Consumo de álcool aumenta 18% no período da pandemia de Covid-19

Os caso de alcoolismo aumentaram segundo especialistas na área da saúde

Segundo pesquisa, o consumo de álcool aumentou na faixa etária entre 30 e 39 anos. | Foto: Agência Brasil

Uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em abril de 2020 aponta para um aumento em 18% no consumo de bebidas alcoólicas durante a pandemia, sendo que a proporção ficou igual entre homens e mulheres. A pesquisa, que entrevistou 44.000 pessoas, confirm que a faixa etária que mais relatou aumento no consumo de álcool foi entre 30 e 39 anos. Já a pesquisa da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) revelou que o vinho apresentou maiores índices de consumo, de 21,8% em 2019 para 29,3% durante a pandemia em 2020.

Ocorrências de surtos psicóticos atendidos pelo SAMU aumentam durante pandemia de Covid-19

“Novas circunstâncias, medo da contaminação e isolamento passam a ser gatilhos para esses quadros”, ressalta psicóloga

De acordo com Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), de março a novembro deste ano, a quantidade de ocorrências de surtos psicóticos aumentou 143% se comparado ao mesmo período do ano passado, são 693 casos a mais. No decorrer da pandemia de Covid-19, somam 1.178 ocorrências do tipo no município. Durante os meses equivalentes de 2019, foram 485 chamados para essa emergência na cidade.

Infográfico: Robson Soares

Metade da alimentação dos brasileiros é processada

Alimentos processados representam 50,5% da alimentação total do país, segundo pesquisa do IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou este ano o resultado de 2017/2018 da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), que visa investigar o consumo e o gasto dos brasileiros em alimentos. Ele revela a quantidade consumida dos grupos alimentícios: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados. Ademais, mostra as despesas e rendimentos média e o consumo por faixa etária, tanto no âmbito nacional como estadual.
A partir dessa pesquisa, percebeu-se que 50,5% da alimentação dos brasileiros é processada. Ingredientes culinários processados (22,9%), alimentos processados (9,8%) e alimentos ultraprocessados (18,4%) somam 50,5% do consumo no Brasil. Em contrapartida, os alimentos mais naturais, somam 49,5%. Entre os alimentos que representam o grupo de ingredientes culinários processados, estão o açúcar, féculas, óleo vegetal e gordura animal. Bebidas alcoólicas, queijos e pães fazem parte da sessão de alimentos processados. Os ultraprocessados são, maioria das vezes, produtos que apresentam alto teor de sódio, gorduras trans, gorduras saturadas e aditivos químicos, como molhos prontos, sorvete, margarina, frios embutidos, bolos, tortas, biscoitos e lanches. Em contrapartida, os alimentos in natura e minimamente processados são frutas, legumes, verduras, ovos, carnes magras e leite, por exemplo.

Tratamentos alternativos para ansiedade geram dúvidas sobre sua eficácia

 A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, publicou um documento com estatísticas dos distúrbios psiquiátricos ao redor do globo. Os transtornos de ansiedade atingem um total de 264 milhões de indivíduos – desses, 18 milhões são brasileiros. Nosso país, aliás, é campeão nos números desse distúrbio, com 9,3% da população afetada. A porcentagem fica bem à frente de outras nações: nas Américas, quem chega mais perto da gente é o Paraguai, com uma taxa de 7,6%. Na Europa, a dianteira fica com a Noruega (7,4%) e a Holanda (6,4%). Essa disfunção engloba várias outras, como ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, fobias e estresse pós-traumático.

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Para o psicólogo Derek Kupski Gomes, os adultos começam a apresentar sintomas de ansiedade porque estão fragmentando sua atenção. Assim como os jovens, pessoas adultas dividem sua atenção para diferentes tarefas, acreditando que isso pode aumentar a produtividade. Apesar da diferença da geração, todos estão consumindo informação em excesso e diminuindo, por exemplo, o tempo de sono. “O sono tem uma relação muito forte com a saúde mental, então, uma hora a menos de sono já piora as suas funções cognitivas, por exemplo, atenção, memória”. esclarece Gomes.

A estudante Fernanda Santos compartilhou suas experiências quanto às crises de ansiedade. A acadêmica relata que, geralmente, as pessoas que convivem com quem tem ansiedade sempre perguntam por que as crises acontecem. Ela explica que essa situação é complicada porque, às vezes, a crise de ansiedade simplesmente ataca e não necessariamente existe algum fato específico que a desencadeie. Para o psicólogo, o que liga todos os casos e transtornos que a ansiedade apresenta é a preocupação excessiva, um medo por coisas que podem nem vir a acontecer. Ele pondera que apenas se fala em transtorno quando há um impacto real e profundo na vida da pessoa. “O transtorno de ansiedade generalizada e de estresse pós-traumático são os mais comuns, a partir disso, a pessoa vai ter dificuldade para dormir, para trabalhar, para ter uma vida acadêmica, uma série de dificuldades. Para que se faça o diagnóstico, precisa estar afetando a vida da pessoa em mais de uma área”, acrescenta Derek.

“A sensação de uma crise de ansiedade é uma coisa tão abstrata, que você não consegue explicar de uma maneira concreta para as pessoas. Às vezes [a crise] começa com uma taquicardia ou com a falta de ar. E parece que você não consegue sair daquela situação, você não vê escapatória no momento da crise, você acha que aquilo não vai melhorar nunca”, aponta Santos. Nos dias atuais, as pessoas têm procurado tratamentos alternativos na internet para a cura de doenças como a ansiedade. Esses tratamentos, por vezes, não contam com diagnósticos realizados profissionalmente, sendo apenas baseados em suposições do próprio paciente. Dentre os tratamentos disponíveis estão acupuntura, yoga, ervas medicinais, nutrição holística, massagem. Dereck afirma que os tratamentos alternativos são apenas um auxílio para o bem-estar do paciente, podem até trazer uma melhora, mas não excluem o tratamento psicológico e psiquiátrico que, por vezes, utilizam medicamentos.

A estudante de psicologia Rúbia Graziela de Paula do Nascimento afirma que os tratamentos alternativos como yoga e pilates não são acessíveis, pois se tratam de técnicas muito caras e nem todo mundo tem dinheiro e conhecimento para aderir a tais métodos. “É muito subjetivo. Tem casos em que a ansiedade tem uma proporção muito grande e precisa se fazer uso de medicamentos sim, mas aliados a exercícios e terapia. Para cada abordagem, tem um exercício e uma visão diferente, como a [abordagem] comportamental, que vai insistir e ensinar o paciente a trabalhar sua respiração”, comenta a acadêmica Nascimento.

Já o psicólogo e professor da UEPG Marcos V. Barszsz explica que as pessoas buscam estratégias alternativas para minimizar os sofrimentos, tendo em vista que se vive num contexto de amplo desejo por prazer e em meio a uma realidade cada vez mais difícil. Segundo Barszsz, há uma percepção brutal de desigualdades, uma certa incerteza. A partir disso, ele esclarece que, de um lado há muitos campos que percebem que há um desejo por minimizar o sofrimento e transformam isso em produto, operacionalizando um tipo de comercialização de vida, de bem-estar. “É preciso tomar cuidado para não incorrermos num charlatanismo, para não incentivarmos o uso de coisas que fazem do sofrimento um produto vendável, transformando-o em mercadoria. Essas práticas cultivam mais uma relação de dependência do que promovem cura”, ressalta Barszsz.

Por outro lado, técnicas como yoga e práticas relacionadas à respiração podem trazer um benefício importante na consciência corporal, num controle maior da frequência cardíaca, constituindo formas de promover um certo de tipo de relaxamento e de bem-estar a partir de uma relação com o corpo. “Essas técnicas podem ser sim, de fato, importantes, contributivas, vindo a somar no sentido de auto percepção corporal. Pode ser significativo para que o indivíduo consiga manejar um episódio de crise de ansiedade exagerada, como um princípio de uma crise de pânico. Ele pode se beneficiar através da respiração controlada e da auto percepção corporal”, pontua Barszsz.

O psicólogo ainda alerta que os tratamentos dependem do que você procura. “O sofrimento é da ordem dos desejos, das culpas, das experiências, dos saberes. Se a gente esperar que o yoga e que práticas semelhantes venham a resolver essas partes subjetivas, acho que aí nós estamos esperando que uma coisa nos dê aquilo que ela não tem a oferecer”, explica.
Segundo Derek, um dos principais problemas ligados ao diagnóstico e ao tratamento para saúde mental é que muitos não são baseados em evidências e não passam por uma validação empírica. “As pessoas oferecem para quem está sofrendo, para quem está mais vulnerável a acreditar no tratamento oferecido, e isso pode piorar o estado do paciente, porque esses tratamentos tendem a não ter nenhum resultado”, previne.

Em Ponta Grossa, o atendimento público para casos de ansiedade acontece nas Unidades Básicas de Saúde - para casos mais leves - e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps). O Caps II, que é voltado para casos de transtorno mental grave, atende, em média, 520 pessoas mensalmente. O Caps Infanto Juvenil, para casos de transtornos mentais graves até 18 anos, atende 205 pessoas por mês.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Gabriella de Barros e Nadine Bianca Sansana
Edição: Maria Fernanda Laravia
Supervisão: Angela Aguiar, Fernanda Cavassana e Helena Maximo

Especialistas alertam sobre falta de educação sexual entre jovens e adolescente no combate à AIDS

Tratamento psicológico e orientações sobre sexualidade auxiliam na prevenção

A falta de informação e educação sexual é um dos agravantes no aumento dos casos de AIDS (sigla em inglês para SIDA – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) e Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) entre os jovens, segundo o enfermeiro do Serviço de Assistência Especializada (SAE), do Programa Municipal de DST/AIDS de Ponta Grossa, Jean Fernando Sandeski Zuber. “É importante que haja conversa e orientações sobre sexualidade e infecções sexualmente transmissíveis, em todos os âmbitos em que o jovem e adolescente vivem, seja familiar ou escolar”, ressalta Zuber. Em Ponta Grossa, nos últimos 5 anos, 61,84% dos casos ocorreram entre homens. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os casos de AIDS no Brasil tiveram aumento de 21% nos últimos 8 anos.

Comunidades terapêuticas são maioria no tratamento de dependentes químicos em Ponta Grossa

O Caps ad oferece tratamento para dependentes de drogas lícitas e ilícitas e está localizado ao lado do terminal de Uvaranas. Foto: Divulgação Prefeitura de Ponta Grossa.

Em Ponta Grossa existem cinco comunidades terapêuticas (CTs) registradas pela Vigilância Sanitária e apenas um Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps ad), que é um serviço público voltado para o tratamento dos usuários de drogas e sua reinserção social. As CTs são instituições privadas, normalmente ligadas a igrejas, que realizam o tratamento de dependentes químicos com base na abstinência, no trabalho e em princípios religiosos. O Paraná tem quase cinco vezes mais comunidades terapêuticas (156) do que Caps ad (33).

Aumento no número de afogamentos e problemas com a pele

Com a chegada do calor, o número de pessoas que passam a frequentar clubes, cachoeiras e piscina também cresce. Saiba mais quais cuidados deve ter nesta época do ano.

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Ficha Técnica

Reportagem: Juliana Cosmoski
Supervisão: Professoras Angela Aguiar, Cibele Abdo e Fernanda Cavassana
Monitores: Milena Oliveira e Thaiz Rubik
Apoio técnico: Jairo Cesar de Souza
Editor: Maria Fernanda Laravia

Em Ponta Grossa, nos últimos cinco anos o vírus da AIDS ocorreu entre 61,84% dos homens.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil registrou aumento de 21% nos casos de AIDS entre 2010 e 2018. Em Ponta Grossa, a testagem para a infecção é feita nas Unidades Básicas de Saúde e no Centro de Testagem e Aconselhamento. Confira as etapas do tratamento na matéria.

Ficha Técnica:

Produção: David Candido e Gabriel Mendes
Supervisão: Professoras Angela Aguiar, Fernanda Cavassana e Paula Rocha
Técnico Multimídia: Jairo Souza
Edição: Gabriella de Barros

9,3% da população brasileira são ansiosos segundo dados da OMS

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