Cidade conta com 110 pessoas autodeclaradas pretas/pardas de um total de 466 candidatos

 

Os eleitores que não puderem votar nos dias 15 e 29 de novembro (1º e 2º turno) precisam justificar a ausência. Caso o eleitor fique em situação irregular na justiça eleitoral, será cobrado uma multa. Além disso, estão previstas diversas outras restrições. Confira mais detalhes na reportagem de Matheus Gaston.

 

 

Ficha Técnica

Reportagem: Matheus Gaston

Edição: Matheus Gaston, André Ribeiro

Supervisão: Professores das disciplinas de Áudios 1, Áudios 2, NRI 1 e NRI 2

 

Caso sejam eleitos nestas eleições, os servidores públicos devem receber uma licença para o exercício da função. Essa liberação é válida deste a data de nomeação até o fim do mandato, conforme a Lei Nacional das Eleições. O afastamento de servidores possui algumas variações. Confira mais detalhes na reportagem de Valéria Laroca.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Valéria Laroca

Edição: Catharina Iavorski Edling e NRI I

Supervisão: Professores(as) de Textos, Áudios e NRI I

Não são explícitas propostas de plantio de novas árvores nas vias públicas da cidade

Em suas propostas de campanha, os candidatos à prefeitura do município não deixam explícitas pautas relacionadas à arborização da cidade. As propostas de meio ambiente variam entre criação de jardim vertical, flores suspensas, expansão do Parque Linear, entre outras. Contudo, não há nada relacionado diretamente ao plantio de árvores. Esse é um problema que o próximo gestor encontrará devido à carência que o município possui em índices de arborização. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Ponta Grossa, a cidade se enquadra no nível de atenção muito alto com relação ao índice de arborização, a média dos bairros é cerca de 22,52 árvores por quilômetro, o que é considerado baixo. O cálculo utilizado pelos pesquisadores é baseado em uma quadra padrão de 100 metros, em que devem caber seis árvores por quadra, considerando uma distância de 10 metros entre as árvores.


A cidade que comportaria uma média de 64.000 árvores nas áreas urbanas apresenta apenas uma média de 28.925,ou seja, 54,8 % a menos do que poderia ser acrescentado. De acordo com a professora Silvia Méri de Carvalho, responsável pela pesquisa da UEPG, preservar as árvores já existentes não é o suficiente vendo que Ponta Grossa possui um déficit de aproximadamente 35.000 árvores nas vias públicas.
Nos Planos de Governo apresentados durante as Eleições Municipais de 2020, quando algum candidato cita o plantio de árvores, fala de maneira vaga como executarão a ideia que foi exposta. Um exemplo é a candidata Mabel Canto, que cita a Implantação de um Plano de Arborização Urbana, mas não explora o assunto nem como isso ocorrerá.


O professor substituto do departamento de Geociências da UEPG e membro do grupo Universitário de Pesquisas Espeleológicas (GUPE), Henrique Pontes, aponta que o município é precário com relação a vegetação na área urbana. “A falta de propostas nos projetos de governo mostra um futuro de mesmice ou, até mesmo, de um agravo com relação a esse problema vegetal, provocando uma perda muito grande para a cidade.” Ele ainda completa que as podas realizadas nas árvores já existentes muitas das vezes são exageradas e evasivas.


Segundo pesquisa feita pela U.S. Forest Services, nos Estados Unidos, a falta de árvores prejudica a qualidade do ar, provocando ou agravando possíveis problemas de saúde como doenças respiratórias e cardiovasculares. A prefeitura de Ponta Grossa informou que, este ano, os índices revelam que a qualidade do ar está em um nível bom, segundo o monitoramento do Instituto Água e Terra (IAT), ou seja, pessoas sensíveis e não sensíveis não precisam se preocupar com a qualidade do ar.

Com o levantamento de dados realizado pelo projeto “Avaliação da distribuição espacial da arborização de vias públicas na área urbana de Ponta Grossa-Pr mediante uso de geotecnologias”, esses baixos índices baixos de arborização estão distribuídos em diferentes pontos do município. O bairro do Cará-Cará, por exemplo, é o que possui o menor índice, sendo 4,0 árvore por quilômetro, seguido pelo bairro Neves com 7,9, Uvaranas com 13,1, Colônia Dona Luiza 13,8, Oficinas 14,7 e Centro com 16,8. No entanto, o bairro da Ronda se destaca com o maior índice de arborização atualmente. Há uma presença de 41,7 árvores por quilômetro, seguida do bairro Estrela, localizado na região de Oficinas. Os dados completos podem ser conferidos no gráfico a seguir:

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De acordo com a professora Silvia, as áreas verdes têm um papel importante no desenvolvimento urbano e social, pois proporcionam amenização nas temperaturas em áreas urbanas, sombreamento, maior infiltração de água no solo, reduzindo o escoamento superficial, reduzindo a possibilidade de deslizamentos e enchentes em possíveis regiões da cidade. Além disso, possibilita a presença da avifauna (conjunto de aves de uma determinada região ou determinado ambiente), que contribui no controle das pragas, na polinização de flores e na disseminação de sementes. “As árvores são apontadas como sumidouro de gás carbônico. Como em ambientes urbanos é possível encontrar muitas vezes fragmentos florestais, isso seria bastante benéfico para o ambiente, se caracterizam entre os chamados serviços ambientais”.


Silvia Méri de Carvalho diz que uma área verde deve desempenhar três funções: ambiental, social e estética. Segundo ela, não basta criar ou ampliar praças ou parques. Eles precisam ser adequadamente pensados, para que o público, com a presença de vegetação e equipamentos urbanos.

 

FICHA TÉCNICA:
Repórter: Larissa Hofbauer
Edição: Vítor Almeida
Supervisão: professores da disciplina de Textos III e NRI II

Portais de notícias em redes sociais não têm controle sobre a filtragem de comentários


O período de eleições municipais mobiliza os eleitores pelo Brasil inteiro. Com o avanço de um público que consome conteúdo noticioso via redes sociais, estas plataformas funcionam como um impulso para que os portais de notícias transmitam as informações de cada candidato de seu município. O problema é que uma parcela dos eleitores acaba utilizando destas postagens para alimentarem um debate injusto e antidemocrático, principalmente no espaço dedicado aos comentários.


Esses espaços acabam se tornando alvo de xingamentos aos candidatos, discussões e informações sem fontes comprobatórias. Em boa parte das vezes, apoiadores de candidatos comentam em publicações que citam propostas da oposição, recebem uma réplica e a discussão começa. Em uma apuração realizada, é possivel encontrar um exemplo característico desta situação. Em uma postagem de portais de notícias nas redes sociais sobre uma das candidatas à prefeitura de Ponta Grossa, alguns eleitores a chamam de “velha”, além de fazerem piada com a sua idade. Um comentário até faz menção à zona de risco da Covid-19.

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Os portais de notícia que divulgam seus materiais principalmente no Facebook, não tem condições de colocar uma equipe para fazer o controle e a filtragem de comentários, por contarem com uma redação enxuta e haver um grande número de postagens diárias. Por isso, esses comentários ficam expostos a outros leitores, facilitando na propagação de notícias falsas e difamações contra candidatos.
Em outra publicação analisada, é possível detectar a disseminação de uma fake news. A eleitora afirma que o governador Ratinho Júnior prometeu 100% de pavimentação na cidade de Ponta Grossa independente do próximo prefeito. Mas, na verdade, o governador afirmou que faria a pavimentação unicamente ao lado de um único candidato. No entanto, nenhuma outra citação envolvendo os outros candidatos é mencionada nesta situação. Inclusive, o comentário foi o que mais recebeu menções na publicação.

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Sobre a disseminação das fake news, o cientista político Fábio Góiris, em entrevista de arquivo para a Revista Nuntiare, coloca que essas ações podem interferir no modo de pensar dos demais eleitores. “Em períodos eleitorais podem ter a capacidade de mudar a opinião das pessoas, especialmente daquelas imersas no mundo da alienação”, diz o cientista político. Ferramentas e sites na internet fazem trabalhos de checagem de notícias falsas para auxiliar o leitor a filtrar o que é verdade ou não no meio online. Um desses sites é o Boatos.Org que desmente boatos que surgem na internet. A jornalista Kyene Becker da Silva trabalha para o site desde sua criação, em junho de 2013. Ela conta que o projeto surgiu como algo experimental, mas, devido ao crescimento de demanda, passou a ter um caráter profissional. Becker cita que apesar do portal publicar a comprovação de que um boato se trata de uma fake news, alguns leitores, no espaço dos comentários, ainda insistem em que o portal está errado. “Durante a pandemia, vimos muitas pessoas compartilharem notícias falsas com a desculpa de que: ‘vi que foi desmentido, mas essa essa não é a minha opinião’ e isso acarretava em uma desinformação”, lembra.


A jornalista continua ao dizer que “o primeiro passo sempre é checar a informação. Entrar nos sites de checagem. Se não encontrar a informação lá, você pode enviar para a gente que fazemos a checagem. Outro passo também é conferir na mídia, pois, se não encontrar lá, há algo muito estranho”.Outra dessas ferramentas de checagem é o Fato ou Boato, uma atualização da antiga página Esclarecimento sobre Notícias Falsas, que é administrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em parceria com nove agências especializadas em Fake News. Segundo o TSE, o Fato ou Boato conta com mais de 80 profissionais envolvidos no projeto. Porém, que não atendem a comentários feitos em redes sociais, visto que o projeto não trata de dúvidas específicas do leitor, e sim, funciona como uma força tarefa para desmentir boatos nas redes.


Há sites que combatem as notícias falsas, porém, os comentários continuam sendo veiculados, principalmente por essa dificuldade de controle. Fábio Góiris diz que é dever da população, agir no combate às Fake News. “Todos os cidadãos devem combater as  fake news. É uma luta universal contra a mentira e as manipulações discursivas. Mas, provavelmente, a melhor forma de combater é aumentando a cultura das pessoas, especialmente a cultura política.”
Para esta eleição, o TSE firmou parceria com as empresas Facebook Brasil e WhatsApp.inc, para combater a desinformação e abusos no período. Na rede social, foi criada a ferramenta Megafone, que ajudará na divulgação de informações sobre organização e medidas de segurança sanitária para os eleitores dias antes da eleição. Porém, essa ferramenta, assim como o Fato ou Boato, também não prevê uma forma combativa aos abusos cometidos nos espaços para comentários.

 

FICHA TÉCNICA:

Repórter: André Ribeiro Pires
Edição: Jessica Allana
Supervisão: Textos III, Núcleo de Redação Integrada II