No mês de abril, a comunidade universitária vai eleger o 12º reitor

 

Primeira consulta à comunidade universitária na UEPG em 1986. Pleito que elegeu João Lubczyk. Foto: Arquivo UEPG.


No início de abril acontece a consulta pública para eleger o novo reitor e vice-reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Em quase 53 anos de história, a UEPG teve dez professores que assumiram o cargo de reitor – todos homens e brancos. Já a vice-reitoria teve onze professores, também todos brancos. Em relação ao gênero, apenas duas mulheres assumiram o cargo.


Esta será a 14ª vez que os cargos serão ocupados e a 10ª eleição com participação da comunidade universitária. Mais do que exercer o direito ao voto, é importante também ter conhecimento do histórico dos reitores e seus respectivos vices. Entre 1970 e 1987, professores eram nomeados por governadores para as funções.


Dessa forma, assumiram os cargos de reitor os docentes Álvaro Augusto Cunha Rocha (1970), Odeni Villaca Mongruel (1974), Daniel Albach Tavares (1979) e Ewaldo Podolan (1983). O primeiro reitor a ser eleito por consulta pública foi João Lubczyk, graduado em Pedagogia, em 1987.


Ao analisar a formação acadêmica dos reitores, nota-se que os cursos predominantes são Engenharia Civil – dois reitores com dois cargos cada – e Odontologia – dois reitores, um com três cargos e outro com um apenas. Professores com formação em Direito, Letras, Ciências Econômicas, Pedagogia e Geografia também assumiram o cargo, mas com menos frequência.

 


Para a historiadora Vitória Oliveira, graduada na UEPG, há uma falta de união entre a comunidade acadêmica para mudar o perfil escolhido na consulta pública ao cargo de reitor. “Temos mulheres que ocupam outros cargos importantes dentro da universidade, mas falta um encorajamento para colocar essas mulheres, homens negros e outras minorias como reitor”, afirma.


A Campanha Eleitoral terá a duração de um mês, iniciando em 8 de março, e terminando no dia 8 de abril. Duas chapas disputam os cargos de reitor e vice-reitor para a gestão de 2022/2026. A Chapa 1, "UEPG - O importante é você!", é composta pelo atual vice-reitor, Everson Augusto Krum, e Vanderlei Schneider de Lima. Já a Chapa 2, "Sempre UEPG", pelo atual reitor, Miguel Sanches Neto, e Ivo Mottin Demiate.


De acordo com as informações do Edital Com-consulta Reitor, a votação para a modalidade de Ensino a Distância está marcada para o dia seguinte, 9 de abril. Já a consulta nos Campi de Ponta Grossa será no dia 13. A apuração dos votos será no Ginásio de Esportes do Curso de Educação Física, no Campus Universitário em Uvaranas, no próprio dia 13, a partir das 22 horas.

 

Última consulta à reitoria, em abril de 2018. Pleito que elegeu Miguel Sanches Neto. Foto: Assessoria UEPG.

 

Ficha técnica

Reportagem: Denise Martins Lira

Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi

Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral

Inaugurado na década de 50, espaço foi o primeiro local oficial de observação do Paraná

Parte externa do Observatório Astronômico contêm infiltrações e deterioração há vários anos. Foto: Maurício Kaczmarech

Ao completar 70 anos de sua fundação, o Observatório Astronômico da Universidade Estadual de Ponta Grossa não tem o que comemorar: há 20 anos o espaço encontra-se abandonado, com indícios de infiltrações na estrutura, paredes rachadas e ferrugem avançada na cúpula metálica, alguns dos problemas que vem sofrendo ao longo do tempo. 

Surgindo como um intenso brilho na região do jardim Boa Vista, lugar com altitudes elevadas e, portanto, ideais para observar o espaço, ao longo do tempo o Observatório foi perdendo a claridade e sendo tomado pelo esquecimento, como os lixos espaciais deixados para trás no espaço.

Para o astrônomo amador e autor do livro A Astronomia Amadora em Ponta Grossa, Marcelo Kaczmarech, o antigo observatório da UEPG foi a realização de um sonho dos integrantes da Sociedade Ponta-grossense de Amadores de Astronomia, intelectuais e empresários do município, sendo considerado o primeiro observatório astronômico do Paraná. “Porém, lamentavelmente, sempre é alegado falta de recursos financeiros e falta de valor histórico do local pela instituição, quando solicitado o tombamento, reforma e melhorias”, diz Kaczmarech.

Há vinte anos, o vice-presidente da Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas, Maurício Kaczmarech, vem lutando para que o espaço histórico seja tombado pelo Conselho Municipal de Patrimônio Cultural – COMPAC. Porém, em 2019, o pedido foi recusado pelos conselheiros, por não verem relevância arquitetônica e estética no Observatório. 

Para o vice-presidente, fica o sentimento de vergonha com a situação do espaço. “Encontramos o governo do Paraná enviando verba para os Estados Unidos para a reforma e parceria de um local no Havaí, para a construção de um observatório astronômico e, aqui, lamentamos por um observatório abandonado”, diz Maurício. 

Outra opção apresentada pelo vice-presidente junto à UEPG é a doação do Observatório para a Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas, que atualmente conta com 34 participantes. O local seria utilizado para a sede do grupo, podendo se tornar um espaço turístico de Ponta Grossa. Porém, até o momento, todos os pedidos de doações foram recusados pela universidade.

Procurada pela reportagem, a Coordenação de Comunicação Social da UEPG informou que mantém um servidor morando no Observatório para garantir a segurança e a manutenção. E que existe um estudo para transformar o local em Museu, para fins didáticos. Porém, não informaram a previsão de conclusão do trabalho.

Foto: Maurício Kaczmarech

 

Ficha técnica

Reportagem: Alexsander Marques

Supervisão de produção de texto: Marcos Zibordi

Supervisão da disciplina de NRI III: Marcelo Bronosky e Muriel Amaral

Para muitos estudantes, foi a primeira vez frequentando a universidade de forma presencial

 

Com o retorno das atividades presenciais do Campus Central da UEPG, o departamento de jornalismo teve as turmas do 1°, 2° e 3° anos do curso voltando às instalações. O retorno foi orientado pelo protocolo de biossegurança estabelecido pela UEPG. Seguindo essa orientação, as turmas têm suas atividades espalhadas pelos dias da semana, de modo que não aconteçam aglomerações e os laboratórios possam atender ao maior número de estudantes de forma escalonada.

A retomada das atividades teve significados diferentes entre as turmas. Enquanto alguns estudantes não frequentavam o espaço do departamento de jornalismo há quase dois anos, a turma do primeiro ano jamais havia adentrado o Campus Central e frequentado os laboratórios do departamento.

 

foto retorno

Retorno foi marcado pelos protocolos de biossegurança da Universidade | Foto: Departamento de Jornalismo

 

A acadêmica do 2° ano de jornalismo Tamires Limurci, que esteve presente por poucas semanas no Campus antes da parada forçada pela pandemia, ressalta a alegria e estranhamento com o retorno: “Foi um sentimento estranho, mas gratificante. Tivemos que reaprender onde eram os blocos e conhecer os professores, porém, foi legal sentir o jornalismo na pele depois de dois anos”, complementou.

Já a acadêmica do 1° ano Vitória Testa destacou a importância da interação e convívio entre professores e colegas de forma presencial: “Depois de quase um ano em aulas remotas foi uma experiência incrível poder conhecer pessoalmente os professores e colegas. Foi muito bom poder usar os laboratórios e equipamentos do curso e conhecer melhor o Campus. Estou ansiosa para que as aulas voltem 100% para o presencial, essa interação é muito importante e contribui bastante pro nosso aprendizado. No geral, o início das aulas foi maravilhoso”.

As atividades da UEPG seguem com o formato atual até o início do mês de março, com aulas teóricas em modelo remoto e com as atividades práticas de forma presencial. No início do mês de março está previsto o retorno de 100% das aulas ao modelo presencial. 

Oportunidade é para presos e presas com um ano ou menos de sentença

 

Um convênio assinado entre Penitenciária Estadual de Ponta Grossa, Cadeia Hildebrando de Souza e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), permite  que detentos possam prestar vestibular e ingressar no ensino superior. O acordo já possibilitou que 72 presos participassem da prova no primeiro vestibular de primavera da instituição, realizado dia 29 de setembro de 2021, sendo 66 homens e 6 mulheres.

Ana Lúcia Kulcheski, pedagoga do sistema prisional, conta que anteriormente era ofertado apenas o acesso até o ensino Médio completo nas instituições para as pessoas privadas de liberdade, mas a possibilidade de ingresso na graduação pode alterar o processo. 

“Quem está na Cadeia Pública ou Unidade de Segurança e for aprovado terá a oportunidade de ser transferido para a Unidade de Progressão, desde que atendam as condições necessárias para tanto, e assim cursar a graduação presencialmente quando retornarem às aulas, mesmo durante o cumprimento de sua pena”, revela a pedagoga.

A pedagoga destaca que o convênio possibilita que as pessoas privadas de liberdade tenham uma perspectiva positiva e sigam um novo caminho após cumprirem a pena. De acordo com  Kulcheski, a preparação dos participantes foi individual, através de apostilas doadas por cursos preparatórios do município.

 

 

WhatsApp Image 2021 12 14 at 10.46.14

Reprodução: Facebook da UEPG.

 

Critérios

Entretanto, não são todos que podem participar. Antes de efetuarem as inscrições, as instituições prisionais realizam uma seleção entre os apenados para avaliar se estão aptos ou não para participar. Os principais critérios para a análise são o comportamento e o tempo de pena a cumprir, sendo selecionados aqueles com um ano ou menos de sentença.

Para o chefe da Coordenadoria de Processos de Seleção (CPS), Edson Luís Marchinski, além da oportunidade acadêmica, o convênio possibilita a chance de ressocialização dos apenados na sociedade. “A UEPG, através da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis, fará o acolhimento de todos que se tornarem calouros para serem bem atendidos e recebidos no ambiente universitário e na comunidade”. 

O convênio continuará nos próximos vestibulares. Assim como na primeira edição, as provas serão aplicadas nos locais onde as pessoas cumprem pena.

 

Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

Ficha Técnica
Repórter: Victória Sellares
Edição e Publicação:  Rafael Piotto
Supervisão de Produção: Muriel Amaral
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi, Maurício Liesen

A 30ª Semana de Estudos em Comunicação, organizada pelo curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), encerra seu terceiro dia de evento com o tema “The Trust Project no Brasil: experiências com um sistema de indicadores de credibilidade”. O evento, que ocorreu nesta quarta-feira (27), teve participação do jornalista e presidente do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo – Francisco Rolfsen Belda. A live foi mediada pelos docentes Marcos Zibordi e Muriel do Amaral e pela acadêmica Marcella Panzarini.
Na transmissão, feita pelo Facebook do DEJOR, Francisco apresentou o Projor e seu objetivo, que é ajudar no desenvolvimento de um jornalismo de credibilidade. Além disso, o jornalista também apresentou o The Trust Project – um projeto que cria indicadores de credibilidade para ranquear os veículos de informação.
Segundo Belda, o site The Trust Project busca mostrar o veículo de comunicação que tem expressões que significam compromisso com a transparência, buscando assim uma credibilidade. Esses parâmetros ajudam também, o leitor detectar esses traços de transparência e compromisso, do veículo, com a informação real. Essas características de credibilidade são dadas através de 8 indicadores, cada um com suas especificidades e áreas de estudo.

 

 

IMG 20211027 WA0008

Foto: Redes Sociais (divulgação)

Para Francisco, hoje vivemos um momento de erosão da credibilidade jornalística e que o jornalismo é o compromisso com o fato. “Mas a acurácia, a precisão, a fidedignidade, a autenticidade, a correspondência aos fatos, a honestidade intelectual na referenciação de fontes, na citação de documentos, tudo isso compõe um conjunto de boas práticas de reportagem, de apuração, de relato, que não podem ser dissociadas do jornalismo, sob pena de não fazermos jornalismo”, ressalta ele. Entre as boas práticas ditas pelo jornalista, estão a correção de erros, a citação do autor do que foi escrito, a criação de um manual de ética que evite o conflito de interesses, entre outros pontos.
O também professor do Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual Paulista (Unesp), destaca que é necessário valorizar o jornalismo profissional e encontrar caminhos para um novo jornalismo, no Brasil e no mundo, que busque caminhos éticos e técnicos da profissão.
A 30ª Semana de Estudos em Comunicação encerrou suas atividades no dia de hoje, mas para rever as lives e as oficinas é só acessar a página do Facebook – Jornalismo UEPG. E para saber mais sobre os indicadores citados por Francisco e sobre o The Trust Project, basta acessar o site: https://thetrustproject.org/.

 

Ficha Técnica
Repórter: Julia de Oliveira Andrade
Publicação: João Gabriel Vieira
Supervisão de Produção: Vinícius Biazotti