Livro remonta vidas apagadas dos papéis por conta da Klabin
O livro "Para Além do Papel - O Jornal O Tibagi e a construção do discurso fundador de Telêmaco Borba", resultado da pesquisa de mestrado em Ciências Sociais Aplicadas pela UEPG de Ana Flávia Braun Vieira, foi lançado em Ponta Grossa em 30 de maio. O livro mostra, através de fontes literárias e jornalísticas, o sentido por trás da afirmativa de que Telêmaco Borba é a cidade da Klabin. A partir de evidências, a autora apresenta uma realidade que nem mesmo os moradores da cidade conhecem: as vidas que existiam ali antes da Klabin chegar na cidade, algumas das quais foram apagadas da história. A autora exemplifica com imagens como a apresentação das notícias no jornal O Tibagi favoreceu o discurso que está nos papéis de que a Klabin é a principal fundadora da cidade e que se o periódico trouxesse as notícias de outra maneira, talvez a história de Telêmaco fosse outra. No quarto capítulo do livro, Ana Flávia faz uma crítica à seleção de notícias dos jornalistas e à linha editorial da imprensa, que favorece o discurso dominante. A obra é ilustrada com fotos da cidade e das manchetes do jornal, o que facilita a leitura e prende a atenção do leitor. É uma leitura rápida, de 224 páginas, mas que apresenta uma história importante para quem vive na cidade ou para quem quer conhecê -la. No entanto, a autora poderia ter, também, como fontes pessoas que ao decorrer dos anos participaram da história para entender melhor como as notícias repercutiram no município. Espera-se que, pelo menos, quem curte leitura e quer conhecer histórias e vidas que foram apagadas contemple a obra. Para adquirir um exemplar basta escrever para Ana Flávia em qualquer rede social e combinar a forma de entrega. Em Telêmaco Borba, o lançamento acontece em julho. Serviço: Livro "Para Além do Papel- O Jornal O Tibagi e a construção do discurso fundador de Telêmaco Borba - PR" Autora: Ana Flávia Braun Vieira Ponta Grossa, Texto e Contexto Editora, 2019. 224 páginas. 40 reais.
Bruna Kosmenko
|
|
Editoria “Insana” do portal aRede pode desgastar credibilidade jornalística do site
O portal aRede é um dos principais sites de notícias dos Campos Gerais. De acordo com dados disponibilizados pelo próprio site, figura entre os cinco mais acessados do Paraná e está na liderança do segmento em Ponta Grossa. Segundo descrição da empresa, o sucesso se deve ao modo como são veiculados os produtos jornalísticos, “como a prioridade à notícia rápida, com vídeo, 24 horas por dia, sete dias por semana” e a interação com as redes sociais. Na página inicial, o site conta com 17 editorias, para separar as matérias jornalísticas em temas ou colunas assinadas. Assuntos relacionados aos Campos Gerais, cotidiano, agronegócio e esporte têm destaque nas produções. Mas uma editoria chama a atenção do leitor. A “Insana” (https://d.arede.info/insana) traz produções sensacionalistas e curiosas que aparentam misturar jornalismo com entretenimento. Por vezes, a editoria posta informação imprecisa, talvez para despertar curiosidade e fazer com que o leitor clique para ver mais. Alguns princípios jornalísticos podem ser questionados, como a proximidade dos acontecimentos. Muitas manchetes são de fatos que aconteceram em outros países. Publicada no final de maio/2019, a manchete “Macaco mata homem de 60 anos e fere outras nove pessoas na Índia” parece sensacionalista e indica pouco interesse público no texto veiculado. Normalmente, as matérias da editoria não são assinadas por repórteres. E, depois de compartilhada nas redes sociais, tende a gerar discussão entre os seguidores do portal. Em tempos de conteúdos feitos com a única intenção de gerar receita, o site aRede poderia tomar cuidado ao publicar produtos não jornalísticos sob o risco de ser associado a uma estratégia frequente em redes sociais que envolve “caça-clique”. Serviço: Site: Portal aRede Endereço eletrônico: https://d.arede.info/ Cidade: Ponta Grossa (PR)
Thailan de Pauli Jaros
|
|
“Em briga de marido e mulher, se mete a colher sim”
O monólogo “O que Eu Deveria Ser Se Não Fosse Quem Eu Sou” é um espetáculo que retrata a história de uma mulher que sofreu violência física e psicológica num relacionamento abusivo durante 15 anos. A peça expõe os vários estágios que um relacionamento tóxico provoca na rotina de uma mulher, desde a pressão familiar até a perda de confiança em si mesma devido à violência simbólica que o companheiro dela demonstrava através de atitudes e palavras. No centro do palco, o único e principal elemento do cenário da peça é uma “teia de cordas”, que carrega vários significados no decorrer da apresentação: uma hora é o abrigo da mulher e em outro é a própria casa da personagem, que se torna uma prisão. O figurino da personagem é simples e de cores neutras. O desfecho da peça é marcado pela decisão da personagem em continuar correndo com a vizinha escondida do marido, até que ela redescobre a paixão por um esporte e por si mesma, recuperando a autoestima para enfrentar a situação que vivenciava rotineiramente em casa. O espetáculo O Que Eu Deveria Ser Se Não Fosse Quem Eu Sou é escrito, dirigido e encenado por Michella França, com produção do Grupo Dia de Arte, de Ponta Grossa. A peça foi apresentada no Centro de Cultura durante a última Quarta Cultural, dia 12, e será interpretada novamente na próxima quarta, dia 19. Ficha Técnica: Elenco: Michella França Direção: Michella França Assistente de Direção: David Dias Preparação Corporal: David Dias Arte Visual: Fernando Durant Fotos: Jonas Boita Produção: Grupo Dia de Arte Cenário: Ester Okito Figurino: Sandra Berger Maquiagem: Jonas Boita Iluminação: Carlos Phantasma Serviço: A próxima apresentação, no dia 19, será realizada também às 20 horas, no Centro de Cultura, e os ingressos irão custar 10 reais (inteira) e 5 reais (meia).
Gustavo Camargo
|
|
Bonita não só o nome da banda
O show de comemoração aos dez anos da Banda mais bonita da cidade aconteceu no último dia 07 de junho no Cine Teatro Ópera, em Ponta Grossa. O grupo é famoso pela música Oração, lançada em 2011 e que foi reproduzida em múltiplos formatos desde então, atraindo até versões eletrônicas. Para um espaço, entretanto, em que há 690 lugares disponíveis, a casa recebeu cerca 450 pessoas e, por isso, o volume do som no lugar não foi proporcional, pois passava o limite confortável e deixava a vocalista um pouco abafada. Mesmo sendo o centro de quase todas as bandas, a vocalista aqui não foi o que chamou mais atenção. O pianista, sem dúvidas, foi o destaque, demonstrando domínio e parecendo estar à vontade, ele deixou o show ainda mais especial e colorido. As letras das músicas voltadas ao estilo MPB, quando aliadas ao conjunto de todos os instrumentos, alcançavam sons que lembravam muito um rock de bandas como o Pink Floyd, por exemplo. O público, de maioria jovens estudantes, conseguia se conectar com aquela sensação de liberdade vinda da música e que pairava sobre o teatro Ópera, onde aconteceu o show. Luzes azuis, gelo seco e um público aguardando ansioso. Assim começou o show da banda mais bonita da Cidade. A parte instrumental combinava efeitos para criar uma ambiência que transmitisse o perfil do grupo. O piano foi o primeiro a despertar o interesse da plateia. Em seguida, o baixo agregou um som mais forte. E, por mais que a bateria e a guitarra sejam instrumentos com tons mais agressivos, foram eles que completaram a leveza que a banda pretendia passar.
Serviço:
Canal no youtube da banda: https://www.youtube.com/channel/UC_2HcZlKwx7O6QYf6PT6KKA
Francielle Ampolini
|
|
Seriado sobre drag queens apostou na diversidade, mas e a representatividade?
A décima primeira temporada de RuPaul’s Drag Race teve o último episódio divulgado no mês de junho, que antecede a comemoração do orgulho LGBTQ+. Intitulado “Grand Finale”, a série apostou em coroar uma Drag Queen que tende a fugir dos padrões de estética, beleza e personalidade das vencedoras de outras temporadas. RuPaul’s Drag Race é um seriado transmitido pelo canal fechado VH1 e em 2019 completou 10 anos desde a estreia. O programa é uma competição entre as drags queens e procura o carisma, singularidade, coragem e talento (carisma, uniqueness, nerve and talent) para suceder ao título de "America's Next Drag Superstar". Ao decorrer de 11 temporadas, criou-se um padrão normativo de estética que só drags brancas, magras, bonitas e impecáveis conseguem chegar ao topo da competição. Na atual temporada, as representações de corpos e nacionalidades são as mais diversificadas. Drag Race discutiu xenofobia, representada por uma drag mulçumana e problematiza a abertura para diversidade no Vietnã, tendo como personagem a drag queen Plastique Tiara, que morou no país e desconhecia a cultura pop até chegar aos Estados Unidos. Foram três drags queens autodeclaradas negras na final, algo inédito na história do programa. Em Ponta Grossa, a cultura drag é pouco explorada. Falta incentivo para quem quer trabalhar com a arte, poucas casas noturnas atendem o tipo de show. A Cavan e o Deck são casas noturnas da cidade e têm reconhecido o trabalho das drag queens na vida noturna, dando espaço para apresentações () e entrada grátis em eventos. Em conversa com algumas drag queens de Ponta Grossa, a maioria começou a se montar por influência do seriado RuPaul’s Drag Race. Embora o seriado tenha apostado em coroar um drag queen que foge dos padrões, fica a dúvida se os produtores realmente queriam uma maior representatividade da comunidade drag ou foi apenas para atender as expectativas do público, já que há muito tempo os seguidores de Drag Race vêm criticando a falta de representações no elenco. Mesmo com controvérsias, o reality abriu portas e influenciou a comunidade LGBTQ+ que se identificam com a cultura drag, dando oportunidades no reconhecimento e abertura de plataformas para a divulgação da arte. Serviço: Site: http://www.vh1.com/shows/rupauls-drag-race
Matheus Rolim
|
|
|
Produzido pela Turma A - Jornalismo UEPG |
|
|
|
|