Casos de obesidade infantil crescem na pandemia

A obesidade infantil sempre preocupou pais e especialistas. Na pandemia, especialmente por conta da ansiedade alimentar e da falta de atividades físicas, o problema se agravou. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada três crianças está obesa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, até 2025, existirão cerca de 75 milhões de crianças obesas no mundo.

A nutricionista Micheli Maluf, de Ponta Grossa, diz que a obesidade infantil se agravou na cidade na pandemia. “No meu consultório, neste ano, a procura aumentou cerca de 60% por auxílio nutricional principalmente das crianças”, relata. 

Micheli afirma que os hábitos adquiridos na pandemia devem permanecer mesmo após o fim do isolamento e ainda perdurar por anos na sociedade. “Acredito que vamos viver um pós pandemia de uns dois a três anos convivendo com as consequências.” A falta de exercícios físicos e a má alimentação são as principais consequências notadas por pais e profissionais.

Um médico de Ponta Grossa, que preferiu não se identificar e também não identificar seu filho, relata como o isolamento prejudicou os hábitos alimentares da família e sobretudo da criança, que foi diagnosticada com obesidade. “Antes almoçamos apenas em restaurantes. Com o isolamento, comemos em casa e meu filho não tem mais praticado atividades físicas”. Ele acrescenta que a alimentação em casa piorou, uma vez que há uma oferta maior de alimentos industrializados. 

Uma profissional da área de limpeza de Ponta Grossa, que também preferiu não identificar sua filha e não se identificar, relata que a criança sofre de obesidade desde antes da pandemia, entretanto, a conjuntura atual agravou muito o caso. “Hoje em dia não conseguimos mais realizar os exercícios que fazíamos antes, sem contar que agora ela não tem a mínima vontade de comer frutas ou verduras.”

 

ALIMENTAÇÃO Acervo Portal Comunitário

Crédito: Reprodução acervo periodico.

 

Esta reportagem faz parte da edição comemorativa de 30 anos do jornal-laboratório Foca Livre. Leia o conteúdo completo clicando aqui: https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre/2427-foca-livre-edicao-219-setembro-e-outubro-de-2022

 

Ficha Técnica

Repórter: Bettina Guarienti

Edição:  Cassiana Tozati  e Rafael Piotto

Publicação: Rafael Piotto

Supervisão de Produção: Muriel Amaral, Cândida de Oliveira e Jeferson Bertolini

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Vídeo: Pandemia dificultou ensino especial de forma remota

Crianças com necessidades especiais enfrentam dificuldades na adaptação ao ensino regular em Ponta Grossa. Professora de educação especial destaca que houve um sofrimento familiar em relação às escolas que não propiciaram a adaptação do ensino remoto aos alunos que necessitam, o que desencadeou crises e surtos nas crianças. Desde 2015 uma lei federal garante este acesso da pessoa com deficiência a acessibilidade e inclusão plena dentro do ambiente escolar.

 

 

Serviço:

Reportagem: Larissa Onorio
Publicação: Yuri A.F. Marcinik
Supervisão: Cintia Xavier, Marcos Antonio Zibordi & Mauricio Liesen.

 

Vídeo: Adoção de crianças e adolescentes em PG continua na pandemia

Os processos de adoção de crianças e adolescentes ocorrem normalmente mesmo em meio a pandemia de covid-19. Entre março de 2020 e maio de 2021, quase 30 crianças e adolescentes foram adotados.

 

 

Ficha técnica:

Repórter e editor: Leryane Barbosa

Publicação: Ana Paula Almeida

Supervisão: Cíntia Xavier, Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Vídeo: Acidentes domésticos com crianças crescem 303% no Brasil

O isolamento social manteve as crianças mais tempo em casa, o que ocasionou aumento de 303% no número de acidentes domésticos com crianças. No mesmo período, o Paraná teve quase 10 mil crianças internadas por conta de acidentes domiciliares, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

 

Ficha Técnica:

Reportagem & Imagens: Kadu Mendes & Lucas Ribeiro

Publicação: Yuri A.F. Marcinik

Supervisão: Cíntia Xavier & Maurício Liesen

 

 

 

Doação de leite materno cresce durante a pandemia em Ponta Grossa

Antes do coronavírus eram coletados 80 litros por mês; agora são 120

As doações do banco de leite do Hospital Universitário Materno-Infantil (HUMAI), em Ponta Grossa, não diminuíram durante a pandemia. Antes do avanço do novo coronavírus, o HUMAI recebia cerca de 80 litros de leite por mês. Agora, recolhe 120 litros mensalmente.

Só em 2021, o hospital fez parte de duas campanhas para incentivar a doação de leite materno: uma em 19 de maio, no Dia Nacional da Doação de Leite Humano, e outra na Semana Mundial da Amamentação, que aconteceu de 1 a 7 de agosto. As datas tinham o objetivo de incentivar a doação, além de mostrar o trabalho do banco de leite do hospital e a importância do leite para mães que estão internadas.

Segundo Wagner Kloster Antunes, nutricionista do Hospital Universitário, a doação de leite materno tem uma importância social e cada vez mais a população deve apoiar a causa para que ela chegue até mais pessoas.

De acordo com Hospital Universitário, até junho deste ano o HUMAI realizou 366 atendimentos individuais, 40 atendimentos em grupo e 914 visitas domiciliares, arrecadando 540 litros de leite humano.

Ana de Bastiani, enfermeira do hospital, diz que se a mãe notar dificuldade de o bebê se alimentar, ou se ele não está ganhando peso, pode procurar ajuda do banco de leite. É importante que a mulher busque ajuda para que seu filho obtenha os nutrientes necessários para crescer com saúde. Ao chegar ao hospital, o leite passa por um processo de análise microbiológica para depois ser pasteurizado e guardado no banco. Quando verificado que não foi coletado corretamente, a doação é descartada.

 

Foto: Raylane Martins/ Acervo: Foca Foto

 

Ministério da Saúde

O aleitamento materno é a alimentação mais importante nos primeiros anos de vida de uma criança. De acordo com o Ministério da Saúde, até os cinco anos de vida a amamentação reduz o risco de mortalidade em 13%. Além disso, evita complicações para a criança como o risco de diarreia e infecções respiratórias. Também diminui os riscos de alergia, diabetes, colesterol alto e hipertensão. O leite materno dá à criança uma maior nutrição e ajuda na criação do vínculo entre mãe e filho.

Todos os anos o governo federal cria campanhas para incentivar a doação de leite para mães que não conseguem amamentar. Este ano não foi diferente. A campanha ‘Todos pela amamentação. É proteção para a vida inteira’ tem o objetivo de informar a população e incentivar a amamentação das crianças com até os dois anos ou mais, com foco nos primeiros seis meses de vida.

Atualmente o Brasil conta com 222 bancos de leite humano e 219 postos de coleta. De acordo com o Ministério da Saúde, apenas em 2020, cerca de 181 mil mulheres doaram mais de 226 mil litros de leite materno. Dados coletados até junho deste ano mostram que 92 mil doadoras conseguiram fornecer mais de 111 mil litros de leite.

Números divulgados pelo Ministério da Saúde revelam que os índices nacionais de aleitamento materno, em crianças com menos de seis meses, aumentaram de 2,9% para 45,1% entre os anos de 1986 e 2020. A amamentação no primeiro ano de vida também aumentou de 30% para 53,1% entre os mesmos anos.

Segundo dados da OMS em conjunto com a Unicef, cerca de seis bilhões de vidas são salvas anualmente pelo aumento da amamentação nos primeiros seis meses de vida.

 

Como doar

As mães que desejam doar para o banco de leite do HUMAI devem estar em processo de amamentação e serem clinicamente saudáveis. Serão analisados exames e hábitos de saúde a partir de um cadastro. Se atenderem as exigências, a mulher deve receber os materiais de coleta, a orientação de como realizá-la e de como armazenar o leite. Semanalmente, a equipe vai até a casa das doadoras, seguindo todos os procedimentos de biossegurança. Para mais informações, entre em contato pelos telefones: (42) 3220-1050, (42) 3311-8414 ou pelo WhatsApp (42) 99148-1909.

 

Ficha Técnica
Reportagem: Ana Paula Almeida
Edição e Publicação: Deborah Kuki
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen