Professores e alunos do ensino superior estão inseguros com aulas presenciais
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Comunidade universitária deseja retorno quando todos estiverem vacinados
Mesmo com a volta de várias atividades acadêmicas presenciais, alunos e professores do ensino superior não se sentem seguros para retomar aulas nesta modalidade no atual momento. O fato de que nem todos os docentes e discentes estão vacinados com as duas doses é o maior motivo de insegurança. Nesse contexto, o ensino híbrido é uma alternativa.
Para Hellen Christina de Pontes, 20, estudante do curso de Zootecnia da UEPG, as aulas deveriam retornar presencialmente apenas em 2022, com professores e alunos vacinados. Porém, a aluna reconhece que muitos cursos são prejudicados pela falta da presencialidade. Para estes, o ensino híbrido se torna uma opção, pois algumas disciplinas práticas não podem ser realizadas de forma remota durante a pandemia.
Janaína Aparecida Chernake, 20, estudante de Ciências Biológicas da UEPG, compartilha do mesmo pensamento. Para ela, neste momento as aulas devem permanecer remotas, pois ainda há risco de contaminação entre os alunos, muitos ainda nem foram vacinados. “O risco ainda é grande, seja na sala de aula ou no transporte público, que é o meio de transporte mais utilizado pelos estudantes”, lembra.
Maria Julieta Weber, 52, professora do departamento de Educação, acredita que o ensino remoto trouxe novas aprendizagens e experiências através das ferramentas e tecnologias utilizadas, mas que é importante entender e defender o sistema presencial. No entanto, a professora destaca que para que as atividades presenciais voltem, além de ser necessário que toda a comunidade universitária esteja vacinada, é preciso realizar uma avaliação de como seria possível voltar às aulas com segurança. “A partir desse estudo, fazer um levantamento de que forma a universidade pode adotar medidas e como estaria a estrutura da universidade”, explica.
Enquanto a UEPG ainda não tem previsão para a retomada dos cursos presenciais, outras instituições de ensino superior de Ponta Grossa adotaram a forma híbrida de ensino, como é o caso da UniSecal. A instituição voltou parcialmente às atividades, seguindo um cronograma de turmas estabelecidas. Segundo Ligiane Malfatti, 43, professora de Jornalismo da UniSecal, o retorno aconteceu no início do mês de agosto e está sendo realizado de forma gradual. Ela considera que a forma híbrida de ensino está sendo eficiente na instituição. “Aprendemos muito com as aulas on-line. Agora estamos mais adaptados. O ensino presencial tem vantagens incomparáveis. Assim, acredito que a forma como estamos tentando retornar possa ser eficiente”, afirma.
Porém, mesmo com o retorno presencial, a demanda de alunos que frequentam a universidade é baixa. De acordo com Giovana Montes Celinski, 31, professora e jornalista, a universidade está conseguindo atender os alunos e seguir os protocolos de segurança.. “Com esse número baixo de alunos, acredito que não tem problema, mas se a gente trabalhar com o número máximo, aí a gente precisa pensar em todo esse cuidado da estrutura do prédio”, ressalta.
Lucas Portela Haas, 23, estudante de Jornalismo na Unisecal, acredita que ainda não é o momento para a retomada presencial. Mesmo com a volta parcial da instituição, o aluno preferiu não retornar presencialmente. “Creio que não é nada seguro retornar agora. Um cenário ideal para isso seria se todos os alunos estivessem vacinados com as duas doses”, afirma.
Foto: arquivo Portal Comunitário
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), em parceria com a Educa Insights, mostra que 55% dos alunos de ensino superior em instituições privadas preferem o retorno presencial de maneira parcial. A pesquisa entrevistou 668 estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais. A maioria demonstra preferência pela retomada das aulas em apenas alguns dias da semana e manutenção do ensino remoto nos demais dias. Ou seja, o ensino de forma híbrida é o que mais agrada os estudantes de universidades privadas.
Ainda de acordo com a pesquisa, 52% dos estudantes demonstram preferência pela volta presencial apenas das aulas práticas. Os que preferem o retorno das atividades teóricas somam 10%. Já os que gostariam da volta dos dois formatos, representam 38% dos entrevistados. A diferença também foi realizada entre aqueles que já tomaram pelo menos a primeira dose da vacina e os que ainda não foram vacinados. Entre os imunizados, 47% preferem o retorno presencial das aulas práticas, 10% a volta das aulas teóricas e 43% os dois formatos. Entre os não vacinados, 53% preferem a volta de aulas práticas, 11% as aulas teóricas e 34% os dois formatos.
Ficha técnica
Reportagem: Deborah Kuki
Edição e Publicação: Matheus Gaston e Levi de Brito
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen
Pandemia afeta festas juninas em Ponta Grossa
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Para manter a tradição, escolas fizeram festas pela internet
Pelo segundo ano seguido, a pandemia interfere na realização das tradicionais festas de julho em Ponta Grossa. Há impactos na rotina do comércio e na programação de igrejas. Na cidade, escolas particulares e municipais precisaram se reinventar para levar um pouco da celebração às crianças. Encontros online realizados pela internet com vestimenta caipira ou até drive thru foram adaptações comuns nas escolas durante a pandemia. Isso foi necessário para respeitar as regras de isolamento social e ordens de restrição da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O colégio particular Sant’Ana foi um dos que realizaram a festa adaptada. No dia 19 de junho, via drive thru, famílias compraram kits juninos e foram até a escola retirar os produtos, de carro e com máscaras. Algumas famílias foram a caráter e com os carros decorados.
Nem todas as escolas da cidade puderam fazer festas e isso entristeceu alguns alunos. Lais Ventura, mãe de duas crianças, diz que os filhos sentiram falta da festa.
Foto: Matheus Pileggi/Arquivo Lente Quente
Economia
Em Ponta Grossa, com o impedimento das festas presenciais por causa da pandemia, alguns comerciantes precisaram se reinventar. É o caso da vendedora Giovana Pitur que passou a vender cestas de festa junina pela internet. Pitur abriu a empresa durante a pandemia. Faz cestas com quentão, pinhão, canjica, bolo de fubá com goiabada, maçã do amor, entre outros. A autônoma diz que pretende continuar com as vendas no ano que vem.
No país, a festa junina gera empregos e movimenta a economia nos meses de junho e julho. Segundo o Ministério do Turismo, em 2019 aconteceram mais de 103 eventos em 15 estados brasileiros. Com a pandemia, este desempenho não foi repetido, o que afetou o trabalho de costureiras, bordadeiras, serviços de decoração, comércio de alimentos e comerciantes locais.
De acordo com dados do Ministério do Turismo, a cidade de Caruaru recebeu 2,5 milhões de pessoas - faturamento que movimentou cerca de 240 milhões de reais em 2019.
Tradição
A festa junina é uma celebração típica católica, que festeja três santos: Santo Antônio (no dia 13 de junho, considerado o santo casamenteiro), São João Batista (no dia 24, conhecido por batizar o povo, o que dá origem ao seu nome) e São Pedro (no dia 29, primeiro Papa da Igreja Católica). Esses santos inspiram novenas e simpatias.
As origens dessas festas vieram antes da tradição cristã: os índios já tinham o costume de fazer rituais no mês de junho. Com a chegada dos portugueses, em 1500, o caráter festivo dos indígenas se fundiu com o aspecto religioso dos portugueses. A culinária é um exemplo da mistura destas culturas: os grãos e raízes, como pinhão e milho, cultivados pelos indígenas, se juntaram às especiarias dos colonizadores. A celebração também tem um aspecto caipira, que reflete os primórdios da sociedade brasileira, cuja vida se dava no campo.
Ficha técnica
Reportagem: Yasmin Orlowski
Edição e Revisão: Eduardo Machado e Lucas Muller
Publicação: Marcus Benedetti e João Paulo Pacheco
Supervisão: Jeferson Bertolini, Mauricio Liesen e Marcos Antonio Zibordi
Produção de orgânicos surge como alternativa diante da alta dos preços dos alimentos
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Na última década, a produção orgânica aumentou em até 20% por ano
A região de Ponta Grossa tem 431 produtores de orgânicos. Foto: arquivo do pré-assentamento Emiliano Zapata
Diante da alta dos preços dos alimentos convencionais encontrados nos supermercados, os produtos orgânicos podem ser uma opção para quem precisa controlar gastos. Comumente encontrados em feiras, a procura por esses alimentos têm aumentado durante a pandemia, não somente pelo preço, mas também porque são mais saudáveis e livres de agrotóxicos. Em Ponta Grossa, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), pré-assentamento Emiliano Zapata, é um dos principais produtores de orgânicos no município.
Com pandemia, Turismo enfrenta prejuízos em Ponta Grossa
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- Produção: Eduardo Machado
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Hotéis, restaurantes e pontos turísticos registraram queda de público
Parque Vila Velha, um dos atrativos da cidade, teve menos visitação em 2020. Foto: Ângelo Rocha.
No último dia 26 de fevereiro completou um ano que a pandemia do coronavírus chegou ao Brasil. Em Ponta Grossa, o fato ocorreu dia 21 de março de 2020. De lá para cá muita coisa mudou e a população teve que se adaptar aos novos hábitos para se proteger da doença do covid-19. No setor do turismo não foi diferente. Hotéis, restaurantes, parques e atrações turísticas tiveram que se contentar com o baixo número de clientes e a pouca demanda devido aos decretos que proibiam aglomerações nesses locais.
Moradores reclamam da falta de manutenção dos parques e academias administradas pela prefeitura
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- Produção: Luiza Sampaio e Bruna Kosmenko
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Dos 121 parques e praças de Ponta Grossa, 110 estão nos bairros da cidade, e das 53 academias ao ar livre, apenas duas estão na região central. Entretanto, moradores dos bairros e regiões mais periféricas reclamam da falta de manutenção e limpeza dos locais de lazer. De acordo com estudo realizado pela pesquisadora em Geografia daUEPG Emili Cristine Perreira, os bairros mais afastado da região central são os mais afetados pelos problemas.