A 3ª Regional da Saúde recebeu, no dia 12 de março, 4080 doses de vacina contra a Covid-19 para serem distribuídas, entre os 12 municípios paranaenses. Segundo a infectologista Gabriela Magraf, a vacinação lenta por conta das poucas doses atrasa o cronograma de imunização, o que, por sua vez, agrava a pressão no sistema de saúde da região de Ponta Grossa. “A vacinação lenta nos grupos prioritários faz com que os serviços de saúde fiquem superlotados, com casos graves e óbitos. “Precisamos vacinar esses grupos prioritários que têm muito mais risco de ir a óbito se contrair a doença. Precisamos aplicar a segunda dose”, ressalta a especialista.
A taxa de transmissão de 1,8 do vírus levou o sistema de saúde na cidade ao colapso no dia 11 de março de 2021. A UPA Santa Paula paralisou o atendimento ao público devido a não suportar receber mais pacientes e o Hospital Regional de Ponta Grossa também opera com superlotação. Há  quase um mês os leitos de UTI covid estão com 100% da ocupação. O pronto atendimento do hospital, que possui capacidade para quatro pessoas, opera com funcionamento acima dos 500%.
Ficha Técnica:
Repórter: Leonardo Duarte
Edição: Maria Eduarda Eurich
Publicação: Mirella Mello
Supervisão: Profs. NRI I Fernanda e Rafael K e Textos II Kevin

Dos 355 mil habitantes da cidade, cerca de 250 mil devem ser imunizados

 

A estimativa feita pela Prefeitura de Ponta Grossa considera duas possibilidades para imunizar a população. Em um primeiro cenário, do ritmo atual, apenas com as doses enviadas pelo Ministério da Saúde, seriam necessários 240 dias para vacinar 250 mil pessoas acima de 18 anos seguindo o Plano Nacional de Imunização. Nesse ritmo, a vacinação terminaria em outubro. Em um segundo cenário, com as doses do Ministério da Saúde mais as doses de um Consórcio de Municípios para compra de vacinas, com média de 40 mil doses a mais por mês, seriam necessários 180 dias para imunizar a população. Assim, a vacinação terminaria em setembro.

 

Para conter a pandemia em até um ano, o Brasil precisa vacinar pelo menos 2 milhões de pessoas por dia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Com todos os leitos de UTI e enfermaria lotados, sistema de saúde público e privado entra em colapso. Confira mais informações na reportagem em áudio:

Ficha técnica

Narração: Heryvelton Martins

Reportagem: Heryvelton Martins

Supervisão: professora Paula Melani Rocha

Sem UTI própria, município de Astorga, no norte do Paraná, depende do auxílio de cidades vizinhas para o tratamento de casos mais graves da Covid-19. Confira mais informações na reportagem em áudio:

 

 

Ficha técnica

Narração: Tamires Limurci

Reportagem: Tamires Limurci

Publicação: Vítor Almeida

Supervisão: professora Paula Melani Rocha

Sem hospital na cidade, os casos mais críticos ficam em observação do pronto atendimento. Confira mais informações na reportagem em áudio:

 

Ficha técnica

Narração: Janaina Cassol

Reportagem: Janaina Cassol

Publicação: Vítor Almeida

Supervisão: professora Paula Melani Rocha

 Ocorrências passaram de 39 em 2019 a 86 em 2020

Segundo Corpo de Bombeiros do Paraná (CBPR), o número de ocorrências de suicídio/tentativa, em 2020, tem um aumento de 120%, em Ponta Grossa, quando comparado com 2019. No decorrer do ano pandêmico, foram atendidas 86 ocorrências de comportamento suicida. Já ao longo de 2019, a quantidade de emergências do tipo está situada em 39 chamados.

Comportamento suicida diz respeito tanto ao suicídio, quando a tentativa de tirar a própria vida| Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Segundo o Plano Nacional de Vacinação, até março apenas 40% do grupo prioritário será vacinado

 

A população de Ponta Grossa aguarda ansiosa a vacinação contra covid-19. A imunização é necessária para diminuir a taxa de transmissão da doença No dia 11 de março, o Brasil bateu um novo recorde. Foram mais de 2.207 pessoas que perderam a vida por conta do vírus. A vacina, se aplicada em massa na população, diminuirá os números e a ocupação de leitos de UTI.

 

A imunização contra a Covid-19 diminuirá os números de casos da doença e taxa de ocupação dos leitos de UTIs. Foto: Manu Benicio

Dobra o número de procuras no Google sobre a retirada da prótese, de acordo com o Google Trends

 

O Natal de Mirlene Pontes em 2020 foi diferente. Como o de todos brasileiros foi uma festividade alterada pela pandemia do Covid-19, porém, Mirlene passou às vésperas do feriado com dores e chegou a ser internada em um hospital de Fortaleza, no Ceará, sua cidade natal. Depois de seis anos da primeira cirurgia de implante mamário, sua prótese tinha estourado. Com um início de hemorragia, no meio da pandemia, com medidas de lockdown e na véspera de um dos maiores feriados mundiais, Mirlene precisou correr contra o tempo para achar um cirurgião na cidade. Conseguiu contato com o médico que tinha feito sua primeira cirurgia, há seis anos, e pretendia trocar a prótese. “Até aquele momento eu não estava com a ideia de fazer o explante. Ainda, o padrão de beleza estava acima de todos os meus problemas”, afirma.
Esse poderia ser o começo da história de Mirlene com o silicone, mas não foi. A micropigmentadora, de 38 anos, que mora na Itália, já tinha sintomas e sentia problemas relacionados à prótese no segundo ano após a cirurgia de implante. “Comecei a sentir os primeiros sintomas e fui levando, com 3 anos resolvi trocar a prótese, porque eu já achava que era ela o problema. Realizei outra cirurgia, troquei e coloquei a mais moderna, que diziam que era vitalícia, só que, na segunda cirurgia começou o tormento”, relata. Cansaço, imunidade baixa, queda de cabelo, indisposição para fazer qualquer atividade e depressão foram os principais sintomas de Mirlene.
A decisão de remover a prótese surgiu a partir do contato com um grupo no Facebook que traz informações e depoimentos de mulheres que fizeram a retirada da prótese. “Eu decidi naquele mesmo dia que eu não iria colocar o silicone, iria fazer o explante”, explica. Porém, a micropigmentadora afirma que não foi tão fácil convencer seu médico. Para o cirurgião, Mirlene iria ficar “masculinizada”. “Só que eu já estava decidida, falei que se eu ficasse com peito de homem não tinha problema, eu queria tirar o silicone”, relata. Após quase dois meses de explante, ela afirma que foi a melhor decisão que fez na vida. “Estou ótima, com disposição e sentindo a energia de uma pessoa de 20 anos”.
O site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) recomenda como opção a cirurgia de aumento de mama para mulheres que querem aumentar o tamanho e a projeção de seus seios, melhorar o equilíbrio de seu corpo e melhorar a autoestima e a autoconfiança. O site da SBCP reforça que não há garantias de que os implantes sejam vitalícios, o que pode tornar necessária a substituição. O cirurgião plástico, William Itikawa, desde 2017 atende mulheres que querem fazer o explante em seu consultório em Curitiba. De acordo com ele, a cirurgia de implante mamário tem seus riscos como qualquer outra cirurgia, porém existem também aqueles relacionados diretamente com a prótese. “Hoje a gente sabe que a prótese não é um procedimento médico vitalício, como se pensava antigamente. Com o tempo ela apresenta alguns sinais de desgaste, o silicone pode sofrer o que chamamos de contratura capsular, pode romper, pode rodar no corpo e estar associada a algumas outras complicações”, explica.
O grupo do facebook que ajudou Mirlene decidir fazer o explante tem mais de 45 mil participantes. Nele, mulheres se unem numa rede de apoio e trocam experiências sobre as próteses. Foi através do grupo que cheguei até a história da médica e cirurgiã plástica, Fabiana Catherino, que atende mulheres do país inteiro e se tornou uma referência no assunto. Há cerca de três anos, Fabiana atendeu a primeira paciente com Síndrome Ásia (sigla em inglês para Autoimmune/Autoinflammatory Syndrome Induced by Adjuvants), doença autoimune causada quando o corpo se “ataca” por conta de um gatilho desencadeado por uma substância estranha presente no organismo. A paciente fez uma complicação autoimune não proveniente do silicone, porém optou por fazer o explante. Foi a partir deste primeiro diagnóstico que a médica, que também tinha a prótese de mama, começou a pesquisar e estudar a Síndrome e pouco tempo depois começou a desenvolver certos sintomas. “Chegou um certo ponto e eu comecei a ficar doente, só que num primeiro momento, eu tinha algumas questões que eram coisas que toda mulher tem uma vez na vida. Pele não estava tão boa, cansaço, dor de cabeça, infecção urinária e a coisa foi evoluindo”, explica.
Os sintomas começaram a aumentar e Fabiana passou a frequentar diversos médicos e fazer os mais diferentes exames. “Eu já tinha suspeitado ter a doença, mas meus colegas diziam que não era dessa forma que ela se apresentava, então, como não era meu dia a dia, acabei acreditando que realmente não se tratava do silicone”, comenta. Foi a partir de um vídeo na internet de uma mulher contando a história dela com a prótese que a médica decidiu fazer o explante. “Eu me vi nela, era a minha história e eu chorei o tempo inteiro. Nesse dia eu resolvi que tinha que fazer a cirurgia, eu ainda não sabia se tinha o diagnóstico, a tentativa era explantar e ver o que acontecia”, conta. Dez dias depois da cirurgia, Fabiana não apresentava mais nenhum sintoma.
Porém, diferente de Mirlene, o processo de aceitação após o explante não foi fácil. A culpa e a pressão que a cirurgiã plástica sentia era muito grande. “Além de estarmos numa sociedade que cobra padrões, eu estou dentro de uma profissão que também tem essa cobrança. E para você sair disso e fazer as pessoas entenderem que você não precisa estar nesse padrão é muito difícil, você tem que pegar num ponto que vai tirar a pessoa da zona de conforto e do equilíbrio emocional e nesse primeiro momento não conseguia nem falar sobre a doença”, relata.
O processo de cura e amadurecimento da médica a fez entender que seu papel era usar sua história a seu favor e ajudar as mulheres que não tinham acesso a informações sobre a doença. A partir disso, Fabiana criou um site sobre a doença do silicone e a Síndrome Ásia. “Eu entendi que era minha missão, eu não tinha sido uma azarada. A partir do momento que eu comecei a falar sobre, mesmo antes de contar minha história, eu acessei um número de mulheres gigantesco e consegui ajudar numa proporção que eu não tenho dimensão ainda”, comenta.
Hoje em dia, além dos atendimentos no consultório, a doutora atende através de consultas remotas e também a partir de uma conta no Instagram em que compartilha conteúdo sobre a Doença do Silicone e a Síndrome Ásia, auxiliando mulheres através da rede social, com suas publicações e respondendo mensagens.
A doença do silicone, diferente da Síndrome Ásia, não tem base genética autoimune. “O suor do gel e a toxicidade do silicone geram danos aos tecidos causando os sinais e sintomas muito parecidos com a Síndrome Ásia”, explica a médica. De acordo com ela, existem muitos casos em que não é possível diferenciar uma da outra e existem também mulheres que vão ter as duas. Há um caso mais raro, com os mesmos sintomas das doenças, em que a paciente pode apresentar um linfoma, um tipo de tumor que também está vinculado às próteses, segundo Fabiana.
A busca pelo explante aumentou tanto no consultório dos dois médicos. As pesquisas no Google relacionadas ao termo “explante” aumentaram 200% no primeiro trimestre de 2021 em comparação com os primeiros três meses de 2020. Já pesquisas com o assunto “doença do silicone” aumentaram 671% no mesmo período de tempo, de acordo com o Google Trends. Cerca de 90% de todas as pacientes que Fabiana atende são mulheres que estão com suspeita das doenças ou mulheres que querem explantar. Durante os últimos meses, as consultas cresceram muito em sua clínica. O movimento, de acordo com a médica, se deu por conta da pandemia do covid-19, quando as mulheres tiveram mais acesso a essas informações e mais tempo para irem atrás do atendimento e de referências especializadas. Em Curitiba, na clínica de William, a procura pelo explante teve um crescimento nos últimos 6 meses.

 

A fotógrafa Rafaela Alves, de 33 anos, que mora em Rio Verde, Goiás, foi uma das pacientes da doutora Fabiana durante a pandemia. Fez a cirurgia de implante com apenas 17 anos. Quando estava com 20, começou a ter sinais e sintomas que não existiam até então em sua vida. Insônia, ansiedade, depressão, intolerância, e mais tarde, alergia a leite e fadiga diária foram os principais sinais demonstrados pelo corpo de Rafaela. O quadro piorou quando, há três anos, Rafaela colocou um DIU hormonal, um tipo de método contraceptivo. “Meu corpo começou a lutar com muitos adjuvantes e foi aí que eu vi que tinha uma coisa muito errada”. Depois de procurar muitos médicos e não ter um diagnóstico, Rafaela chegou a acreditar na possibilidade de ser psicológico e procurou tratamento com psicólogos e psiquiatras para ver se seus sintomas diminuíram. A fotógrafa também procurou tratamentos da medicina não convencional, “já que a medicina comum não dava conta, estava pensando na medicina oriental para poder me auxiliar de alguma forma”, comenta.
Com uma filha de 7 meses, a fotógrafa teve uma gravidez complicada e de risco, logo quando sua filha nasceu, conseguiu amamentar por apenas três meses e depois percebeu uma piora nos sintomas já existentes e o aparecimento de outros. Confusão mental, perda de memória significativa, dificuldade de raciocínio e conversa, tremores, candidíase repetitiva, infecções de urina, dor de cabeça constante e crises graves de ansiedade compuseram o quadro da goiana.
Rafaela foi diagnosticada com a Síndrome Ásia pela doutora Fabiana. A partir de teleconsultas com a médica e se inspirando na história, decidiu fazer o explante. Porém, não foi um processo fácil. Mesmo com várias referências e conversas com mulheres que tiraram a prótese, a fotógrafa passou por um longo processo de aceitação antes de fazer a cirurgia. “Não é simples para uma mulher de 33 anos que está a 16 com a prótese, tirar o silicone. Eu não me via dessa forma há muito tempo, conhecia meu corpo daquele jeito. É como se você sofresse uma amputação, foi essa a sensação, como se eu tivesse amputado parte do meu corpo”, conta.
Porém, sua decisão foi priorizar sua qualidade de vida. “O mais importante era eu me livrar daqueles sintomas, queria voltar a viver, eu estava vivendo a base de corticoide, não conseguia fazer mais nada, sempre com dor e cansaço. Foi quando eu vi que não estava mais tendo vida, que pensei ‘vou ter que passar por isso, me sentindo mal ou não sem silicone, o que importa é a minha saúde’”. A fotógrafa conta que estava com medo da sua própria reação pós cirurgia, com medo de não se aceitar e ser um processo difícil. Mas, durante sua recuperação no hospital, esperando a visita do médico, ela prestou atenção em uma coisa que há muito tempo não conseguia fazer: ter uma respiração normal. Quando se deu conta que era possível fazer algo tão simples e tão essencial sem esforço nenhum, sua reação mudou. “Ali, a questão estética ficou para trás, naquele momento, quando eu senti na pele o que era voltar a viver a questão estética passou”, explica.
Os sintomas de Rafaela, assim como os de Mirlene e Fabiana desapareceram poucos dias depois da retirada das próteses. “Os médicos nunca descobriram que era a doença do silicone, todos meus sintomas eram relacionados a ele, mas infelizmente não existe nada que comprove o quão mal faz”, comenta Mirlene. Ainda não existem comprovações científicas ou garantia de melhora dos sintomas depois do explante. “No meu caso, foi muito claro, conversando com a doutora Fabiana que já teve a doença, ela rastreou meu histórico e a doença, mas acredito que só conseguiu enxergar com essa facilidade porque ela mesma teve”, fala Rafaela.
De acordo com a médica, o primeiro relato de Síndrome Ásia vinculado à prótese é de 2011, portanto, os estudos são muito recentes e não se tem ainda resultados publicados, nem exames específicos para diagnosticar as doenças, “ainda não é um assunto disseminado na comunidade médica e difundido de maneira tranquila”, comenta. Fabiana acredita que as doenças começaram a ter maior visibilidade desde setembro de 2020, quando a Food and Drugs Administration (FDA), agência estadunidense de saúde e serviços humanos, admitiu a existência das doenças, a partir de um documento chamado de “a caixa preta das próteses”.
Este documento é o tipo de aviso mais rigoroso regulamentado pela instituição. Ele tem o objetivo de comunicar os clientes que aquele dispositivo pode ter efeitos colaterais graves e potencialmente fatais. No documento estão presentes alguns avisos e informações sobre as próteses. As pacientes que pretendem fazer o implante de mama precisam assinar e estar de acordo com os riscos. Entre os avisos destaca-se que a segurança dos implantes nunca foi estudada para pessoas com sintomas ou doenças autoimunes ou histórico familiar dessas; a remoção do implante com a cápsula sem utilizar outro é a única forma recomendada de garantir que o problema seja corrigido; a paciente precisa estar ciente que devido a falta de segurança a longo prazo. A organização ainda está aprendendo sobre problemas de saúde que resultam dos implantes mamários e que o uso de implantes aumenta a probabilidade de desenvolver algumas doenças como artrite reumatóide, esclerose múltipla, síndrome de Sjogren e síndrome da fadiga crônica. No Brasil ainda não existe documento semelhante, mas a SBCP já se manifestou, confirmando a possibilidade das doenças. “As pessoas estão credibilizando as doenças, só que como os números são subnotificados, se tem uma visão de que ainda é muito raro, talvez até seja raro, mas não tanto quanto pensamos”, afirma a doutora.


A procura incansável pelo padrão de beleza


“O que me levou a fazer a cirurgia foi o padrão de beleza, eu não conseguia enxergar que meu peito pequeno poderia ser bonito”, conta Mirlene. A busca incansável para se encaixar em um modelo ideal de beleza e esperado faz mulheres de todo mundo se submeterem a cirurgias e a arriscarem sua saúde . A última pesquisa realizada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica (ISAPS, sigla em inglês), revela que o Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Em 2019 foram realizados 211.287 implantes mamários, 14,1% do total de procedimentos estéticos no país. “O Brasil é reconhecido internacionalmente por ser um dos países que mais faz cirurgias plásticas, transformamos esses padrões e essas proporções em algo cultural”, afirma William.
A psicóloga Jéssica Ayo, estuda questões de comportamento social em cima de uma teoria feminista. De acordo com ela, a questão das cirurgias estéticas implicam no conceito de feminilidade, um conjunto de expectativas e esteriótipos relacionados a pessoa do sexo feminino na sociedade. A base, não só das cirurgias, mas de toda a pressão estética e social que as mulheres passam vem desse conceito, que segundo a psicóloga, confunde o pensamento social se colocando muitas vezes como uma escolha. “A modificação corporal faz a mulher acreditar que ela está fazendo isso por ela mesma, mas não entende que essa escolha não está servindo a ela e sim alimentando todo um sistema”, explica.
“Quando eu fui colocar o silicone ninguém me alertou sobre os riscos, foi tudo lindo, uma história linda. Vende-se uma ideia muito boa do silicone”, conta Rafaela. “Tem algo mais sério nisso tudo, porque não é só um silicone que pode fazer uma mulher feliz. As mulheres não tem que levar em conta que é necessário comprar dois pedaços de plástico para ficar bonita, não traz nenhum benefício e eu sou a prova disso”, desabafa Mirlene.
Para Amanda Palmar, estudante de psicologia, o implante é muitas vezes visto como uma solução imediata. "Às vezes a gente tem algum sentimento ruim com relação a nós mesmas causado pelo ambiente que a gente vive e a solução a curto prazo vai ser uma que vai alterar a nossa aparência, nosso comportamento ou nossa postura”, afirma. Ela destaca que essa atitude pode ser observada em um tipo de roupa, uma maquiagem, um filtro no Instagram que escolhemos e até na cirurgia plástica. “Isso dificulta para as mulheres fora desse padrão se sentirem belas, a partir disso elas vão atrás de se encaixar no padrão e isso gera um ciclo infinito”, comenta.
Com as redes sociais, muitos conteúdos são disseminados sobre as cirurgias plásticas. “Um dos maiores problemas hoje, ao meu ver, em questão as cirurgias plásticas e estéticas é a banalização do procedimento. Parece que tudo é muito simples, muito fácil, muito acessível e não é bem assim”, comenta o doutor William. De acordo com Jéssica, hoje a internet é um terreno perigoso, vende-se um ideal de beleza que não é saudável e adoece mulheres. “Essa ideia vende porque ela é interessante para quem distribui, para o sistema. Estamos contribuindo com nossa prisão e nossa alienação”, afirma.

 

 

Ficha técnica:

Reportagem: Emanuelle Salatini

Infográficos: Emanuelle Salatini

Publicação: Daniela Valenga

Supervisão: professores do curso de Jornalismo da UEPG

O governo do estado de São Paulo decretou fase emergencial no combate à Covid-19. o plano SP tem início nesta segunda-feira, com duração de quinze dias. Entre as restrições, passa a valer o toque de recolher das oito da noite até cinco da manhã, ficam proibidas celebrações religiosas coletivas e suspensos os campeonatos esportivos. O plano SP define teletrabalho obrigatório para atividades administrativas não essenciais e o comércio funciona apenas por entrega, sendo proibida a retirada presencial. Confira a reportagem em áudio: 

 

Repórter Gabriel Ryden para Portal Periódico.

Produção, Edição e Supervisão de Áudios Jornalísticos II.

Confira o podcast sobre direitos humanos e pandemia de Covid-19. O programa jornalístico é uma produção dos acadêmicos do primeiro ano, turma A, do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). 

 

Acesse o podcast Ouvindo Direito - 06 de março de 2021

 

Roteiro: Lilian Magalhães, Maria Luiza Pontaldi e Lucas Ribeiro.

Locução: Diego Chila, Maria Eduarda Ribeiro, Quézia Bonato Reportagem: Leriany Barbosa, Vinicius Sampaio Edição: Maria Catharina Iavorski, Valéria Laroca e Reinaldo dos Santos.

Arte: Valéria Laroca.

Trilha sonora: Buco.

Supervisão: Paula Melani Rocha Disciplina de Produção e Edição de Áudios I de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

 

Confira o Podcast sobre os efeitos da Covid na saúde de profissionais brasileiros. O Porgrama Jornalístico é uma produção dos estudantes do primeiro ano do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (PR).

>> Acesse o Podcast - Efeitos da Covid na saúde de profissionais << 

Ficha técnica:

Locução: Ana Luiza Bertelli. Roteiro: Cassiana Tozati e Isadora Ricardo. Repórteres: Bettina Guarienti, Carlos Solek, e Victória Sellares.

Edição e montagem: Janaína Cassol, Luiz Miguel Martins e Reinaldo dos Santos. Produção: Cristiane de Melo e Lincoln Buch.

Arte: Carlos Solek.

Supervisão: professora Paula Melani Rocha.