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- Produção: Cássio Murilo
- Categoria: Mobilidade urbana
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Falta de distanciamento e uso irregular de máscara estão entre as reclamações
Usuários de transporte coletivo de Ponta Grossa reclamam da falta de fiscalização e do descumprimento dos protocolos de segurança contra a covid nos ônibus da Viação Campos Gerais (VCG), empresa que opera na cidade.
A publicitária Lohane Justus usa as linhas de ônibus inter-terminais quanto nos bairros. Quando possível, ela busca ir aos lugares a pé, pois a situação dos coletivos a preocupa. “Não há distanciamento dentro dos carros, nem fiscalização para o uso de máscara. O problema maior está nas linhas entre os terminais, principalmente nos horários de pico”, diz.
O músico Marlon Cristóvão reforça o descumprimento de protocolos sanitários. “Nos terminais ainda há quem use corretamente a máscara e mantenha a distância, mas não são todos. Dentro dos ônibus, isso praticamente não existe”, afirma. Marlon conta que, como alternativa, tem usado aplicativos de carona para se sentir mais seguro. “Infelizmente não tem como usar todos os dias, pelo valor cobrado”, diz.
Gabriel Miguel, jornalista, também relata problemas no uso do transporte coletivo. “Em linhas relativamente vazias, o motorista sequer usa máscara”, conta. “O problema se agrava quando desembarca no terminal, no fim da tarde. Não existe muito respeito, tanto por parte da VCG quanto dos passageiros. Por mais que sejam poucos, ainda há pessoas sem máscara”, relata.
Ônibus da linha Rio Pitangui | Foto: Matheus Gaston (arquivo)
Os três usuários ouvidos pela reportagem sugerem o aumento da frota como tentativa para reduzir as aglomerações. “A gente sabe que dinheiro não falta. Não basta comprar ônibus apenas para renovar a frota e bater foto. Tem que ter mais veículoscirculando”, reforça Gabriel. “Qualquer um com o mínimo de senso social percebe que não é uma situação segura, mas o público se submete ao uso do ônibus por falta de opção. Ninguém vai sair a pé do Cará Cará para trabalhar no centro às seis da manhã”, reforça Marlon.
O outro lado
A VCG informou que não possui poder de fiscalização, tanto nos veículos quanto nos terminais. Segundo a empresa, cabe a ela apenas a orientação do uso de máscara, higienização das mãos e o distanciamento. A empresa também alega não poder interferir quando o passageiro diz que não usará o item de segurança. Quando ocorre um problema do tipo, diz acionar a Guarda Municipal. As plataformas, segundo a empresa, são espaço público cedido e não compete à concessionária fiscalizar o lugar. Enquanto estão na garagem, os carros são higienizados com hipoclorito de sódio e álcool 70. Quando possível, a empresa diz que a limpeza também é feita nos terminais, entre uma viagem e outra.
Em nota, a Prefeitura de Ponta Grossa informa que os protocolos sanitários seguem as diretrizes em vigência no município. Nos terminais de transporte coletivo, o uso de máscara segue sendo obrigatório, bem como medidas que busquem favorecer o distanciamento social. A prefeitura também diz que disponibiliza álcool gel nos locais e faz a reposição sempre que necessário.
Ficha técnica
Reportagem: Cássio Murilo
Edição e revisão: Tayná Lyra e Matheus Gaston
Publicação: Tayná Lyra
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi e Maurício Liesen
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- Produção: Jessica Allana Grossi
- Categoria: Mobilidade urbana
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Confira o comentário em vídeo de Jessica Allana Grossi, e logo em seguida a versão em texto.
A Viação dos Campos Gerais (VCG) pediu revisão da tarifa de transporte no dia 2 de março. O preço atual de quatro reais e trinta centavos já é o mais caro das cidades de médio porte do Paraná.O pedido da revisão é justificado pela diminuição da metade dos passageiros nos últimos 12 meses.
A empresa alega que a crise do coronavírus agravou seu quadro econômico. Porém a pandemia só foi um catalisador de um problema que é muito maior. Os usuários têm abandonado o transporte público mesmo antes da pandemia pela falta de conforto, números insuficientes de pontos de ônibus, qualidade do transporte e, principalmente, o preço que não condiz com o serviço ofertado.
O poder público municipal, que é responsável pelo planejamento de mobilidade urbana, precisa ficar atento a esta diminuição de passageiros. Hoje, os carros ocupam 70% do espaço no trânsito enquanto transportam 25% das pessoas, já os ônibus ocupam 10% do mesmo espaço e transportam 40% da população, segundo dados da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).
A decisão do valor da tarifa será um balizador importante para definir o estímulo das pessoas em utilizar o transporte público na cidade. Com a passagem cara e um funcionamento cheio de reclamações, é cada vez mais provável que a utilização de carros particulares ou o uso de aplicativos de transporte compliquem ainda mais o já caótico sistema de mobilidade na cidade.
Ficha Técnica
Repórter: Jessica Allana Grossi
Publicação: Alex Marques
Supervisão: Muriel Amaral
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- Produção: João Gabriel Vieira
- Categoria: Mobilidade urbana
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Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes presta atendimento pelo site
O processo de concessão e renovação dos benefícios meia-tarifa e passe livre é realizada de forma inteiramente online em 2021. O fornecimento dos serviços segue as recomendações sanitárias da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (SESA), com o intuito de evitar aglomerações. O atendimento é realizado através do site da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes (AMTT). A solicitação dos benefícios estudantis pode ser realizada a qualquer momento e atende estudantes do ensino fundamental, médio e superior. Para efetuar a solicitação pela primeira vez, é necessário o envio de documentos digitalizados, como comprovante de matrícula, comprovante de endereço, registro geral (RG) ou certidão de nascimento, o cadastro de pessoa física (CPF), termo de responsabilidade e RG e CPF do responsável.
O processo em Ponta Grossa foi iniciado no começo de fevereiro, e os pedidos são feitos exclusivamente pela internet. Após o cadastramento do requerente e envio dos documentos, se inicia o processo de análise, que pode ser acompanhado pela própria plataforma da AMTT, onde é possível realizar o envio de documentos complementares e até mesmo efetuar o pedido de recurso caso o benefício seja indeferido.
Terminal Central, um dos principais terminais de Ponta Grossa. Foto: João Gabriel Vieira
A auxiliar de limpeza Magda Ramos, que renovou o passe livre para seu filho, conta que o processo foi simples. Após a recomendação recebida da escola na qual o filho está matriculado, realizou o cadastro pelo site da Autarquia com o envio de documentos como o CPF do adolescente e a matrícula escolar. Em conversa com a reportagem, a Diretora do Departamento de Trânsito da AMTT, Rosana Cruz reforçou que todos os serviços estão ocorrendo de forma remota, respeitando as recomendações de distanciamento social. Relata também que o benefício da meia passagem tem sido requisitado com menor frequência, devido a suspensão das aulas presenciais na cidade, uma vez que o público universitário e estudantes do ensino fundamental e médio representam a maior demanda do serviço.
O benefício do passe escolar foi instituído na cidade de Ponta Grossa pela Lei Municipal 7.018 no ano de 2002. Com a atualização mais recente em 2019, está previsto que o estudante beneficiado pague cinquenta por cento do preço da tarifa vigente no período e tem direito a até quatro passes escolares por dia letivo de acordo com a quantidade de períodos frequentados pelo beneficiário. Os estudantes que frequentam o ensino fundamental público, cujas famílias estejam em situação de risco social e possuam renda total inferior a dois salários mínimos, terão direito a transporte gratuito, através da obtenção do cartão passe livre.
Não existe data limite para o requerimento do benefício. Para realizar a solicitação, basta acessar o link: https://amtt.pontagrossa.pr.gov.br e efetuar o cadastro.
Ficha Técnica:
Repórter: João Gabriel Vieira
Edição: Larissa Onorio
Publicação: Mirella Mello
Supervisão: Rafael Kondlatsch, Marcos Zibordi e Kevin Kossar
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- Produção: Ana Carolina Barbato Dias
- Categoria: Mobilidade urbana
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Concessionária alega prejuízo de R$ 50 milhões desde o início da pandemia
Categoria faz protestos desde dia 28 de abril. Foto: André Lopes/Lente Quente/Arquivo
Motoristas e cobradores da Viação Campos Gerais (VCG) realizam protestos com paralisação parcial dos trabalhos desde 28/04, após a empresa não cumprir com o prazo de pagamento dos salários atrasados, segundo os funcionários. Os trabalhadores estão em greve desde o dia 5 de abril de 2021 em Ponta Grossa. Atualmente, apenas 50% da frota está em funcionamento na cidade por conta de decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). A paralisação parcial tem causado aglomerações nos terminais e lotação do transporte coletivo em plena pandemia da Covid-19.
A concessionária alega prejuízo de R$ 50 milhões desde o início da pandemia por conta da diminuição no número de passageiros. A VCG informa que nos últimos 12 meses opera em prejuízo na prestação do serviço.
Para analisar a situação de Ponta Grossa é preciso entender o atual cenário. Esta é a avaliação do professor Elton Barz, presidente estadual do PCdoB no Paraná e membro da Frente Ampla Democrática em Ponta Grossa (FAD PG), que analisa o funcionamento do sistema de transporte coletivo na cidade. “Usamos uma base de planilha que tem uma tendência de gerar mais-valia para os empresários do sistema de transporte coletivo”, explica o professor.
As planilhas servem para calcular todos os insumos necessários ao funcionamento do transporte, incluindo o que já foi feito e os custos de tarifas, conforme documento da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), que foi atualizado em 2014. “A base do sistema é ter custos que dêem vantagem aos empresários, com pouca concorrência e que esteja de acordo aos empresários e sindicatos dos trabalhadores”, avalia Barz. Conforme o professor, o acordo pretendido faz com que os sindicatos também se mobilizem pelos interesses dos empresários e não necessariamente apenas dos trabalhadores.
Antônio Aguinel, que trabalha com transporte em Ponta Grossa e acompanha a situação da gestão pública local, critica o que chama de omissão do poder público em relação ao transporte. “O poder deveria fiscalizar diariamente o transporte coletivo da cidade, mas acaba deixando à concessionária, que agora alega prejuízo e não paga os salários dos funcionários”, diz.
A estudante universitária Mariana Gonçalves, que precisava pegar dois ônibus para chegar à UEPG central, critica o sistema de transporte na cidade. “Desde muito tempo tem lotação nos ônibus e terminais, mas nada é feito para melhorar a situação”, avalia. “O serviço precisa melhorar urgentemente, pois quando a pandemia acabar o quadro só tende a piorar”, diz.
Ficha Técnica:
Repórter: Ana Carolina Barbato Dias
Publicação: David Candido
Supervisão: Sérgio Gadini
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- Produção: Manuela Roque
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Há mudanças em multas, transporte de crianças e uso de luz em rodovias
Vista aérea da Avenida Vicente Machado, no centro de Ponta Grossa. Foto: Arquivo Portal Periódico
As alterações do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) já entraram em vigor por todo o país. Desde o último dia 12, mais de 57 leis foram modificadas e aprimoradas, com o intuito de tornar o Código mais adequado à realidade atual. A lei 14.071, que autorizava as alterações no CTB, foi aprovada em 2019 pelo Congresso Nacional e sancionada em outubro do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Uma das principais mudanças do CTB é o aumento do prazo de validade da Carteira Nacional de Habilitação, a CNH. A versão antiga informava que condutores com menos de 50 anos deviam renovar o exame de aptidão física e mental a cada cinco anos. Agora, o prazo de renovação é de 10 anos. Já para os motoristas com 50 anos ou mais, a renovação vai acontecer de cinco em cinco anos. E para os condutores de 70 anos ou mais, a frequência para renovação da carteira de motorista será feita a cada três anos.
Com a nova lei, o porte do documento físico de habilitação deixa de ser obrigatório. Agora as autoridades podem consultar a CNH do condutor num sistema digital no momento da fiscalização. O condutor que queira adquirir sua CNH digital deve acessar o site do Detran Paraná e seguir o tutorial para a verificação do documento. O acesso à carteira digital é gratuito.
Pontuação da CNH
Outro destaque é a alteração na pontuação da CNH. Hoje, a suspensão da carteira ocorre quando o condutor atinge 20 pontos em um ano. Com a alteração, os pontos terão uma escala com três possíveis situações para definir a suspensão. Por exemplo, se o condutor tiver duas ou mais infrações gravíssimas em um ano, o limite da carteira se mantém em 20 pontos. Se possuir apenas uma infração gravíssima, a carteira será suspensa ao atingir 30 pontos. Caso o condutor não tenha nenhuma infração gravíssima neste período, o valor limite será 40 pontos.
Para o instrutor de autoescola Cândido Rosa o aumento da pontuação da carteira de motorista provoca imprudência no trânsito. “Eu acho que deveria continuar somente 20 pontos o valor limite, porque o condutor que atinge 20 pontos já mostra ser muito imprudente no trânsito. O aumento da pontuação para 40 pontos vai apenas beneficiar aqueles que já cometem imprudências”. O instrutor acredita que esta mudança pode ocasionar, inclusive, mais acidentes de trânsito. “Quanto maior o número limite de pontos, maior a flexibilidade para cometer infrações. Consequentemente, maior a possibilidade de os motoristas esquecerem de suas responsabilidades e causarem acidentes nas vias”.
A nova legislação também prevê mudanças no transporte de crianças. A partir de agora, crianças de até 10 anos que não tenham 1,45m de altura devem obrigatoriamente ser transportadas nos bancos traseiros e utilizar a cadeirinha ou assento especial adequado. Além disso, aumenta a idade mínima para crianças serem transportadas na garupa de motocicletas, motonetas ou ciclomotores, passando a ser de 10 anos, e não mais sete.
O uso de luz baixa durante o dia também foi alterado. Antes exigido dos condutores em todo o percurso de rodovias de pista duplicada ou dentro do perímetro urbano, a luz baixa em rodagem diurna só será obrigatória em rodovias de pistas simples fora do perímetro urbano, além de casos em que o motorista se depare com túneis ou situações de difícil visão, como dias de cerração e neblina.
Crimes de Trânsito
A respeito dos crimes de trânsito, atualmente a pena de prisão para motoristas embriagados que matarem ou lesionarem pedestres ou condutores no trânsito pode ser trocada por prestação de serviços à comunidade ou a entidades sociais. Agora, a atualização do CTB proíbe a substituição da pena de reclusão por uma mais branda. Sobre o exame toxicológico, a nova legislação obriga que ele seja realizado a cada renovação da carteira ou alteração de categoria para os motoristas habilitados a dirigir caminhões e ônibus, ou seja, integrantes das categorias C, D e E. Já os condutores com idade inferior a 70 anos devem fazer o exame a cada dois anos e meio, e aqueles com mais de 70 anos não precisam renovar o exame antes do vencimento de sua CNH. Independente da idade, o Código considera o exame toxicológico com resultado positivo uma infração gravíssima, podendo atingir até R$1.467,35 de multa para o condutor e suspensão da carteira por três meses.
A diretora chefe do Ciretran, sede regional do Detran em Ponta Grossa, Cenira Malaquias, explica que as mudanças têm como propósito prestar uma maior qualidade do trânsito para os brasileiros, estejam eles em posição de condutor ou de pedestre. “Visando beneficiar o cidadão, a segurança se tornou um dos pilares desta versão atualizada. Precisamos tornar nosso trânsito mais seguro para que cada vez menos pessoas faleçam em acidentes automobilísticos, e as novas regras estão mais preocupadas com isto do que nunca”.
Cenira também destaca que o Ciretran está realizando uma campanha online para conscientizar os ponta-grossenses a respeito das novas regras. “Estamos divulgando diariamente no site do Detran as alterações para que todos saibam quais são as mudanças. Os condutores precisam estar cientes delas desde já, porque não serão toleradas justificativas de falta de informação caso descumpram a lei”, afirma.
O instrutor Cândido Rosa, no entanto, diz que mesmo com as novas regras, ainda é preciso melhorar a fiscalização nas vias e a conscientização dos condutores. “O nosso Código de Trânsito tem 341 artigos. Existem muitas leis no papel, mas que não são cumpridas e nem fiscalizadas. Antes de tudo é preciso conscientizar o cidadão de seus deveres no trânsito, e os fiscais devem reforçar a patrulha e a cobrança em cima dos condutores infratores”. Sobre a realidade do trânsito atual, Cândido diz que muitas vezes o condutor precisa encarar as dificuldades na prática para entender a importância de cumprir as leis que garantam sua segurança. “As autoescolas ensinam as regras e como deve se comportar o condutor. Cabe a pessoa segui-las, mesmo que muitas vezes elas sejam esquecidas após a conclusão do curso de direção. O condutor que pratica a direção defensiva e que respeita as regras dificilmente será multado ou sofrerá acidentes de trânsito”, ressalta.
Ficha Técnica:
Repórter: Manuela Roque
Publicação: André Ribeiro
Supervisão: Kevin Kossar