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Canal atende alunas e alunos vítimas de assédio. Foto: Acervo Periódico

 

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) lançou o Canal de Escuta Gênero e Diversidades para atender alunas e alunos vítimas de assédio ou discriminação dentro da comunidade acadêmica. Cristiane Gonçalves de Souza, diretora de Ações Afirmativas e Diversidade da universidade, diz que o objetivo, além de identificar casos de violência, é promover discussão e reflexão sobre processos discriminatórios, de assédio e importunação. “O canal atenderá alunos da UEPG. Uma equipe interdisciplinar cuidará das demandas apresentadas pela comunidade acadêmica”, afirma.

Na edição de agosto, o Foca Livre abordou o problema do assédio em universidades de Ponta Grossa. A reportagem contou histórias de alunas dos cursos de Engenharia da cidade. A maioria das entrevistadas disse ter sido vítima ou presenciado assédio nas unidades.

O texto se baseia em uma pesquisa com 58 estudantes. Deste total, 63% delas disseram ter já se sentido intimidadas, excluídas e desconfortáveis por serem mulheres ou presenciaram alguma situação desagradável. “Não é fácil sentir na pele que alguém acima de você na hierarquia não ouve suas ideias apenas por você ser mulher”, disse uma das entrevistadas.

Coletivo

Juliano Lima Schualtz, membro há dois anos do Coletivo Ilê Aiyê da UEPG, diz que a criação do canal é algo muito positivo para a universidade. “Penso que essa ação da escuta seja muito importante, ainda mais nessa conjuntura atual, onde a diferença precisa ser suprimida”. 

O estudante afirma ainda que, devido à natureza da universidade, é importante dar oportunidade para diferentes grupos de pessoas exercerem a sua liberdade de expressão. “A universidade é um campo plural, que deve promover a diferença. Buscar lacunas para a movimentação desses grupos no interior da universidade é primordial.” diz Juliano.

Serviço

O atendimento é feito de forma online, por email (praeescuta@uepg.br) ou WhatsApp, pelo número (42) 3220-3227. Por meio do canal é realizado um atendimento que busca acolher, realizar escuta qualificada, prestar orientações, realizar encaminhamentos para a rede de atendimento e encaminhar, se necessário, para a Ouvidoria Geral da UEPG.

 

Esta reportagem faz parte da edição 218 do jornal-laboratório Foca Livre. Leia o conteúdo completo clicando aqui.

 

Ficha Técnica

Repórter: Lincoln Buch

Edição: Carlos Solek e Ana Paula Almeida

Publicação: Ana Paula Almeida

Supervisão de Produção: Jeferson Bertolini, Cândida de Oliveira e Muriel Amaral

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Jornal laboratório foi criado em outubro de 1991. Desde então, tem contribuído no apontamento e na solução de problemas da comunidade; o Foca está na memória afetiva de inúmeros profissionais que hoje estão no mercado de trabalho apurando informações, escrevendo textos, fazendo fotos e afins para ajudar a construir um país melhor. 

 

O Foca Livre completa, em outubro de 2021, 30 anos de produção ininterrupta. A criação do projeto teve apoio de professores e, após reuniões, pesquisas e assembleias, surgiu a primeira edição. Mesmo integrada à disciplina de Jornal-Laboratório I do terceiro ano, o jornal contou com a participação de estudantes das demais turmas na produção de fotografias, textos e conteúdos.


O Foca Livre substituiu o Contraponto, que durou três anos, entre 1989 e 1992. Com o Foca, surgiu o primeiro jornal laboratorial do regime anual de ingresso de estudantes. A decisão de um novo produto foi encaminhada pelo próprio Colegiado do curso, que propôs um currículo com novos projetos laboratoriais.

O professor do curso de Jornalismo na UEPG Marcelo Engel Bronosky fez a produção do jornal em 1993. Ele conta que, no início, a periodicidade não era regular. ‘’Fazia-se na medida do possível, dentro da dinâmica da turma’’, afirma. Ele ressalta que o Foca tinha somente oito páginas e que, entre os estudantes, sempre trouxe expectativa e ansiedade. “A história do Foca é praticamente a história de todo estudante de Jornalismo na UEPG.’’

Elaine Javorski, jornalista formada pela casa em 1998, relata que além do jornal oficial do curso a turma produziu um encarte cultural e, com a ajuda de patrocínios do comércio local, publicaram algumas edições veiculadas junto ao Foca Livre. ‘’Nossa ideia era mostrar a cultura porque não tinha espaço para isso nos jornais tradicionais’’, pontua.

Alberto Benett, idealizador do encarte, e atualmente chargista da Folha de S.Paulo e editor do jornal Plural, lembra com carinho das edições produzidas por sua turma. Ele afirma que era fascinante produzir o Foca porque participava de todo o processo de criação. Ressalta que o jornal foi um dos primeiros que desejou publicar. ‘’Quando chegou a minha vez, tudo que eu desejava era publicar charges e ilustrações’’, afirma.

Benett relembra, em especial, uma edição em que não tinha conseguido pauta. No deadline (prazo final), surgiu uma sugestão. Ele foi escalado para contatar fontes, produzir o texto e diagramar. Com amigos, foram até Curitiba para ter auxílio do irmão dele, designer gráfico. A viagem de volta para Ponta Grossa foi um sufoco. ‘’Era de madrugada e acabamos dormindo. Acordamos com os socos do chão de terra e pedras ao sair da estrada. Morreríamos fazendo jornalismo, pensei. Mas o importante é que a edição fez bastante barulho.”

No início, se por um lado havia dificuldade na estrutura da instituição para ceder recursos e condições para produção de um jornal de qualidade, por outro havia a liberdade de produzir do início ao fim um jornal próprio. Aniela Almeida, ex-aluna da casa, pontua essa autonomia. ‘’Mesmo que não tivéssemos a rotina do dia a dia (de uma redação), tínhamos condição de produzir todo o conteúdo e aprendermos todas as partes de um jornal’’, diz.

Aniela caracteriza o jornal como fator contribuinte do senso investigativo da profissão. ‘’O trabalho de construção do Foca Livre dentro da universidade com todas as dificuldades, aliada à disponibilidade dos professores e à vontade dos acadêmicos, ajuda a compreender que a notícia não é simples de ser feita’’, diz.

 

Foto: Arquivo Foca Livre 

 

De repórteres do Foca a professores de Jornalismo na UEPG

O Foca Livre foi a primeira experiência de muitos estudantes que hoje são professores de Jornalismo na UEPG. É o caso, por exemplo, de Karina e Vinicius. A importância do jornal laboratorial é lembrada por muitos estudantes que se graduaram na UEPG como forma de aprender, dialogar e entender a rotina produtiva de um jornal impresso. Para o professor Vinícius Biazotti, formado em 2016 pela universidade, o veículo supera todas as expectativas e se apresenta com teor profissional. ‘’É um privilégio para a cidade de Ponta Grossa ter um produto como o Foca Livre’’, diz.

Karina Janz Woitowicz, jornalista e professora do curso formada pela UEPG, também destaca a produção do encarte realizado pela turma. Ela afirma que o jornal era a atividade mais esperada do curso. ‘’Era o momento de realizar a produção e ter o material em mãos’’, comenta.

Uma das primeiras turmas de Karina como professora universitária foi a produção do Foca. Ela ressalta ter sido uma experiência interessante. ‘’Foi uma oportunidade de ter contato com a produção já numa outra situação, mas ainda com essa lembrança’’, afirma.

Nos últimos anos, o Foca Livre foi finalista de algumas premiações para acadêmicos de Jornalismo. A estudante Manu Benício, do quarto ano do curso na UEPG, foi finalista na Expocom Sul 2020 com sua turma. Ela afirma que o empenho na produção foi grande, e o sentimento de estar entre os melhores produtos da região sul é indescritível. ‘’É o reconhecimento de todo nosso trabalho’’.

 Produção remota por causa da pandemia desafia equipe

Ao chegar aos 30 anos, o Foca Livre tem enfrentado um desafio enorme: ser produzido de forma inteiramente remota devido à pandemia. Esta edição, de número 219, é o quarto jornal montado remotamente. Mas isto não afeta o progresso, que a cada publicação tem o remanejamento de funções, a fim de que todos os estudantes passem pelos quatro processos da montagem do jornal.

O professor Rafael Kondlatsch, que acompanhou a produção do jornal antes e durante a pandemia, comenta que na criação remota as atividades são mais lentas, e é necessário um esforço extra por parte de alunos e professores. ‘’É válido como um processo de aprendizado, mas dá outra perspectiva do jornalismo, em um novo e atípico momento’’, afirma.

Em menos de 20 dias da data de publicação, a edição 218 do Foca chegou a 2000 visualizações. O estudante Heryvelton Martins, que produziu a edição, ressalta a importância do digital. ‘’O Foca digital traz visibilidade e alcance. A internet hoje, apesar das dificuldades, tem um alcance maior que o impresso. Trabalhando só com o digital, nós mandamos o link, a pessoa já lê e compartilha’’, expõe.

 

Esta reportagem faz parte da edição comemorativa de 30 anos do jornal-laboratório Foca Livre. Leia o conteúdo completo clicando aqui.



Ficha Técnica
Repórter: Isadora Ricardo
Edição e Publicação do Texto: Ana Luiza Bertelli e João Paulo Pacheco
Supervisão: Muriel Amaral, Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen

 

A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)  oferece tratamentos odontológicos gratuitos à população. São realizados procedimentos de restaurações, tratamento de canal, cirurgias, procedimentos estéticos, próteses, limpezas, raspagens e atendimento infantil. 

Os tratamentos são ofertados na clínica universitária, na qual os estudantes da área, com os professores, fazem uma avaliação do caso e colocam em prática os seus conhecimentos de sala de aula. Por conta da pandemia, as atividades ficaram suspensas. Mas voltaram em maio de 2021.

O estudante Felipe Coppla, do quinto ano de Odontologia, aponta que o retorno é importante tanto para a sua formação quanto para a população ponta-grossense. “Boa parte da população depende deste atendimento. Se o atendimento não ocorrer, a população fica desassistida em relação à saúde bucal”, avalia. 

Marina Semensati Lente Quente

Foto: Marina Semensati/Lente Quente

Estudantes de outros cursos da UEPG usam o serviço. Felipe Simão, aluno de Agronomia, ficou sabendo do clareamento por meio de uma postagem nas redes sociais. Ele diz que o tempo entre o agendamento e a primeira sessão foi de uma semana. “Enviei uma mensagem para o número que estava na publicação. Em seguida já viram a disponibilidade para  fazer os agendamentos. Em uma semana estava marcada a primeira sessão.”

Felipe destaca que, quando necessário, vai procurar o serviço novamente. Caso Felipe fosse a uma clínica convencional, ele desembolsaria ao menos R$ 450,00 pelo procedimento, de acordo com a tabela de preços da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Odontológicos (CBHPO).

Leana Rebonatto fez seu tratamento odontológico em 2019. Indicada pelo seu pai, que também era paciente da clínica, comenta que foi muito bem atendida e que recomendaria para quem precisasse. Na ocasião, ela fez desde o pré-atendimento, com a avaliação e o raio-x, até os cuidados de pós do procedimento de canal na universidade. Leana considera necessária a permanência do projeto, mas observa que a divulgação dos serviços deveria ser feita de modo mais amplo, pois a população seria contemplada e os alunos teriam contato com o exercício da profissão. “Acredito que deveria ser mais divulgado e, também, que as unidades de saúde deveriam encaminhar pacientes, porque sabemos que pelo SUS existe uma demora nos atendimentos.”

Para mais informações, é possível entrar em contato através do telefone: (42) 3220 -3104.

 

Esta reportagem faz parte da edição comemorativa de 30 anos do jornal-laboratório Foca Livre. Leia o conteúdo completo clicando aqui.

Ficha técnica
Reportagem: Tamires Limurci
Edição e Publicação: Kathleen Borges e Eduardo Machado 

Supervisão de Produção: Muriel Amaral, Cândida de Oliveira e Jeferson Bertolini
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

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Um post em rede social informa que a juíza substituta de Londrina denunciou o jornalista José Maschio (o Ganchão), que também atuou como professor na Universidade Estadual de Londrina e é dirigente do Sindijor Norte/PR, por conduta irregular. Ele foi intimado a prestar esclarecimentos à polícia na segunda-feira (27) sobre uma publicação que fez no dia 11 de setembro, denunciando a participação da juíza da 6ª Vara Criminal de Londrina, Isabelle Papafanurakis Ferreira Noronha, nas manifestações antidemocráticas de 7 de setembro. A magistrada quer ainda a retratação pública do jornalista e a retirada do conteúdo publicado.

A atitude autoritária da magistrada revela uma prática de quem gostaria que as manifestações públicas (como atos contrários ao estado de direito, por exemplo) fossem silenciados pela mídia, jornalistas independentes e a própria população. Em 17/09/2021, o SindiJor Norte/PR informou que a "juíza militante vai ser investigada em sindicância do TJPR em meio a ameaças de processo".

Os docentes de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa se somam às manifestações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná e diversas entidades profissionais em defesa do direito à expressão, crítica e, acima de tudo, informação pública que envolva representantes do poder legislativo, judiciário ou executivo.

Defender a Constituição, a democracia e o direito à expressão constituem uma prática permanente, seja em Londrina, Curitiba, Brasília ou qualquer outro lugar. Manifestamos nossa solidariedade ao jornalista e aos profissionais que enfrentam ataques e intimidações no pleno exercício do seu trabalho.

 

Ponta Grossa, 28 de setembro de 2021.

Atividades práticas do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) retornam no segundo semestre de 2021. A UEPG oferece consultas para comunidade nos laboratórios de Odontologia. Segundo a coordenação do curso, os laboratórios seguem protocolos de segurança, as turmas foram reduzidas de 30 para em média 15 estudantes por aula e foram acrescentados novos EPIs para a segurança dos alunos. Porém, cerca de 120 estudantes ainda não receberam a primeira dose, e com isso muitos alunos se mostram preocupados com o risco de contaminação.

 

 

 

Ficha técnica:

Repórter: Kathleen Schenberger

Publicação: Lucas Müller

Supervisão: Cíntia Xavier, Marcos Zibord e Maurício Liesen