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Para garis, o problema se agrava com a falta de conscientização da população. Foto: Millena Lopata

 


Em Ponta Grossa, de acordo com levantamento realizado junto a garis que atuam na região central da cidade, a falta de lixeira, associada ao comportamento dos pedestres que descartam papéis, embalagens e restos de alimentos no chão, é um problema para a limpeza urbana. De acordo com os profissionais consultados, as ruas com maior coleta de lixo são Avenida Munchen e Rua Riachuelo, onde chegam a ser retirados até dez sacos, com uma média de 100 quilos por saco recolhido, um volume que aumenta, sobretudo, após os dias de festa e os finais de semana.


A estudante Ana Beatriz Klosowiski reclama da falta de lixeiras. Relata ainda o incômodo que sentiu no dia em que comprou um sorvete, em estabelecimento comercial localizado no Centro, e não encontrou, até chegar em casa, em um trajeto de 1,5 quilômetro, uma lixeira para descartar a embalagem do produto. É de extrema importância, avalia Ana, ter lixeiras bem distribuídas na cidade, porque muitas pessoas acabam poluindo o meio ambiente, jogando lixo no chão pela falta delas.
 

Caminhando pelas principais ruas de Ponta Grossa como Avenida Vicente Machado, Fernandes Pinheiro, Coronel Dulcídio e Francisco Burzio, a equipe de reportagem do Portal Periódico identificou a escassez de lixeiras nas vias. Um exemplo,  foi no trajeto da rua Coronel Dulcídio, onde há um fluxo grande, tanto de pedestres como de veículos, não foi encontrada sequer uma lixeira num trajeto de dois quilômetros.
 

Diariamente, vários garis fazem 50 quilômetros de varrição, de acordo com informações disponibilizadas no site da empresa Ponta Grossa Ambiental, resultando num volume de 290 toneladas de resíduos recolhidos por dia totalizando aproximadamente 7 mil toneladas mensais coletadas na cidade. Em média, a gari Suzana Marli de Oliveira Santos junta, no setor de sua cobertura, 10 sacos de aproximadamente 100 litros de lixo por dia.


Apostar somente na colocação de lixeira não é a solução para limpeza urbana na opinião de Suzana. “Não adianta ter mais lixeiras em Ponta Grossa se a mentalidade e a educação dos cidadãos não mudar”, avalia. “A prefeitura precisa fazer algo para conscientizar mais as pessoas”, alerta.

 
A gari completa relatando que os lojistas e moradores dos prédios da região do calçadão aproveitam as lixeiras instaladas no local para o descarte dos lixos dos condomínios, sobrecarregando assim as lixeiras.
 

Leis prevêem parceria para reduzir gastos do poder público

 
Em 2007, a Lei 9.100 (http://leismunicipa.is/hsnga) foi aprovada pela Câmara de Vereadores e estabeleceu o dever de o poder público empenhar esforços permanentes de instalação de lixeiras, em quantidade o suficiente para atender a demanda da população. A iniciativa poderia ser colocada em prática através de parcerias com empresas privadas que teriam a permissão para “a veiculação de publicidade comercial nos equipamentos”, ficando elas “responsáveis também por sua conservação e manutenção”.
 
     
A revogação da Lei 9.100 se deu, no último ano, com a entrada em vigor da Lei nº  12.974 (http://www.legislador.com.br/legisladorWEB.ASP?WCI=LeiTexto&ID=9&inEspecieLei=1&nrLei=12974&aaLei=2017&dsVerbete=), que institui o  Programa "Eco Ponta Grossa". A iniciativa, que visa a diminuição dos gastos do poder público e o estímulo à reciclagem  também prevê a “exploração de publicidade das lixeiras públicas, por pessoa física ou jurídica como contrapartida pelo custo de sua instalação e manutenção”.


A Lei 12.974 ainda prevê, por ação do poder executivo municipal, o trabalho educativo de conscientização da população. Porém, a lei ainda não está regulamentada e a limpeza urbana fica por conta dos garis e das equipes que passam com o caminhão recolhendo os lixos. As ações que a Prefeitura de Ponta Grossa promove acontecem  através de semanas de palestras, de panfletagem e de atividades pedagógicas em escolas e empresa.
 

 “As lixeiras só podem ser instaladas dentro do roteiro planejado pela Secretaria do Meio Ambiente juntamente com a empresa terceirizada que atualmente é a PGA, pois  caso contrário não haveria quem realizasse a manutenção, esvaziando as lixeiras”, de acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.  Para a engenheira  Onessa Souza, as lixeiras ideais são as fabricadas em plástico, que têm maior vida útil e podem ser recicladas e implementadas em qualquer lugar. No entanto, Souza explica que, como há o risco de a população atear fogo, nos locais onde já houve a instalação pela parceria do programa Ponta Grossa Ambiental , os equipamentos são de alumínio, que é mais resistente, atenuando o problema da falta de manutenção.
 

Segunda Osnessa, as lixeiras devem ser posicionadas onde elas não atrapalhem a locomoção do pedestre. Portanto, fora da área de circulação e dentro das normas técnicas brasileiras. Embora a Lei 12.974 determine que a instalação das lixeiras, contemplada pelo Programa Eco Ponta Grossa, deva respeitar “a distância mínima de 150 (cento e cinqüenta) metros entre uma e outra”, a engenheira avalia que a distância adequada entre as lixeiras seria uma em cada quadra ou conforme a demanda de equipamento para descarte do lixo.


De acordo com a Assessoria de Imprensa da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, a demanda é avaliada no dia a dia, pelos próprios profissionais que realizam o trabalho e também conforme a solicitação da população. O índice de depredação e vandalismo era alto quando eram as lixeiras de plástico, mas com a recente substituição pelas de metais houve uma queda no vandalismo.

 
O vereador Geraldo Stocco (Rede) cobrou, em sessão na Câmara Municipal, em 2017, da prefeitura uma parceria com empresas para a instalação das lixeiras. Em abril do mesmo ano, a prefeitura, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, realizou uma substituição de 102 lixeiras, dos antigos modelos, por modelos de ferro, mas essa troca ocorreu apenas na região central da cidade, enquanto os bairros mais afastados ficam esquecidos.

 
A lei prevê que a prefeitura tem que fazer a fiscalização da manutenção. Porém, essa fiscalização  acaba sendo feita pelos garis responsáveis pela varrição. Fazer uma substituição de tempo em tempo por outras lixeiras é essencial e espaços públicos com a presença delas muita diferença na limpeza urbana da cidade.  A população pode solicitar a implementação de lixeiras através do registro de solicitação pelo sistema Prefeitura 156.

Para saber quais os cursos ofertados e o  início das aulas, assita o vídeo de Hellen Scheidt e Arieta Almeida.

A segunda oficina de leitura comunitária aconteceu na última segunda feira (30) na Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei  e apresentou a elaboração no Plano de Mobilidade Urbana (PlanMob) e a revisão do Plano Diretor (PD) do município.  A discussão reuniu grupos em dinâmicas exibindo mapas que representavam questões importantes da cidade, como o Transporte, Meio ambiente/Saneamento e Infraestrutura. Cada grupo apresentou sugestões sobre as temáticas.  No dia  13 de agosto acontece a  terceira audiência pública  do Plano Diretor no Centro de Cultura às 18h30, localizado  na rua Doutor Colares, 436 no centro. A discussão na audiência pública levará em consideração às análises realizadas durante as oficinas.O Plano Diretor é uma lei elaborada pela Prefeitura Municipal com a participação da Câmara Municipal e da sociedade civil que organiza o crescimento, funcionamento e planejamento territorial da cidade para os próximos dez anos.

Confira a programação completa aqui

A Prefeitura Municipal de Ponta Grossa revisa, com dois anos de atraso, o Plano Diretor Municipal, com previsão de concluir o documento até o início de 2019. A atual versão do Plano é de 2006 e já considera o Estatuto da Cidade (de 2001), que apresenta as diretrizes à legislação do desenvolvimento urbano.

 

 

Com revisão prevista a cada 10 anos, o Plano visa conter a expansão demográfica, responsável pela dispersão demográfica em Ponta Grossa. Por análise do crescimento radial entre os eixos comerciais que cortam a cidade, por oficinas e audiências abertas ao público, o plano deve mobilizar a população e otimizar a distribuição de recursos, conforme as necessidades de cada zona da cidade, como escolas, postos de saúde, transporte público e praças, além de limitar a quantidade de andares em prédios situados de zona residencial.

 

 

Rodrimar Paes, formando em Geografia e membro da Frente de Movimentos Sociais de Ponta Grossa, afirma que uma das diretrizes do Plano é o direito à moradia e, por isso, deve-se questionar a existência de lotes vazios na cidade. “Os lotes vazios decorrem da especulação imobiliária”, avalia. Paes exemplifica a situação das consequencias do Plano Diretor. “O loteamento Lagoa Dourada, na região do Alagados, foi construído em uma região onde há um lençol freático a 30 centímetros do solo e, ao fazer o alicerce da casa, já se encontra um banhado. Por isso é importante o Plano Diretor”, explica Rodrimar Paes.

 

 

Rosiane Henneberg, que trabalha na livraria da UEPG, mora nas proximidades da Rua Afonso Celso, no bairro 31 de Março, e avalia as consequencias da ausência de um Plano Diretor. “Na formação rochosa de Ponta Grossa passa vertente de água e, atrás do meu prédio, onde tem muita água, construíram um prédio, trazendo problemas ao condomínio”, diz.

 

 

O calendário do Plano Diretor traz quatro oficinas e cinco audiências abertas ao público. A próxima oficina ocorre nesta segunda-feira, 30/07, às 18h30min, na Biblioteca Pública Municipal de Ponta Grossa. Na terça, 31/07, a oficina acontece na Escola Otacila Hasselman de Oliveira, em Uvaranas. Confira agenda de eventos da revisão do Plano Diretor em PG.

 

 

calendário

Fonte: Plano Diretor Municipal de Ponta Grossa

 

 

Para atender a alta demanda da produção agropecuária na região, a Prefeitura Municipal de Ponta Grossa oferece materiais e serviços para auxiliar produtores.