Mercado da família amplia público assistido
- Detalhes
- Produção: Kathleen Schenberger e Maria Eduarda Ribeiro
- Categoria: Cidade e cidadania
- Acessos: 347
Apesar de oferecer alimentos básicos à população, o programa precisa de melhorias
Em parceria com o Programa Comida na Mesa, desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Ponta Grossa desde maio deste ano, o Mercado da Família sofreu algumas mudanças. Agora, famílias com renda de até cinco salários mínimos podem se cadastrar no Mercado e as compras acima de R$160,00 terão frete gratuito em até 24 horas após a compra, nas três unidades do mercado espalhadas pelo município. As alterações no projeto dão a oportunidade para que as pessoas mais vulneráveis socialmente possam fazer suas compras com preços mais acessíveis. O aumento deste limite salarial é um benefício, porém revela que o poder de compra de muitas famílias da cidade diminuiu, e em alguns casos, as famílias vivem na linha da fome e da pobreza.
Ao analisar esse cenário, a estudante de serviço social Luana Aparecida Lima, que já trabalhou com a assistência de pessoas vulneráveis, fala sobre a fome no município. Segundo Luana, algumas causas que explicam as medidas tomadas pelo poder público vêm em decorrência da pandemia. “A fome sempre existiu, mas foi agravada pela crise sanitária. As famílias aumentaram, as pessoas perderam os empregos e os preços de todos os produtos subiram”, explica.
Pelo Mercado da Família, as pessoas cadastradas realizam compras com preços até 30% mais baratos que nos mercados convencionais, o que resulta em mais economia para o usuário. Porém, mesmo com os preços mais acessíveis, o Mercado não garante variedade de marcas e muitos produtos que são essenciais para o consumo no dia a dia não são encontrados nas prateleiras.
O aposentado Carlos de Campos é cadastrado no benefício há 10 anos e fala sobre as dificuldades encontradas. “Os preços eram mais acessíveis antigamente, hoje já não é tão barato. Porém, ainda é o que fica mais em conta em comparação com os outros mercados”. Carlos ainda destaca que dependendo do dia não encontra alguns produtos. “É difícil de acontecer, mas já teve dias que fui comprar leite e não tinha mais”, ressalta.
Foto: José Tramontin
Panorama do mercado
Mesmo que o mercado atenda a uma parcela da população em estado de vulnerabilidade, não é uma medida estruturada de forma inteligente. Para Luana o mercado atende poucas pessoas e nem sempre faz um acompanhamento dessas famílias. Além disso, destaca que faltam outras ações que se articulem com o projeto para tirar as pessoas da insegurança alimentar. “O Mercado da Família é importante, porém outros auxílios precisam existir e abranger mais a população”, aponta.
Luana questiona a ineficiência de atendimento a outras necessidades básicas. Ela frisa que é comum que o poder público não reflita sobre os outros gastos que as pessoas precisam despender durante o mês. O auxílio citado por Luana, como vale-gás, existe, porém é muito restrito para a população, pois apenas famílias com uma renda muito baixa se beneficiam. “A pessoa pode ter o alimento, mas o que ela vai fazer se não tiver gás, energia ou água?”, aponta.
Serviço
Para realizar cadastro no Mercado da Família, é necessário ir até uma das três unidades e levar documentos de todos os integrantes da família, como RG, CPF, comprovante de residência e comprovante de renda. Caso não possua um comprovante de renda, este documento pode ser substituído por uma declaração de trabalho autônoma autenticada. As três unidades abrem de segunda a sexta-feira das 9h às 18h.
FICHA TÉCNICA
Reportagem: Kathleen Schenberger e Maria Eduarda Ribeiro
Edição e publicação: Ana Barbato e Mariana Gonçalves
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira
Castração gratuita de cães e gatos começa em Ponta Grossa
- Detalhes
- Produção: Wesley Machado
- Categoria: Cidade e cidadania
- Acessos: 1645
Para controlar a superpopulação de animais abandonados, meta é castrar 462 animais por mês
O número de cães abandonados ou que possuem lar, mas estão na rua, chega a cerca de 42 mil animais em Ponta Grossa. O Centro de Referência para Animais em Risco (CRAR), da Prefeitura, Fundação Municipal de Saúde (FMS) e Coordenação de Zoonoses, abre cadastro para castração de forma gratuita, que já começou, com o objetivo de controlar o abandono e prevenir doenças, ajudando tutores que não podem arcar com a castração.
Castração gratuita busca controlar superpopulação de animais abandonados. Foto: Wesley Machado
Desde 2007, é lei municipal a realização de castrações de animais por parte da Prefeitura em seus centros de controle de zoonoses, com o número mínimo de 3.200 cirurgias anuais. Para castrar o animal, os interessados podem fazer o cadastro no setor do Meio Ambiente, ou ir até a sede do CRAR, localizada no bairro Jardim Carvalho, atrás do campus da UTFPR.
O tutor precisa ser beneficiário de algum programa social do governo, apresentar cópias do RG, CPF, Comprovante de Residência, Cartão SUS e CadÚnico. Além disso, preencher a ficha de cadastro e a ficha de descrição do animal, além de assinar um termo de autorização do procedimento cirúrgico. Cada tutor pode cadastrar até cinco cãezinhos. Animais que estejam sob responsabilidade de organizações não governamentais (ONGs), ligadas à proteção animal, também podem ser atendidos.
A reportagem entrou em contato com o secretário de Meio Ambiente, Pedro Pitela, envolvido na campanha, mas não obteve resposta. Através de nota, ele informou sobre a intenção do projeto. “Temos vagas disponíveis para atender a população que precisa deste serviço. Basta entrar em contato para garantir a vaga, pois trabalhamos com uma meta de fazer 462 castrações a cada mês”.
O veterinário Fábio de Almeida, que trabalha com castrações da Prefeitura, reforça os benefícios. “Além de esterilizar animais de proprietários de baixa renda, ajuda a reduzir o problema de superpopulação de cães e gatos e, por conseguinte, as ocorrências de zoonoses”. Ele também explica que “para as fêmeas, o procedimento leva à inibição do cio, evitando problemas de reprodução e o número elevado de ninhadas. A medida reduz a procura de machos por fêmeas, assim como disputas e agressões entre machos.”
A tutora Karen Evaristo, beneficiada pelo projeto, destaca que, como tinha todos os requerimentos, o cadastro foi rápido. A parte mais demorada do processo foi o agendamento para a castração, que levou em média um mês. "A cirurgia ocorreu bem, assim como a recuperação, que não teve complicações”.
Ficha técnica
Reportagem: Wesley Machado
Edição e publicação: Cassiana Tozati
Supervisão de produção: Ricardo Tesseroli, Cândida de Oliveira e Maurício Liesen
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
REPÓRTER NA RUA: Memórias do mercadão que teima em não voltar
- Detalhes
- Produção: Eder Carlos
- Categoria: Cidade e cidadania
- Acessos: 586
Mercado Público de Ponta Grossa protagoniza segundo episódio de série de reportagens
Mercado Municipal funcionou por 42 anos, até 2011. Foto: Facebook Princesa dos Campos/Nossa História
Ponta Grossa já teve um Mercado Público Municipal. Inaugurado em 1969, durante algumas décadas foi ponto de encontro de muitos ponta-grossenses que procuravam alimentos, ervas medicinais, açougue, peixaria, serviços e muito mais.
O enorme prédio azul e branco, de três andares, tinha entrada principal pela Rua Comendador Miró. O acesso entre os andares era feito através da rampa que contornava uma praça central em que estava a imagem de uma santa. Essa praça, com jardim muito bem cuidado, era em um poço de luz, que iluminava todo o interior do mercado e abrigava a imagem de Santana, padroeira de Ponta Grossa.
Precisava consertar um sapato? Tinha sapataria. Suspeita de mau olhado? Tinha benzedeiras. A roupa precisava de conserto? Tinha costureira. E uma alfaiataria. Fotocópia para um trabalho da escola? Também tinha. E, ocupando vários boxes, uma filial do Supermercado Chamma – um supermercado dentro do mercado.
No Mercadão, também era possível matar a fome ou apenas tomar um café. Logo na entrada, uma lanchonete servia os visitantes. O bolo de ovo era sensacional.
Em cada andar, corredores levavam aos muitos boxes onde era possível comprar quase tudo: feijão, arroz, frutas e hortaliças, carnes e peixes. E conservas de repolho e de pepino com endro e folha de parreira: quando se abria o barril, rescendia o cheiro pelas imediações.
Por falar dos cheiros, cada banca tinha um aroma diferente, conforme os produtos vendidos. As bancas de ervas eram as mais perfumadas. Menos na época de uvas, quando o cheiro dos cachos maduros, produzidos nas chácaras de Ponta Grossa, ganhava a competição. Havia ainda a banca do Café Kiebon (que não existe mais), moendo os grãos na hora que o cliente pedia, enchendo o espaço com o cheiro de café e despertando a vontade do consumo.
Mas havia também o cheiro característico da peixaria, das frutas da estação e até do couro que a sapataria usava para confeccionar sapatos personalizados, conforme o pedido do cliente. A cada passo dado, um novo aroma impregnava o ar.
E as cores? Do verde brilhante da alface, ao roxo do repolho. O feijão preto e o tomate vermelho vivo. As laranjas chamativas. Os potes de temperos com cores variadas. A banca de ovos, brancos e vermelhos, os belos ovos de codorna e até de pato e marreco com suas cores características.
Isso sem falar na banca que comprava, vendia e trocava revistas, com suas capas multicoloridas chamando todos para a leitura. Era possível trocar duas revistas por uma, comprar a preços reduzidos ou vender e garantir um troco para o final de semana.
E ainda tinha o pátio do estacionamento que, aos domingos, virava um parque de diversões. Sem os carros, o local se transformava em pista de ciclismo e skate, espaço para andar de patins brincar de pega-pega. Ou jogar bola com os amigos.
A inauguração do mercadão, aos poucos, acabou com as feiras dos bairros. E nos anos 1970 e 1980 quase todas as linhas de ônibus passavam pelo local, permitindo que os ponta-grossenses fossem lá fazer suas compras. Mas o mercado municipal não foi regenerado. E quando surgiram os grandes supermercados, começou a cair no esquecimento.
O prédio não recebeu reformas, surgiram problemas de estrutura. Os boxes começaram a ser fechados e logo havia mais espaços vazios que ocupados. Os corredores já não tinham o burburinho de antes. Com a construção do terminal central, só umas poucas linhas de ônibus ainda passavam pelo local. E, em 2011 o mercadão foi fechado.
Ruínas do antigo Mercadão de Ponta Grossa na esquina da Comendador Miró com Benjamin Constant. Foto: Eder Carlos
Desde 2017, há a promessa da construção de um novo mercado público. Até foram marcadas datas de inauguração, mas ele teima em não voltar. A mais recente é para o bicentenário de Ponta Grossa, em setembro de 2023. Por enquanto, o que resta é um amontoado de entulhos. E as histórias que povoam a memória de quem frequentou o mercadão, conforme relatos colhidos em grupos de redes sociais sobre as memórias de Ponta Grossa, nos quais esta reportagem se baseou.
Ficha técnica:
Reportagem: Eder Carlos
Vídeo: Catharina Iavorski
Edição de vídeo: Maria Helena Denck
Edição e publicação: Maria Helena Denck
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Assassinatos de jovens cresce em PG em 2021, indica polícia
- Detalhes
- Produção: Carlos Eduardo Mendes
- Categoria: Cidade e cidadania
- Acessos: 608
O perfil das vítimas coincide com o de presos envolvidos com tráfico
O número de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, cresceu em Ponta Grossa entre janeiro e outubro de 2021. De acordo com levantamento feito pela reportagem, o município teve 47 casos no período, e até o final do ano pode ultrapassar a marca de 2020, quando ocorreram 54 homicídios. Em 2019, foram 48.
O problema se agrava em relação aos jovens. Só neste ano, ocorreram 12 homicídios de pessoas com menos de 21 anos, o que supera os oito casos de 2019 e os 10 de 2020. Segundo o chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, a maioria dessas vítimas eram homens que estavam envolvidos com o tráfico de drogas.
A professora e pesquisadora da área dos Direitos Humanos, Karoline Coelho, afirma que o perfil das vítimas coincide com o da maioria dos presos no Brasil. “Esses jovens são geralmente mais pobres e, além de não terem oportunidades de estudo e emprego, crescem em um meio onde o crime é algo naturalizado. Isso gera a chamada cultura do crime”.
Karoline destaca que, para resolver o problema da reincidência criminal, é necessário que as penitenciárias disponham de programas de ressocialização, dando oportunidade de educação e inclusão no mercado de trabalho.
A professora salienta que incluir os ex-detentos em um meio social diferente do qual são originários seria essencial para evitar a reincidência. “Se a pessoa que cometeu crime sair do presídio e voltar ao mesmo local, onde estão postas as mesmas circunstâncias que fizeram ela cometer o crime, a probabilidade é a de que ela volte a delinquir”, diz.
Para Coelho, é importante entender que os delitos não são puramente criminais, mas acontecem a partir de problemas sociais, como desemprego e falta de acesso à educação. Porém, no Brasil, só ocorre a repreensão, o que não soluciona a violência. “O Estado deveria estabelecer direitos sociais básicos, ao invés de se preocupar apenas em reprimir. Isso reduziria a criminalidade, mas não iria extingui-la.”
Foto: Cássio Murilo.
Realidade
Uma fonte que não quis ter sua identidade revelada, conta que teve um primo assassinado neste ano em Ponta Grossa. Ela relata que ele era um jovem de classe baixa envolvido com drogas. “Uma hora a conta chega. Infelizmente ao jovem da periferia o caminho mais acessível para conseguir uma renda é o das drogas. Mas o mínimo deslize é fatal”.
A fonte afirma que o primo não foi incentivado a frequentar a escola e cresceu em um ambiente que levava ao crime. O rapaz assassinado tinha passagem pela polícia, e mesmo após deixar a prisão, voltou a cometer crimes. O jovem tinha pendências com o tráfico de drogas, e como não conseguiu quitá-las, acabou pagando com a vida.
Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Ficha Técnica:
Repórter: Carlos Eduardo Mendes
Edição: Bettina Guarienti e Carolina Olegário
Publicação: Manuela Roque
Supervisão: Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi e Mauricio Liesen
Mais de 13 mil pessoas vivem na linha da pobreza em Ponta Grossa
- Detalhes
- Produção: João Gabriel Vieira
- Categoria: Cidade e cidadania
- Acessos: 2123
De dezembro de 2020 a junho de 2021, este número cresceu mais de 18%
Resumo
- Reportagem mostra que mais de 38 mil pessoas vivem com menos de meio salário mínimo na cidade;
- Em seis meses, 2021 já supera o número acumulado de 2020;
- A pandemia de covid-19 é um dos motivos apontados pelo cenário;
- O aumento da pobreza se dá também a nível nacional, continental e mundial.
Pelo menos 13.239 pessoas estão na linha da pobreza ou da extrema pobreza em Ponta Grossa, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais. De acordo com o serviço que cadastra programas como o Bolsa Família, pessoas na linha da pobreza vivem com até R$178,00 por mês; na extrema pobreza, com R$89,00.
No período de seis meses - de dezembro de 2020 a junho de 2021 - o número de pessoas nesta situação superou todo o acumulado de 2020. No período, 2.411 pessoas passaram a viver nesta linha de pobreza.
Há outro contingente de pessoas sem o mínimo necessário para viver: os de baixa renda. Trata-se daquelas que têm como renda per capita mensal até meio salário mínimo. Em Ponta Grossa, são 38.495 famílias nesta posição.
Impacto da pandemia
Em âmbito global o panorama também é ruim. Segundo relatório de 2021 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), a pandemia de Covid-19 provocou um aumento nos níveis de pobreza sem precedentes nas últimas décadas, o que gerou impacto forte na desigualdade e no emprego. Estima-se que 22 milhões de pessoas adentraram a linha da pobreza na América Latina, o que totaliza mais de 209 milhões de pessoas no final de 2020. Deste número, 78 milhões estão inseridos na extrema pobreza - 8 milhões a mais do que o relatório apontava ao final de 2019.
O documento ainda reforça que, sem as transferências de renda emergenciais realizadas pelos governos locais, os níveis de pobreza e extrema pobreza seriam ainda maiores. De acordo com o relatório, 263 medidas de proteção social em caráter emergencial foram implementadas em 2020 pelos governos da região, o que atingiu 49,4% da população, cerca de 326 milhões de pessoas.
A entidade entende que a curto prazo é necessário que os programas de transferência de renda se mantenham, para que de alguma forma se estabeleça uma mínima proteção social às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade.
No Brasil, foi criado pelo governo o programa Auxílio Emergencial, que serviu para a transferência de renda para a população desamparada em 2020. Inicialmente o programa beneficiava a população com parcelas mensais de R$600,00. Seguindo até o mês de outubro de 2021, com parcelas entre 150 e 300 reais.
Outro ponto destacado no documento apresentado pela CEPAL foi o impacto causado pela pandemia no mercado de trabalho. Dados do relatório apontam que a taxa de desemprego da região foi de 10,7% no final de 2020, um aumento de 2,6 pontos em relação a 2019, que registrou 8,1%.
No Brasil, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a taxa de desemprego atingiu 13,2% no mês de agosto, o que atinge cerca de 13,7 milhões de brasileiros. Comparado a agosto do ano anterior, houve uma queda de 1,4 pontos.
Foto: Yuri A.F. Marcinik/ Lente Quente
Auxílio Brasil
Programas como o Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, tornam-se ainda mais importantes com os aumentos dos indicadores de pobreza.
O Programa Bolsa Família (PBF) foi criado como política pública durante o governo Lula pela Lei n° 10.836/2004 e unificou programas de transferência de renda que já existiam na época. Com o valor do benefício variando entre 89 e 205 reais, o total também era alterado de acordo com o número de filhos do beneficiado. O PBF contemplava famílias com renda per capita de até R$ 178,00.
E em outubro de 2021, após 18 anos de operação, o PBF foi extinto e deu lugar ao Auxílio Brasil, programa similar criado pelo governo Bolsonaro, que substituirá também o Auxílio Emergencial que vigorou durante a pandemia da Covid-19.
O novo benefício social foi criado pela medida provisória 1.061 e prevê o pagamento mensal de R$ 400,00 até o final de 2022. O programa tem como objetivo aumentar o número de famílias beneficiadas, passando de 14,7 milhões do PBF para 17 milhões. Ainda cercado de incertezas que perpassam desde o financiamento do programa até quem terá direito ao benefício, o novo auxílio tem previsão de começar a ser pago no dia 17 de novembro de 2021.
Voltando aos dados do Cadastro Único para Programas Sociais em outubro de 2021, 11.697 famílias foram beneficiadas pelo Bolsa Família em Ponta Grossa. O valor total movimentado ultrapassou os 906 mil reais, atingindo mais de 92% das famílias pobres do município.
Ficha Técnica
Repórter: João Gabriel Vieira
Edição: Eduardo Machado e Yuri A.F. Marcinik
Publicação: Yuri A.F. Marcinik
Supervisão de Produção: Jeferson Bertolini
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen