado, o mesmo escondidinho é vendido a R$18,99. 

Além da diferença no preço, o escondidinho da To Go parece que foi feito em casa, ao contrário dos produtos de algumas marcas vendidas no mercado, que têm gosto de alimento industrializado. A To Go também oferece uma seleção de produtos fit e lowcarb, com sopas detox, sobremesas zero açúcar e refeições completas de baixa caloria.

Em Ponta Grossa, o To Go funciona em três localidades: no centro, na Rua Santos Dumont, na Nova Rússia, na Avenida Dom Pedro II e em Uvaranas, na Av. General Carlos Cavalcanti.

Serviço:
Endereço: Av. General Carlos Cavalcanti, 1288C
Horário de funcionamento: segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábado, das 10h às 17h.
 

 

                   Um percurso pela história de PG no cemitério central

Por Luiz Zak

Criado em 1890 por moradores ilustres da época e por vereadores, o Cemitério Municipal São José ajuda a contar um pouco da história da cidade pelos seus túmulos. 
Visitar o São José não é apenas uma visita a pessoas ilustres que dão nome às ruas de Ponta Grossa ou a conhecidos que se foram, é viajar pela história política, econômica, cultural e social dos antigos moradores de Ponta Grossa.  
Idealizado para ficar fora do centro da cidade, o São José era o lugar onde enterravam os barões da época, como o Barão de Guaraúna. Hoje conhecido como nome de praça, foi um importante latifundiário, hospedando Dom Pedro I em sua casa quando o imperador passou pelos Campos Gerais. 
No cemitério também está enterrada Corina Portugal, em um túmulo rosa no meio do São José. Considerada santa pelos ponta-grossenses, são atribuídos a ela diversos milagres, principalmente às mulheres vítimas de violência. Placas de agradecimento e registros de ex-votos fazem do túmulo de Corina um lugar de devoção. 
Corina foi assassinada pelo marido em 1889 com 32 golpes de punhal. O juiz do caso, Vicente Machado, considerou a vítima culpada pela morte por tê-la acusado de trair o marido, o que foi comprovado anos mais tarde ser uma notícia falsa para livrar o assassino da cadeia.
Quem passa por fora do cemitério vê a grandiosidade do mausoléu maçônico de arquitetura européia, demonstração da presença desta organização na cidade. A ligação com etnias estrangeiras, presente nos túmulos por meio da arquitetura e de inscrições em diferentes idiomas, evidenciam a riqueza desse local e sua diversidade cultural.
A fé é um elemento muito presente no lugar, representada comumente pela cruz, às vezes acompanhada da estrela, símbolo da esperança. As lápides, mausoléus ou gavetas em sua maioria têm a representação de Jesus Cristo a caminho do calvário ou na cruz. Segundo os dogmas católicos, a imagem representa o fim dos pecados e o arrependimento. 
No túmulo do Coronel Manoel Ribas a figura da fé é a que mais se destaca no cemitério. No mausoléu da família a representação da Virgem Maria intercedendo pelos mortos em busca da vida eterna destaca-se de longe.
O cemitério não é marcado apenas pela sua grandiosidade como patrimônio e memória de personagens que viveram na cidade, mas também pelas práticas dos seus frequentadores. Garrafas de vinhos espalhadas e velas escuras revelam que, além de um espaço de devoção aos mortos, o lugar é usado para encontros e rituais.

 
Serviço:
O Cemitério Municipal São José está localizado na Rua Professor Colares, no centro de Ponta Grossa. Aberto das 7 às 18 horas.
 

 

                     O quanto os olhares podem dizer sobre uma pessoa?

Por Guilherme Bronosky

“O segredo dos seus olhos”, filme de Juan José Campanella e vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010, foi o primeiro filme na Mostra de Cinema Argentino exibida na Mansão Vila Hilda, em Ponta Grossa.

A história do filme trata de um promotor de justiça da Argentina que fica obcecado por um caso específico e, após a sua aposentadoria, deseja escrever um livro sobre o tema. O filme acontece em dois momentos da história argentina: no período entre o último mandato de Isabelita Perón e a instalação do Processo de Reorganização Nacional, que nada mais é do que a ditadura militar de 1976; e o segundo momento nos anos 1990, vinte anos depois do caso.

O caso que marcou Espósito é de um estupro seguido de assassinato, a cena acontece nos primeiros minutos do filme e dá a sensação de que o filme continuaria com violência e cenas fortes até o final. Mas não é isso que acontece. Entre as cenas do caso e de todos os envolvidos, Espósito lida com o colega de trabalho alcoólatra, a chefe por quem guarda sentimentos amorosos e o viúvo da vítima.

Espósito tem problemas com o chefe de polícia, que logo após descobrir o corpo da vítima, já acusa dois operários que estavam trabalhando no mesmo prédio em que ela foi encontrada, porém Espósito não acredito e acaba brigando com o chefe de polícia. E assim ele começa a investigar o crime por conta própria. Durante a investigação, Espósito encontra fotos da moça em sua cidade natal, e nelas ele observa um homem que em todas as fotos olhava para ela, e assim ele começa a investigar Isidoro.

Isidoro é capturado após uma série de investigações e também discussões sobre ‘la pasion’ dos homens, que no caso de Isidoro era o Racing, um time de futebol argentino. Mesmo capturado e condenado, o homem é solto para trabalhar como infiltrado do movimento de esquerda contra a ditadura, ele foi solto justamente pelo desafeto do Espósito, o chefe de polícia.

Espósito se vê na necessidade de sair de Buenos Aires após o assassinato de seu amigo Sandovál. Após 25 anos, Espósito volta e se reencontra com Irene Hastings, sua chefe, com quem compartilhava sentimentos. No reencontro nostálgico do casal, um álbum de foto carregando a história dos dois e da repartição onde eles trabalhavam aparece, e nesse álbum uma foto chama atenção. Uma imagem que também carrega um olhar, agora o olhar de Espósito para Irene, pode-se dizer que é um olhar mais romântico, mais sincero e muito menos obcecado. Isso é um ponto positivo para a fotografia do filme, que é impressionante.

Apesar do filme prender a atenção, ele falha em conexões entre os acontecimentos e algumas lacunas são deixadas. Não dá para entender se foi a intenção do diretor deixar essas lacunas que seriam completadas pelos acontecimentos históricos da Argentina ou pela criatividade do espectador. Para um estrangeiro, o filme é mais difícil de se entender e seguir os fatos, mas de qualquer forma trata-se de uma obra original, com cenas e histórias marcantes.
 

Folhas de vida, amores e preconceito
Por Patrícia Guedes

Lançado pela Companhia das letras em 2017, o livro “O Clube dos Jardineiros de Fumaça” é o terceiro livro da escritora contemporânea Carol Bensimon e foi vencedor do prêmio Jabuti de 2018 na categoria de Romance.

O livro conta a história do gaúcho Arthur, um professor de história que muda completamente de vida quando sua mãe é diagnosticada com câncer no útero. Para ajudar no tratamento da mãe, Arthur resolve começar a plantar maconha. No entanto, ele é denunciado, perde seu emprego e também qualquer oportunidade futura na carreira.

Depois da morte da mãe, Arthur deixa Porto Alegre para recomeçar sua vida na Califórnia, mais especificamente no condado de Mendocino, onde as terras são baratas e férteis para as idéias utópicas do brasileiro. Aos poucos, ele vai se envolvendo com os personagens e as histórias do local. É nesse momento que ele conhecerá o Clube dos Jardineiros de Fumaça.

A autora consegue abordar inúmeros temas na construção dos personagens, desde relacionamentos poliamor e uso de aplicativos, até o movimento hippie da contracultura americana da década de 1960.  

A ambientação do livro também é digna de elogios. A autora conta em detalhes e sensibilidade as características dos locais e dos personagens, além de trazer uma visão sobre o mundo feminino. É impossível não se envolver com as mulheres que aparecem ao longo da história - como a aposentada Sylvia e a australiana Tamara. 

Embora tenha um protagonista fixo, a trama é contada em terceira pessoa e não se demora exclusivamente na história de Arthur. Em capítulos curtos e não numerados, Carol Bensimon consegue contar histórias fictícias, baseadas em pessoas reais, o que dá à narrativa uma linguagem prazerosa e moderna.

A autora traz no livro uma importante pesquisa e coleta de informações, e não deixa de tratar discussões relevantes que contrastam com o tema da maconha medicinal, como a transformação da maconha em mais um braço do capitalismo e o consumo da planta no mercado ilegal.

Bensimon escolhe um tratamento interessante para o tema, pois na obra não há lados ou defesas, apenas a verdade por trás dos mitos, preconceitos e paixões que envolvem a discussão sobre a legalização da maconha. 

 
Serviço:
O próximo encontro do Clube de leitura Penguin - Companhia das Letras será realizado dia 23 de novembro, às 10h, na Av. Vicente Machado, n° 779 (Verbo livraria). O livro a ser debatido é Carta a D. do escritor André Gorz.
Mais informações pelo email bhdemeneck@uepg.br
Reparo do Desejo
 
Por Veridiane Parize

A peça “Processo de Conscerto do Desejo” foi apresentada por Matheus Nachtergaele no encerramento do 47º Festival Nacional de Teatro (Fenata). Acompanhado pelos músicos Luã Belik no vilão e Rafael Belo no violino, Matheus recita poesias escritas por sua mãe, Maria Cecília, que morreu em 1968.

O monólogo retrata momentos pesados, em que as poesias falam de tristeza, como quando ele encena uma mãe segurando o filho recém-nascido e ela recita tudo o que o bebê faz e todos os dias se repetem, ficando exaustivos.

Quando o espetáculo fica com um clima muito melancólico, Matheus anima o público com piadas irônicas e músicas, como no final em que ele faz toda a plateia levantar e dançar uns com os outros, como numa valsa alegre. Os músicos têm papel importante, pois o ator relembra e canta músicas que a mãe gostava.

O título da peça se refere a conserto com “s” e se confunde com concerto com “c”, como se o artista quisesse restaurar o desejo por meio de um espetáculo musical. Maria Cecília se suicidou quando Matheus tinha apenas três meses de idade. As poesias que deixou permitiram que o ator conhecesse a mãe, mesmo sem ter lembranças próprias dela, e realizasse uma homenagem por meio do teatro.
 
Produzido pela Turma C - Jornalismo UEPG

 

Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 
Cine Café, uma agradável opção tradicional 
Por Hygor Leonardo
 
       Localizado na Rua Dr. Colares, no Centro de Ponta Grossa, o Cine Café surpreende por ser uma das melhores cafeterias da cidade. Contando com uma estrutura pequena e pouco espaço, o local pode atender confortavelmente até, no máximo, 15 pessoas. Por outro lado, o ambiente sucinto gera uma sensação de conforto e aproximação, algo essencial em uma cafeteria. Assim como o ambiente, o atendimento é cordial. É inevitável se sentir acolhido pelo local, que conta com funcionários educados e bem instruídos.
       A localização, próxima a uma esquina, permite que ao consumir o café também se desfrute da vista e movimento da cidade . Se por um lado isso pode ser um ponto positivo, esta ligação direta com o trânsito e “correria” do dia-a-dia impede o estabelecimento de ser uma fuga desta rotina, como outros ambientes mais restritos e climatizados.
       A variedade do cardápio não é curta, porém, não vai além do necessário, o que permite que a escolha dentre as opções disponíveis não seja demorada nem cansativa com diversos pratos que ninguém pede. E conta com cafés de grãos especiais, e salgados entre doces tradicionais.
      O preço dos cafés gira em média entre R$7,00 e R$9,50. Os cafés são bem preparados e saborosos. Já os lanches não têm um preço tão agradável e são pequenos, se comparados a outras cafeterias, embora também sejam apetitosos.
      De modo geral, o café supera as expectativas, mostrando que ainda há espaço para apreciar um bom café e desfrutar da convivência que a cidade oportuniza. Cada detalhe do local visa dar conforto e oportunizar que, além de um café, seja possível ter uma boa conversa e passar um tempo aproveitando o ambiente.

Serviço:
Endereço: R. Dr. Colares, 293 - Centro, Ponta Grossa - PR, 84010-010
Horário: 07:30am - 6:30pm
Telefone: (42) 3028-0865
 

 

      Olho D’ Água São João Maria registra descaso do poder público em PG

Por Luíza Sampaio

     A história do monge conhecido como João Maria faz parte do imaginário de várias comunidades da região Sul do Brasil. No Paraná, João Maria é descrito como um homem que peregrinava pelo interior paranaense, vivia da natureza, fazia pregações, milagres e cumpria promessas. Em Ponta Grossa, no bairro de Uvaranas, se encontra o Olho D’Água de São João Maria onde religiosos afirmam que o monge viveu no local. 
    O espaço é um dos pontos turísticos da cidade e frequentado por religiosos para pagar promessas, batizar as crianças na água do olho d’água, fazer orações e firmar a fé através de imagens e objetos religiosos. A reportagem do Crítica de Ponta visitou o local e constatou registros de abandono na manutenção das condições do espaço, principalmente no que diz respeito ao lixo depositado no entorno.
    No local, onde muitos visitantes fazem orações, chama atenção o lixo exposto, como sacolas plásticas, papéis, objetos descartáveis e de variada natureza. A má iluminação do 'olho' é outro problema registrado no espaço, além frequente forte cheiro de urina devido à falta de conservação e limpeza. O arroio Pilão de Pedra, que liga a fonte da água do São João Maria, possui resíduos de esgoto e lixo jogado, causando riscos à saúde de quem arrisca usar a água da fonte. 
     De acordo com Helena de Almeida, 70 anos, que frequenta o local há alguns anos, as pessoas não costumam mais ir ao santuário devido às más condições. “Antes a gente usava o espaço, vinha visita para rezar e era limpo, não tinha sujeira como agora. As pessoas estão deixando de vir por não ter mais a caseira que fazia a vigilância do local e ninguém cuida do local”, relata.
     O local não conta com nenhum monitoramento, apenas o Governo Municipal faz a limpeza do mato, por meio da Secretaria do Meio Ambiente. Em contato com a Secretaria do Meio Ambiente, nenhum profissional soube informar como funciona a manutenção do espaço e também não deram nenhuma outra informação sobre o espaço. A reportagem da Crítica de Ponta entrou em contato com a Secretaria do Meio Ambiente na tarde do dia 13, e a educadora ambiental Andréia Aparecida Oliveira não tinha as repostas para as informações perguntadas.

Serviço: 
Olho D’água São João Maria. Espaço público em PG. Acesso aberto (sem custo).
Localização: Rua Alfonso Celso, 1021 - Uvaranas

Qual o perfil do conservadorismo político brasileiro em 2019?
Por Nadine Sansana
 
      O conservadorismo na visão de uma pesquisadora pontagrossense. Marina Basso Lacerda em sua obra O novo conservadorismo brasileiro busca explicar as origens e a situação atual da nova onda conservadora no país. Primeiramente, a autora localiza como foi a ascensão internacional do neoconservadorismo e usa como referência as eleições presidenciais nos EUA em 1980, onde o movimento neoconservador caracteriza-se pela participação acadêmica (chamado movimento intelectual), em que os estudantes são a favor do anticomunismo e pelo movimento político, que resulta na eleição de Ronald Reagan. 
      Em seguida, Lacerda expõe o surgimento do novo conservadorismo no Brasil, que acontece a partir de 2015 com as eleições de deputados evangélicos e com a escolha do representante da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, também evangélico. Desde então, a política brasileira tem sido cada vez mais regida por lideranças religiosas e representantes empresariais que defendem os mesmos ideais.
      O que caracteriza o novo conservadorismo, de acordo com Lacerda, é o apoio à família patriarcal, o combate à igualdade de gênero e a defesa da importância dos valores morais e religiosos na esfera pública. Pode-se supor que tais premissas acabam indo contra a própria Constituição Brasileira, pois esta prevê que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e que a liberdade de consciência e de crença é inviolável. Entende-se que a defesa dos valores morais e religiosos por parte dos representantes eleitos pelo povo não traga benefícios para todos, mas somente para a parcela da sociedade que segue os mesmos ideais. 
      Por fim, a autora coloca algumas possíveis razões para a ascensão do novo conservadorismo no Brasil, entre elas está a presença da bancada evangélica e a expansão do combate à chamada ideologia de gênero, entre outras. A autora, Marina Basso Lacerda nasceu em Ponta Grossa e o livro O novo conservadorismo brasileiro foi lançado aqui na cidade, no final de outubro. 

Serviço:
Livro: O novo conservadorismo no Brasil – de Reagan a Bolsonaro
Autora: Marina Basso Lacerda
A linha tênue entre a crítica positiva e a publicidade no Fenata
 
Por Alexandre Douvan
 
    Durante a edição do Fenata deste ano, a UEPG publicou no site institucional alguns textos que classificou como “críticas” das peças do festival. Ao pesquisar pelo nome do festival, o buscador do site nos oferece sete textos até o fechamento desta crítica.
     As críticas, produzidas pelos acadêmicos de Letras da UEPG não estão à altura de um festival da envergadura do Fenata. Não passam de extensas e elogiosas resenhas despidas de qualquer elemento negativo ou interrogação sobre as peças. O que se lê no site não são textos que alimentam debate, pois mais se assemelham com as práticas de publicidade ou assessoria. Não se quer dizer que a crítica não pode ser positiva, mas em momento algum, nos textos, ficou claro ao leitor se houve parceria entre o curso de Letras e a organização do evento. Não é preciosismo, é transparência – mordomo que elogia o patrão é sempre suspeito.
     Houve um tempo em que o Festival trazia críticos externos, dos quais os textos eram publicados em mídias diversas, coisa que se foi junto com os recursos destinados ao Fenata, com a redução da verba para financiamento. Esses fatores, além das condições estruturais dos teatros Opera e Pax, não foram contemplados em nenhuma das críticas, que parecem não se dar conta de que a crítica não consiste apenas na análise dos textos e da encenação. 
     Barbara Heliodora (1923-2015) foi uma crítica de teatro brasileira mundialmente reconhecida. Quando jornalistas se dirigiam a ela, muitas vezes comentavam que era a responsável pelo sucesso ou pelo fracasso das peças que criticava. Por mais elogiosa que fosse a uma atuação, ao papel do diretor ou sobre a montagem como um todo, sempre houve o que elencar para que melhorasse. Nem artistas do porte de Vera Holtz e Antônio Fagundes escaparam de suas análises. Se as peças do 47º Fenata realmente mereceram apenas elogios, já deveriam ter conquistado o mundo.

 
A contribuição do Funk para a realidade periférica Brasileira
Por Thaiz Rubik
 
     Funk-nejo, brega-funk, funk melody, funk de beat fino e funk pop. Estas são apenas algumas das vertentes do ritmo que está ganhando proporções internacionais. Os primeiros funkeiros brasileiros surgiram nos anos 1980 se estabeleceram nos anos 1990 e se tornou popular no Brasil inteiro.
    O Funk tem várias vertentes, ele vai desde as letras mais suaves e sensuais até os chamados “proibidões”, que fazem referência ao mundo do crime e trazem mensagens pesadas e fortes nas letras como forma de protesto. O funk, neste sentido, é uma arma que revela problemas como a exclusão social, a marginalização do povo negro, o racismo, o preconceito, a discriminação, a corrupção e os desgovernos.
    Diferente dos outros ritmos musicais brasileiros o funk tomou proporções mundiais. O canal Kondizilla é um dos principais responsáveis pelo sucesso deste ritmo musical, atualmente, é maior canal do YouTube Brasil e da América Latina, e o  maior canal de música do mundo, com mais de 52 milhões de inscritos. 
   Uma pesquisa realizada em 2017 pelo site cultura nas capitais mostrou que o funk e o sertanejo são os ritmos mais ouvidos nacionalmente. A pesquisa entrevistou de 12 capitais brasileiras: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luís e São Paulo.
  Mesmo com proporções nacionais e internacionais o funk ainda é um ritmo desvalorizado em cidades mais “conservadoras”. Em Ponta Grossa, alguns vereadores já tentaram barrar shows de artistas deste ritmo musical. Talvez esse conservadorismo seja só uma forma de disfarçar o preconceito contra artistas negros e de periferia que ganharam destaque na música, com temas sociais que acabam irritando algumas pessoas.

Serviço:
http://www.culturanascapitais.com.br/
https://www.youtube.com/user/CanalKondZilla


 
Mídia Pontagrossense não utiliza devidamente o YouTube
Por Natália Barbosa

    O canal do Diário dos Campos no YouTube, que possui 345 vídeos e 188 inscritos, não usa playlists, dificultando a procura específica para o usuário. Também não há um padrão quanto ao tempo dos vídeos, que variam de 20 segundos a seis minutos. Mortes ou acidentes são os principais assuntos do canal do DC. Os vídeos em geral são compostos por uma gravação com legendas ou narração do fato. Já a periodicidade de publicação é em média a cada um ou dois meses. 
    O Jornal da Manhã conta com 907 vídeos e 1,9 mil inscritos. A última publicação é de cinco anos (20 de agosto de 2014). Alguns dos vídeos são notícias de um a dois minutos, enquanto os outros são apenas os jornalistas, de cada editoria, falando sobre os assuntos correspondentes ao dia, além de conter quatro playlists. 
   O Tribuna da Massa tem 3.478 vídeos, 9,6 mil inscritos e faz pelo menos uma publicação por dia com os programas completos e de algumas matérias separadas, em geral, alguma fatalidade. Na playlist cada edição é separada por data, deixando visualmente mais organizado e facilitando ao usuário. Já a TV Educativa apresenta 8.835 vídeos, tem 4,1 mil inscritos e também publica as notícias soltas todos os dias. As pautas são diversificadas com duração de três minutos cada vídeo e as 12 playlists são separadas por assuntos variados. 
  Ao analisar os quatro canais percebe-se que o YouTube é apenas uma plataforma digital com uso do visual sem a característica jornalística e consequentemente, sem informação. São vídeos curtos sobre algum acontecimento da cidade, muitas vezes sensacionalistas, alguns não tem uma publicação constante, não possuem um padrão de publicação dos vídeos no canal e não usam como ferramenta auxiliar na divulgação das notícias para alcançar mais públicos. Portanto, estão longe de se tornar um meio de propagação e recurso informativo.

Serviço:
Canal dos jornais no YouTube: Redação Diário dos Campos; Jornal da Manhã – Ponta Grossa; Tribuna da Massa – Ponta Grossa e região; TVE Ponta Grossa. 


 
Serviços comerciais aumentam uso de tecnologia em PG
Por Gabriella de Barros

   Desde o início de 2019, diversos estabelecimentos comerciais de Ponta Grossa passaram a adotar o uso máquinas no atendimento ao público.  Alguns restaurantes utilizam máquina para fazer pedidos, descartando o serviço de funcionários, que ficam apenas com a função de chamar o nome das pessoas quando o pedido está pronto ou para aqueles que farão o pagamento em dinheiro. Os cinemas da cidade adotaram o mesmo método quando instalaram duas máquinas que podem ser utilizadas para comprar ingressos dos filmes, sem precisar ficar na fila ou entrar em contato com as atendentes.
  A franquia do McDonald's fez uma reforma em 2018 e optou pelo mesmo método, tornando o atendimento mais rápido no estabelecimento. A rede Burger King, ao invés de uma máquina, optou pelo aplicativo, onde as pessoas podem fazer o pedido e entrar em contato com os atendentes apenas quando retirar no balcão, o que também limita o serviço, pois nem todos consumidores têm rede wifi ou 4G para acessar o aplicativo. O shopping Palladium, há alguns anos, utiliza máquinas que recebem o pagamento do estacionamento tanto em dinheiro como cartão de crédito, executando funções que, antes, eram feitas por pessoas.
  A tecnologia auxilia em diversas áreas, facilita processos, acelera as comunicações e gera resultados rápidos. No entanto, as pessoas sentem os efeitos da tecnologia, que reduz e limita aspectos são importantes ao desenvolvimento humano, como a afetividade, contemplação, sensibilidade, atenção ao momento presente, contato e a convivência humana.



 
Espaço disponibilizado pela prefeitura para exposição artística
não valoriza as obras
Por Hellen Scheidt

   A Feira Permanente de Pinturas e Esculturas, realizada pela Fundação Municipal de Cultura junto ao Centro de Cultura (esquina da rua Augusto Ribas com a rua Dr. Colares), reúne obras de artistas da cidade. O local possui quadros pintados à óleo e acrílico, ilustrações em papel tamanho A4 pintadas à lápis e com aquarela e esculturas. A proposta é permitir que os artistas da cidade tenham um espaço físico para expôr as obras. No entanto, o local não valoriza as peças apresentadas. Por exemplo, em 1º de novembro havia folhas secas no chão levadas pelo vento. Algumas pinturas e ilustrações estão fixadas em paredes de madeira, com o aspecto de tapumes utilizados em construções. 
   Além disso, a disposição não leva em consideração as características de cada trabalho. Estão disponíveis sete espaços individuais de 4m² para cada artista. Por conta disso, as ilustrações em tamanho A4 possuem espaço sobrando, mas para os quadros o espaço é menor, dando a sensação de que estão “empilhados”. 
  Por ser uma exposição que reúne diversos artistas e várias propostas, não há uma uniformidade na apresentação. Os quadros mostram cenas do campo, com paisagens típicas dos Campos Gerais, como as araucárias. Há também quadros que representam o teatro, retratando as máscaras. A proposta que mais destoa do restante dos quadros, principalmente por não ser feita com tinta, mas sim com outras técnicas, trata sobre a lenda de origem chinesa onde duas pessoas estariam ligadas por um fio desde o nascimento. 
  As esculturas representam temas mitológicos, como dragões e lobisomens, além de personagens de filmes e jogos. As ilustrações feitas à lápis possuem temas variados, entre animais, carros e motos, até personagens da cultura pop, como cantores e atores. Já as ilustrações em aquarela são focadas em flores. É possível comprar a grande maioria dos trabalhos presentes no local e os preços variam entre ilustrações partir de R$50 até pinturas à óleo por cerca de R$200. 

Serviço:
Local: Centro de Cultura/Saguão Matteo Domênico: Rua Augusto Ribas n°722 - Centro de Ponta Grossa
Horário: de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h
Entrada gratuita
Data: até 13 de dezembro


 
Uma “Irmandade” representada nas condições de insegurança e desrespeito aos direitos humanos
Por Cícero Goytacaz

   “Irmandade” conta a história de Edson e Cristina, dois irmãos que foram separados pelos rumos da vida. Quando pequena, Cristina descobre o envolvimento do irmão com tráfico de drogas. Ele foi preso e, a partir de então, se torna o líder de uma facção criminosa, que se fortalece com o ideal de lutar contra a opressão das autoridades.
  Ter uma personagem mulher como centro da narrativa destaca a atuação de Cristina, que se torna uma advogada honesta e aceita se infiltrar na “Irmandade” para desmantelar a facção. No entanto, ela passa a reconsiderar seus objetivos e a ideia de justiça durante a missão, causando reviravoltas na história.
   A série estreou em 25 de outubro e é protagonizada por Naruna Costa, Seu Jorge,Hermila Guedes, Lee Taylor, entre outros atores. As atuações transmitem ao telespectador um equilíbrio entre o suspense, a ação e o drama. A história se passa nos anos 1990 e muitos acontecimentos da época são abordados como crítica social, como a morte de Ayrton Senna e o Tetracampeonato Mundial da Seleção em 1994 que, de certo modo, prenderam os olhares do povo aos espetáculos das coberturas dos fatos.
   A história não faz nenhuma referência à facções existentes. Apesar de retratar uma realidade presente no Brasil, não é baseada em uma história real. Falar sobre falta de oportunidade na vida e abusos de autoridade é recorrente no Brasil, desde suas origens, passando por toda a sua história, até os dias atuais, onde a defesa dos direitos humanos é ferida por discursos de ódio por parte da sociedade e de seus governantes.
   A preocupação com os acontecimentos da serie reflete com o crescimento da população carcerária em Ponta Grossa, hoje estimada em 1,5 mil presos, que aumentou em 40% nos últimos três anos. Quantas “Irmandades” podem existir diante dos nossos olhos?

Serviço: 
Série “Irmandade” (2019) está disponível no serviço de streaming Netflix.
Primeira (e única) temporada em oito capítulos (50 minutos cada).
Produção e direção: Pedro Morelli.


 
Produzido pela Turma B - Jornalismo UEPG

 

Crítica de Ponta

Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você.

 
 
 

Quanto custa uma experiência artística em bares de Ponta Grossa?

 

Por Ane Rebelato

É comum que bares e restaurantes de Ponta Grossa ofereçam couvert artístico aos
clientes durante a permanência no local. O couvert é uma apresentação, geralmente musical, de uma banda ou de um único artista. Os estabelecimentos oferecem o serviço nos finais de semana ou véspera de feriado, momento em que há um maior número de pessoas frequentando o local.

O Boteco da Estação em Ponta Grossa proporciona a experiência aos seus clientes.
O estabelecimento comunica, logo na entrada, a cobrança de uma taxa de R$ 5,00 por pessoa, para pagar o artista. A questão é que como o local possui dois ambientes, um interno e outro externo, quem opta por ficar na parte de fora paga por um serviço que não utiliza. O músico fica na parte de dentro do bar, sendo impossível ouvir a apresentação da parte de fora.

Quem escolhe a área coberta do bar consegue ter uma experiência diferenciada, pois a apresentação ao vivo conta com músicas de diferentes gêneros, agrada todos os públicos. Além disso, a taxa é significativamente barata pelo tempo de show, que dura em média duas a três horas.

Algo que é incômodo tanto para os clientes que escolhem ficar na área interna do bar quanto para o artista que está se apresentando é o pequeno espaço disponibilizado para a quantidade de atividades. A divisão do local fica por conta do músico, dos clientes e de uma mesa de sinuca localizada bem no centro, sendo muita informação e barulho ao mesmo tempo. O boteco torna-se um local inviável e desagradável para todos os que disputam aquele espaço.

Serviço
Local: Boteco da Estação - Bairro Olarias - Ponta Grossa/PR
Endereço: Rua Ermelino de leão, n° 1565
Valor do couvert: R$5,00

 

 

                            Casa Colaborativa chega a Ponta Grossa

 

Por Milena Oliveira

O conceito Casa Colaborativa surgiu em 2015, com o propósito de reunir empreendedores e pequenas empresas que, embora atuem em áreas diferentes, têm objetivos semelhantes. Além de realizarem seus projetos próprios, eles atuam em conjunto para promover a casa e ter alguma forma de impacto na sociedade, seja social, cultural ou ambiental. Há um mês e meio foi inaugurada Casulo, a primeira Casa Colaborativa de Ponta Grossa.

O local vende desde acessórios, roupas, passando por produtos de higiene e beleza naturais, decoração, utilidades, até presentes criativos - artesanais e sustentáveis. O espaço oferece prática de Yoga, Heike, rodas de conversa, cursos de bordado e costura, atendimento a mulheres grávidas e mães. Já na parte externa funciona uma cafeteria e um ambiente de convivência, e nos fins de semana eventos como bazar, palestras, exposições e música ao vivo. O objetivo é valorizar o produto artesanal e em pequena escala, possibilitando ao pequeno empreendedor o contato direto com o mercado.

Apesar de ser algo novo, Casulo já tem uma alta adesão e circulação de pessoas. As idealizadoras contam que esperavam abrir apenas um domingo por mês para eventos, mas todos os domingos de novembro e dezembro já estão com a agenda lotada, devido à grande procura. A Casa pretende ampliar para projetos sociais e atender pessoas em situação de risco.

Localizada no centro da cidade, colorida e acolhedora, Casulo traz sensação de bem-estar e desperta inovação. O espaço é pequeno e aconchegante, com livros disponíveis e cadeiras à disposição para quem quiser desfrutar do local. Um espaço inovador que incentiva a discussão sobre consumo consciente, responsabilidade social e, claro, economia colaborativa.

Serviço
Casulo Casa Colaborativa
R. Dr. Paula Xavier, 1352 - Centro, Ponta Grossa
Horário: Terça a Sábado - das 10h às 18h
Para maiores informações sobre as empresas que funcionam no local e domingos com eventos acesse: www.instagram.com/casulo_casacolaborativa


 
 

                        O Coringa retorna com uma piada digna

 

Por Gustavo Camargo

O Coringa, dirigido por Todd Phillips, é uma das maiores surpresas do cinema em 2019. Através da atuação de Joaquim Phoenix, é possível ver a premiada interpretação de Heath Ledger renascer de uma maneira digna, desta vez com uma perspectiva alinhada, de acordo com a realidade que o personagem Arthur Fleck vivia, antes de se tornar um vilão.

O filme retrata uma cidade de Gotham ambientada em 1981, com elevados índices de desigualdade social e violência. O personagem Arthur Fleck possui problemas neurológicos, que o fazem rir subitamente em momentos inapropriados, e devido a condição de Arthur, os problemas da sociedade transparecem-se e tornam-se exponenciais e revoltantes.

Conforme o filme prossegue, o espectador passa a compreender a insatisfação do protagonista que fracassa como comediante de stand-up, sobrevive com poucos recursos em um pequeno apartamento junto com sua debilitada mãe e presencia a revolta do povo e do Coringa, como uma consequência de quem vive na margem da sociedade e é renegado pelo Estado.

O filme trabalha com o suspense psicológico, inclusive de maneira gráfica em alguns momentos. No entanto, há reclamações que apontam a falta de moral na maneira com que o filme é construído e ressaltam a possibilidade de impactos negativos na realidade, como atentados ou revoltas. Porém, a crítica que o filme faz, por meio de um protagonista sociopata e injustiçado, torna-se pertinente ao expor o medo que a ignorância e a insatisfação podem provocar, principalmente para quem está no poder.

O filme lotou as sessões das salas de cinema durante a semana de estreia em Ponta Grossa, ele fica em cartaz até o dia 7 de novembro no Cine Araújo.

 
Cento e vinte e seis anos e Mário de Andrade ainda é vanguardista

 

Por Rafael Santos

Neste mês de outubro marca o aniversário de um dos escritores pioneiros da poesia e escrita modernista, o escritor paulista Mário de Andrade. Dentre suas obras mais famosas está o romance polêmico: Amar, verbo intransitivo obra publicada em 1927. A história chama atenção pela linguagem diferente que se afasta do português correto e remete a um português mais coloquial. Assim a escrita de Mário destaca-se pela maneira como se aproxima da forma como as pessoas falam cotidianamente.

Por ser uma obra diferente, foi considerada como um romance modernista da primeira fase, quebrando com o padrão linguístico. No título o romance apresenta uma contradição expressiva, afinal, o verbo “amar” é transitivo direto e não intransitivo. O autor na construção narrativa busca criticar os valores brasileiros da época, ao mesmo tempo que diz que esses comportamentos são muito inconscientes.

A história se dá pela vinda da alemã Fräulein para a casa de Souza Costa, ela é uma mulher bonita e dedicada que foi contratada pelo Senhor Souza para iniciar a vida amorosa e sexual de seu filho Carlos. Um dos pontos negativos da história é o sexismo social vigente e presente na narrativa, colocando as mulheres como objetos sexuais ou interesseiras. Mas uma crítica positiva a destacar é que, justamente o autor queria criticar esses papéis. A narrativa é construída na terceira pessoa, mas o autor acaba entrando dentro da história para fazer algumas observações, comentando, criticando e expondo ideias feitas em primeira pessoa.

Alguns pontos que podem ser negativos, por tratar de um romance clássico, é que a história não tem uma divisão de capítulos, também não há uma definição dos discursos, ora é direto ou indireto e também livre. Outra crítica é que os comentários do autor no meio da história podem atrasar a leitura ou deixá-la cansativa. A pontuação também pode dar certa dificuldade a leitura e o ritmo depende muito da capacidade de cada leitor. Mário de Andrade é um experimentador da linguagem, e para quem gosta de sair da zona de conforto e ler algo diferente, Amar, verbo intransitivo traz uma experiência diferenciada.

Serviço
Autor: Mário de Andrade
Ano: 1927
Páginas: 170
Obra: Romance

Peça apresenta a cultura caipira e feminismo para crianças a partir da história de Inezita Barroso

Por Bruna Kosmenko

O 47° Festival Nacional de Teatro aconteceu do dia 22 até o dia 27 de outubro em Ponta Grossa. Nesta edição o evento contou com 19 espetáculos em diferentes horários e locais da cidade. Aconteceram apresentações no Cine-teatro Pax, Cine teatro Ópera e, ainda, espalhadas pelas ruas da cidade.

Na quinta-feira, 24, no Cine-teatro Pax foi exibida a peça "Oi lá Inezita";. A peça infantil veio de São José do Rio Preto/SP para apresentar o espetáculo que reúne de forma sintetizada a trajetória da cantora Inezita Barroso, falecida em 2015.

Com tom de comédia a peça envolve música caipira de viola, dança, poesia e fragmentos que relembram a história da artista, com duração de 1h20. O grupo que exibiu a peça se chama "Companhia Cênica"; e atua há mais de 10 anos sendo dirigida por Fagner Rodrigues. Segundo o diretor, a peça nunca está genuinamente pronta, eles a aperfeiçoam a cada apresentação.

O espetáculo estreou em agosto de 2018, depois de mais de 6 meses de ensaio diário. O elenco é composto por três homens e três mulheres, as quais representam Inezita em 3 fases da vida: a juventude, a vida adulta e, também, idosa.

O grande enriquecimento da peça, devido ao fato de ser voltada ao público infantil, foi enfatizar que a cantora, durante a vida e a carreira, não ficou presa à estrutura machista da sociedade que dizia que ela não podia ser violeira por ser mulher. A peça traz um debate feminista de forma leve e com tom de comédia, facilitando o entendimento das crianças. Além disso, a peça também faz uma crítica ao governo atual que fere os direitos culturais da sociedade, mostrando a importância do teatro e da música ao público.



Foto: Bruna Kosmenko

 

                            Marcas do feminicídio nas lentes da fotografia

 

Por Mariana Santos

A foto tem o poder de registrar momentos do cotidiano, mas também debater
temas relevantes como o feminicídio. A exposição "Tarde demais para flores"; da estudante de Jornalismo, Saori Honorato, retrata através de fotografias, a história de três famílias de Ponta Grossa que foram vítimas do crime contra mulheres.

A exposição contém fotos que expressam como o crime afetou o cotidiano das famílias e inclui a exibição de um mini-documentário com depoimentos de duas mães que perderam as filhas vítimas de feminicídio em 2017, além de entrevista com uma filha que perdeu a mãe em 2018. A relação das fotos expressa momentos comuns das famílias, mas traz, através das lentes, diversos sentimentos. Ao ver as fotos, é possível perceber como a fotografia tem o poder de suscitar debates e revelar outras perspectivas do tema abordado.

Com início na segunda-feira (28), no Museu Campos Gerais, a exposição ainda circulou por dois lugares diferentes na última semana de Outubro. Na terça-feira (29), a exposição esteve no Colégio Estadual Nossa Senhora das Graças, em evento destinado a estudantes e professores do ensino médio. E na quarta-feira (30) a produção foi exibida no Campus Central da UEPG. 

A mostra foi um dos projetos selecionados pela Seletiva de Apoio a Projetos em Cinema, Fotografia e Vídeo, promovido pela Fundação Municipal de Cultura e Conselho Municipal de Política Cultural de Ponta Grossa. A exposição conta com o apoio do Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), Projeto Lente Quente e Museu Campos Gerais.


Foto: Mariana Santos

Serviço
Próxima exposição
Local: Cidade de Ipiranga (local a ser definido)
Data: 19 de novembro
Apoio: CRAS, Tribunal de Justiça e Prefeitura Municipal de Ipiranga
Mini-documentário disponível em:
https://drive.google.com/file/d/16s9mhXYmIGxPcdPYabTtPP_7tBoNrMuy/view?ts=5dbce944
 
Uma ideia que dissemina o nada 


Por Maria Fernanda Laravia

Qual seria a relação dos índices que confirmam a violência contra a mulher em Ponta Grossa e o MGTOW? Essa onda de expressão chamada Men Going Their Own Way (homens seguindo seu próprio caminho) é uma linha de pensamento que se baseia na filosofia de vida a qual homens devem evitar qualquer tipo de vínculo emocional ou união estável com mulheres. Para os homens que compartilham desse estilo de vida, a intenção é não cair na “armadilha” de mulheres que querem se aproveitar do seu dinheiro ou qualquer outro recurso. Acontece que para atingir esse objetivo eles sustentam discursos preconceituosos e de objetificação da mulher.

Existem algumas frentes desse movimento, as que não são explicitamente violentos e outras que pregam ojeriza, principalmente o fim de lutas femininas como o movimento feminista. Eles acreditam que a sociedade não é justa com os homens e que as leis favorecem somente as mulheres.

O que falta a este grupo é conhecimento sobre o enredo histórico da construção da
sociedade humana. No Brasil, as mulheres conseguiram poder de voto somente no ano de 1934, o direito trabalhista conferiu a mulher licença maternidade apenas no ano de 1917, segundo a Organização Mundial da Saúde a taxa de feminicídio no Brasil é a quinta maior do mundo. Nos primórdios da sociedade a mulher era vista como o sexo frágil, em algumas comunidades tinha função de mãe e reprodutora, sem nenhum papel social.

Esse movimento individualista foi criado por volta dos anos 2000 e seu conteúdo
Uma ideia que dissemina o nada ficava restrito a na deep web. Hoje ele vem tomando espaço em canais e plataformas como youtube e blogs. São ideias preocupantes que se baseiam na misoginia e no machismo, além de pregar a desigualdade de gênero, o preconceito e nos fazer refletir na evolução da sensibilidade humana.

Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG