Crítica de Ponta #152
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
PizzaDog une dois lanches populares e conquista o paladar dos fãs de fast-foods
A pizza e o hotdog são lanches de origem italiana e americana, mas nunca estão em falta no cardápio brasileiro. O primeiro, vindo da Europa, é tradicionalmente fino, tanto em massa quanto em recheio. Já o segundo, típico dos Estados Unidos, consiste em um pão, recheado com uma ou duas salsichas. Mas aqui no Brasil estas receitas não foram só incrementadas como também unificadas. Com uma proposta diferenciada, o PizzaDog vem para agradar os amantes dos lanches.
O cardápio é dividido em 4 categorias: os Nobres; os Especiais; os Tradicionais e os Doces. O lanche salgado é montado em baguete de parmesão, pão macio e dourado, e muito recheio, o nobre Mexicana é um dos favoritos dos clientes, o lanche vem com carne moída ao molho bolonhesa, pimenta, tortilhas, cheddar e mussarela, a opção além de suculenta, é uma das mais bem recheadas do cardápio.
Para aqueles que não são fãs de pimenta, o nobre Pernil é o pedido ideal, que conquista o cliente tanto pelo aroma quanto pelo sabor, com carne sequinha, mussarela e muita maionese, além da opção de adicionais. No cardápio também há opções vegetarianas, recheadas com mussarela, tomate, champignon, milho, azeitona e requeijão cremoso puro. Aos que buscam variedades doces, também há 10 opções no cardápio, todas com pão integral.
Apesar da ótima variação no cardápio e lanches deliciosos, o ambiente interno apresenta um problema, uma área pequena e bem limitada para clientes. O espaço entre as poucas mesas deixa o freguês com uma sensação de aperto, para grupos maiores de 5 pessoas, a melhor opção é o pedido por delivery ou retirada.
Por Victória Sellares
Serviço:
Endereço: Avenida Bonifácio Vilela, Centro - Ponta Grossa/PR
Site: https://pedir.pizzadog.com.br/menu
Preço: Lanches variam de R$ 14,90 a R$ 27,90.
Horário de funcionamento: Seg a Sáb: 11h às 16h e 17h às 22:45h | Domingo: 17h às 22:45h.
Lojas de PG apostam em Dia das Bruxas com alegria e lucro
Tradicionalmente no mundo inteiro, no dia 31 de outubro, comemora-se o Dia das Bruxas. A festa é tão antiga que é difícil encontrar uma origem definitiva. O que se sabe, porém, é que o nome original do evento, Halloween, vem de “All Hallow’s Eve”, o dia anterior à data que lembra Todos os Santos (1/11). O Dia das Bruxas mistura tradições cristãs e pagãs.
É possível indicar que o Dia das Bruxas está virando uma festa comum no Brasil por conta da influência da internet e de filmes hollywoodianos, que apresentam a data cultural para diferentes povos do mundo. Aqui, constata-se um aumento do hábito de assistir filmes de terror no mês de outubro, fazer festas de Halloween e usar fantasias assustadoras, tudo sob a inspiração do festival nos Estados Unidos.
Em Ponta Grossa, lojas que trabalham com fantasias de carnaval e artefatos para jogos da Copa do Mundo, por exemplo, já começam a vender artigos para a festa do Dia das Bruxas. Pouco do que se vende é inspirado na cultura brasileira ou no folclore regional, dando espaço para fantasias de personagens americanizados, como vampiros ou personagens de séries e filmes dos Estados Unidos. Além disso, é comum observar a venda de decorações com formatos de abóboras, alimento utilizado como decoração natural durante o outono. O Dia das Bruxas no Brasil, porém, é comemorado durante a primavera.
É inegável que a vinda do Halloween para Ponta Grossa também desperta um costume capitalista de consumo e da compra e venda de fantasias ou ingressos para festas em casas de shows. Apesar disso, a oportunidade de realizar as comemorações traz alegria para crianças e para os adultos apaixonados pela cultura do terror, que enxergam no Dia das Bruxas uma oportunidade para mostrar ao mundo toda uma paixão pelo oculto, pelo assustador e pelo que não é aceitável socialmente durante o resto do ano.
Por Maria Helena Denk
Serviço:
Dia das Bruxas - ou Halloween -, comemorado no dia 31 de outubro. Origem do festival.
Livro infantil revela conversa interessante entre instrumentos musicais
E se instrumentos musicais resolvessem conversar entre si para explicar a importância de cada um? O escritor, Fábio Mauricio Holzmann Maia, consegue expressar tal diálogo no livro Conversa entre instrumentos musicais, lançado em agosto de 2022. A breve história, conduzida pela Tuba... sim, aquele instrumento musical que possui som grave, serve como um puxão de orelha amigável no Flautim e Requinta. Uma vez que ambos os instrumentos discutiam sobre um ser melhor que o outro no quesito som.
A forma que a Tuba faz com que os colegas entendam o porquê de cada instrumento ser importante em uma banda é contagiante. Pois, além de ser uma verdadeira lição, que pode ser aplicada tanto em instrumentos como em pessoas, o livro de Fábio revela pontos essenciais sobre a história das famosas “bandinhas” de Ponta Grossa.
Por falar em “bandinhas”, é óbvio que a Banda Lyra dos Campos ocupou espaço na fábula. Mas para completar a história, o Saxofone também ajuda a Tuba ao falar sobre a trajetória da banda do 13º Regimento de Infantaria da cidade. O mais interessante do conto, não é somente o diálogo criativo e explicativo, mas também as ilustrações feitas pela professora e artista plástica, Rossana Moletta. O livro consegue prender a atenção de todos os públicos, sejam crianças ou adultos.
Engana-se quem acha que o Conversa entre instrumentos musicais foca somente na conversa, pois Fábio preocupou-se em explicar cada um dos principais instrumentos ao final da história para que, caso alguém não tenha a mínima ideia do que é o flautim, por exemplo, saiba que ele é da família dos instrumentos de sopro. O livro também não se limita às páginas, pois em cada explicação existe o QR Code, em que o leitor pode apontar a câmera do celular e ver qual é o som de cada instrumento, além de também ter versão em audiobook.
A fim de ampliar o caráter pedagógico das crianças em relação aos instrumentos e a história das bandas da cidade, o mais novo livro de Fábio Mauricio Holzmann Maia pode ser encontrado, de forma gratuita, na rede municipal de ensino de Ponta Grossa.
Por Leriany Barbosa
Serviço:
Conversa entre instrumentos musicais, 2022
Autor: Fábio Mauricio Holzmann Maia
Ilustração: Rossana Moletta
Editora: ABC Projetos, Ponta Grossa
Setembro em Dança tem diversidade de estilos de dança
Em Ponta Grossa, a dança conquista cada vez mais atenção. Um dos principais responsáveis por esse cenário é o festival Setembro em Dança, que aconteceu no último mês. Considerado o maior festival de dança do Paraná, o evento teve mais de 30 atividades na programação e reuniu estilos de dança diversos, desde o ballet clássico até coreografias de K-Pop. Na edição 2022 o número de atividades aumentou, pois a coordenação permitiu a inscrição de artistas de outras cidades do estado.
E, assim, o festival ganha destaque no que diz respeito à diversidade de estilos quando comparado a outras edições. Enquanto em 2022 a dança afro, fit dance e dança de pop coreano ganharam espaço no festival, a programação do evento em 2021, em sua maioria foi voltada ao ballet, jazz e dança contemporânea. Em Ponta Grossa, há tempos não se viam eventos e mostras de dança que fossem além dos poucos gêneros conhecidos. Em grande parte das vezes, existiam apenas espetáculos de determinadas escolas, e não realmente um festival capaz de abraçar outros estilos de dança. Talvez, por existir poucas escolas e academias na cidade que ofertam aulas de outros gêneros.
A existência da variedade de estilos em festivais é significativa, uma vez que há pouco espaço para os demais gêneros em eventos maiores. O Festival de Dança de Joinville por exemplo, que é o maior festival de dança do mundo, é um dos únicos entre vários do mundo a reunir grande diversidade de gêneros. E por mais que o Setembro em Dança esteja evoluindo aos poucos em diversidade, já pode ser visto como um importante aliado da variedade da dança em Ponta Grossa.
Por Ana Barbato
Serviço:
Para conferir fotografias do Setembro em Dança, basta acessar as redes sociais da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa no link.
Troca de figurinhas atrai público às praças ponta-grossenses
Praça pública é sinônimo de lazer, seja para passear, respirar ar livre ou estar em contato com a natureza. Com parques, quadras de areia e brinquedos, elas são locais de encontros entre gerações, sejam elas crianças, adolescentes ou adultos. Desde o mês de agosto, as praças de Ponta Grossa também viraram ponto de encontro para troca de figurinhas da Copa do Mundo, que acontece no Catar, a partir de 20 de novembro de 2022, após ser adiada devido às temperaturas elevadas do verão asiático ocidental.
O álbum de figurinhas, que começou a ser comercializado em 19 de agosto, é vendido por 12 reais na versão tradicional, ou por R$ 44,90 na versão capa dura. Os pacotes de figurinha custam 4 reais, e em cada um, vêm 5 adesivos para colecionar.Para completar o álbum da Copa do Mundo, são necessárias 670 figurinhas, porém, ao comprar um pacote, várias imagens repetidas podem aparecer. É aí que entra o auxílio das bancas de jornais, localizadas nas praças ponta-grossenses. Além de vender álbuns e pacotes de adesivos, as bancas se tornaram ponto de encontro entre colecionadores, que levam figurinhas repetidas e buscam novos ícones para completar a revista.
Na praça Barão do Rio Branco, localizada no centro da cidade, duas bancas de jornal têm ponto de troca. Uma delas, o Ponto Azul, se tornou referência para os colecionadores, e a todo momento, é possível encontrar pessoas sentadas nas mesas da banca, substituindo adesivos. A praça da Catedral também se tornou ponto de troca.
O movimento de troca permite o giro de pessoas nas praças que, ao estar ali, entram em contato com diferentes grupos sociais. Além de comprar outros pacotes, os colecionadores aproveitam para movimentar vendas de pequenos comerciantes, que ficam nas praças com carrinhos de pipoca, churros, refrigerantes e demais produtos de consumo.
Não apenas as crianças e adolescentes colecionam álbuns, mas também adultos, que se permitem voltar à infância com a troca de figurinhas e ficam na expectativa para ter o álbum completo. Com isso, praças públicas continuam servindo como espaço de lazer, mas trazem para o ambiente uma outra forma de diversão.
Por Isadora Ricardo
Serviço:
Álbum Copa do Mundo: https://panini.com.br/colecionaveis/copa-do-mundo-2022
Ponto de troca de figurinha: Ponto Azul – Praça Barão do Rio Branco
Banda ponta-grossense mistura ritmos latinos de origem africana
Que a música desperta sensações, isso não é novidade para ninguém. Agora, imagina que, além de te fazer dançar, ela também te ensine a origem dos diversos ritmos latinos. Isso sim é interessante! Essa é a proposta do grupo musical ponta-grossense, Mambaia: Améfrica Groove. O termo Améfrica, inspirado nos estudos de Lélia Gonzalez, deixa claro o objetivo da banda em afirmar que, grande parte dos estilos musicais como Salsa, Rumba, Bembé, Alujá, Candombe e diversos subgêneros do Samba, são de origem africana.
O grupo instrumental, formado por oito músicos, foi idealizado exclusivamente para o Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promific), de Ponta Grossa. É válido ressaltar que todas as músicas são de autoria do produtor e guitarrista da banda, Fernando Bertani. Além dele, Aline Garabeli, Felipe Oliveira, Eric Santana, Felipe Ferreira, Fábio Barbosa, Anthonny Felipe e Nicolas Salazar compõem o grupo musical. Segundo Bertani, a africanidade é uma forma de mostrar ao mundo outras histórias e perspectivas identitárias do continente latino-americano.
As músicas ainda estão em fase de finalização, mas já adianto... É impossível ficar parado. Ao escutar uma prévia da canção Volta Seca, é inegável a vontade de querer ir o quanto antes a um show do Mamabaia: Améfrica Groove. O som te lembra o jazz e o samba não fica de fora. A harmonia é inigualável, mesmo com diversos ritmos afro-latinos presentes na música. O modo que o saxofone casa com o baixo, ou que bateria guia os instrumentos de percussão, faz a experiência ser completa.
Ao todo, serão 11 músicas e seis apresentações entre os meses de novembro e dezembro em Ponta Grossa. Para além dos shows, o produtor e guitarrista do Mambaia, Fernando Bertani, já adianta que haverá um momento dedicado à plateia, para que o público se atente a cada ritmo afro-latino presente no repertório da banda.
Por Leriany Barbosa
Serviço:
Banda: Mamabaia: Améfrica Groove
Início: 2022
Realização: Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promific)
Foram reeleitos, mas o que fizeram em mandatos anteriores?
Em uma disputa eleitoral a informação é fundamental. Mas é preciso divulgar temas que também possibilitem ao eleitor avaliar as candidaturas que buscam novo mandato a cada quatro anos. A imprensa, que tem como função prioritária informar a população, deveria mostrar no que candidatos e candidatas à reeleição pretendem, apresentando o que já foi feito em anos anteriores.
Nos portais noticiosos online de Ponta Grossa o detalhamento sobre ações e opiniões políticas acontece quase exclusivamente com aqueles candidatos que receberam grande quantidade de votos na cidade e que são ponta-grossenses, como Mabel Canto (PSDB), deputada estadual, e Aliel Machado (PV), deputado federal também reeleito. Matérias que apresentam candidatos sem mandato, por exemplo, aparecem com menor frequência comparativa, fazendo com que o leitor precise procurar em outros espaços e, mais ainda, candidatos de outras regiões e cidades do Estado. Percebe-se, ainda, a pouca existência de debates e avaliações sobre o trabalho anterior de candidatos à reeleição, o que apenas favorece a campanha de quem já exerce algum cargo ou mandato.
Ao pesquisar sobre reeleição nos mesmos portais, nota-se que as primeiras notícias remetem ao número de deputados reeleitos na Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep). “Alep reelege 30 dos 54 deputados” e “30 deputados estaduais foram reeleitos no Paraná” são frases que aparecem de forma recorrente nos textos. Percebe-se ainda que o objetivo das publicações é informar rapidamente o leitor sobre quem recebeu mais ou menos votos, quais deputados(as) foram eleitos e reeleitos, e a quantidade de votos que um candidato recebeu na cidade.
Aqui, porém, o leitor precisa se atentar para informações contraditórias, visto que os números de deputados estaduais reeleitos nas publicações são divergentes: em alguns aparecem 28 candidatos, e em outros 29 ou 30. Além de informar, é preciso apurar a informação com precisão.
Por Ana Barbato
Serviço:
Portais consultados para escrever a crítica: aRede, DC Mais e Mareli Martins.
Publicações sobre o número de candidatos reeleitos: aRede, DC Mais e Mareli Martins.
Crítica de Ponta #151
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CRÍTICA DE PONTA
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você!
Ele subiu, mas vai acabar voltando
Crédito: Raylane Martins
Documentário mostra os momentos de glória do Operário, mas as conquistas não duram por muito tempo
O documentário “O Operário subiu: E Depois?” produzido em 2020 pela estudante Raylane Martins como Trabalho de Conclusão de Curso retrata a trajetória do time de Vila Oficinas que conquistou em 2018 o título de campeão brasileiro da série C.
O média-metragem apresenta, durante 23 minutos, relatos de torcedores, ex-prefeitos, jornalistas, gestor do clube e o reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, tudo o que aconteceu durante a busca pelo título.
Por conta da ascensão do Operário Ferroviário no campeonato, Ponta Grossa recebeu novos investimentos financeiros ao esporte, presenciou um maior movimento na rede hoteleira, aumentou o serviço para empresas terceirizadas que tinham parceria com o clube e o time garantiu também a construção de um Centro de Treinamento dentro do Campus da UEPG. Porém, o documentário não aborda a questão principal trazida no próprio título: o que aconteceu com o Operário depois? Essa lacuna do documentário, o OFEC preenche em 2022. Agora, a situação do time no Campeonato Brasileiro da Série B é delicada. Até 17 de outubro, o time tinha 15 derrotas, 13 empates e apenas 7 vitórias, está na zona de rebaixamento, com pouquíssimas chances de evitar a queda para a série C.
Na partida do dia 4 de outubro contra o Vasco, o time de Vila Oficinas deu mais um passo rumo ao rebaixamento ao ser derrotado de virada por 3 a 2 na casa do Fantasma. Com declaração enfática do técnico da equipe, Matheus Costa, ao dizer “nós somos um time frouxo”, por não conseguir segurar o resultado do jogo até o último apito do árbitro, o Operário revela estar em um momento de crise.
Essa declaração pública não é o que as pessoas que participaram do documentário esperavam ouvir. Para elas, a expectativa que se tinha para o futuro do Operário era continuar crescendo no futebol nacional e comemorar muitos títulos, mas a realidade que o torcedor vê é uma equipe com baixo rendimento, que não sustenta resultado até o final do jogo e acaba perdendo nos minutos finais. Então, esse é o momento “Depois” do Operário Ferroviário. Ele subiu, mas vai acabar voltando.
Porém, se você é torcedor do Fantasma e quer reviver os momentos de glória do seu time, basta procurar no Youtube por: “Documentário: O Operário SUBIU! E depois?” ou acessar o QR Code que está aparecendo aqui na tela e conferir a produção observacional da Raylane Martins.
Por Maria Eduarda Ribeiro
A democracia é livre, o Passe não
Crédito: Ana Luiza Bertelli Dimbarre
Votar em Ponta Grossa foi mais caro que outras cidades do Paraná
Em Ponta Grossa, mais de 250 mil pessoas foram às urnas no dia 02 de outubro eleger os novos representantes estaduais e federais que assumem seus respectivos cargos em janeiro de 2023. A cidade, que é a quarta maior do Paraná em número de pessoas votantes, teve um total de 18,06% de abstenção dos votos, o que representa que cerca de 45 mil pessoas deixaram de votar. Nacionalmente, a média ficou em 21%.
Essa ida às seções eleitorais pode ter se tornado cara para alguns cidadãos do município, uma vez que a cidade não aderiu ao ‘Passe Livre’. Em diversas cidades do país, é comum que no dia das eleições não sejam cobrados os valores das passagens de ida e volta, estimulando a população a votar. Porém, em Ponta Grossa, o valor foi cobrado normalmente. Cada passagem custa R$5,50, então o valor total para quem precisou utilizar do transporte coletivo em pleno domingo, foi de R$11. Custo maior do que a multa, que varia de R$1,05 a R$3,51, para aqueles que se abstiveram da votação e não justificaram.
A prefeitura informou que não houve gratuidade ou cobrança diferenciada neste dia, uma vez que não há previsão dessa prática na legislação municipal vigente. A capital Curitiba e cidades como Maringá e Cascavel, que apresentam o mesmo porte de Ponta Grossa, adotaram o Passe nas eleições. Uma vez que entende-se que a prática do Passe Livre nas cidades brasileiras é um esforço do poder executivo, visto o voto ser obrigatório, para fazer com que o direito e o dever da votação sejam cumpridos por todos, independente de sua condição econômica e social.
Em um período eleitoral tão polarizado como o que estamos presenciando em 2022, todo e qualquer voto importa. Dificultar o acesso à votação, é dificultar o exercício da democracia em nosso país. Ainda que não seja uma prática prevista em Lei, o Passe Livre atende um direito das pessoas irem votar.
Por Ana Luiza Bertelli Dimbarre
Mídias locais pautam eleições de 2022
Crédito: Projeto ELOS
A cobertura esteve presente nas rádios, portais online e redes sociais
Nesse mês de outubro ocorreram as eleições para eleger deputados e deputadas estaduais e federais, senadores e senadoras, governador, além de presidente. Por se tratar de um evento de relevância nacional e por representar a democracia no país, os veículos de jornalismo local se dedicaram a cobrir as eleições.
Foi possível perceber como os portais online focaram em trazer informações de serviço que orientassem a população de como votar e o que levar para a votação. Além disso, durante o dia, os veículos acompanharam os colégios eleitorais e os principais candidatos de Ponta Grossa e do Paraná indo até o seu local de votação.
Entretanto, quando o assunto era fora da região, os veículos apenas republicaram matérias de agências, como a Agência Brasil. Além das matérias nos sites, foi perceptível a dedicação em produzir conteúdos para as redes sociais, como a Rádio CBN de Ponta Grossa fez, onde durante todo o dia o instagram foi alimentado com informações de âmbito regional e nacional.
Ainda em relação às redes sociais, o próprio curso de jornalismo da UEPG realizou essa cobertura pelas redes, onde uma parte do material produzido sobre as eleições foi para a Rádio Princesa e uma parte do conteúdo foi para as mídias sociais dos projetos de extensão, como o instagram do projeto Elos e o twitter do Cultura Plural.
Crédito: Cultura Plural
Também foi possível notar que quando traziam matérias do Paraná, havia uma limitação em falar dos crimes eleitorais, como compra de votos e boca de urna, e a votação dos políticos.
Por fim, os portais estavam focados em informar a população do resultado das eleições, trazendo informações sobre quem de Ponta Grossa e do Paraná conseguiram um cargo eleitoral. E para o resultado em tempo real, os portais utilizaram das lives no facebook ou a rádio do próprio portal, para que a população obtivesse o resultado em primeira mão.
Por Catharina Iavorski
Jogos de dança são ótimas oportunidades para fugir do sedentarismo
Crédito: Karen Stinsky (Arquivo Lente Quente)
Jogos de movimento se popularizam entre usuários e se tornam atração em eventos de tecnologia
A edição do Brasil Games Show (BGS), um dos maiores eventos de jogos do Brasil, ocorreu entre os dias 8 e 12 em São Paulo, também transmitido através do canal oficial no YouTube. Diante de mais um evento de grande porte como esse, os jogos de movimento, ao exemplo de ‘Just Dance’, têm cada vez mais espaço nas prateleiras de quem ama jogar videogame.
Um jogo simples com uma dinâmica ainda mais simples: imitar os passos de dança que aparecem na tela e fazer pontos, mas isso pode ser levado a um nível ainda maior quando pensamos no sedentarismo. O jogo Just Dance estava disponível em diversos estandes da BGS, como da Playstation e Nintendo, e agitava a todos que passavam por ali. Não importava a idade, todos eram contagiados pelo espírito da dança, algo que a Ubisoft, produtora do jogo, consegue fazer muito bem.
Crédito: Divulgação
Os jogos de movimento tiveram um significado ainda maior no período da quarentena e pandemia, onde a sala de jogos se tornou escritório, sala de jantar e academia. Mesmo com as flexibilizações da pandemia, esses games ainda estão em destaque, a própria Ubisoft informou em seu relatório para os investidores, que o ‘Just Dance’ teve 52% de aumento das vendas nos últimos seis meses. Para os especialistas da Escola de Medicina de Harvard, conforme artigo publicado no site da instituição, o jogo de dança tem um benefício incrível para quem quer emagrecer e ainda tem o chamariz da diversão.
Por Heryvelton Martins
A história de Ponta Grossa sem sair de casa
Crédito: Museu Cenas
Museu Cenas é um projeto que conta com fotografias de acervo colaborativo
Com o surgimento da pandemia, o mundo modificou a forma como consumimos cultura. Um grande exemplo disso são os chamados museus virtuais, que nos levam a lugares distantes através da tela de um celular ou computador.
Em Ponta Grossa, o Museu Cenas segue a tendência do mundo, sendo totalmente virtual e gratuito. O projeto foi criado em 2021 pela ABC Projetos Culturais em parceria com a Estratégia Projetos Criativos a partir do incentivo PROMIFIC, da Fundação Municipal de Cultura, com o intuito de promover exposições em comemoração aos 200 anos da cidade. A principal proposta do museu é criar exposições com fotografias de acervo digitalizadas sobre Ponta Grossa em outras épocas e resgatar a memória de patrimônios históricos.
O processo de curadoria das fotografias resgatadas possui uma ótima resolução, o que colabora para uma maior imersão no antigo universo ponta-grossense. Além disso, a iniciativa é uma ótima maneira da população da cidade conhecer sua história.
Um comentário precisa ser feito com relação ao layout da página de exposições, pois parte do início ou do fim das fotografias são cortadas no momento em que é necessário passar para a próxima foto. Além disso, o texto que segue anexo à exposição oferece um panorama geral do período histórico registrado. Entretanto, valeria uma maior explicação a respeito da origem de cada foto e o lugar retratado, a fim de ajudar o visitante do site.
Para aqueles que não são moradores do município, ou que chegaram há pouco tempo, o Museu Cenas serve como um guia cultural para explorar importantes marcos da cidade e ao mesmo tempo funciona como um processo de imersão na memória local.
Crédito: Museu Cenas
As 8 exposições produzidas pelo Museu Cenas, incluem temas como desfiles cívicos, cinemas de rua, os patrimônios históricos da cidade e estão disponíveis no site museucenas.com.br.
Por Valéria Larocca
Classe e gênero nos relatos de Annie Ernaux
Crédito: Capa do livro ”O Lugar” / Reprodução
“O Lugar”, um dos livros da vencedora do Nobel de Literatura, explica a evolução da sociedade francesa por meio de relatos pessoais
O prêmio Nobel de Literatura de 2022 foi concedido à escritora francesa Annie Ernaux. É a 17ª vez que uma mulher recebe a premiação entre os 119 laureados, mas é a primeira vez que uma mulher da França ganha o Nobel.
Com 82 anos, Ernaux tem dezenas de livros publicados na França e são considerados clássicos modernos. Ela é conhecida pelos romances de auto-ficção que tratam de classe e gênero com base na própria experiência de vida. Inclusive, Ernaux é considerada revolucionária da auto-ficção, o termo, dentro da crítica literária, remete a um formato de autobiografia fictícia.
Após a apreciação de um dos primeiros livros da escritora, “O Lugar” de 1983, observa-se que Ernaux pôs no livro uma escrita detalhada. Uma leitura simples, de fácil assimilação e que comove. Somente na França foram vendidos quase 1 milhão de exemplares da obra “O Lugar” que foi traduzida em 29 idiomas. A versão em português é da tradutora literária Marília Garcia, tem 72 páginas e foi publicada pela editora Fósforo.
O enredo conta a história da relação entre Annie Ernaux e o pai. Logo de começo já é citada a morte dele, fato que motivou Annie a escrever o livro. A autora desenvolve a narrativa que evidencia as diferenças entre ela e o pai. Enquanto ele era um homem que saiu do trabalho no campo para ser operário e depois foi dono de uma mercearia, ela se torna uma intelectual com estabilidade financeira.
Percebe-se o drama de Ernaux para buscar entender e aprender sobre seu pai e assim assimilar as diferenças entre eles. Tais diferenças são de caráter de classe, gênero e geração, e são apresentadas em forma de cenas. Isso ajuda a mostrar como a relação de pai e filha muda com o passar dos anos.
Ela conta desde a época de infância quando morava junto aos pais, até a vida adulta quando se muda e posteriormente encontra os pais quando os visita na antiga casa, tendo um contato mais espaçado o que dá novas faces à relação entre eles.
Contando a própria história, Ernaux aborda a mudança dos tempos na França, a evolução da sociedade e destaca como a França deixou de ser um país agrário para se industrializar e como, a partir disso, se criaram novas classes na nação. Com isso se pode pensar que a autora quer destacar que o caso da sua relação com o pai não é um fato isolado e sim apenas mais um exemplo do que aconteceu com várias famílias francesas.
É possível encontrar o livro “O Lugar” nas prateleiras das livrarias de todo o Brasil e o preço é de aproximadamente 50 reais. A leitura do livro “O Lugar'', além de apresentar uma história comovente entre pai e filha, é uma ótima recomendação para compreender o contexto social da França.
Por Kadu Mendes
Ficha técnica:
Apresentação: Kathleen Schenberger
Edição: Lucas Ribeiro
Publicação: Kathleen Schenberger
Supervisão de produção: Felipe Pontes
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Tesseroli
Crítica de Ponta #150
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Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você!
Aplicativo para expor a vida sem filtro afeta realidade dos usuários
“BeReal” é a nova tendência entre os aplicativos, mas proposta mantém problemas como uso desenfreado
Novos aplicativos de fotos surgem o tempo todo, às vezes com propostas inovadoras e, às vezes, com ferramentas já vistas anteriormente. O aplicativo do momento é o BeReal, “seja real” em uma tradução literal.
Como diferencial, o BeReal propõe uma vida sem filtros. Quando baixado, o aplicativo envia uma notificação ao dispositivo, nunca no mesmo horário. O fator surpresa faz com que o usuário tenha apenas dois minutos para postar uma foto do que está fazendo no momento – sem utilizar filtros ou qualquer outra ferramenta de edição. Se preferir não publicar uma foto dentro dos dois minutos, o usuário não pode acompanhar o que os amigos estão fazendo. O resultado deste movimento é um feed mais mundano, com pessoas realizando as mais diversas atividades. O BeReal logo se tornou um sucesso, baixado mais de 400 mil vezes entre agosto e setembro de 2022 no Brasil, de acordo com a empresa Conversion.
O aplicativo cumpre a proposta de vida sem filtros, diminuindo as postagens diárias e a janela de uso pelos usuários, mas tem um lado negativo. Devido aos horários aleatórios que a notificação de postagem pode ser ativada, é comum ver publicações de usuários enquanto realizam atividades nas quais o uso do celular é proibido, como ao volante de um automóvel, em salas de aula e outros ambientes. Levando em conta a preocupação dos usuários com a eventual exclusão do movimento, eles são levados a usar os dois minutos o mais rápido possível, por mais que estejam realizando atividades que dispensam o uso dos dispositivos, para garantirem seu espaço.
Portanto, apesar do BeReal ter uma proposta que limita o uso vicioso do aplicativo, ele não foge da carência por likes ou da falsa necessidade de estar participando de todos os círculos digitais possíveis, contribuindo para que as pessoas utilizem o aplicativo de forma desenfreada, afetando suas atividades cotidianas.
Por Maria Luiza Pontaldi
Serviço:
Aplicativo BeReal
Disponível para download nas plataformas IOS e Android.
Jornalistas mulheres são minorias nas redações de Ponta Grossa
Cerca de 38% são mulheres nos portais de notícia e televisão
Crédito: Janaina Cassol
A inserção da mulher nas redações jornalísticas de Ponta Grossa aconteceu tardia e lentamente, visto que registros apontam que as mulheres iniciaram suas carreiras no jornalismo impresso a partir da década de 1980. No cenário nacional, em 1986 as mulheres correspondiam 35,24% nas redações. Com mudanças no mercado, atualmente 64% dos jornalistas brasileiros são mulheres, porém em Ponta Grossa o cenário é diferente.
O portal aRede é o que menos possui jornalistas mulheres atuando: a equipe é composta por 10 homens e uma mulher. O reflexo da desproporção pode ser visto no material publicado no site, pois a população conhece apenas uma visão masculina e branca.
Já o portal DC+ possui na redação quatro jornalistas mulheres, duas delas estagiárias, e dois homens. O canal televisivo Rede Massa, possui quatro equipes de reportagens, composta por duas repórteres mulheres, dois repórteres homens, e quatro cinegrafistas homens. O canal televisivo RPC, possui 18 pessoas na equipe de jornalismo, sendo que nove são mulheres. Os três veículos possuem um espaço maior para as mulheres, gerando oportunidades na carreira profissional e diminuindo a desigualdade de gênero.
Oportuno lembrar que o número de mulheres que ingressam em uma universidade é maior que a de homens, porém ainda o mercado tem predominância masculina. Na Universidade Estadual de Ponta Grossa, o número de acadêmicas e formadas nos últimos dois anos corresponde a 53% do total de alunos. Desse modo, surge o questionamento, em qual área as jornalistas mulheres encontram espaço na profissão? Por que, mesmo a mulher sendo maioria, o mercado de trabalho ainda é majoritariamente masculino?
Por Janaina Cassol
Serviço:
Veículos citados: aRede, Dc+, Rede Massa, RPC
História do ingresso das mulheres nas redações de PG: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacionais-1/9o-encontro-2013/artigos/gt-historia-do-jornalismo/a-historia-do-ingresso-das-mulheres-nas-redacoes-de-dois-impressos-de-ponta-grossa
Livro Caminhos para a Colônia Cecília recupera história anarquista de forma didática
A capa do livro é de autoria de Isabella Hofman
A história da primeira colônia anarquista da América do Sul é contada pelo professor Rafael de Castro Mehret no livro Caminhos para a Colônia Cecília: Estudando um elemento da história local. A obra, que é resultado da dissertação de mestrado do autor, trata do assunto de maneira compreensível e didática e busca aproximar estudantes do ensino fundamental à história da colônia fundada por Giovanni Rossi e também da própria ideologia anarquista.
O livro é divido em dois momentos, o primeiro voltado para alunos dos anos iniciais do ensino fundamental e o segundo para os que estão concluindo esta etapa da vida escolar. A decisão de intercalar a definição de conceitos e a história da colônia com exercícios de pesquisa e fixação ajuda a deixar a leitura leve e interessante, principalmente para quem não é familiarizado com as temáticas abordadas.
Apesar de ser capaz de informar leitores de qualquer lugar, o texto é especialmente interessante para quem reside ou conhece a região de Palmeira, onde era localizada a antiga colônia. O livro é repleto de referências a localidades da região e propõe visitas a pontos históricos como o Memorial da Colônia Cecília, que atualmente funciona na área ocupada pelos imigrantes italianos, no município de Palmeira . Além da contextualização histórica, matérias de jornais, fotos antigas e citações de pesquisadores ajudam a construir a imagem da experiência anarquista que durou de 1890 a 1895.
Devido ao caráter didático do livro, é possível perceber que boa parte do conteúdo é dedicada a desmistificar a ideologia anarquista e educar o leitor a respeito da história. Apesar de necessário, o esforço acaba tomando espaço de outras histórias sobre a colônia e seus moradores, que são abordadas de maneira superficial e repetida nos dois momentos do texto. A leitura é rápida e pode ser realizada em menos de uma hora, o que permite a utilização do material em sala de aula. Porém, “Caminhos para a Colônia Cecília” mostra-se uma leitura que pode ser útil para todos, além de informativa e necessária a respeito de um dos locais mais interessantes da história do Paraná.
Por Gabriel Mendes
Serviço:
Livro: Caminhos para Colônia Cecília
Autor: Rafael de Castro Mehret
Editora Dialética, São Paulo, 2021.
100p.
No mês das crianças, livro escrito por um menino incentiva leitura infantil
“As aventuras da família doida” conta história de uma caixa de lápis de cor
Foto Reprodução
O livro “é uma prova de que a vida e o amor podem ser mais fortes, desde que se acredite com toda a força possível”. Esta é a mensagem da contracapa do livro “As aventuras da família doida”, que conta com textos de Arthur Steyer e ilustrações de Nina Eick. Publicado pela editora ponta-grossense, Texto e Contexto, o livro foi escrito pelo pequeno Arthur durante a pandemia, quando ele tinha somente sete anos.
“O desafio da pasta de dente” é o nome de uma das várias histórias elaboradas por Arthur, que hoje tem nove anos. O livro alterna entre diálogos em uma página, e ilustrações na outra. Ao todo, são 48 páginas. A história envolve uma família de lápis de cor. A mãe, Aubergine, o irmão mais velho, Woody Brown, e o irmão mais novo, Gold.
Ao final da história, o pai do autor, Fábio Steyer, que é professor de Literatura e também já publicou outros livros, escreveu um texto, dizendo estar impressionado pela rapidez de escrita e noção de enredo do filho. Foi daí que veio a decisão em tornar pública a Família Doida.
Em uma rápida conversa com Arthur, pode-se notar a felicidade do garoto. Ele diz nem acreditar que, com a pouca idade que tem, escreveu um livro. No mês das crianças, a criatividade e ousadia do pequeno autor mostram que a escrita é para todos. Com a publicação, Arthur incentiva outras crianças a dar o primeiro passo na escrita, pois como diz a ganhadora do Nobel da Paz, Malala Yousafzai, um livro, uma caneta e uma criança podem mudar o mundo.
Por Isadora Ricardo
Serviço:
Livro: As aventuras da família doida, de Arthur Steyer e Nina Eick
Editora: Texto e Contexto
Como adquirir: https://www.facebook.com/photo?fbid=504890228306993&set=a.501383198657696
Cardápio do McDonalds com tema da Copa do Mundo não traz grandes novidades
Apesar do alto valor, os pratos apresentam pouca diversidade nos ingredientes
Com a chegada da Copa do Mundo há pouco mais de um mês, a rede de fast food, McDonald’s, lançou seu cardápio temático, relacionando futebol aos seus lanches. Ao todo, são oito pratos salgados e um doce, o sorvete FlurryBrasil, que nada mais é do que o sorvete de baunilha com calda de banana e raspas de paçoca. Apesar da simplicidade, o doce vem em grande quantidade e custa doze reais, além de ser uma boa combinação que remete aos alimentos típicos da cultura brasileira.
Em relação aos lanches, todos eles levam o nome de um país cuja seleção jogará na Copa do Mundo, são eles: McBrasil, McCatar, McMéxico, McFrança, McAlemanha, McEspanha, McArgentina e McEUA. O prato referente à culinária mexicana trouxe uma combinação do sabor doce do pão brioche com o molho de pimenta-jalapenho com a carne de frango empanada no recheio, mas o sabor apimentado se sobressai de tal forma que fica difícil terminar o lanche sem precisar se refrescar a cada mordida.
Já o McBrasil, outra opção escolhida para a degustação, surpreende pelos ingredientes: carne bovina, molho temperado, alface, tomate, queijo empanado e bacon. O último, aliás, não é tão identitário da culinária brasileira. Também, pela grande quantidade de itens do lanche e rapidez ao montá-lo, era difícil segurá-lo para comer com as mãos. Como esperado, o sabor não foi muita novidade, pois a similaridade com os outros pratos tradicionais da lanchonete era muito notável. O mais especial do cardápio temático é, então, o molho diferente de cada lanche.
Mesmo utilizando de cupons e combos que propõem desconto na compra, todos os lanches da Copa do Mundo no McDonald’s têm preço superior a 30 reais, e apesar da proposta cultural, a rede de fast food não objetiva trazer a culinária e gastronomia de outros países para quem sabe o que vai consumir: um lanche pequeno, feito rapidamente e com diferença pequena entre os sabores do cardápio.
Por Lilian Magalhães
Serviço
Os lanches com tema da Copa do Mundo no McDonald’s podem ser adquiridos nas lanchonetes do Shopping Palladium ou ao lado da Universidade Estadual de Ponta Grossa, variando entre os valores de R$34,90 (apenas o lanche) a combos com sorvete, batata frita, refrigerante e até figurinhas para o álbum da Copa do Mundo 2022.
Banda ponta-grossense mistura ritmos latinos de origem africana
Muito além da música, Mambaia: Améfrica Groove aposta no ensino de história
Foto Divulgação
Que a música desperta sensações, isso não é novidade para ninguém. Agora, imagina que, além de te fazer dançar, ela também ensina a origem dos diversos ritmos latinos. Eis o destaque! Essa é a proposta do grupo musical ponta-grossense, Mambaia: Améfrica Groove. O termo Améfrica, inspirado nos estudos de Lélia Gonzalez, deixa claro o objetivo da banda em afirmar que, grande parte dos estilos musicais como Salsa, Rumba, Bembé, Alujá, Candombe e diversos subgêneros do Samba, são de origem africana.
O grupo instrumental, formado por oito músicos, foi idealizado exclusivamente para o Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promific), de Ponta Grossa. É válido ressaltar que todas as músicas são de autoria do produtor e guitarrista da banda, Fernando Bertani. Além dele, Aline Garabeli, Felipe Oliveira, Eric Santana, Felipe Ferreira, Fábio Barbosa, Anthonny Felipe e Nicolas Salazar compõem o grupo musical. Segundo Bertani, a africanidade é uma forma de mostrar ao mundo outras histórias e perspectivas identitárias do continente latino-americano.
As músicas ainda estão em fase de finalização, mas vale adiantar... É impossível ficar parado. Ao escutar uma prévia da canção Volta Seca, é inegável a vontade de ir o quanto antes a um show do Mamabaia: Améfrica Groove. O som te lembra o jazz e o samba não fica de fora. A harmonia é inigualável, mesmo com diversos ritmos afro-latinos presentes na música. O modo que o saxofone casa com o baixo, ou que bateria guia os instrumentos de percussão, faz a experiência ser completa.
Ao todo, serão 11 músicas e seis apresentações entre os meses de novembro e dezembro em Ponta Grossa. Para além dos shows, o produtor e guitarrista do Mambaia, Fernando Bertani, já adianta que haverá um momento dedicado à plateia, para que o público se atente a cada ritmo afro-latino presente no repertório da banda.
Por Leriany Barbosa
Serviço:
Banda: Mamabaia: Améfrica Groove
Início: 2022
Realização: Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promific)
Ficha técnica:
Apresentação: Tamires Limurci
Publicação: Amanda Martins
Supervisão de produção: Sergio Gadini
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Tesseroli
Crítica de Ponta #149
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Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura de Ponta Grossa para você!
Crédito: Heryvelton Martins
Uma das ruas mais antigas da cidade evidência a realidade social e a distribuição habitacional de Ponta Grossa
Em 999 metros, a Rua XV de Novembro escancara a disparidade da realidade social, política e econômica de Ponta Grossa. A Quinze é uma das mais antigas ruas da cidade. Tem como referência a proximidade com a Catedral e entre suas extremidades apresenta grande contraste nos comportamentos das pessoas, na disposição dos imóveis e até do cuidado público.
A rua tem sentido único em quase toda a extensão. O único ponto em que é permitido a ida e vinda de veículos é no começo, na primeira quadra. Este local é a parte mais pobre do quase um quilômetro da rua. Casas mais simples, pessoas mais humildes, condições precárias da própria via por conta de questões humanas e do relevo. Por ser um local baixo, a água das chuvas escorre até chegar nessas casas e traz consigo o lixo descartado incorretamente na parte mais alta da rua. Além do lixo, as consequências naturais que cada chuva provoca colocam os moradores da região em risco, já que deslizamentos de terra podem acontecer. Não há asfalto, o que se tem são paralelepípedos antigos, há tempo sem manutenção, e nas calçadas, construídas pelos próprios moradores, é mais difícil caminhar.
Seguindo em direção ao topo da rua, o que se vê é um enorme contraste ao se comparar com o início da rua. O padrão das casas e pequenos prédios já mostra que ali vivem famílias de classe média, não só as casas são diferentes mas também o próprio cuidado com as calçadas, neste ponto há asfalto, ainda que de qualidade questionável, e o próprio relevo fica menos acentuado.
Um pouco mais próximo ao “centro da XV”, já se começa a enxergar desde estabelecimentos comerciais até a delegacia da mulher. A partir deste ponto, a XV abriga mais empregos do que propriamente pessoas.
Ao atravessar as ruas Balduíno Taques, Dr. Paula Xavier e Coronel Dulcídio, cortadas pela Quinze, chega-se ao “centro” da rua. O que se observa são comércios de pequeno, médio e grande porte. A maior parte deles são advocacias e imobiliárias, mas também se destacam as rádios e os estabelecimentos gastronômicos. Neste ponto da XV a movimentação de pessoas não é uma movimentação de moradores do lugar ou de ruas próximas, embora o local tenha prédios residenciais. A maioria dos sujeitos que andam por ali estão no local por questões comerciais, de trabalho, jurídicas e de cultura. O relevo propiciou que ali fosse o principal ponto da rua. Para as emissoras de rádio o lugar alto propicia maior propagação do sinal. A rua é mais plana, com asfalto de boa qualidade e calçadas mais largas.
Depois de passar pelo Museu dos Campos Gerais, tem-se o início da descida que leva até o fim da rua. Neste intervalo de espaço há imóveis abandonados, prédios para habitação e hotéis, um deles já hospedou até Getúlio Vargas. Aqui, quem caminha nas calçadas está apenas transitando por questão de ser o caminho para algum destino, diferente da parte alta da Quinze em que as pessoas frequentam os locais, no final da rua não se nota isso. Quem transita ali está somente no seu trajeto para algum ponto do centro da cidade.
A Quinze acaba na Rua Benjamin Constant, próxima à Maria Fumaça e a antiga Casa da Memória. O final, embora superficialmente seja mais belo que o início da rua, sofre do mesmo mal: a falta do cuidado público, o abandono.
Por: Kadu Mendes
Crédito: Heryvelton Martins
Com grandes investimentos na parte alta, a rua XV tem vários lugares que não recebem melhorias
Para quem conhece a Rua XV, na região central da cidade, sabe que ela recebe muito investimento da Prefeitura de Ponta Grossa, tendo diversas melhorias que deixam o espaço muito bacana para se divertir, principalmente à noite, quando os quiosques e bares abrem. Mas ao se deslocar alguns metros na Rua XV, adentrando a uma região mais popular que fica por ali, alguns problemas começam a aparecer.
Logo na descida da Rua XV, após a Visconde de Nacar, a qualidade do asfalto já começa a desaparecer, bem como o cuidado todo especial com a região alta da Rua XV. Ao olhar em volta, os bares dão lugar a um matagal e terrenos baldios, estes que parecem não preocupar tanto a administração municipal. A situação fica ainda pior quando chove, isso porque todas as bocas de lobo, que ajudam a manter a região alta da via bonita e elegante, escorrem para lá, onde a lama toma conta.
Já em direção a região central da cidade, passando pela Rua Benjamin Constant, encontramos outro problema, uma casinha com estilo eclético que parece estar abandonada. Está já foi espaço conhecido e famoso na cidade por ser ponto de encontro de quem chegava de trem na cidade, mas hoje faz jus ao nome “Casa da Memória”, porque toda essa história fica apenas na memória de quem viu o lugar agitado e funcional, ao menos como um museu, algo que a Prefeitura havia prometido.
Enquanto a Rua XV recebe investimentos recorrentes, parece que seu entorno não está nos holofotes dos pontagrossenses, fazendo com que esses espaços sejam esquecidos a cada dia e fiquem de lado nas políticas públicas.
Por: Heryvelton Martins
Crédito: Heryvelton Martins
A rua XV de Novembro oferece opções gastronômicas para o dia e noite
O trecho da Rua XV de Novembro que vai da esquina com a Sete de Setembro até a Augusto Ribas é, há muito tempo, um polo político e econômico em Ponta Grossa. Nela estão concentrados diversos tipos de serviços, desde escritórios de advogados, imobiliárias até serviços cartorários. E é óbvio que não poderiam faltar opções gastronômicas, seja para um cafezinho, um lanche rápido, uma refeição completa ou um happy hour no final do dia.
O Pops Café é, ao menos desde a década de 1980, o ponto de encontro para um cafezinho. Localizado ao lado do Cine Teatro Opera, oferece diferentes opções de café e alguns salgados para acompanhar. Em pé, ao lado do balcão, os frequentadores discutem assuntos que afetam a vida da cidade ou do país.
Mais ou menos com a mesma idade, a Pani Lanches é a opção para um lanche rápido. Localizado defronte à Rádio Clube, oferece desde a tradicional coxinha, a sanduíches, acompanhados de refrigerantes, sucos ou café. O local oferece algumas mesas e também reúne pessoas que discutem assuntos da cidade.
Para refeições completas, na esquina com a Engenheiro Schamber, está o Rafinato Bar e Restaurante. Baners com fotos de pratos já indicam ao público o que encontrar. Carneiro na Pedra, Alcatra à Parmegiana e outros pratos fazem parte do cardápio. Nas quintas-feiras é oferecido um rodízio de frutos do mar, que é muito bem conceituado. O Rafinato abre para almoço e jantar.
No final do dia, a Rua XV também oferece opções de bares para um happy hour ou para um encontro com os amigos. O mais tradicional é o Botequim Original, na esquina com a Augusto Ribas. O local oferece diferentes petiscos de boteco, sanduíches, chope, e em dias de jogos de futebol, telão para acompanhar a partida.
Outra opção é o Quintal da Quinze, entre as ruas Augusto Ribas e a Santana. O local abre de quarta a domingo e oferece mesas ao ar livre. Entre as atrações estão a gastronomia e shows de música ao vivo, que vão do sertanejo ao pagode.
A Cachaçaria Engenho 227 é o ponto de encontro para quem gosta da mais nacional das bebidas: a cachaça. São mais de setenta rótulos, de variadas procedências. Lá, tanto é possível degustar a cachaça, quanto comprar o produto para consumo próprio ou presente. A cachaçaria também oferece cervejas, chope e gastronomia de boteco.
A Rua XV de Novembro oferece opções gastronômicas para dia e noite. Descobrir cada uma delas é a oportunidade de conhecer um mundo diferente no Centro de Ponta Grossa.
Por: Eder Carlos
Crédito: Kathleen Schenberger
Através dos anos, a rua XV de Novembro foi palco de histórias, risos e lágrimas com o teatro mais badalado da cidade
A história do Ópera não está somente nas performances dos artistas quando saem das coxias, mas também está na memória de Ponta Grossa. Essa localidade proporcionou encontros e diversão através dos anos. Antes do Cine-Teatro Ópera nascer, o local acomodava o famoso Clube Campos Gerais que funcionou até um incêndio em 1945. Após a reconstrução do espaço, o Teatro Éden tomou forma e marcou a época de ouro do cinema na cidade.
Localizado na esquina da rua XV de Novembro com a Augusto Ribas, o edifício marca a arquitetura da cidade com seu estilo em art-decô. O teatro foi inaugurado em homenagem ao aniversário de Ponta Grossa no dia 15 de setembro de 1950. Entre os relatos, afirma-se que a primeira sessão cinematográfica exibida no local foi a produção brasileira “Carnaval em Fogo”, do diretor Watson Macedo. A partir de 2002, o local perdeu o caráter cinematográfico, passou a se concentrar em peças teatrais e apresentações culturais.
O lugar apresenta uma estrutura com três salas. O auditório principal, o palco médio e o palco pequeno. O edifício é referência na cidade e apresenta as principais peças do ano, inclusive é neste teatro que a maior parte da mostra do Festival de Teatro Nacional, Fenata, acontece. Apesar da marca na história local, a centralidade das produções se ressalta como fator que dificulta o acesso da população ao cenário cultural da cidade.
Apesar dos incentivos na cidade para fomentar a cultura, há uma escassez de performances teatrais e quando elas acontecem é comum que sejam na região central. O Cine-teatro Ópera é um local que abarca diversas apresentações como concertos, danças e teatro. Por exemplo, este ano o teatro foi palco de 27 espetáculos até metade de setembro. Porém, dessas apresentações, poucas eram teatrais. Isso retrata um cenário teatral que precisa se estruturar mais e oferecer mais espetáculos durante o todo o ano, não depender apenas do FENATA. Além de possibilitar acesso às peças teatrais para várias regiões da cidade e democratizar a cultura local.
Por: Kathleen Schenberger
Crédito: @museucamposgerais
Rua XV foi palco de cinemas como o Renascença, Império e Ópera
A memória da rua XV de novembro é marcada por cinemas, seja pela queda daqueles que surgiram e desapareceram como o Cine Império, ou dos que adquiriram novos significados ao longo do tempo, como o Cine Renascença. Independente de qual seja sua história, a importância do cinema para a cultura audiovisual é inegável.
O recente Cineclube Espoletta, do Museu Campos Gerais, é um dos poucos que resistem na rua XV. Criado em 2022, o cine é uma extensão da iniciativa feita no Museu Guido Viaro de Curitiba, pelo cineasta Beto Carminatti.
A principal função de um Cineclube é fomentar o pensamento crítico, fazendo com que o público crie uma maior intimidade com o trabalho de cineastas da região. O cinema do Museu Campos Gerais cumpre um importante papel dentro da manutenção da agenda cultural da cidade, aproximar a população das produções locais, aumentando a valorização do cinema na cidade e transformando a maneira com que o formato audiovisual é enxergado.
A exibição do filme “Marighella” demonstrou um grande engajamento do público com o cineclube. Um ponto positivo para a iniciativa é a familiaridade com os indivíduos que já frequentavam o museu, tendo assim uma parcela de pessoas já consolidada nas exibições.
Uma ressalva precisa ser feita com relação à dinâmica estrutural das exibições, pois as poltronas oferecidas dentro da sala do Museu, apesar de agregarem grande valor histórico e colaborarem para uma maior inserção do público na preservação dos artefatos, dificultam o conforto para prestigiar os eventos.
O cineclube Espoletta se encontra dentro do Museu Campos Gerais, no auditório Brasil Pinheiro Machado e é aberto ao público de forma gratuita. As sessões de exibição são divulgadas através do instagram @museucamposgerais.
Por: Valéria Laroca
Ficha técnica:
Apresentação: Lucas Ribeiro
Edição: Catharina Iavorski
Publicação: Catharina Iavorski
Supervisão de produção: Felipe Pontes
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira, Marcelo Bronosky e Ricardo Tesseroli
Crítica de Ponta #148
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Crítica de Ponta
Produzido pelos alunos do terceiro ano do curso de Jornalismo da UEPG, o Crítica de Ponta traz o melhor da cultura da cidade de Ponta Grossa para você
Ingressos de cinema em PG são mais caros do que em outras cidades do Paraná
O elevado preço das entradas não é novidade para quem costuma ir ao cinema em Ponta Grossa. O que pode surpreender os frequentadores é que a cidade possui os ingressos mais caros do Paraná, se comparada com as outras cidades médias, que também funcionam como sede das redes que atuam por aqui. Nas salas do Multiplex Palladium do Cine Araújo, a diferença de valores chega a 25% em comparação com preço que é cobrado em Maringá.
É difícil encontrar motivos para a diferença de valor, já que o cinema não apresenta diferenciais na qualidade de exibição e tampouco na diversidade dos filmes em cartaz. A seleção consiste em sua maioria de blockbusters hollywoodianos, salvo poucas exceções, apenas em versão dublada. A experiência dos amantes do cinema em PG é comprometida pela pouca variedade de filmes e os preços comprometem o acesso de quem não consegue pagar pelo ingresso.
Preços do cinema em Ponta Grossa diferem de outras cidades | Foto: Divulgação
De segunda a sexta os valores de uma entrada no Cine Araújo são de R$ 34,00 com meia entrada por R$ 17,00. A mesma rede em Londrina cobra R$30,00 e R$ 28,00 em Maringá. Aos sábados, domingos e feriados há um acréscimo de R$ 6,00 nos valores. Considerando que o valor dos bilhetes não é o único custo de uma ida ao cinema, é possível dizer que o programa cada vez mais torna-se algo inacessível.
Os valores da tradicional pipoca para acompanhar o filme vão de R$ 14,00 até R$ 18,50, acrescentando um refrigerante por R$ 6,00 chega-se a um valor possível de R$ 64,50 para acompanhar uma sessão de cinema aos finais de semana. Por ser o CineX uma das duas opções de cinema em Ponta Grossa e a única localizada no centro, a política de preços elevados na cidade, em comparação com as outras unidades no Paraná, prejudica o acesso às telas da sétima arte na cidade.
Por Gabriel Mendes
Serviço:
Cine Araújo - Multiplex Palladium Shopping
Rua Ermelino de Leão, 703 – Olarias – Ponta Grossa – PR
Telefone: (42) 3223-1137 / Site: https://cinearaujo.com.br/pr_pontagrossa_palladium.asp
Cinex – Shopping Total
Av. Dom Pedro II, 350 – Nova Rússia – Ponta Grossa – PR
Telefone: (42) 3238-8090 / Site: https://www.cinex.art.br/cinemas/shopping-total/09-08
Danças de Jazz trazem diversidade competitiva ao Setembro em Dança
Na semana da Mostra Competitiva do Setembro em Dança, as apresentações foram organizadas por gênero: estilo livre, dança contemporânea, jazz e balé clássico foram contemplados nas categorias de avaliação. A noite da Mostra Competitiva de Jazz (12/10/2022) iniciou às sete da noite, no Cine Teatro Ópera, e trouxe coreografias de solo, duo e grupo.
O teatro não estava lotado, apesar do fácil acesso ao ingresso: 10 convites eram entregues gratuitamente a cada 1 CPF dos bailarinos participantes. Entretanto, o sentimento de competitividade ocupou o espaço da plateia que, por ser formada por bailarinos e bailarinas de academias da cidade, vibravam a cada coreografia anunciada no palco.
Palco do Cine-Teatro Ópera foi espaço para Mostra Competitiva do Setembro em Dança | Foto: Lilian Magalhães
As danças traziam temas diferentes, desde solos narrados sem instrumental a grupos que utilizavam trilhas sonoras de musicais da Broadway como composição da coreografia. Também tiveram as coreografias onde conflitos internos, pautas sociais e até homenagens a ídolos da música eram a maior referência para o processo criativo da dança. Os figurinos também variam entre vestidos neon, jaquetas de glitter ou até o básico top e shorts preto e bege onde algum adereço ou maquiagem se fazia destaque.
Entretanto, foi perceptível que coreografias de temática melancólica, onde a expressividade corporal exige concentração e leveza, o contemporâneo tomava conta da dança, deixando o jazz de lado. Em outros casos, movimentos da ginástica e contorcionismo eram o ponto alto da coreografia. Os destaques se davam, aliás, às coreografias que traziam passos tradicionais e consideravelmente simples do jazz com maior criatividade e presença de palco.
O evento finalizou após duas horas de apresentações, e o Setembro em Dança superou a edição do ano anterior, mas ainda falta interesse do público de Ponta Grossa para conhecer a cultura da dança da cidade.
Por Lilian Magalhães
Serviço:
Mostra Competitiva do Setembro em Dança 2022, realizada de 11 a 14/09/2022, no Cine-Teatro Ópera. As coreografias premiadas (1º, 2º e 3º lugar) foram apresentadas na Cidade da Dança, em 16/09. O evento é promovido pela Secretaria de Cultura, com inscrições e entradas gratuitas ao público.
Propaganda eleitoral na TV desorienta eleitores com rapidez
Desde o dia 26 de agosto, de segunda a sábado, quem liga a TV durante horários específicos pode se deparar com candidatos a diversos cargos apresentando suas propostas. É a propaganda eleitoral gratuita (HGPE), velha conhecida dos brasileiros em época de eleições. A propaganda foi instituída pela lei número 4737, de 15 de julho de 1965, e, desde então, horários são reservados para a transmissão simultânea, nas emissoras de rádio e televisão, das campanhas eleitorais municipais ou gerais, como é o caso das eleições de 2022.
Tempo limitado faz com que o ritmo seja acelerado e a memória dos eleitores seja seletiva | Foto: Arquivo Agência Brasil
Com a disponibilidade de recursos visuais e auditivos e o tempo curto de apresentação para cada candidato, muitas vezes com poucos segundos disponíveis, partidos políticos tentam ao máximo chamar a atenção do eleitor. Pequenas músicas, nomes chamativos e referências aos candidatos à presidência da república são instrumentos comuns que, para quem assiste às propagandas eleitorais com frequência, podem ficar repetitivos rapidamente.
Para os candidatos a deputado federal e eleitoral, a estrutura da propaganda tende a ser mais simples, com fundos coloridos, a imagem do candidato falando poucas palavras, como nome e número. Em alguns casos, o tempo é tão curto que é difícil fazer com que os olhos acompanhem os nomes passando na tela. Em tais casos, é mais comum a utilização de nomes de candidatura que fazem referência a profissões anteriores. Com os segundos contados, alguns candidatos escolhem falar uma ou duas pautas que pretendem defender. Para candidatos de partidos alinhados à direita, é comum que propostas de campanha sejam deixadas de lado para dar lugar para a defesa da família, do armamento e de religiões cristãs. Senadores e governadores recebem um tempo maior para a apresentação dos perfis e propostas. Nesse caso, o investimento em recursos audiovisuais é maior, com narrativas construídas para valorizar o candidato e alguns feitos anteriores.
É fácil perceber que o tempo curto e alguns dos elementos utilizados durante as propagandas eleitorais podem acabar afastando eleitores, ao invés de atrair. É o caso de uma parte das campanhas aos cargos que representam o Paraná. Porém, é importante reconhecer que a existência da propaganda eleitoral gratuita ajuda eleitores indecisos a escolher um candidato na reta final. O horário disponibilizado para a propaganda eleitoral gratuita acaba na quinta-feira antes do domingo das eleições (29/09), que acontecem no dia 2 de outubro.
Por Maria Helena Denck
Serviço
Propaganda eleitoral gratuita nas emissoras de televisão
De 26 de agosto a 29 de setembro
Candidatos a senador: da 13h até 13h05 e das 20h30 até 20h35 nas segundas, quartas e sextas
Candidatos a deputado estadual: da 13h05 até 13h15 e das 20h35 até 20h45 nas segundas, quartas e sextas
Candidatos a governador: da 13h15 até 13h25 e das 20h45 até 20h55 nas segundas, quartas e sextas
Candidatos a deputado federal: da 13h12 até 13h25 e das 20h42 até 20h55 nas terças, quintas e sábados
Café-Escola Senac oferta serviços, mas preços ainda limitam acesso da população
Espaço cultural em PG, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio, SENAC, é uma das integrantes que compõem o “Sistema S”, grupo de instituições que visa treinar profissionais e dar assistência técnica nas áreas da indústria, comércio, agronegócio e cooperativismo. O Senac é uma das instituições voltadas ao comércio e, em Ponta Grossa, uma das ações é o café-escola, que fica em um dos espaços da Estação Saudade, no centro da Cidade.
Espaço da antiga Estação Ferroviária funciona como café e sociabilidade na região central de PG | Foto: Senac/Divulgação
A produção dos alimentos do café é diária e os visitantes podem escolher o que pedir de acordo com o exposto na vitrine do dia. O atendimento é feito por alunos do curso técnico, contribuindo para a experiência profissional. O cardápio apresenta diversas opções entre doces e salgados, além de cafés especiais e outras bebidas. Os preços, uma vez que a entidade também opera com recursos públicos, são um pouco mais acessíveis do que outros cafés na mesma região de Ponta Grossa.
Uma das opções é a fatia do bolo disponível no dia, custando R$ 6.50. A fatia é generosa e vem acompanhada de uma apresentação composta por calda de chocolate decorando o prato. Com a produção diária, o bolo é fresquinho, com massa leve e cobertura doce. Já para as bebidas, uma das opções em conta é o café expresso, por R$5.00. No total, é possível fazer um lanche no local por R$11.50.
O Café-Escola Senac, apesar de ser mais acessível do que outros espaços comerciais para parte do público, não consegue viabilizar valores que possam atingir a maioria da população. Estando em uma área movimentada do município, ao lado do Terminal Central, onde diariamente transitam milhares de moradores, o café-escola poderia ser um espaço de ampla circulação, com opções de lanches por valores abaixo do mercado. Assim, seria possível ofertar lanches em uma construção histórica a todos os pontagrossenses.
Por Maria Luiza Pontaldi
Serviço:
Café Senac Estação Saudade
Funcionamento: Terça-feira a sexta-feira das 11h às 20h; Sábados e domingos das 13h às 18h. Endereço: Praça João Pessoa - Centro, Ponta Grossa - PR, 84043-560
Ponta Grossa ilustrada nas obras da exposição “Multiforme”
Belezas naturais e urbanas de Ponta Grossa foram ilustradas através de pinturas pelo artista plástico Emanuel Sansana. No total, são 23 obras produzidas através da técnica acrílica sobre tela, que abrange pinturas em fine art, animais selvagens e até belezas naturais. O nome “Multiforme” foi dado por apresentar obras com diferentes temas e a versatilidade do artista, que produziu durante o isolamento pinturas que retratam os sentimentos de quem não podia estar em contato com quem ama.
Artista pontagrossense retrata belezas naturais dos Campos Gerais | Foto: Janaina Cassol
A coleção “Belezas naturais dos Campos Gerais” contempla a pintura da Taça da Vila Velha, que possui em sua composição areia, reforçando a presença de arenito da Taça. Além da obra-símbolo da Região, a mostra possui telas que contemplam as araucárias, espécie predominante no Paraná, e a Igreja dos Polacos. Já a série “Arquétipos Selvagens” contém quatro obras que retratam animais selvagens, como por exemplo, um leão e a Harpia, águia brasileira.
Sansana também arriscou em pinturas em fine art, como o “Mandaloriano”, personagem fictício da franquia cinematográfica Star Wars. Além disso, o artista também produziu uma releitura da obra “O grito”, de Edvard Munch, inserindo elementos da cidade do Rio de Janeiro.
A exposição possui ainda duas obras premiadas em Nova Iorque. A pintura“Um Violão e a Solidão”, premiada em 2020, que retrata a história de um artista solitário em busca da transcendência. E a obra “Descanso do Sol”, premiada em 2021, apresenta a necessidade do carinho em tempos de pandemia, pois o título sugere que até o sol precisa de um descanso.
As obras estão expostas na galeria do Ponto Azul, na Praça Barão de Guaraúna, no centro de Ponta Grossa. A visita é aberta ao público e acontece até o dia 30 de setembro.
Por Janaina Cassol
Serviço:
Exposição: Multiforme
Pintor: Emanuel Sansana
Visita Gratuita
Local: Ponto Azul, na Praça Barão de Guaraúna, centro de Ponta Grossa.
Uma ‘peneira’ no Oscar Pereira em PG
O Ginásio de Esportes Oscar Pereira, localizado na rua Balduíno Taques, no centro da cidade de Ponta Grossa, é conhecido por muitos por ser um lugar onde diversas competições são realizadas no município, como o Jogos Estudantis Municipais (JEM), treinos e amistosos universitários, além de eventos esportivos da localidade, em geral, tudo de forma gratuita.
A falta de cuidado com um dos principais Ginásios Esportivos da cidade mostra o descaso do poder público local com esporte | Foto: Prefeitura de Ponta Grossa
Inaugurado em 11 de agosto de 1984, em 28 anos de existência, o Oscar Pereira já foi palco de importantes atrações nacionais e internacionais, como jogos da seleção brasileira de futsal, com a presença do ídolo Falcão, e do time norte-americano de basquete Harlem Globetrotters.
Apesar de ser um local frequentado pelas pessoas, o espaço passou por poucas reformas em quase três décadas de história. A última foi realizada em 2020, onde a principal realização da Prefeitura Municipal de PG foi a troca do piso da quadra, considerada uma grande conquista para os esportes princesinos, mas dois anos depois da obra , a cobertura do lugar já apresenta problemas para os usuários. Como muitos gostam de chamar, a cobertura virou uma“peneira”.
Integrantes de diversas Associações Atléticas Universitárias reclamam da situação do ginásio, pois acaba se tornando inviável para utilização em dias chuvosos, que não são poucos, o que torna perigosa a prática esportiva no local.
O ginásio tinha como objetivo inicial a utilização para várias demandas esportivas, entretanto, apenas Futsal e Vôlei podem ser realizados no lugar, além de eventos de crossfit, onde um tatame emborrachado é colocado no chão para a montagem dos equipamentos.
Ao perguntar o motivo de o ginásio estar com problemas estruturais , depois de apenas dois anos da última reforma, a atual administração municipal decidiu manter silêncio, mas fica um questionamento: é justo com a população que busca usufruir dos espaços públicos da cidade?
Por Amanda Martins
Serviço:
Ginásio de Esportes Oscar Pereira, rua Balduíno Taques nº 1719 - Órfãs. Ponta Grossa/PR
Aberto à população.
Morte da Rainha Elizabeth gera repercussão desmedida entre brasileiros
“Análogo à exploração psicológica do condicionamento clássico” é uma das definições de um souvenir no Google. Significa que é um objeto que resgata memórias relacionadas ao destino turístico, a partir de um estímulo ao qual o organismo responde de forma natural, despertando emoções. Com a comoção gerada pela morte da Rainha Elizabeth no Brasil, evidente em redes sociais, é perceptível como a Família Real pode ser considerada um souvenir.
Valorização da Família Real em um país explorado revela desconhecimento histórico e também de problemas sociais | Foto: Maria Luiza Pontaldi
Com a objetificação da monarquia inglesa, surge o fanatismo por ela, e por todas as questões associadas à realeza, como regras de etiqueta, um nome/título visto como nobre, luxo, entre outras. Os brasileiros legitimam um império em decadência por meio do espaço de mobilização que disponibilizam, usando da realeza britânica como souvenir para enaltecer a riqueza. Reforça-se, assim, um sentimento de colonizado.
Por se tratar de um povo explorado historicamente, e com uma economia precária no contexto atual, o familiar "complexo de vira-lata" reaparece, onde a valorização daquilo que vem de fora é desproporcional, em especial para elementos europeus e norte-americanos. O interesse pelos aspectos que a Família Real desperta aos brasileiros demonstra certa ignorância de história além das problemáticas do ponto de vista político e econômico.
Assim, legitimar a “souvernização” da Família Real, desconsiderando sua decadência, mostra a insistência em valorizar uma época de imperialismo, conjunto de exploração, exclusão de minorias, preconceitos e marginalização de grupos com menor renda. No contexto atual do Brasil, com a presença do fanatismo e da tentativa de descredibilizar discursos de minorias, ao nomear discussões relevantes de “mimimi”, parece um espaço favorável para valorizar o luxo e desprezar aquilo que não pode ser atribuído à nobreza.
Por Cassiana Tozati
Serviço:
Informações sobre a Família Real Inglesa: https://pt.wikipedia.org/wiki/Fam%C3%ADlia_real_brit%C3%A2nica
Teoria do “complexo de vira-lata”: https://pt.wikipedia.org/wiki/Complexo_de_vira-lata