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- Produção: Lívia Hasman
- Categoria: Cidade e cidadania
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Após duas décadas de funcionamento, a TV Educativa local está prestes a ser encerrada com o avanço do Projeto de Lei 339/2021 que pretende realizar mudanças na Fundação Educacional de Ponta Grossa (FUNEPO). De acordo com a Prefeitura Municipal, o encerramento do canal na cidade ocorre devido a um corte de gastos. Entenda toda a situação na matéria de Lívia Hasman.
Ficha técnica:
Locução: Lívia Hasman
Publicação: Ana Paula Almeida
Supervisão de Produção: Cândida Oliveira
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
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- Produção: Carlos Eduardo Mendes
- Categoria: Cidade e cidadania
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O perfil das vítimas coincide com o de presos envolvidos com tráfico
O número de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, cresceu em Ponta Grossa entre janeiro e outubro de 2021. De acordo com levantamento feito pela reportagem, o município teve 47 casos no período, e até o final do ano pode ultrapassar a marca de 2020, quando ocorreram 54 homicídios. Em 2019, foram 48.
O problema se agrava em relação aos jovens. Só neste ano, ocorreram 12 homicídios de pessoas com menos de 21 anos, o que supera os oito casos de 2019 e os 10 de 2020. Segundo o chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, a maioria dessas vítimas eram homens que estavam envolvidos com o tráfico de drogas.
A professora e pesquisadora da área dos Direitos Humanos, Karoline Coelho, afirma que o perfil das vítimas coincide com o da maioria dos presos no Brasil. “Esses jovens são geralmente mais pobres e, além de não terem oportunidades de estudo e emprego, crescem em um meio onde o crime é algo naturalizado. Isso gera a chamada cultura do crime”.
Karoline destaca que, para resolver o problema da reincidência criminal, é necessário que as penitenciárias disponham de programas de ressocialização, dando oportunidade de educação e inclusão no mercado de trabalho.
A professora salienta que incluir os ex-detentos em um meio social diferente do qual são originários seria essencial para evitar a reincidência. “Se a pessoa que cometeu crime sair do presídio e voltar ao mesmo local, onde estão postas as mesmas circunstâncias que fizeram ela cometer o crime, a probabilidade é a de que ela volte a delinquir”, diz.
Para Coelho, é importante entender que os delitos não são puramente criminais, mas acontecem a partir de problemas sociais, como desemprego e falta de acesso à educação. Porém, no Brasil, só ocorre a repreensão, o que não soluciona a violência. “O Estado deveria estabelecer direitos sociais básicos, ao invés de se preocupar apenas em reprimir. Isso reduziria a criminalidade, mas não iria extingui-la.”
Foto: Cássio Murilo.
Realidade
Uma fonte que não quis ter sua identidade revelada, conta que teve um primo assassinado neste ano em Ponta Grossa. Ela relata que ele era um jovem de classe baixa envolvido com drogas. “Uma hora a conta chega. Infelizmente ao jovem da periferia o caminho mais acessível para conseguir uma renda é o das drogas. Mas o mínimo deslize é fatal”.
A fonte afirma que o primo não foi incentivado a frequentar a escola e cresceu em um ambiente que levava ao crime. O rapaz assassinado tinha passagem pela polícia, e mesmo após deixar a prisão, voltou a cometer crimes. O jovem tinha pendências com o tráfico de drogas, e como não conseguiu quitá-las, acabou pagando com a vida.
Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).
Ficha Técnica:
Repórter: Carlos Eduardo Mendes
Edição: Bettina Guarienti e Carolina Olegário
Publicação: Manuela Roque
Supervisão: Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi e Mauricio Liesen
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- Produção: Ana Carolina Barbato
- Categoria: Cidade e cidadania
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Em 2021 a Guarda Municipal de Ponta Grossa registrou 236 denúncias
Nos primeiros cinco meses de 2021, o número de denúncias de maus tratos a animais domésticos aumentou em 111,6% no Paraná―isso em comparação ao mesmo período de 2020, segundo dados do Disque Denúncia 181. O número subiu de 2.298 para 4.864. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a confiança na ferramenta e a facilidade para denunciar são fatores que contribuíram para o aumento.
Em Ponta Grossa, a Guarda Municipal registrou 236 denúncias em 2021, um aumento de 46,6% se comparado às 161 denúncias do ano passado. Até o momento, em 2021, a Polícia Civil fez 221 atendimentos e 12 prisões em flagrante na cidade. Na maioria dos casos, os maus tratos acontecem por negligência domiciliar, quando o dono deixa de alimentar e dar água para o animal ou prende-o em corrente curta sem proteção contra sol e chuva. Após o resgate, os animais são encaminhados para ONGs do município, como é o caso da SOS Bichos.
Foto: Ana Carolina Barbato
Em 2021, a ONG atendeu 25 animais que sofreram maus tratos; muitos chegam desidratados e desnutridos. Segundo a funcionária da SOS Bichos, Claudete Santos, o crescimento das denúncias não se dá pelo aumento da violência em si, mas por outro motivo. “Acreditamos que aumentou pela maior divulgação das formas de denúncia”.
Para Ana Paula Miléo, voluntária na ONG, a mudança das leis direcionadas a cães e gatos também contribuiu para o aumento de denúncias. “As pessoas passam a ter mais consciência da proibição da crueldade e passam a denunciar, e aqueles que tratam os animais de forma errada pensam mais antes de serem agressivos”. De acordo com Ana Paula, parte dos agressores não chegava a ser presa antes da mudança na Lei em 2020, e agora isso mudou.
Lei 14.064/2020
Sancionada em 29 de setembro de 2020, a Lei 14.064 prevê o aumento das sanções relacionadas a maus tratos aos animais quando se tratar de cães ou gatos. A pena é multa, proibição de guarda e reclusão, que varia de dois a cinco anos e pode aumentar de um sexto a um terço caso ocorra a morte do animal. Antes, as penas de reclusão, de três meses a um ano, e multa eram válidas para crime de maus tratos contra qualquer animal.
Canal de denúncias
Para denunciar, basta acionar o Disque Denúncia 181, a Guarda Municipal pelo 153, ou a Polícia Militar pelo 190. As denúncias devem ser feitas com o máximo de informações e se possível com vídeo ou foto.
Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Disponível em https://periodico.sites.uepg.br/index.php/foca-livre/2505-foca-livre-edicao-220-novembro-e-dezembro-de-2022
Ficha Técnica:
Repórter: Ana Carolina Barbato
Edição do Foca Livre: Mariana Real
Edição do Periódico: Leonardo Duarte
Supervisão de Produção: Muriel Amaral, Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi, Maurício Liesen
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- Produção: João Gabriel Vieira
- Categoria: Cidade e cidadania
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De dezembro de 2020 a junho de 2021, este número cresceu mais de 18%
Resumo
- Reportagem mostra que mais de 38 mil pessoas vivem com menos de meio salário mínimo na cidade;
- Em seis meses, 2021 já supera o número acumulado de 2020;
- A pandemia de covid-19 é um dos motivos apontados pelo cenário;
- O aumento da pobreza se dá também a nível nacional, continental e mundial.
Pelo menos 13.239 pessoas estão na linha da pobreza ou da extrema pobreza em Ponta Grossa, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais. De acordo com o serviço que cadastra programas como o Bolsa Família, pessoas na linha da pobreza vivem com até R$178,00 por mês; na extrema pobreza, com R$89,00.
No período de seis meses - de dezembro de 2020 a junho de 2021 - o número de pessoas nesta situação superou todo o acumulado de 2020. No período, 2.411 pessoas passaram a viver nesta linha de pobreza.
Há outro contingente de pessoas sem o mínimo necessário para viver: os de baixa renda. Trata-se daquelas que têm como renda per capita mensal até meio salário mínimo. Em Ponta Grossa, são 38.495 famílias nesta posição.
Impacto da pandemia
Em âmbito global o panorama também é ruim. Segundo relatório de 2021 da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), a pandemia de Covid-19 provocou um aumento nos níveis de pobreza sem precedentes nas últimas décadas, o que gerou impacto forte na desigualdade e no emprego. Estima-se que 22 milhões de pessoas adentraram a linha da pobreza na América Latina, o que totaliza mais de 209 milhões de pessoas no final de 2020. Deste número, 78 milhões estão inseridos na extrema pobreza - 8 milhões a mais do que o relatório apontava ao final de 2019.
O documento ainda reforça que, sem as transferências de renda emergenciais realizadas pelos governos locais, os níveis de pobreza e extrema pobreza seriam ainda maiores. De acordo com o relatório, 263 medidas de proteção social em caráter emergencial foram implementadas em 2020 pelos governos da região, o que atingiu 49,4% da população, cerca de 326 milhões de pessoas.
A entidade entende que a curto prazo é necessário que os programas de transferência de renda se mantenham, para que de alguma forma se estabeleça uma mínima proteção social às pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade.
No Brasil, foi criado pelo governo o programa Auxílio Emergencial, que serviu para a transferência de renda para a população desamparada em 2020. Inicialmente o programa beneficiava a população com parcelas mensais de R$600,00. Seguindo até o mês de outubro de 2021, com parcelas entre 150 e 300 reais.
Outro ponto destacado no documento apresentado pela CEPAL foi o impacto causado pela pandemia no mercado de trabalho. Dados do relatório apontam que a taxa de desemprego da região foi de 10,7% no final de 2020, um aumento de 2,6 pontos em relação a 2019, que registrou 8,1%.
No Brasil, dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apontam que a taxa de desemprego atingiu 13,2% no mês de agosto, o que atinge cerca de 13,7 milhões de brasileiros. Comparado a agosto do ano anterior, houve uma queda de 1,4 pontos.
Foto: Yuri A.F. Marcinik/ Lente Quente
Auxílio Brasil
Programas como o Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, tornam-se ainda mais importantes com os aumentos dos indicadores de pobreza.
O Programa Bolsa Família (PBF) foi criado como política pública durante o governo Lula pela Lei n° 10.836/2004 e unificou programas de transferência de renda que já existiam na época. Com o valor do benefício variando entre 89 e 205 reais, o total também era alterado de acordo com o número de filhos do beneficiado. O PBF contemplava famílias com renda per capita de até R$ 178,00.
E em outubro de 2021, após 18 anos de operação, o PBF foi extinto e deu lugar ao Auxílio Brasil, programa similar criado pelo governo Bolsonaro, que substituirá também o Auxílio Emergencial que vigorou durante a pandemia da Covid-19.
O novo benefício social foi criado pela medida provisória 1.061 e prevê o pagamento mensal de R$ 400,00 até o final de 2022. O programa tem como objetivo aumentar o número de famílias beneficiadas, passando de 14,7 milhões do PBF para 17 milhões. Ainda cercado de incertezas que perpassam desde o financiamento do programa até quem terá direito ao benefício, o novo auxílio tem previsão de começar a ser pago no dia 17 de novembro de 2021.
Voltando aos dados do Cadastro Único para Programas Sociais em outubro de 2021, 11.697 famílias foram beneficiadas pelo Bolsa Família em Ponta Grossa. O valor total movimentado ultrapassou os 906 mil reais, atingindo mais de 92% das famílias pobres do município.
Ficha Técnica
Repórter: João Gabriel Vieira
Edição: Eduardo Machado e Yuri A.F. Marcinik
Publicação: Yuri A.F. Marcinik
Supervisão de Produção: Jeferson Bertolini
Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen
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- Categoria: Cidade e cidadania
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Comunidade universitária deseja retorno quando todos estiverem vacinados
Mesmo com a volta de várias atividades acadêmicas presenciais, alunos e professores do ensino superior não se sentem seguros para retomar aulas nesta modalidade no atual momento. O fato de que nem todos os docentes e discentes estão vacinados com as duas doses é o maior motivo de insegurança. Nesse contexto, o ensino híbrido é uma alternativa.
Para Hellen Christina de Pontes, 20, estudante do curso de Zootecnia da UEPG, as aulas deveriam retornar presencialmente apenas em 2022, com professores e alunos vacinados. Porém, a aluna reconhece que muitos cursos são prejudicados pela falta da presencialidade. Para estes, o ensino híbrido se torna uma opção, pois algumas disciplinas práticas não podem ser realizadas de forma remota durante a pandemia.
Janaína Aparecida Chernake, 20, estudante de Ciências Biológicas da UEPG, compartilha do mesmo pensamento. Para ela, neste momento as aulas devem permanecer remotas, pois ainda há risco de contaminação entre os alunos, muitos ainda nem foram vacinados. “O risco ainda é grande, seja na sala de aula ou no transporte público, que é o meio de transporte mais utilizado pelos estudantes”, lembra.
Maria Julieta Weber, 52, professora do departamento de Educação, acredita que o ensino remoto trouxe novas aprendizagens e experiências através das ferramentas e tecnologias utilizadas, mas que é importante entender e defender o sistema presencial. No entanto, a professora destaca que para que as atividades presenciais voltem, além de ser necessário que toda a comunidade universitária esteja vacinada, é preciso realizar uma avaliação de como seria possível voltar às aulas com segurança. “A partir desse estudo, fazer um levantamento de que forma a universidade pode adotar medidas e como estaria a estrutura da universidade”, explica.
Enquanto a UEPG ainda não tem previsão para a retomada dos cursos presenciais, outras instituições de ensino superior de Ponta Grossa adotaram a forma híbrida de ensino, como é o caso da UniSecal. A instituição voltou parcialmente às atividades, seguindo um cronograma de turmas estabelecidas. Segundo Ligiane Malfatti, 43, professora de Jornalismo da UniSecal, o retorno aconteceu no início do mês de agosto e está sendo realizado de forma gradual. Ela considera que a forma híbrida de ensino está sendo eficiente na instituição. “Aprendemos muito com as aulas on-line. Agora estamos mais adaptados. O ensino presencial tem vantagens incomparáveis. Assim, acredito que a forma como estamos tentando retornar possa ser eficiente”, afirma.
Porém, mesmo com o retorno presencial, a demanda de alunos que frequentam a universidade é baixa. De acordo com Giovana Montes Celinski, 31, professora e jornalista, a universidade está conseguindo atender os alunos e seguir os protocolos de segurança.. “Com esse número baixo de alunos, acredito que não tem problema, mas se a gente trabalhar com o número máximo, aí a gente precisa pensar em todo esse cuidado da estrutura do prédio”, ressalta.
Lucas Portela Haas, 23, estudante de Jornalismo na Unisecal, acredita que ainda não é o momento para a retomada presencial. Mesmo com a volta parcial da instituição, o aluno preferiu não retornar presencialmente. “Creio que não é nada seguro retornar agora. Um cenário ideal para isso seria se todos os alunos estivessem vacinados com as duas doses”, afirma.
Foto: arquivo Portal Comunitário
Pesquisa
Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), em parceria com a Educa Insights, mostra que 55% dos alunos de ensino superior em instituições privadas preferem o retorno presencial de maneira parcial. A pesquisa entrevistou 668 estudantes matriculados em cursos de graduação presenciais. A maioria demonstra preferência pela retomada das aulas em apenas alguns dias da semana e manutenção do ensino remoto nos demais dias. Ou seja, o ensino de forma híbrida é o que mais agrada os estudantes de universidades privadas.
Ainda de acordo com a pesquisa, 52% dos estudantes demonstram preferência pela volta presencial apenas das aulas práticas. Os que preferem o retorno das atividades teóricas somam 10%. Já os que gostariam da volta dos dois formatos, representam 38% dos entrevistados. A diferença também foi realizada entre aqueles que já tomaram pelo menos a primeira dose da vacina e os que ainda não foram vacinados. Entre os imunizados, 47% preferem o retorno presencial das aulas práticas, 10% a volta das aulas teóricas e 43% os dois formatos. Entre os não vacinados, 53% preferem a volta de aulas práticas, 11% as aulas teóricas e 34% os dois formatos.
Ficha técnica
Reportagem: Deborah Kuki
Edição e Publicação: Matheus Gaston e Levi de Brito
Supervisão: Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi, Maurício Liesen