Com apoio da Fundação Municipal de Cultura de PG, a produção conta como o colégio conseguiu pacificar e renovar os espaços escolares

 

Estreou nesta semana o documentário “Borell, uma escola restaurativa” na plataforma de streaming do curso de Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa, o FocaPlay. A produção, que pode ser acompanhada gratuitamente, conta como o Colégio Borell conseguiu superar momentos difíceis de sua história e se tornou um colégio pacifico no município.

 

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Imagem: Reprodução - Documentário Borell, uma escola restaurativa

 

Dirigido por Angelo Rocha, o documentário, lançado ainda em 2020, colheu diversos relatos de professores, servidores e alunos que de alguma forma participaram da renovação do espaço escolar.

 

A produção ainda detalha como a prática da Justiça Restaurativa no Colégio Estadual Professor João Ricardo Von Borell du Vernay ajudaram a mudar o cenário de falta de diálogo, violência física e acesso às drogas. O objetivo do diretor é trazer à tona essas diferentes experiências a fim de mostrar a mudança de um cenário que por muito tempo foi marcado por conflitos e hoje é conhecido por ser um ambiente de paz.

 

O documentário completo está disponível no site focaplay.com.br e pode ser assistido de forma totalmente gratuita e sem anúncios, onde você ainda pode encontrar outros mais de 20 filmes e 3 séries completas. A plataforma FocaPlay é atualizada mensalmente com novas produções, entre elas o documentário filmado em PG “Quem vê minha dor” e a séries, também filmado na cidade, “No fim das linhas: a história das ferrovias em Ponta Grossa.”

 

Ficha técnica:

Edição e publicação: Heryvelton Martins

Supervisão de produção: Felipe Pontes

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Além das questões estruturais em salas e laboratórios, o curso sofre com  falta de equipamentos

 

O Departamento de Jornalismo (DeJor) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aguarda reformas desde setembro de 2021. As mudanças seriam de toda a estrutura, mas foi reduzida ao sistema de ventilação, pela falta de recursos. Os reparos estavam previstos para antes da pandemia mas, com o isolamento, foram incluídos novos itens. Contudo, nenhuma ação foi desenvolvida. Segundo a Pró-reitoria de Planejamentos, apenas o valor do sistema de ventilação e implantações nos forros e paredes será de aproximadamente R$50.000 reais.

Segundo informações, o projeto de ventilação contratado foi finalizado pela empresa responsável no dia 1 de julho de 2022. Com isso, da parte da elaboração da documentação técnica, falta a finalização do memorial descritivo com os detalhes da execução da obra, a planilha orçamentária e o edital licitatório, para iniciar o processo de reformas.

Além disso, ainda foram pedidos equipamentos para os laboratórios. De acordo com a professora e chefe do DeJor, Karina Janz Woitowicz, foi discutido um projeto de reestruturação do curso de acordo com exigências do governo estadual. “Já reunimos listas de equipamentos, mas é preciso amadurecer o projeto. Será uma tentativa, já que as condições que temos são limitadas”, afirma.

Atualmente, o curso de Jornalismo possui quatro turmas com aproximadamente 30 estudantes cada, que dividem os quatro laboratórios: áudio, audiovisual, texto e fotografia.

20220711 161654Salas do Departamento não passam por reformas ou modificações há mais de 15 anos | Foto: Tamires Limurci

 

Emenda parlamentar

Em novembro de 2021, o Centro Acadêmico João do Rio formalizou um protocolo de verba de emenda parlamentar destinada à Instituição para a compra de equipamentos. Entretanto, até o momento, não houve movimentações no processo.

Segundo acadêmicos do curso, existem melhorias que poderiam ser realizadas. Para Lívia Souza, estudante do segundo ano, os equipamentos não suprem as demandas e não cumprem as funções necessárias. “Em relação aos computadores, vários não funcionam e os que funcionam estão desatualizados, não permitindo a plataformas que para nós são fundamentais”. Ainda, a estudante aponta que a falta de um espaço de convívio e estudos interfere na rotina de produção.

A acadêmica do terceiro ano, Victória Sellares, aponta que a falta de tomadas na sala de aula prejudica os estudantes, uma vez que a maioria possui apenas uma ou duas tomadas funcionando e não atende todos os estudantes. Em nota, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, afirma que “trabalha na atualização da planilha de custos do projeto, o que tornará a reforma do sistema de ventilação viável”. Comenta também que a aquisição de equipamentos depende das solicitações dos gestores, desde que haja previsão orçamentária e recursos.

 

Ficha Técnica: 

Reportagem: Tamires Limurci

Edição e publicação: Victória Sellares

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Crescimento é relativo à comparação com os números de 2019

 

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Desconto ou isenção total do pagamento pelas refeições é um direito do estudante. Foto: Leriany Barbosa

 

O número de estudantes que se alimentam gratuitamente nos restaurantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) cresceu quatro vezes desde 2019. Isso significa que 385 alunas e alunos não pagam pelas refeições.

Os dados são do edital divulgado pela Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), em 2019, quando 66 estudantes foram contemplados com a isenção, multiplicando por quatro as isenções. Em relação ao pagamento de metade do valor, eram somente oito universitários, subindo para 21.

De acordo com a Política de Assistência Estudantil praticada pela UEPG, é direito do acadêmico a gratuidade ou desconto no valor das refeições fornecidas pelos Restaurantes Universitários da UEPG para quem faz parte do Cadastro Único (CadÚnico). 

Para solicitar o benefício, o universitário precisa comprovar renda familiar mensal de até três salários mínimos para a isenção, ou ter renda familiar de até cinco salários mínimos para conseguir o desconto de 50%.

Holiver Hilan Rosa, estudante de Serviço Social, utiliza o benefício desde que ingressou na UEPG. “Optei por solicitar a isenção do RU, pois eu tinha todos os requisitos necessários e é um direito meu como acadêmico”. 

O mesmo acontece com a estudante do sétimo período de Enfermagem, Jéssica Cardozo. Em 2019, a universitária tinha o desconto de 50% no RU, mas como, atualmente, ela reside com a mãe e com o irmão pequeno, percebeu que possuía os requisitos para solicitar a isenção. 

“Eu até conseguiria frequentar o RU se não tivesse a isenção, porém esses R$ 3,80 me fariam falta no final do mês, ainda mais considerando que eu almoço na UEPG, em média, três vezes por semana”. 

 

Descobrindo o direito

Diferente de Jéssica e de Holiver, o acadêmico do quinto período de Geografia, Felipe Eduardo Melo dos Santos, não chegou a solicitar o benefício logo que ingressou na UEPG. “Em 2020, eu morei somente um mês em Ponta Grossa e até desconhecia a existência do RU, mas com a retomada das aulas presenciais, passei a ficar mais tempo na universidade e comecei a frequentar o restaurante”, diz. 

Felipe até faz cálculos para mostrar o quanto gastaria por mês se pagasse o valor total das refeições. “Como eu almoço e janto durante os cinco dias da semana na UEPG, no final do mês eu teria que pagar R$ 152,00, sendo que a minha principal fonte de renda é a bolsa de pesquisa”, calcula o universitário.

Já a estudante do primeiro período de Pedagogia, Lucia Helena Schiller, possui 50% de desconto no RU. Ela paga R$ 1,90 por refeição. Além da alimentação, ela precisa pagar o transporte. “Como no início da graduação eu estava desempregada, optar por pagar a metade do restaurante me ajudou com as despesas no final do mês”, complementa Lucia.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Leriany Barbosa 

Edição e publicação: Cassiana Tozati 

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen  

Estão expostas cerca de duas mil peças de bio e geodiversidade

 

Foi inaugurado no último dia 28, o Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), com três anos de atraso. O espaço fica no campus de Uvaranas da instituição e conta com aproximadamente duas mil peças para exposição, tanto de geodiversidade quanto de biodiversidade. 

A ideia de organização de um local de estudos desta área partiu dos professores Antonio Liccardo e Denilton Vidolin. Ambos comandavam projetos distintos e tinham a ideia de unificá-los em um museu. Juntos conseguiram financiamento para bolsas que auxiliaram na instalação do estabelecimento. “Na prática levamos um ano catalogando, montando as vitrines e fotografando”, afirma Liccardo.

Um dos fatores que contribuiu para essa demora foi a pandemia, mas, segundo Liccardo, o trabalho de montagem do museu se mostrou mais complexo do que imaginavam. “Não é uma simples disposição de acervo, a gente acabou se aprofundando nas questões museológicas. Todos nós do grupo de instalação fizemos os cursos online do IBRAM (Instituto Brasileiro de Museus)”, explica o professor.

Algumas peças do complexo foram coletadas por alunos da universidade. É o que diz Mateus Alexandre, estudante de Biologia na UEPG. “Tem alunos que utilizaram suas coletas nos seus projetos, tanto de graduação quanto de extensão”. Mateus explica que apesar do museu não estar incluído em seu projeto, ele cedeu uma espécie de planta para ilustrar o stand da Floresta Ombrófila Mista. “Eu emprestei o exemplar pra lá até ela aguentar, depois que ela começar a murchar etc, será feita uma exsicata dela e tombada no herbário da UEPG”.  

 

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Atualmente estão expostas cerca de duas mil peças, que vão de rochas a jacarés empalhados. Foto: Levi de Brito

 

Para Liccardo, o Museu de Ciências Naturais é fundamental para a comunidade pontagrossense. “Eu tenho certeza que esse museu tem um impacto grande na qualidade de vida do pontagrossense e na comunidade de Ponta-Grossa”. Não por acaso, Liccardo atualmente está orientando um trabalho de mestrado que defende o potencial deste museu no desenvolvimento sustentável da cidade.

Na educação tal efeito já pode ser percebido. Para Patrícia Camera, professora do curso de Artes Visuais da UEPG, o Museu de Ciências Naturais é um espaço importante para todas as áreas do conhecimento. Patrícia realizou com seus alunos do segundo ano uma atividade de desenho de observação no museu. “A ideia é que eles tomem contato com esse acervo maravilhoso de objetos, animais e rochas”.

 

Serviço

A entrada no museu é gratuita. Quem visita o estabelecimento pode conferir cerca de duas mil peças em exposição, que vão desde rochas e minerais a penguins empalhados. Existem também os stands temáticos, que são confeccionados a partir de um determinado tema, como por exemplo o stand “Mineração em Ponta Grossa”. O Museu conta com um acervo de ciências da terra com amostras de minerais, rochas, fósseis e meteoritos, além de mapas, maquetes e instrumentos de uso na mineração e nas geociências.

 

Reportagem: Levi de Brito

Edição e publicação: Maria Eduarda Ribeiro

Supervisão de produção: Muriel Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Principais reclamações vêm de alunos de cursos integrais da instituição

 

A volta do ensino presencial após a pandemia trouxe preocupações com a saúde dos discentes. Os relatos de sobrecarga, insônia e tempo insuficiente de lazer são alguns pontos de reclamação dos estudantes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Para realizar um panorama desta situação, a reportagem realizou uma pesquisa breve no começo de junho com 17 estudantes da instituição para conhecer suas principais queixas. Mesmo sem fins científicos, os relatos ilustram a realidade de um grupo significativo de estudantes.

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Foto: Eder Carlos/Arquivo Periódico

Dos discentes entrevistados, 11 relataram complicações em relação ao tempo de lazer e sono, além de finais de semana prejudicados por tarefas da Universidade. Desses, nove cursam graduação em período integral e ao chegarem em casa à noite, se dedicam aos trabalhos e provas para os dias seguintes. Tendo atividades acadêmicas o dia todo, essa sobrecarga na rotina afeta tanto a saúde mental quanto física dos alunos da UEPG.

Paulo Ricardo Mendes, que cursa o primeiro ano de engenharia de computação, conta a dificuldade no ensino.  “Por ser o início da graduação, acreditei que teria uma rotina tranquila, mas hoje encaro com outros olhos. O período integral exige muito, não é fácil conciliar a vida acadêmica, social e ainda ter tempo para o lazer”.

Para a aluna do segundo ano de odontologia, Renata Hartmann, o sono é o que mais atrapalha no dia a dia. “Está sendo bem difícil tudo isso, curso integral, 100% presencial, aula das 7h20min da manhã até às 20h. Eu não consigo dormir direito, oito horas de sono só no final de semana”. Renata ainda ressalta que os finais de semana não são apenas para lazer: “Eu até tento manter meu final de semana pro lazer, mas não consigo. Em algum momento eu tenho que fazer algo relacionado a faculdade, porque em dia de semana não dá”.

De acordo com a psicóloga Paola Ferreira, a falta de sono acarreta dificuldade de concentração e aprendizado. Ela explica também a importância do tempo reservado para o lazer dos estudantes: “É onde o estudante descarrega a pressão e o estresse mental, portanto, quem não pratica atividade física ou faz algo que gosta acaba prejudicado, podendo acarretar uma depressão ou gerando ansiedade”. A psicóloga ainda conta que, após a pandemia, vários estudantes se sentem desanimados e com uma carga emocional muito grande. A relação com os estudos e colegas de turma não acontece da maneira que os acadêmicos imaginam, sendo mais um fator que implica a mudança no humor e afeta a convivência.

Atendimento psicológico

A Universidade Estadual de Ponta Grossa oferece atendimento psicológico gratuito aos estudantes através do programa UEPG Abraça, no qual os alunos podem agendar uma consulta pelo contato telefônico (42) 99141-8937. O serviço funciona das 8h às 17h, de segunda à sexta-feira.

 

Ficha técnica:

Reportagem: Diego Chila

Edição e publicação: Maria Helena Denck

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen