Arte em pedaços: Mural do Escadão da Ronda é destruído por empreendimento imobiliário
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- Produção: Maria Luiza Pontaldi
- Categoria: Expressões culturais
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Espaço que foi reformado no ano passado é marco para a cultura do Grafite na cidade
O cenário do grafite em Ponta Grossa possui alguns locais marcantes como a escadaria na avenida Visconde de Taunay, conhecida como “Escadão da Ronda”. Desde os anos 2000, o local virou tela para artistas de grafite da cidade e região, que passaram anos deixando suas marcas trazendo cor, arte e cultura ao local. Porém, com o terreno ao lado sendo preparado para a construção de um imóvel, uma parte considerável do escadão foi destruída sem aviso prévio aos artistas ou consulta com quem utiliza a escadaria diariamente.
Jackson Paes, artista de grafite, foi quem denunciou a situação em suas redes sociais. Enquanto passava pela avenida, assustou-se com a situação do mural. “Fiquei triste mesmo, porque ali é um marco para a cidade. Antes mesmo de eu começar a pintar, já tinha grafite ali”, relata o artista. A destruição aconteceu menos de um ano após a última renovação da pintura do local, em novembro de 2021. “O escadão é um mural de anos, um marco para a arte de rua e para o grafite que infelizmente foi destruído”, reflete.
Foto: Maria Luiza Pontaldi
Paes foi um dos responsáveis pela segunda edição do evento Graffiti no Escadão em 2021, que renovou a pintura do local a partir da temática da Consciência Negra. A primeira edição do evento aconteceu 12 anos antes e, até o ano passado, estava desgastada. A partir disso, surgiu a ideia de organizar um novo evento, dando oportunidade a artistas de outras localidades para participar e a iniciativa teve apoio da, na época, Fundação Municipal de Cultura (atualmente Secretaria de Cultura).
O artista Maurício Oliver participou da segunda edição do Graffiti no Escadão. Ele veio de Guarapuava a Ponta Grossa apenas para participar do evento. “Quando fizemos a renovação, recebemos muitos comentários e elogios do público. Ficou um espaço muito legal para a população e para os artistas envolvidos”, afirma Oliver. O artista lamenta a situação, já que o trabalho de poucos meses ainda estava intacto. “Isso com certeza afeta a arte geral. Fica um clima bem tenso e desconfortável para os artistas e para a população”, finaliza.
Em nota, a Prefeitura de Ponta Grossa afirma que o Escadão faz parte do passeio de uma propriedade privada e, já que se trata de uma área particular com responsabilidade voltada ao dono do imóvel, não cabe à Prefeitura proibir modificações que serão efetuadas no local.
Ficha Técnica
Reportagem: Maria Luiza Pontaldi
Edição e publicação: Tamires Limurci
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Projeto musical Sexta às Seis completa um ano fechado
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- Categoria: Expressões culturais
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Iniciativa promovia apresentações de rock no centro de Ponta Grossa
O cancelamento da temporada de 2020 do Sexta às Seis, projeto em que bandas de rock de Ponta Grossa e região se apresentam no centro da cidade, foi anunciado no dia 27 de abril de 2020, exatamente 15 meses atrás. O motivo do cancelamento? A pandemia de covid-19.
Erick Moro Conche (21) relata que teve seu primeiro contato com o projeto por meio de um amigo. Após formar a banda Format Factory, ele e seus companheiros se inscreveram no edital do Sexta. "Ninguém da banda tinha tocado em cima de um palco ainda. O Sexta às Seis foi o primeiro show de verdade. A banda que ia tocar depois da gente era bem conhecida, então naquele dia a gente bateu o recorde de público e pra gente foi uma experiência muito legal”, relata o guitarrista da banda.
Erick conta ainda que houve iniciativas, no começo de 2020, de fazer o evento pela internet e na rádio, mas que sente falta do presencial. “O Sexta às Seis na rádio, eu participei, mas não se compara a estar no Ambiental e curtir com a galera, sentindo a música e vendo pessoas conhecidas fazendo algo por amor”, relembra o músico.
A Fundação Municipal de Cultura (FMC) informa que decidiu cancelar o projeto por tempo indeterminado para evitar aglomerações.
Foto: Arquivo Lente Quente / Levi de Brito
Histórico
O Sexta às Seis surgiu em 1990 na Concha Acústica da Praça Barão do Rio Branco, em Ponta Grossa. O objetivo era servir como atração para as pessoas que esperavam o ônibus no terminal que existia bem ao lado do Ponto Azul. Segundo Elisângela Schmidt, assistente cultural da FMC, nessa época as atrações eram bandas, grupos folclóricos, de dança e teatro.
A primeira atração do projeto foi a Banda-Escola Lyra dos Campos. O evento acabou se expandindo e ficou conhecido como o palco do rock, recebendo bandas como Made in Brazil, Angra, Ratos de Porão e The Kult.
Segundo Elisângela, de 2014 a 2019 o projeto realizou 181 shows em 79 sextas-feiras. Durante este período, foram registradas as inscrições de 244 bandas ponta-grossenses, com 104 delas sendo selecionadas em pelo menos um ano. A verba para o projeto varia por conta dos valores de estrutura. Em 2019, a verba destinada somente para a premiação foi de R$ 24 mil - equivalente a R$ 1,2 mil por banda.
Para Elisângela, “a falta de um evento tão característico e histórico da cidade, em que os frequentadores já tinham um ponto de encontro toda sexta para reunir os amigos, assistir e conhecer novas bandas, causou um impacto. Durante a pandemia, tivemos a privação de tudo isso, nas mais variadas escalas e ambientes, e na mesma linha de raciocínio, isso se aplica aos músicos, que ficaram sem os palcos para mostrar seus trabalhos e tiveram que migrar para palcos digitais e se reinventar.”
Esta não é a primeira ocasião em que o Sexta deixa de acontecer. Por outros motivos, que não a pandemia, o projeto foi interrompido pela primeira vez em 1999 e voltou em 2005. Em 2008, foi descontinuado e retornou em 2011.
Carlos Phantasma, diretor do Departamento de Cultura da Fundação Municipal de Cultura, informou que o Sexta às Seis está no plano de ações e de atividades culturais da Fundação e retorna assim que essas atividades forem liberadas.
Ficha técnica
Reportagem: Levi de Brito
Edição e Revisão: Ana Paula Almeida e Deborah Kuki
Publicação: Ana Paula Almeida
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen
Pesquisa busca identificar utilização dos recursos da Lei Aldir Blanc por artistas de PG
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- Categoria: Expressões culturais
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O nome não cabe mais no papel
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- Produção: Kathleen Schenberger e Maria Eduarda Ribeiro
- Categoria: Política
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Nova alterações na lei de Registros Públicos possibilita processo mais rápido e sem constrangimento
Segundo o dicionário, o termo ‘nome’ é uma palavra que designa uma pessoa. A definição é simples, mas o peso de um nome pode ser muito grande. Muitos brasileiros mostram rejeição ao nome ou ao sobrenome e sentem a necessidade de fazer alterações para reforçar sua identidade. No Brasil, a possibilidade de mudar o nome não é algo novo, porém, o processo enfrentado era longo e em muitos casos, até constrangedor.
Em julho de 2022, instituiu-se alterações na Lei de Registros Públicos (14.382/2022). As modificações realizadas facilitam o processo para troca de nome. Anteriormente, após atingir a maioridade, a pessoa tinha um prazo de um ano para fazer a mudança e precisava justificar os motivos. Com a nova lei, as alterações podem ser feitas a qualquer momento e sem a necessidade de justificativas. Contudo, para evitar fraudes, o processo poderá ser feito apenas uma vez.
A lei também contempla alterações de nome para pessoas trans. Para se adaptar às novidades, cartórios estão passando por treinamentos e adaptações para colocar na prática as novas condutas.
A mudança feita pela Lei Federal de número 14.382/2022 não requer mais autorizações judiciais/ Foto: Kathleen Schenberger
Inclusão de sobrenomes familiares
Gabriela (nome fictício para preservar a fonte) não possui relações com o pai biológico. Ela conviveu com ele somente até os oito meses de vida. Hoje, com 20 anos, Gabi compreende que seu pai verdadeiro é seu padrasto. Por isso, deu entrada no processo para alterar seu sobrenome e colocar em seus documentos o nome de seu padrasto, que desde pequena a criou cercada de amor, conforto, educação e respeito. “Quando fiquei sabendo das alterações na lei me senti incentivada a incluir o nome do homem que me criou a vida toda. Acredito que é uma forma de agradecer por tudo”, afirma.
Inclusão ou exclusão de sobrenome do cônjuge
As mulheres que se casaram e incorporaram o sobrenome dos maridos não precisam conviver mais com o nome de casada. Após 14 anos de matrimônio, a administradora Simone Borges de Campos vivenciou o fim de uma relação difícil. Segundo ela, ao se casar adquiriu o sobrenome do marido por ser uma prática comum na época. “Quando me casei não tinha noção do quanto isso é machista, soa como se a mulher fosse propriedade da família do marido. Hoje questiono: por que as mulheres têm o sobrenome do marido e o marido não tem o da mulher?”, frisa.
Atualmente, no processo de divórcio, Simone explica que se sente muito mal por ainda ter o sobrenome do ex-marido nos documentos. Ela espera poder usufruir da nova lei para fazer a troca do sobrenome de uma forma mais ágil. A administradora reforça o arrependimento por ter substituído o sobrenome de sua família pelo do ex-marido. “Não vejo a hora de mudar essa situação, é muito importante para mim ter o nome da minha família de novo e não de uma família a qual não faço mais parte”, destaca.
Mudança de nome e gênero
A nova lei também é um alívio para pessoas trans. Mesmo havendo a possibilidade de mudança de nome autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2018, a lei atual deixa o caminho mais viável. O processo, assim como nas outras situações, requeria ação judicial com justificativas para a mudança. O gestor de tráfego Icaro Rocha é um homem trans que precisou juntar dinheiro para contratar um advogado e enfrentou meses de espera até a finalização do processo.
Ele relata que, ao entrar em contato com os cartórios, passou por situações de constrangimento para justificar a mudança de nome. “Às vezes, quando entrava em contato com os cartórios não era tratado bem. Os atendentes não entendiam o que eu queria fazer, não sabiam do processo para mudar o gênero ou me questionavam o porquê de querer mudar para um nome tão diferente”. Com as alterações na lei, não será mais necessário informar as motivações. Porém, Rocha espera que os cartórios tenham um treinamento melhor para atender pessoas trans e não constrangê-las.
Além disso, o gestor se mostra mais esperançoso quanto ao novo processo. Para ele, poder ser chamado pelo nome que se identifica é um passo extremamente importante para a causa de trans, travestis e não-binários. “Eu que consegui acesso jurídico e financeiro de forma mais fácil, já enfrentei meses de espera, imagino que para quem não tem suporte fosse mais demorado. Acredito que o processo pode ser menos complicado para as pessoas mais vulneráveis.”
Para todos esses casos, a mudança representa não só um nome, mas também um conforto e um bem-estar do indivíduo. A psicóloga Ana Rebeca Benevides explica que o nome dá a uma pessoa o direito de se reconhecer, ter dignidade e ser respeitado por aquilo que é chamado. “Ser chamado que se escolheu dá o sentimento de pertencimento por completo. O nome influencia diretamente na nossa identidade e como nos vemos”, analisa.
Ficha técnica:
Reportagem: Kathleen Schenberger e Maria Eduarda Ribeiro
Edição e Publicação: Tamires Limurci dos Santos
Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral
Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
Registros de golpes virtuais aumentam em Ponta Grossa
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- Produção: João Paulo Fagundes
- Categoria: Cidade e cidadania
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Números de boletins de ocorrência de cibercrimes e fraude eletrônica já superam os de 2021
A Internet trouxe para a vida moderna uma facilidade na administração bancária. Hoje, não é preciso mais que um celular para pagar contas e fazer transferências, porém, isso não traz apenas vantagens. O dinheiro eletrônico dá origem a novas formas de golpes e estelionatos no campo virtual, e vem crescendo exponencialmente nos últimos anos.
Com o início da pandemia, os crimes virtuais no Brasil aumentaram mais de 300%, de acordo com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). No município de Ponta Grossa, o número de boletins de ocorrência de cibercrimes e fraudes eletrônicas deste ano já superam todas as ocorrências do ano anterior. Segundo relatório do Centro de Análise de Planejamento e Estatística (CAPE) houveram 223 registros em 2021, e 302 até o mês de julho de 2022.
O aumento de crimes virtuais e fraudes eletrônicas influenciou a criação da Lei nº 14.155, em 2021, que agrava a punibilidade dos crimes de violação de dispositivo informático, furto e estelionato cometidos de forma eletrônica ou pela internet. A lei traz uma pena de reclusão de 4 a 8 anos se o crime for cometido por meio de redes sociais, contatos telefônicos, envio de correio eletrônico fraudulento ou qualquer outro meio análogo. Caso os crimes virtuais sejam praticados contra vulneráveis, a pena aumenta de um terço ao dobro.
Cibercrime
Segundo a legislação brasileira, cibercrimes são delitos penais cometidos por meio digital ou que estejam envolvidos com a informação digital. Foi tipificado na lei 12.737/2012, que o conceitua, no art. 154-A como “invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita”.
As vítimas de golpes virtuais costumam ser pessoas idosas ou vulneráveis, que não têm intimidade com a tecnologia ou acreditam com facilidade nas formas de abordagem dos criminosos. A ação dos criminosos se aprimora a cada dia, tornando mais difícil a identificação e fazendo vítimas cada vez mais jovens.
Recentemente, várias pessoas foram vítimas de um golpe aplicado por um perfil no Instagram que vendia ingressos para o Arraiá de Agronomia, organizado pelos alunos do 5°ano do curso de agronomia da UEPG. Guilherme de Lima Bento, de 22 anos, foi um dos lesados. Ele relata que encontrou uma conta no Instagram vendendo os ingressos por R$75,00, porém, após a transferência do valor ser realizada, o perfil no Instagram foi deletado. Segundo Guilherme, várias pessoas foram vítimas da mesma situação, mas até agora o golpista não foi encontrado.
Eduardo Colman, pontagrossense de 41 anos, relata já ter sido vítima de golpes. "Eu entrei num site para comprar um celular, e depois de preencher as informações do cartão de crédito, recebi várias notificações de compras que eu não estava fazendo". Em outra situação ele diz ter recebido uma ligação de uma suposta operadora de telefone. Na ligação o golpista dizia que Eduardo havia ganhado uma quantidade de dinheiro, mas para receber esse dinheiro ele precisaria primeiro transferir o que estava na sua conta para a "conta da operadora". Eduardo conta que chegou a transferir cerca de R$90,00, mas percebeu que se tratava de um golpe antes de transferir o restante. "Na empolgação do momento, você acaba fazendo". Em ambas as situações foram registrados boletins de ocorrência.
Caso perceba que foi vítima de golpe, procure uma delegacia para registrar o boletim de ocorrência. Cartões de crédito e débito devem ser bloqueados, além de carteiras virtuais e demais serviços financeiros que possam ter sido expostos.
Foto: Mariana Gonçalves
Tipos de crimes
Existe uma variedade enorme de golpes sendo aplicados pelo celular. Os crimes podem sofrer variações e estão sujeitos à criatividade do golpista, mas apesar das inúmeras formas de abordagem, o intuito é roubar o dinheiro da vítima, de forma direta ou através do phishing, crime de enganar pessoas para que compartilhem informações confidenciais, como senhas e números de cartão de crédito. Entre as formas mais comuns de crimes virtuais estão: clonagem de cartão, réplicas de sites de compra, concursos e premiações fraudulentas e falsas mensagens do banco.
Clonagem de cartão: a clonagem de cartão se baseia no uso dos dados do cartão de crédito de terceiros para fazer compras ilícitas. Esses dados podem ser adquiridos de várias formas, até mesmo com a adulteração das máquinas de autoatendimento.
Falsas lojas virtuais: este golpe se configura pela criação de uma réplica que simula um site de compras, para roubar informações e desviar recursos da vítima. A forma mais simples de se identificar a autenticidade do site é pelo endereço da web, que vai ter alterações se comparado ao original. Também é válido observar o ícone de cadeado que aparece na frente do HTML do site, e representa um "site seguro" quando fechado.
Mensagem do banco: o golpe da mensagem do banco ocorre de forma simples. O estelionatário manda uma mensagem para a vítima se passando por determinado banco e pede informações pessoais, como nome completo, CPF, número da conta e senha.
Concurso do Facebook: neste golpe os criminosos se passam por uma companhia aérea ou grande loja e lançam promoção na rede. Para participar do sorteio a pessoa deve informar vários dados pessoais, que depois serão utilizados em golpes. Também acontece através de premiações fraudulentas em sites piratas, com o recebimento de uma mensagem ou notificação onde a vítima é premiada, e para receber o prêmio precisa preencher um formulário com informações pessoais.
Vagas de emprego: outro golpe muito popular é o do falso emprego, que se aproveita da fragilidade de pessoas desempregadas para roubar os dados pessoais da vítima. O crime se inicia com a divulgação de uma vaga de emprego (falsa), nas redes sociais, onde o golpista oferece condições vantajosas e atrativas de trabalho. Após informar vários dados pessoais, as vítimas são direcionadas a pagar uma taxa por um "exame admissional".
Falso sequestro: O golpe do falso sequestro apesar de não tão comum quanto os outros, é um dos mais perturbadores, visto que exerce forte influência psicológica. O golpe ocorre por meio de uma ligação em que o bandido diz estar em posse de algum familiar da vítima, e em troca de devolvê-la em segurança, solicita uma quantia em dinheiro, geralmente via pix.
Ficha técnica:
Reportagem: João Paulo Fagundes
Edição e publicação: Mariana Gonçalves
Supervisão de produção: Cândida de Oliveira, Maurício Liesen e Ricardo Tesseroli
Supervisão de publicação: Cândida de Oliveira e Ricardo Tesseroli