Entre as queixas está a falta de abrigo para animais de estimação

 

Em Ponta Grossa, segundo dados do Cadastro Único (CadÚnico) existem mais de 2000 pessoas em situação de rua espalhados por toda a cidade. Entre os moradores que vivem em situação de rua, está o andarilho identificado como Richard, que circula no centro da cidade. Para ele, a Prefeitura não oferece condições consistentes para atender a população de rua. "Não quero só um café e um pedaço de pão, aqui na rua eu consigo muito mais", afirmou. 

Para o coletor de materiais recicláveis e morador de rua, João Pedro da Silva, de 47 anos, as políticas de assistência da Prefeitura são insuficientes para suprir a necessidade de quem não tem onde morar. “Eu tenho meus cachorrinhos aqui, eles vivem comigo. Se eu for para lá, vou ter que deixar eles passando fome, eu não consigo”.

O coletor também explica que perdeu sua casa ainda jovem por conta de uma briga com seus pais, e não conseguiu um emprego desde então. “Quem vai contratar uma pessoa que se veste assim? Se eu for para uma entrevista de emprego, o pessoal dá risada”, desabafou o andarilho.

A Prefeitura informou, através da assessoria, que presta serviços a pessoas nessa situação, como a “abordagem social”, que busca a população em situação de rua e as encaminha para atendimento. Segundo a administração municipal, atualmente a cidade possui 100 vagas de abrigo para moradores de rua, divididas no Centro POP e Casa de Acolhimento. 

Questionados sobre a abertura de ginásios de esportes para abrigar a população vulnerável, a assessoria informou que existe processo de licitação de um imóvel, que irá disponibilizar chuveiros, camas e refeitório, mas deve ser concluído apenas nas próximas semanas.

 

Ficha Técnica

Reportagem: Heryvelton Martins

Edição e publicação: Isadora Ricardo

Supervisão de produção: Muriel E. P. Amaral

Supervisão de publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Como identificar as necessidades e angustias, mas também as conquistas de pessoas que saíram do país de origem para recomeçar? O minidocumentário "Refugio a 4000 km: A vinda de venezuelanos para Ponta Grossa", aborda histórias de três migrantes que residem na cidade. O trabalho produzido pelos acadêmicos de Jornalismo da UEPG Carlos Solek e Isadora Ricardo também trata do trabalho ofertado pelo projeto Caritas Diocesana de PG, coordenado pela igreja católica de Ponta Grossa.

 

Confira o vídeo:

Ficha técnica

Roteiro, narração e gravação: Isadora Ricardo

Edição e gravação: Carlos Solek

Publicação: Leriany Barbosa

Supervisão: Cintia Xavier, Marcos Zibordi e Maurício Liesen

Técnico Responsável: Jairo C. P. de Souza

Muitos lugares são tradicionais para os moradores de Ponta Grossa. É o caso do Calçadão, localizado no centro da cidade. No documentário “Histórias e Vivências”, produzido pelas alunas de Jornalismo da UEPG, Ana Luiza Bertelli Dimbarre e Janaina Cassol, são contadas as histórias de pessoas que conhecem o Calçadão como um ambiente de trabalho, um local ideal para se fazer amizades e viver experiências. 

 

Ficha técnica

Reportagem e roteiro: Ana Luiza Bertelli Dimbarre
Cinegrafia e edição: Janaina Cassol
Professora responsável: Cintia Xavier
Técnico responsável: Jairo C. P. de Souza

Após duas décadas de funcionamento, a TV Educativa local está prestes a ser encerrada com o avanço do Projeto de Lei 339/2021 que pretende realizar mudanças na Fundação Educacional de Ponta Grossa (FUNEPO). De acordo com a Prefeitura Municipal, o encerramento do canal na cidade ocorre devido a um corte de gastos. Entenda toda a situação na matéria de Lívia Hasman.

 

 

Ficha técnica:

Locução: Lívia Hasman

Publicação: Ana Paula Almeida

Supervisão de Produção: Cândida Oliveira

Supervisão de Publicação: Marcos Zibordi e Maurício Liesen

O perfil das vítimas coincide com o de presos envolvidos com tráfico

 

O número de homicídios dolosos, quando há intenção de matar, cresceu em Ponta Grossa entre janeiro e outubro de 2021. De acordo com levantamento feito pela reportagem, o município teve 47 casos no período, e até o final do ano pode ultrapassar a marca de 2020, quando ocorreram 54 homicídios. Em 2019, foram 48. 

O problema se agrava em relação aos jovens. Só neste ano, ocorreram 12 homicídios de pessoas com menos de 21 anos, o que supera os oito casos de 2019 e os 10 de 2020. Segundo o chefe da 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, Nagib Nassif Palma, a maioria dessas vítimas eram homens que estavam envolvidos com o tráfico de drogas.

A professora e pesquisadora da área dos Direitos Humanos, Karoline Coelho, afirma que o perfil das vítimas coincide com o da maioria dos presos no Brasil. “Esses jovens são geralmente mais pobres e, além de não terem oportunidades de estudo e emprego, crescem em um meio onde o crime é algo naturalizado. Isso gera a chamada cultura do crime”.

Karoline destaca que, para resolver o problema da reincidência criminal, é necessário que as penitenciárias disponham de programas de ressocialização, dando oportunidade de educação e inclusão no mercado de trabalho.

A professora salienta que incluir os ex-detentos em um meio social diferente do qual são originários seria essencial para evitar a reincidência. “Se a pessoa que cometeu crime sair do presídio e voltar ao mesmo local, onde estão postas as mesmas circunstâncias que fizeram ela cometer o crime, a probabilidade é a de que ela volte a delinquir”, diz. 

Para Coelho, é importante entender que os delitos não são puramente criminais, mas acontecem a partir de problemas sociais, como desemprego e falta de acesso à educação. Porém, no Brasil, só ocorre a repreensão, o que não soluciona a violência. “O Estado deveria estabelecer direitos sociais básicos, ao invés de se preocupar apenas em reprimir. Isso reduziria a criminalidade, mas não iria extingui-la.” 

 

viatura.jpg fotógrafo Cássio Murilo Especial

Foto: Cássio Murilo. 

 

Realidade

Uma fonte que não quis ter sua identidade revelada, conta que teve um primo assassinado neste ano em Ponta Grossa. Ela relata que ele era um jovem de classe baixa envolvido com drogas. “Uma hora a conta chega. Infelizmente ao jovem da periferia o caminho mais acessível para conseguir uma renda é o das drogas. Mas o mínimo deslize é fatal”. 

A fonte afirma que o primo não foi incentivado a frequentar a escola e cresceu em um ambiente que levava ao crime. O rapaz assassinado tinha passagem pela polícia, e mesmo após deixar a prisão, voltou a cometer crimes. O jovem tinha pendências com o tráfico de drogas, e como não conseguiu quitá-las, acabou pagando com a vida.

 

Este texto faz parte da edição 220 do Foca Livre, jornal-laboratório produzido por alunos do segundo ano de jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

 

Ficha Técnica:

Repórter: Carlos Eduardo Mendes

Edição: Bettina Guarienti e Carolina Olegário

Publicação: Manuela Roque 

Supervisão: Cândida de Oliveira, Jeferson Bertolini, Marcos Zibordi e Mauricio Liesen