Após o resultado das urnas, que elegeram Jair Messias Bolsonaro (PSL) ao mais alto cargo da República em 28 de outubro, movimentos antifascistas se organizam no País. Nesta expectativa acontece o debate “Análise de Conjuntura: uma Perspectiva Anarquista” . O evento acontece no dia 14 de novembro (quarta-feira), às 17h, Pequeno Auditório do Bloco A, do Campus Central da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). O evento é gratuito e aberto ao público.

 

 

“O evento é uma iniciativa do Coletivo Anarquista Luta de Classe (CALC) e objetiva discutir na cidade a importância dos movimentos sociais”, ressalta Lucas Feld, um dos organizadores. Feld afirma que, com a concretização dos planos de governo, que apontam para criminalizar movimentos sociais, a liberdade de expressão e o direito de fazer oposição estão ameaçados.

 

 

Apesar dos votos recebidos por Bolsonaro, em Ponta Grossa, terem superado a média estadual, movimentos contrários, como o anarquismo, devem crescer após o resultado das eleições. “Inicialmente a Federação Anarquista Revolução Social [grupo que surgiu em PG no ano de 2018], contava com uma organização de cinco membros, teve adessão de novos integranes após a eleição”, diz Feld, indicando que já seria uma consequência da conscientização da população sobre o atual cenário político. “Apesar de desconhecer a existência do CALC, acredito que é importante para discutir questões políticas do País”, afirma Emanuelle Benício, estudante de Jornalismo.

 

 

“Soube do evento do CALC por meio de um amigo, que é membro do grupo, e pretendo estar presente para exercer meu direito de participar de movimentos sociais”, diz Bruna Camargo, estudante de Serviço Social.

 

 

 

O Processo Seletivo Seriado (PSS) acontece neste domingo. Este ano, as disciplinas de Educação Física, Artes Sociologia e Filosofia foram adicionadas ao currículo da prova.

Três alunos de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foram selecionados para realizar um projeto proposto pela Fundação Municipal da Cultura (FMC) e pelo Conselho Municipal de Política Cultural de Ponta Grossa (CMPCPG). O Concurso Para Seleção dos Projetos Sobre Expressões e Manifestações da Cultura Afro-brasileira tem a finalidade de incentivar a realização de atividades ligadas a essa cultura e tinha no total 33 inscritos, mas só 7 foram selecionados. O resultado do edital público foi divulgado na segunda-feira, 5/11. Os estudantes concorreram com 11 projetos na faixa 1, para orçamento de R$2000, e conquistaram o primeiro lugar no concurso.

 

 

“Queríamos algo original”, diz João Guilherme Castro, um dos selecionados. A proposta consiste na elaboração de um telejornal denominado “Representa PG”, que será produzido com estudantes negros do terceiro ano do ensino médio da rede pública da cidade, que devem protagonizar o jornal. Ana Istschuk, João Castro e Millena Villanueva serão responsáveis pela edição, além de realizar oficinas sobre técnicas jornalísticas aos secundaristas participantes. Os três alunos têm entre os dias 20 e 24 de novembro para fazer o telejornal e entregar na Fundação de Cultura.

 

 

Sobre a ideia do projeto, Ana afirma que o grupo quis sair das “mesmices”, como exposições. “Por ser um edital aberto, as pessoas podiam inscrever qualquer manifestação artística ou cultural e decidimos uma proposta em jornalismo”, diz. Millena destaca a inovação em relação aos outros participantes. “As pautas não necessariamente serão sobre a cultura afro, pois o objetivo é discutir a representatividade negra no jornalismo”, completa.

 

 

Ao analisar a pesquisa feita pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em 2012 acerca do perfil do jornalista brasileiro, constata-se que apenas 23% se declaram pardos e negros, 18% pardos e 5% negros. O que revela uma baixa presença e representatividade negra no jornalismo. O grupo acredita que há um desafio profissional para rever a situação. “É uma iniciativa para criar um estímulo a quem pretende cursar Jornalismo, em vista do ano de vestibular”, conclui Ana Istschuk.

A Imprensa Universitária diminuiu o ritmo de suas atividades desde o dia 27 de setembro. Responsável por toda a parte gráfica da Universidade, o setor está com problemas na estrutura do prédio e por isso deixa de confecionar alguns materiais, como o cartaz para o Vestibular de Verão e outros de maior tiragem. Confira na reportagem de Patrícia Guedes e Guimarães Feld.

A chegada da temporada chuvosa em Ponta Grossa, com a emissão de alertas de temporais pelo Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), já traz transtornos para o Campus Uvaranas da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Como resultado das fortes chuvas registradas na última quarta-feira, 17, houve alagamento do Setor de Ciências Biológicas e Saúde (Sebisa), localizado no bloco M.


Corredores e laboratórios ficaram enxurrados com a chuva que escorria do teto e entrava pela porta. Segundo o professor do Sebisa Marcos Pileggi, o problema é anterior aos anos 90, quando ele passou a integrar o quadro de docentes da UEPG. “Isso acontece desde que eu entrei aqui. E já vinha de muitos e muitos anos”, lembra.


O problema persiste há mais de duas décadas, como relata o professor, mas nenhuma ação foi efetiva para evitar sua recorrência. “A gente sempre pede uma medida preventiva, mas nos dizem que não há pessoal para isso”, afirma. Segundo o professor, a Prefeitura do Campus (Precam) alega que o “material necessário [para a manutenção] é caro”.


A estudante Lohanne Paz, membro do Centro Acadêmico de Farmácia Valmir de Santi, relata que a chuva se intensificou na tarde do dia 17, momento em que os alunos aguardavam pelo início das aulas. E, aos poucos, a chuva invadiu o bloco M. “Achamos estranho quando vimos a água escorrendo pela parede, pois é um prédio que tem mais de um andar”, comenta. “Então, não teria como ser goteira e, sim, infiltração”, questiona.


Para Pileggi, a infiltração se deve à falta de limpeza das calhas. Isso leva “a chuva entrar por lâmpada, pelo teto, por qualquer buraquinho que tenha”. Ao todo, cinco laboratórios e mais uma sala de professores foram atingidos pelo alagamento.


Segundo o professor, não basta a limpeza das calhas, cujo trabalho de manutenção é mais caro em função da questão da segurança. Além das goteiras pelas rachaduras nas paredes e no teto, o alagamento também é intensificado pelo transbordamento dos bueiros. Para que haja o escoamento pluvial, os bueiros também precisam ser limpos.


Lohane conta que os alunos e funcionários perceberam que as salas de pesquisa eram as que estavam sendo mais afetadas. “Os alunos viram que ia alagar e começaram a retirar computadores, microscópios”, afirma a estudante, que participou do mutirão de salvamento dos equipamentos. Como nem todos têm acesso à senha de entrada no Centro Acadêmico e às chaves dos laboratórios do Sebisa, o problema poderia ter sido pior. “Só não perdemos mais coisas, pois tinha gente lá dentro para ajudar a retirar tudo e, aos poucos, surgiram pessoas com rodos para remover a água”, avalia.


Provas do curso de Medicina, agendadas para o dia 17, foram canceladas. As aulas do dia 18 foram suspensas, já que muitas não poderiam ser realizadas, pois dependem de microscópios. Pileggi estima que os equipamentos dos laboratórios estejam avaliados em cerca de R$ 1 milhão.  O professor confirmou a perda de um microscópio, no valor de R$ 2 mil. O prejuízo só não foi maior porque alunos e funcionários já estão acostumados a ações emergenciais de salvamento dos equipamentos, conta Pileggi.


Alunos das áreas de biológicas e saúde – como os graduandos em Farmácia, Medicina, Odontologia, Enfermagem e Ciências Biológicas – utilizam os laboratórios do Sebisa para aulas e para atividades de pesquisa. Para o estudante de Odontologia Pedro Stremel, a situação “é preocupante, pois estamos nas atividades de fim de ano. Qualquer prejuízo ou atraso significa complicar a conclusão de pesquisas e atividades dentro do prazo”.


A responsável pela limpeza e manutenção das calhas e bueiros é a Precam. Segundo Pileggi, quando procurados pelos professores, a prefeitura alega o alto custo dos equipamentos e a falta de mão de obra que impedem o trabalho de manutenção e limpeza. Na quinta-feira (18), dia seguinte ao alagamento, a Prefeitura do Campus realizou a limpeza de calhas. De acordo com alunos do Sebisa, a Precam também podou as árvores localizadas no entorno do bloco M, cujas folhas seriam responsáveis pela sujeira nas calhas.


A equipe de reportagem do Portal Periódico entrou em contato, por telefone, com a Assessoria de Imprensa da UEPG que encaminhou os repórteres para a Prefeitura do Campus. O contato com a Precam foi realizado, por telefone e pessoalmente. A reportagem não recebeu resposta sobre as providências tomadas para evitar novos alagamentos no Sebisa.


De acordo com Marcos Pileggi, a comunidade acadêmica do Sebisa pretende criar um projeto de mapeamento do tipo de vegetação que pode ser plantada e mantida no entorno dos prédios. A ideia é minimizar a chance de sujeira nas calhas e nos bueiros. “Queremos propor um projeto e mostrar que também entendemos - e podemos contribuir - na solução do problema”, acrescenta.